A LUZ DO MUNDO

"Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e luz para os meus caminhos" (Salmos 119:105)

João, na sua primeira Epístola nos fala acerca da unção: "Quanto a vós outros, a unção que dele recebestes permanece em vós, e não tendes necessidade de que alguém vós ensine, mas como a sua unção vos ensina a respeito de todas as coisas, e é verdadeira, e não é falsa, permanecei nele, como também ela vos ensinou" (I João 2:27).

A palavra de Deus também é comparada a água viva (João 7:37 ao 39), razão porque precisamos dela para que não morramos espiritualmente (João 4:7 ao 14). Jesus ao ter falado a mulher Samaritana falou desta água (palavra) que tira a nossa sede, que nada mais é do que o seu ensinamento.

Paulo nos adverte para que não acrescentemos um só "til" à palavra de Deus para que não sejamos declarados "malditos". Vejam o grau de exigência de Deus, principalmente para com os que a ministram, pois sobre estes virá maior juízo. Portanto, os pastores e líderes religiosos que foram ungidos e designados para o ensino da palavra de Deus, lhe devem obediência, não podendo distorcer o ensinamento de Jesus, nem tão pouco se esquecer que o seu trabalho tem uma finalidade específica, que é nos ensinar a ser como Jesus era: irrepreensível.

A santificação é um processo demorado, pois a partir do momento em que somos convertidos, temos a ação do Espírito Santo, que nos convence do pecado, da justiça e do juízo. A nossa parte é se inteirar sobre as Escrituras, meditar e se negar a praticas de ações que nos desviem do caminho estabelecido por Deus. E, assim como o ouro é selecionado por uma peneira, pois está na água e na terra, assim é o nosso espírito ao identificar-se com Cristo Jesus, que é um com o Pai.

Talvez esta linguagem seja difícil para você que ainda não conhece o Evangelho, mas profunda para aqueles que já estão em Cristo Jesus. Mas procurarei descrever o caminho sugerido por Deus ao homem, assim como se processa a santificação do homem.

Na linguagem jurídica, o processo representa uma seqüência de atos que vão se processando no tempo, até atingir o seu objetivo, que é o julgamento de uma causa pelo juiz. A nossa vida deve ser semelhante ao caminho aonde os atos de um processo vão tomando forma, manifestando-se, demonstrando a verdade intrínseca, ou seja, a verdade real permanece intacta, intocável, patente, incontestável diante do Juiz (Jesus Cristo).

Os fatos inventados pela sabedoria humana representam a inverdade, aquilo que é inconsistente e que não se prova, porque não tem uma materialização própria. Daí procura o homem justificar os seus atos diante de Deus, tenta cobrir as suas falhas (pecados) e ainda se diz titular de um direito. Deus como perfeito juiz, reconhecerá a nós pelas nossas obras (conduta), não prevalecendo a mentira diante do juízo (Salmos 62:12 e Tiago 2:14 a 26).

Pessoas poderão se julgar santas e salvas por terem aceitado a Cristo Jesus e até exercitar dons recebidos pelo Espírito Santo, a exemplo do Don de Mestre. Todavia, a sabedoria aqueles atribuídas lhes são acessíveis pela ação do Espírito Santo e nunca pelo próprio domínio da palavra como uma literatura ( 2 Pedro 2:1 a 9 e I Pedro 5:1 ao 4).

Para termos a certeza de que estamos no caminho, rumo à eternidade, precisamos crer na palavra e ver, presenciar os seus efeitos na nossa vida e daqueles que junto a nós formam a noiva de Cristo. Pedro e João nos esclarecem esta questão, nos dando um perfil daqueles que realmente andam com Deus.

O que vive com Deus não caminha pecando (I João 5:18). Segundo, o que é fiel a Deus não adultera a sua palavra, introduzindo falsas doutrinas e inserindo nela os hábitos do mundo, pois sabemos que o mundo nos odeia (I João 4:1 ao 6 – 2 Pedro 2:1 ao 22).

