Hoje acordei no meio da noite,

E estava chovendo,

A chuva vinha de acoite,

Ela entrou pelas grades, pela janela,

E molhou meu rosto, meus cabelos.

Lembrei-me de você,

Minha linda, minha bela

De como ficamos felizes

Quando nos conhecemos,

E como saíamos na chuva,

A pular nas poças,

A nos beijar em baixo das cachoeiras,

Cachoeiras criadas pela chuva,

De como era gostoso,

Mesmo sendo proibido,

Uma lady, uma poça,

Com este pobre, mas nobre mendigo.

Que ficou órfão do amor,

E ao sabe o por que,

E ate hoje sente esta dor.

Fui condenado,

E só cometi um pecado,

E pagando por este crime

Fui condenado, a prisão perpetua,

Só por amar a mais bela cortesã,

Por isso perdi a liberdade,

Liberdade de contemplar a luz do dia,

A da manhã;

Pois ela era filha de um cavalheiro,

Era herdeira, tinha dinheiro,

E eu um louco poeta,

Mendigo, boêmio,

Só tenho as letras

Este amor mesmo platônico,

Mas único bem a lhe doar,

Meu motivo de vida,

O que ainda resiste em meu coração

E, a certeza de lhe amar.

Queria agora só mais um dia de vida livre,

Para embaixo da chuva

Novamente lhe abraçar,

E em meu último suspiro poderia

Em um momento de euforia,

Me entregar a você,

Desde que contemplasse seus olhos,

Tocasse sua pele,

Dormisse em seu colo,

E no último toque de nossos lábios,

Entregar minha vida ao solo

E dizer que a morte me leve