A virada do século XVIII para o século XIX na Europa

Nas últimas décadas do século XVIII, a Europa foi palco de transformações jamais vistas pela humanidade e que seriam capazes de mudar o mapa geopolítico do mundo dali em diante. Em 1776, colônias britânicas localizadas na América do Norte conquistaram sua independência; em 1780 eclodiu a revolução industrial e em 1789 a Europa viu explodir a revolução francesa. Estes três acontecimentos são responsáveis por uma nova ordem política, econômica e social que vai ditar os acontecimentos futuros em todo o mundo. Segundo Schwarcz, Azevedo e Costa (2008, p.190), a independência dos Estados Unidos da América deixava claro para as demais nações que outras colônias seguiriam o mesmo caminho; a Revolução Industrial trouxe um surto de economia gerando um movimento contínuo e retroalimentado, e a Revolução Francesa derrubou o que parecia ser até então imbatível: a monarquia absolutista.

A execução de Luís XVI e Maria Antonieta pela lâmina da guilhotina em 1793, fruto direto da Revolução Francesa, deixou os monarcas europeus em polvorosa e tornou-se urgente a necessidade de combater o crescimento de ideias tão perigosas para as dinastias. Portugal uniu-se a Espanha e Inglaterra na Campanha do Rossilhão [1] contra as forças revolucionárias francesas, em uma tentativa de os monarcas salvarem seus próprios pescoços. Para Portugal, a participação na Campanha do Rossilhão trouxe sérios problemas.

 

A Campanha do Rossilhão contribuiu para arruinar o já pobríssimo Portugal, quer pelas despesas propriamente da guerra, e guerra distante, que originou, quer pelo motivo que forneceu aos corsários franceses para presas marítimas. De 1794 a 1801 o comércio do Reino sofreu prejuízos avaliados em mais de 200 milhões de francos, quase tudo em cargas vindas do Brasil (LIMA, 1908, p. 10).

 

 

A união de forças entre Portugal, Espanha e Inglaterra serviu de teste para o exército português medir seu poder de fogo, algo que se mostrou pouco promissor. Ainda pior foi a monarquia portuguesa testemunhar mais tarde a Espanha passar a aliada da França, que, por meio do tratado de Santo Ildefonso, aliava-se a Napoleão (SCHWARCZ; AZEVEDO; COSTA, 2008, p. 194). A situação de Portugal começava a ficar preocupante. De um lado a França, que já arregimentara a Espanha como aliada e estava cada vez mais hostil, e do outro lado a Inglaterra, sua antiga aliada. Cada lado tentando cercear e diminuir a influência do outro na hegemonia da Europa. Todos esses acontecimentos formariam um espiral que culminaria na fuga de Dom João VI e sua corte para o Brasil.

 

Uma administração ingênua, pouco inteligente e ineficiente, de uma situação delicada, difícil e potencialmente perigosa, que resultaria na ação final descrita como uma fuga covarde e o abandono de uma nação, cujo resultado inegavelmente vitorioso foi atribuído à sorte ou ao destino (LIGHT, 2008, p. 14).

 

 

Além das ameaças que vinham das nações beligerantes, Dom João VI ainda tinha que se preocupar com o que acontecia em seus domínios. Sua esposa, Carlota Joaquina conspirava contra ele e tentou, por meio de um fracassado plano, declarar o regente como demente e incapaz de comandar a nação (LIMA, 1908, p. 6); com o único objetivo de substituí-lo, tomando para si a coroa portuguesa. Portugal encontrava-se em um cenário desfavorável, sem força em terra ou mar para defender seus limites territoriais, sofrendo com o apetite insaciável de Napoleão, que tinha como objetivo a reconstrução do Império do Ocidente [2] (LIMA, 1908, p. 21) e vivendo sob ameaça dentro de sua própria corte. Além disso, Bonaparte tinha um plano bastante ousado.