Também o separado por Deus se compadece do sofrimento do próximo e vigia para não ferir o seu irmão. Quantos choram diante de Deus pela omissão daqueles que se julgam salvos, ungidos e separados? Quantos se negam a amar e de seus corações fluem revoltas e falta de perdão? Quantos se perderam pela irracionalidade e dureza de coração? ( Lucas 12:1 ao 5)

Jesus justificou o pecador (fariseu) e condenou o publicano que dava o dízimo e freqüentava o templo se achando santo e cumpridor do seu dever. Quantos dentro da Igreja mortificam a alma de pessoas ao lhe tirarem a esperança? Quantos que ainda não entenderam que Deus é amor e importa para ele que amemos uns aos outros?

CONCLUSÃO

Sempre que passamos por provações pensamos logo que pecamos ou se Deus se esqueceu de nós. Contudo, o próprio Deus diz que "corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe" (Hb 12:6). Paulo também nos adverte para não nos inquietar com as tribulações uma vez que estamos fadados a elas ( I TS 3:3). Não obstante, somostentados por satanás e uma vez resistida a tentação, ele se afasta de nós.

Posturas como essas de aprender na adversidade e saber distinguir certas ações contrárias as promessas de Deus para nós, nos dão fé e crescimento espiritual, o que certamente agrada a Deus. A palavra de Deus nos diz: "Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor, atentando diligentemente, para que ninguém seja faltoso, separando-se da graça de Deus; nem haja raiz de amargura que, brotando, vos perturbe, e, por meio dela, muitos sejam contaminados" (HB 12:14 e 15).

Vejam que a santificação é resultante de um juízo de Deus em face de nossa conduta no caminhar da vida. Aceitar o filho de Deus como Senhor e Salvador é um primeiro passo para a eternidade. Todavia, demonstrar amor ao Criador é aceitar o ensinamento e seguir o caminho segundo nos foi ensinado por Jesus.

Uma vez receptivo o nosso coração para esta palavra de vida eterna, vem a ação do Espírito Santo sobre nós, como uma água que nos lava e purifica, mudando assim o nosso caminhar, separando-nos do mundo.

Logo, eu não decido por mim mesma me separar do mundo, mas o meu espírito é convicto de que as coisas que lá estão não me trazem alegria ou prazer, preferindo antes, buscar as coisas espirituais, pois estas me alimentam. Daí ter Jesus dito a mulher samaritana que aquele que bebesse da água que ele dava, jamais teria sede (João 4:14).

Davi foi tido por Deus um homem segundo o seu coração. Por que a Bíblia fala isso ? Davi não pecou (?) e em Deus não há iniqüidade. Como entender o significado desta definição dada a Davi pelo Criador ? Encontramos a resposta quando o Mestre Jesus nos diz: "Pela árvore conhecereis o fruto". Acho tão profunda esta assertiva de Jesus !Pois Deus conhecia o interior de Davi e sabia que naquele coração havia amor e temor. Como todo homem é pecador, nos importa reconhecer ser Santo o filho de Deus e carente de misericórdia, todos nós.

E, concluindo esta meditação, podemos comparar, perfeitamente, o nosso caminhar terreno a um processo que corre em um tribunal, cujos atos (obras) formam o procedimento que revelará a verdade incontestável (o amor e o temor a Deus) ao justo Juiz (Jesus) que declarará uma sentença justa (nome inscrito no Livro da Vida) a cada um que aqui conheceu a sua palavra e compreendeu ser necessário se lavar, arrependendo-se da iniqüidade (Apc. 22:14).

O amor pregado por Jesus deve ser revelado naquele que faz parte de Deus (I João 4:7). O pecado e a maldade poderão se manifestar em nossas vidas pela omissão, pela falta de perdão e pelo medo, nos tornando incrédulos e de pouca fé.

Que possamos rever as nossas obras! Deixe que o Espírito de Deus complete a boa obra em sua vida. Não se esconda DELE, mas creia que a unção que dele receberes lhe dará sabedoria para não perder a benção maior (salvação) nem desistir de seus sonhos aqui na terra (João 10:10).

Paz seja com todos !

Zenaide Alcântara de Sousa

Irmã em Cristo Jesus