Este trabalho tem como objetivo estudar a medicalização escolar, voltada para o TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade). Apresentando de início, pontos do livro de Jairo Werner, Saúde e Educação (2005), para se entender de forma mais clara esse processo e os motivos que levam muitos professores e médicos a realizarem um diagnóstico errado. Abordando conceitos sobre família, socialização, escola e diferenças entre as classes sociais, que também são fatores que devem se levar em conta antes de qualquer diagnóstico.

Em seguida serão apresentadas informações sobre o TDAH em vários âmbitos, sejam na escola ou na família, além de causas, consequências, uso de drogas e os preconceitos gerados pelo uso de medicamentos. Por fim, serão apresentadas informações sobre remédios e dados sobre o consumo abusivo de metilfenidato (Ritalina), droga muito utilizada para tratar o transtorno.

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) A primeira descrição do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é datada de 1902, quando George Still, pediatra inglês, apresentou alguns casos clínicos de crianças com hiperatividade e outros comportamentos impróprios, que não podiam ser explicados por falhas na educação ou no ambiente. O TDAH já teve outras denominações como: lesão cerebral mínima, disfunção cerebral mínima, síndrome infantil da hiperatividade, transtorno primário da atenção e transtorno hipercinético. Somente nos anos 70 que o nome atual foi dado, após o reconhecimento de ausência do controle de impulsos e do componente do déficit de atenção. Não existem exames que possam comprovar a existência do TDAH, mas é consenso da medicina a existência de tal transtorno. Pesquisas feitas em vários países reforçam a existência do transtorno com a hipótese que o TDAH possui um caráter hereditário significativo, da qual a probabilidade de uma criança diagnosticada com TDAH seja até 8 vezes maior se os pais também tiverem o transtorno. Muitos cientistas concordam que o TDAH parece uma doença com origem multifatorial, com causas genéticas e ambientais, onde genes anômalos quando em combinação, formatariam o cérebro em sua estrutura química e anatômica. Sobre a questão genética, há quem acredite que se for pesquisado na família de uma criança com o transtorno, será encontrado casos de outros parentes com o mesmo transtorno. Mas isso pode acontecer com qualquer doença ou transtorno, não precisa ser necessariamente uma questão genética.