 

Ao sentar-se no trono, Bonaparte sonhou com a ressurreição de uma Roma Imperial, núcleo e centro de uma porção de estados tributários, governados no mesmo espírito, sob as mesmas leis e por príncipes da mesma casa, gravitando como satélites em volta da França (LIMA, 1908, p. 27).

 

 

Além de todos esses problemas, Portugal tinha uma fonte de preocupação tão grande ou até maior. O seu maior tesouro e sua fonte de riqueza e subsistência corria perigo. Suas colônias estavam desprotegidas. Em particular o Brasil, “principal fonte contínua de riqueza e, até mesmo, de sobrevivência financeira da nação” (LIGHT, 2008, p. 14).

Toda a Europa, a essa altura, temia a figura de Napoleão Bonaparte, que já era responsável por grandes mudanças no cenário político. Reis e pontífices evitavam o embate, temerosos por seus destinos.

 

Se lançarmos os olhos para a Europa de 1807, veremos um extraordinário espetáculo: o rei da Espanha mendigando em solo francês a proteção de Napoleão; o rei da Prússia foragido da sua capital ocupada pelos soldados franceses; o Stathouder, quase rei da Holanda, refugiado em londres; o rei das duas Sicílias exilado de sua linda Nápoles; as dinastias da Toscana e Parma, errantes; o rei de Piemonte reduzido à mesquinha corte de Cagliari; o Czar celebrando entrevistas e jurando amizade para se segurar em Petesburgo; a Escandinávia prestes a implorar um herdeiro dentre os marechais de Bonaparte [...] (LIMA, 1908, p. 47).

 

Não restavam muitas opções para o já combalido Portugal. Ou se entregava definitivamente à França ou fugia o mais rápido possível em direção ao Brasil.

 

Os preparativos para a viagem

Diante do avanço dos exércitos napoleônicos, Portugal procurava a todo custo manter-se neutro, tentando agradar à França e Inglaterra ao mesmo tempo, sem, contudo, agradar ninguém (SCHWARCZ; AZEVEDO; COSTA, 2008, p. 193), ao mesmo tempo em que se mantinha bem informado sobre as intenções de tais nações, possuindo embaixadores e espiões naquelas cortes (LIGHT, 2008, p. 15). Com isso, Portugal pode fazer um jogo dúbio onde a diplomacia tentava estancar os arroubos conquistadores da França enquanto conjurava um plano de fuga.

 

Os preparativos para transferir a família real e a corte para o Brasil [...] tiveram início bem antes que os representantes francês e espanhol junto à corte portuguesa entregassem os ultimatos de seus países. O plano teria seguido várias fases: chamar de volta várias esquadras de suas tarefas normais para o porto de origem em Lisboa, [...]; suspender o transporte de mercadorias e riquezas do Brasil; e o recolhimento, em terra, de tudo que fosse transportável e pudesse ser levado, inclusive o arquivo do Estado, bibliotecas e metade do erário. E por último, [...], assegurar uma jornada a salvo de seus inimigos e também dos perigos naturais, por meio de uma escolta fornecida pela Grã-Bretanha (LIGHT, 2008, p. 15).

 

Tal plano de fuga já havia sido cogitado em outras ocasiões de ameaça, como em 1580, também em 1738 e em 1762, sendo tratado com todo o segredo necessário pelo Conselho de Estado, pois não podia chamar a atenção das cortes francesa e espanhola e nem mesmo da população de Lisboa, que, pela problemática da logística, seria impedida de embarcar com seu regente. Para isso, inicialmente, trataram de preparar o envio do príncipe da Beira para o Brasil. Entretanto, “[...] julgaram que a partida seria ilegal, já que as leis do reino proibiam a saída do herdeiro da Coroa” (SCHWARCZ; AZEVEDO; COSTA, 2008, p. 207). De qualquer forma, essa decisão dava um bom motivo para os preparativos, pois “ Assim, d. João fez circular que tencionava enviar o seu filho mais velho, D. Pedro, para o Brasil, donde os preparativos visíveis” (LIGHT, 2008, p. 15).

