A LUTA

A palavra luta tem varias fisionomias a partir do momento que observamos o seu significado, sendo assim podemos atribuir a determinado esforço físico ou psicológico que extrapolem o que comumente é visto como natural o titulo de luta.
Pode ser visto uma luta, por exemplo, o esforço de um individuo em parar de fumar ou beber, sendo que há ai uma luta física e também psicológica, pois muitos vícios incorporam dependências psíquicas juntamente com a física, em decorrência de na sua maioria das vezes as substancias absorvidas possuírem propriedades psicoativadoras no organismo.
Este é um tipo de luta travada por muitas pessoas tanto nos grandes centros como também em comunidades menores, mas há também lutas de outros tipos, como as guerras, a luta de um governo em vencer a pobreza, e assim por diante.
Cabe aqui concentrar a atenção numa luta que vem a dizer respeito com o titulo deste livro, a luta da razão.
Mas com quem a razão lutaria?
É neste campo que difere o termo luta da razão com os outros tipos de termos que a palavra adquire em outras esferas. Pois sempre que o termo luta existe, existe a idéia que há de um lado um ser com um propósito e do outro um outro, com propósitos divergentes.
Geralmente quando existe dissonância de idéias ou propósitos e não se entra em comum acordo, parte-se para a luta, para o debate e que assim prevaleça o mais forte ou quem tem a razão.
Infelizmente sabemos que geralmente nas guerras sobrepuja o mais forte, independente se do lado mais fraco, a razão esteja exposta a olhos nus.
No campo psíquico, no interior da mente humana muitas vezes trava-se uma luta em saber discernir o que pode ser certo e o que é errado, principalmente quando é colocado a prova idéias e preceitos cultivados durante uma vida inteira, ou quando normas e regras estabelecidas são de caráter ortodoxo, também são postas em cheque, atribuindo ao sujeito acatar o que esta sendo apresentado em troca de abrir mão do que foi ensinado, e esses ensinamentos geralmente contrariam totalmente as atitudes tomadas a partir daquela escolha.
Estas lutas muitas vezes vêem a tona quando á escolhas por uma vida sexual que difere dos padrões adotados pela sociedade, homossexualismo, por exemplo. A também os conflitos internos diante de uma opção religiosa que não segue os princípios apresentados pela família e muitas vezes ate aos adotados pela maioria das pessoas, por exemplo, um sujeito que adere as religiões afros.
Há também a as lutas internas que surgem diante da ocasião de se tomar uma decisão importante, esta decisão a principio poderá desfavorecer a muitas pessoas próximas. Magoara a muitos, mas a partir dela muitas serão beneficiadas, incontáveis pessoas poderão viver melhor a partir daquela decisão, mas a principio muitos terão prejuízos diante daquilo, por exemplo, tomadas de decisões de governantes que queiram amenizar as diferenças sociais entre as pessoas de seu pais.
Todos temos nossas lutas internas e sabemos onde existe o espinho na carne que nos incomoda e a nós caberá tornarmos publico ou não estas divergências internas,tanto o homem culto quanto o iletrado.
Nos dias atuais com a grande concentração de pessoas nas cidades e a luta em buscar cada um o seu espaço profissional, garantir seu sustento pelo menos nas necessidades primarias como alimentação, abrigo e segurança, como Maslow bem colocou em sua pirâmide das necessidades, cada qual tem seus conflitos pessoais para resolver em conjunto com estas disputas diárias, de onde muitos tornam se seres descontentes, infelizes e acabam lotando consultórios e clinicas psiquiátricas ou ate partindo para o suicídio.
Pessoas que muitas das vezes não se encontram, em nome de uma "razão"que é ditada por um sistema volúvel e escravagista. Um sistema ditador que apesar de se travestir como democrático deixou-se perder a verdadeira espiritualidade do titulo e sempre acaba por ceder aos poderes sedutores do capitalismo.
As pessoas geralmente também se deixam levar por estes encantos e como dita os sistemas neoliberais, persiste-se o mais forte, ai esquecem-se das incoerências registradas em nome do crescimento e surgem com toda força as mazelas sociais, as diferenças que tornam o ser humano ora mais poderoso que seu semelhante, ora menos.
Como a maioria são os "menos" favorecidos e estes ainda tem que lutar cotidianamente e provar que são capazes de serem "vencedores" fica fácil para este mesmo sistema inventar formas mirabolantes destas pessoas saírem da situação de miséria, por exemplo, as loterias.
Neste ciclo desastroso de conflitos pessoais que surgem e afloram do próprio âmago das pessoas naturalmente ou por influencia do meio em que esta inserida, paralelamente com outros conflitos gerados pela própria vida em sociedade, o sujeito deve estar bem aparelhado emocionalmente, para assim poder identificar e resolver os problemas que o afligem.
Este "aparelhamento" refere-se principalmente á pessoa enxergar-se como um ser único prioritariamente, e que tudo só terá sentido para ela enquanto estiver viva e sendo beneficiada de alguma forma pelo que o cerca.
Os conflitos pessoais poderão terminar ou serem amenizados desde quando, o que esta em questão neste conflito possa ser colocada em pauta e discutida, se houver interesse de tornar publico esta lide.
Caso venha ser colocada em aberto sem consentimento do sujeito, cabe a este provar a sua postura diante do "problema" se ele "quiser" assim.
Poderá dizer que aquilo tem sentido em sua vida, e que tem motivos de sobra para sustentar-se diante de qualquer divergência que surja com base razoável.
O importante é estar bem e confiante em suas convicções, para que assim tenha forças sempre e calma absoluta para defender seus interesses diante de qualquer um que venha tentar prova-lo ao contrario.
Com base nisto, o sujeito terá vencido a luta interna, dando um passo muito importante para sua paz.
Vencendo o duelo da razão internamente, poderá sem duvida vencer qualquer duelo que aparecer em rivalidade com sua crença ou conduta, pois a partir do momento que se vence a luta consigo mesmo, venceu-se a maior de todas. Pois os argumentos gerados internamente com relação a si mesmo são grandes e infinitos, pois quem conhece melhor alguém que este "alguém" mesmo?

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