A JANELA

A janela abriu hoje?

Que entre só brisa
nunca tempestade
ou entre,mas,
mais tarde

Que venha o sol todas as manhãs
que tenha serenata
homens na calçada
trazendo a paz cantada
nas cordas do violão!

Que passe a Mariazinha
com o terço na mão
rumo a fé
volta o João já tarde
pedir o que já acabou:o café.
No vai e vem das pessoas a
janela abre e fecha
num ritmo automático,pragmático

Ali naquele beiral
fui namoradeira
fui banal
desejei o impossível
enxerguei o invisível
sofri,chorei
ninguém viu
a janela fechei

O tempo marcou o rosto,
o corpo também,mas
a ??amiga??fiel disfarçou como ninguém.
Não há o que ver e ouvir
pouco restou
as mãos trêmulas
casa vazia
a amiga barulhenta
agora já chia

Entre perdas e ganhos
Transformações e enganos
Já não há o que querer
Que um dia da janela
A vida poder viver.

E então se fecha
Para um escuro sem fim
Se verei,saberei
Ninguém saberá
Quando eu souber
Não poderei contar
A janela acabou de fechar.