 

O plano, porém, foi útil a d. João; a preparação de quatro naus de linha para a viagem, ficando os demais prontos para defender o porto, podia ser executada com pressa, mas sem comentários inoportunos. Os navios serviriam tanto para transportar o príncipe da Beira como para transportar toda a família real” (LIGHT, 2008, p. 26).

 

A França começava a fechar cada vez mais o cerco e exigia de Portugal o fechamento de seus portos aos navios ingleses, além da declaração de guerra à Grã-Bretanha, bem como a apreensão das propriedades dos cidadãos britânicos e sua prisão (SCHWARCZ; AZEVEDO; COSTA, 2008, p. 207).  A cada dia os planos de fuga da família real deixavam de ser secretos e começavam a ser especulados pela população, criando um clima de insegurança e medo.

Diante da crescente ameaça à dinastia de Bragança, em 24 de novembro de 1807, o Conselho de Estado “reconheceu que a situação era tal que todas as alternativas tinham-se esgotado e que, nesse caso, a família real deveria partir para o Brasil” (LIGHT, 2008, p.41). Estava assim traçado o destino da família real e do Brasil.

 

A partida de Lisboa, a travessia e a chegada ao Brasil

Com a decisão tomada não houve tempo a perder. A complexidade do plano exigia urgência, pois não se tratava apenas da transferência de uma família. “Era, sim, a sede do Estado português [...], com seu aparelho administrativo e burocrático, seu tesouro, suas repartições, secretarias, tribunais, seus arquivos e funcionários” (SCHWARCZ; AZEVEDO; COSTA, 2008, p. 215). Com as tropas francesas lideradas por Junot às portas de Lisboa, não havia mais tempo para nada. Dom João e sua família embarcaram no começo da tarde do dia 27 de novembro sob chuva torrencial e sobre as ruas de Lisboa cobertas de lama.

 

Não há dúvida que o embarque foi apressado pela invasão, que até a última hora se procurava evitar ou pelo menos postergar, tanto que só pouco antes da partida se transportou a família real de Mafra para Lisboa, com parte do pessoal dependente da corte.Havia longo tempo que a partida estava, senão divulgada, planeada, assente em princípio e até certo ponto preparada, dependendo naturalmente a sua execução da atitude do governo imperial [...] (LIMA, 1908, p. 49).

 

 

No dia 28 de novembro, já embarcado, Dom João VI anunciou ao público em geral sua decisão de abandonar Lisboa e partir em direção ao Brasil. Como não poderia deixar de ser, a notícia caiu como uma bomba sobre a população da capital portuguesa. Segundo Light (2008, p. 44) as várias narrativas do embarque descrevem, com grau variável, uma total confusão, com uma multidão de civis tentando embarcar nos navios, naqueles dias de inverno com chuva e muito frio.

Schwarcz, Azevedo e Costa (2008, p. 220) relatam que “O tempo chuvoso e o lamaçal em nada ajudavam, e pelas ruas da cidade e cercanias do porto reinava o caos”. Lima (1908, p. 49) nos conta que “Ao fazer-se pública em Lisboa, a partida iminente da família real para o Brasil, foram grandes a ânsia e a confusão [...]” e relata o testemunho de Thomas O’Neill, oficial da marinha britânica, sobre senhoras que se afogaram ao entrarem água adentro na tentativa de alcançarem botes que as levassem aos navios. Na pressa em garantir seu lugar, muitos embarcaram levando somente a roupa do corpo, enquanto outros ficaram no cais vendo suas bagagens seguirem em direção à América.

 

O que deve ser verdade é que muita da gente, não tendo tido o mesmo ensejo que a família real de preparar-se para a longínqua viagem, partia com a roupa do corpo, e que os navios estavam tão abarrotados que dos dependentes dos fidalgos da comitiva, o maior número não encontrava sequer onde dormir (LIMA, 1908, p. 57).

