A Miséria, a Pilhéria e a ideia
Publicado em 09 de março de 2013 por marcelo moreira grilo
Não basta apenas ler,
É preciso as páginas viver.
Morar em cômodos pobres
Do tamanho da humildade dos Nobres.
Na geladeira a comida é uma escassez,
Mas tem sempre a água da embriaguez.
Respiro o aroma das teias
Enquanto se fecha o rasgo das meias.
Nas ruas onde desfilam os Nobres sobre pneus
Eu me sinto um anjo, um demônio, um deus.
Na calçada a burguesia passa de nariz empinado
Escorrendo o sangue do cérebro castrado.
É preciso ser moderno na imaginação
E destruir o computador e a televisão,
Deixando na tomada apenas o fio da canção.
Toda janela tem uma grade
Para que na casa não entre a maldade.
Mas pela porta não sai a felicidade.
Precisamos nos tornar o Futuro
E assim não ter que levantar mais um muro.
Precisamos nos tornar os Poetas do Obscuro.
Seremos então o Desconhecido
E não mais os Esquecidos.
Seremos a Nação dos Enlouquecidos.