A mediunidade é um dom inato ao ser humano e de forma geral não é religiosa. Poderia se dizer que é algo físico, pois o seu centro de convergência é a glândula pineal também conhecida como epífise localizada no centro do cérebro. Assim sendo, irá se manifestar em qualquer pessoa, independentemente de religião, raça, sexo, orientação sexual, cor, etc. Tendo este fundo físico e podendo se manifestar em qualquer pessoa, ela é também um ponto de equilíbrio ou desequilíbrio para estas pessoas. Considerando que de acordo com o histórico de cada um a mediunidade se manifestará com maior ou menor intensidade, mais ou menos extensiva.

Em seu ponto de equilíbrio, aqueles que a praticam de forma correta e ética, dentro de uma instituição religiosa, se manterão em relativa paz e equilíbrio. A casa religiosa deverá ser preferencialmente espiritualista, isto é, deverá crer na pré-existência da alma ou do espírito e de sua existência após a morte do corpo físico. Pois como nos diz o Aurélio a mediunidade é a capacidade de comunicar com os espíritos. Se não se crê em espíritos, teoricamente não se crê na mediunidade.

As religiões espiritualistas que praticam a mediunidade são o Kardecismo, a Umbanda (em suas várias ramificações) e o Candomblé (em suas várias linhas). Há várias outras religiões que acreditam na reencarnação mas que não trabalham mediunicamente.

A mediunidade se torna um ponto de desequilíbrio quando se manifesta na pessoa e esta pessoa não crê em espíritos e pensa que toda manifestação mediúnica é coisa do Tinhoso, do Satanás. Quando a mediunidade se manifesta nestas pessoas geralmente vem acompanhada de muito sofrimento, pois é difícil aceitar que algo em que você não acredita e acha que não existe possa lhe fazer mal. Não havendo a aceitação da mediunidade a pessoa poderá passar por inúmeras visitas a médicos, psicólogos, psiquiatras, etc. A vida poderá ser de desencontros, de infelicidade, de vazio íntimo com aquela impressão de que sempre está faltando algo; este vazio poderá levar a males maiores como a loucura ou suicídio.
Ao aceitar a existência dos espíritos e a possibilidade deles interferirem na vida das pessoas haverá a mudança dos valores. A conscientização da mediunidade fará a pessoa entender, através do estudo e da prática da mediunidade as sensações que tinha e o vazio que sentia. O conhecimento ou a aceitação de que se existiu antes desta encarnação e continuará a existir como espírito após o desencarne faz com que se mude radicalmente a forma de ver a vida e de vivê-la.

Há porém, pessoas que conseguem trabalhar sua mediunidade de forma “disfarçada” e mesmo sem saber que está sendo usada como médium dentro da Igreja Católica e até mesmo das Igrejas Evangélicas. Na igreja Católica, os Carismáticos falam em línguas trazendo mensagens superiores. Alguns dizem que falam em línguas estranhas porque falam diretamente com Deus. Isso sem considerar que muitas das pregações dos padres são repletas de ensinamentos de seus Guias espirituais. Nas igrejas Evangélicas também há o falar em línguas, o descarrego, o abençoar as águas, assim como as pregações cheias de ensinamentos dos espíritos.3

No entanto, a espiritualidade maior inspira de forma quase explícita escritores, diretores cinematográficos, atores, pintores, etc., mesmo aqueles que se dizem ateus ou agnósticos. Quando se faz necessário transmitir um ensinamento, ou fazer com que a sociedade passe a pensar em algo novo a espiritualidade maior utiliza-se de médiuns que nem sabem que possuem tal dom e os utilizam como instrumentos para transmissão destas informações ou conhecimentos. Infelizmente da mesma forma os seres das sombras, os espíritos mal intencionadas também influenciam os encarnados fazendo com que tenha tanta arte e literatura de baixo nível. Veja o que diz o Livro dos Espíritos em sua pergunta 459: 4

“Influem os espíritos em nossos pensamentos e em nossos atos?”
“Muito mais do que imaginais. Influem a tal ponto, que, de ordinário, são eles que vos dirigem.”

Como nos diz o Livro dos Espíritos, os espíritos nos influenciam. Eles não perguntam se somos médiuns ou se cremos na existência ou não de espíritos, muito menos nos perguntam se somos espiritualistas ou não. No entanto, o que fará a diferença é o tipo de pessoa que se é. A lei das atrações nos diz que os iguais se atraem.

Se somos dignos, íntegros, éticos e honestos, iremos atrair companhia espiritual semelhante, se agimos exatamente ao contrário, ou seja, se formos desonestos, não formos éticos, etc. iremos atrair companhia idêntica.

Dentro deste emaranhado de religiões e manifestações mediúnicas explicitas ou veladas, temos a Umbanda, uma religião puramente brasileira e que tem suas bases na mediunidade e a caridade. Ao ser anunciada pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas em uma reunião mediúnica da Federação Espírita do Estado da Guanabara, quando perguntado pelo dirigente da reunião o Caboclo explica e / ou define sua nova religião:

“Eu venho para trazer uma nova religião em que todos serão aceitos: com aqueles que sabem mais, iremos aprender; àqueles que sabem menos iremos ensinar. E essa religião se chamará Umbanda, ou seja, a manifestação do espírito para a prática da caridade".