 

 

O clima era de total pandemônio, sem precedentes desde o terremoto que quase destruiu Lisboa em 1755. Segundo Schwarcz, Azevedo e Costa (2008, p. 220) “Nas praias e cais do Tejo, até Belém, espalhavam-se pacotes, caixas e baús abandonados na última hora”. Carros de luxo e prataria esquecidos no meio da bagunça davam o tom do desespero e nervosismo que e instalaram em Lisboa. O povo comum seguia “[...] vagando tumultuadamente pelas praças e ruas, sem acreditar o mesmo, que via, desafogava em lágrima, e imprecauções a opressão dolorosa [...]” (LIMA, 1908, p. 54).

Apesar de o embarque da família real ter sido realizada no dia 27 de novembro e o anúncio público da partida no dia 28, as naus só zarparam no dia 29 por conta das condições do tempo, tendo nesse mesmo dia as tropas de Junot adentrado Lisboa. “O dia 29 amanheceu claro e a esquadra saiu do Tejo, alcançando o mar” (SCHWARCZ; AZEVEDO; COSTA, 2008, p. 222), e segundo Lima (1908, p. 54) “A 29 singrava a esquadra para o Brasil, assistindo à partida [...], a força francesa que no mesmo dia ocupara a capital [...]”. No mesmo dia que a corte portuguesa seguia seu regente em direção à sua colônia na américa, Lisboa via as tropas francesas surgirem como um bando de maltrapilhos famintos e estropiados, rotos e exaustos (SCHWARCZ; AZEVEDO; COSTA. 2008, p. 227). O fato curioso é que, coincidentemente, um mês depois de assinado um tratado secreto entre França e Espanha, Dom João VI, sua família e corte estavam rumando em direção ao Brasil, escapando assim às garras de Bonaparte.

 

Um mês depois de assinado o tratado de Fountainbleau [3], embarcava Dom João Carlos de Bragança para a América o Sul, a conselho do governo britânico e escoltadas as suas naus por navios britânicos [...]. De seu lado, a Inglaterra mandava restituir as propriedades portuguesas capturadas pelos navios de guerra ou corsários ingleses nos anos de 1806 e 1807, curto espaço de tempo em que as negociações mesmo assim não estiveram interrompidas, pois nunca chegou a existir entre os dois tradicionais aliados verdadeiro estado de guerra (LIMA, 1908, p. 34).

 

 

A falta de tempo hábil para completar os preparativos era evidente. “Os navios de guerra portugueses apresentavam uma aparência desleixada, [...] andaimes ainda estavam suspensos de seus bordos e, em suma, mais pareciam destroços que navios de guerra” (LIGHT, 2008, p. 79). Além disso, as naus encontravam-se abarrotadas de gente, causando um total desconforto para seus ocupantes, como bem relatou Manoel Oliveira Lima.

 

Apesar da assistência inglesa, as incomodidades a bordo dos navios portugueses foram, como era natural, consideráveis, sobretudo para as senhoras. É suficiente referir que a bordo da Príncipe Real iam 1600 pessoas no cálculo de O’Neill. Descontando-se mesmo metade, pode-se imaginar a balburdia que reinara na nau. Muita da gente dormia no tombadilho, o que em latitudes tropicais não é um positivo desconforto, mas o pior estava em que eram poucos os víveres (LIMA, 1908, p. 57).

 

 

Mesmo com tantas adversidades, não se tem notícia de óbito ou acidentes graves ocorridos durante a viagem. Segundo Schwarcz, Azevedo e Costa (2008, p. 229) “Depois de 54 dias no mar, em 22 de janeiro de 1808, o Príncipe Real atracou em Salvador [...]. Atrás dele, e aos poucos, foram chegando os outros navios”. Ainda segundo os autores, a recepção da colônia foi dada ainda em alto-mar com Dom João recebendo de presente do governador de Pernambuco o brigue Três Corações carregado de mantimentos e frutas tropicais, abrindo-se as portas da colônia ao seu regente.

Ao chegar ao Rio de Janeiro, Dom João VI pode observar o carinho que seus súditos americanos nutriam por ele. “O desembarque da família real portuguesa no Rio de Janeiro, aos 8 de março de 1808, foi mais do que uma cerimônia oficial: foi uma festa popular” (LIMA, 1908, p. 57), com a gente simples da capital da colônia saudando a família real com imensa efusão. A chegada triunfal do regente em terras tropicais em nada se assemelhava ao caos da partida de Lisboa, mas se traduziria na forma afetiva e respeitosa que se faria a partir dali entre Dom João VI e o povo do Brasil.

 

Considerações finais

Não é segredo que a partida da família real portuguesa esteve atrelada à grave situação política que vivia a Europa em fins do século XVIII e início do século XIX, com Portugal sofrendo assédio da França e Inglaterra, tendo estas duas nações disputado a hegemonia e liderança política europeia, forçando o governo português a tomar uma posição neutra e dúbia enquanto pode com o objetivo de resistir a tão grandes forças beligerantes. “Um bom jogo de xadrez. Aí está a metáfora ideal para pensar o panorama europeu em finais do século XVIII” (SCHWARCZ; AZEVEDO; COSTA, 2008, p. 191). A partida em direção ao Brasil é vista por alguns autores como covarde e por outros como inteligente.

 

Os primeiros críticos, talvez por estarem próximos demais dos acontecimentos, interpretaram-nos de forma negativa; não enxergaram a grandeza e a coragem da decisão tomada por d. João, comprovada pelos eventos subsequentes ( LIGHT, 2008, p. 10).

 

Entretanto, talvez o fato mais importante do desenrolar desse acontecimento tenha sido o desenvolvimento que foi permitido ao nosso país. “Para o Brasil, o resultado da mudança da corte ia ser, em qualquer sentido, uma transformação” (LIMA, 1908, p. 57). Corrobora com essa ideia outros autores, pois “A presença da monarquia no Brasil acelerou o desenvolvimento do país, com a abertura dos portos em 1808, e, uma vez criado o Reino Unido de Portugal e Brasil em 1815, tornou inevitável a independência” (LIGHT, 2008, p. 11). Além disso, com essa decisão Dom João escapou da tirania de Napoleão Bonaparte, salvaguardou seu trono, suas colônias e manteve a dinastia dos Bragança à frente de Portugal e do Brasil. Alguns diriam, uma jogada de mestre.

 

Referências bibliográficas

LIGHT, Kenneth. A viagem marítma da família real para o Brasil. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.

LIMA, Manoel Oliveira. Dom João VI no Brasil. Rio de Janeiro: Jornal do Commercio, 1908.

SCHWARCZ, Lilia Moritz; AZEVEDO, Paulo César; COSTA, Angela Marques. A longa viagem da biblioteca dos reis. Rio de Janeiro: Companhia das Letras, 2008.

 

[1] Também denominada Guerra dos Pirineus, foi uma campanha militar em que Portugal participou ao lado da Espanha e Reino Unido contra a França revolucionária. O príncipe regente D. João de Portugal enviou uma divisão reforçada composta de 5400 homens sob o comando do oficial britânico John Forbes. A causa imediata da guerra foi a execução de Luís XVI e Maria Antonieta pelos revolucionários franceses.

[2] O Império Romano do Ocidente constituía a metade ocidental do Império Romano após a sua divisão por Diocleciano em 286.

[3]Tratado de Fontainebleau foi um diploma assinado em secreto por França e Espanha, em 27 de outubro de 1807, cujos termos estabelecia-se a divisão de Portugal conquistado e suas dependências por ambos os signatários.