RESUMO

Hodiernamente, o inglês é considerado o idioma mais falado em todo o mundo, sendo portanto, uma língua universal. Cada vez mais aumenta o número de falantes, e a necessidade de dominar esta língua passou a ser uma exigência na vida das pessoas, principalmente por ser um diferencial no mercado de trabalho. No entanto, ensinar inglês na Educação Infantil é um desafio para a escola e para os profissionais, afinal, as crianças ainda se encontram na fase de alfabetização, o que implica em abordagens diferenciadas e alinhadas à forma de aprender de cada aluno.

INTRODUÇÃO

O ensino bilíngue vem crescendo cada vez mais no Brasil. Neste modo educacional, busca-se desenvolver habilidades e competências linguísticas e acadêmicas em sua língua nativa e em outro idioma, o qual deve ser escolhido pela escola. Nos dias atuais, há a demanda e preferência dos pais pela educação bilíngue, buscando investir em uma formação de excelência para os filhos, pois o mercado de trabalho se encontra altamente competitivo devido à curva crescente em ramos comerciais que utilizam outras línguas além da materna, o que torna indispensável o aprendizado de um segundo idioma, como o inglês.

Segundo especialistas, é informado que o ideal é que o bilinguismo seja inserido na vida da criança logo no início da alfabetização, sendo esta modalidade benéfica para o desenvolvimento dos discentes. Desse modo, em ambiente institucional é regular encontrar atividades sendo realizadas em diferentes idiomas, além de alunos conversando e interagindo em línguas diferentes.

1. A importância da língua inglesa no contexto escolar

A educação formal, desenvolvida nas escolas, é um dos pilares para o desenvolvimento pleno de todo e qualquer indivíduo dentro da sociedade. A instituição de ensino, principal responsável por ofertar o processo de ensino-aprendizagem, possui papel de transmitir conteúdos, além de auxiliar no desenvolvimento social do estudante. Nesse sentido, o profissional educador deve ir além do que a disciplina impõe,, adequando seus planejamentos e metodologias às necessidades individuais de cada aluno.

Atualmente, uma disciplina que exige uma reflexão sobre a importância de suas propriedades educacionais tanto em relação a sua carga horária quanto em relação à apropriação cultural, de modo a proporcionar uma ampla visão de mundo, tanto na rede pública quanto privada, é a língua inglesa, visto que não se trata apenas de uma disciplina comum curricular, mas também, de uma língua considerada universal e uma das mais faladas no planeta, o que suscita dizer que falar inglês é adquirir um meio de comunicação comum a todos.

1.1. A introdução da língua inglesa no Brasil

No ano de 1809, por meio do decreto de João VI, rei do Reino Unido de Portugal, o idioma inglês passou a ser considerado um componente curricular obrigatório, ao mesmo tempo em que se exigia o ensino da língua francesa no Brasil. Todavia, o inglês ocupava o segundo plano, vez que devido às relações estabelecidas com a Inglaterra e a França, o idioma francês se tornava mais importante.

A partir da instalação das companhias inglesas no Brasil, houve a necessidade de profissionais que pudessem ensinar o idioma aos indivíduos para que estes pudessem se comunicar entre si, e assim iniciou-se o processo de ensino e aprendizagem da língua inglesa no país.

Já no ano de 1961, e posteriormente em 1971, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional retirou o ensino do idioma inglês do currículo escolar obrigatório, tornando assim facultativo o ensino da mesma. Contudo, em 1996, a mesma legislação publicou um novo documento em que implementou a obrigação de ensino de uma língua estrangeira no Ensino Fundamental e no Ensino Médio.

Embora muitas escolas, públicas ou privadas, optem pela língua espanhol, ou ainda trabalhe com dois ou mais idiomas, a maioria, em geral, trabalha com a língua inglesa, especialmente por ser universal.

No contexto atual, a LDB através da Lei nº 13.415/2017, exigiu o ensino do inglês desde o 6º ano do ensino fundamental até o ensino médio em todas as escolas. Entretanto, isso vai depender da disponibilidade de oferta, locais e horários definidos pelos sistemas de ensino, o que induz em mais um desafio a ser resolvido.

2. Quais são os seus benefícios?

A globalização também transformou a comunicação em diversas maneiras diferentes, por estas consequências o ensino bilíngue se tornou tão importante. No mundo contemporâneo, o domínio de uma segunda língua tornou-se essencial, abrindo portas para o desenvolvimento pessoal, cultural e profissional.

Tendo em vista o benefício que a fluência em outro idioma traz, o melhor a se fazer é iniciar os estudos ainda na infância, uma vez que o aprendizado nessa fase se torna mais fácil e o contato com o idioma desde cedo também aumenta as chances de conquistar a fluência da língua.

A infância se caracteriza como a fase mais propícia para o desenvolvimento da aprendizagem, pois a curiosidade inata a toda criança é uma importante aliada na aquisição de novos conhecimentos, por isso a importância de se introduzir o ensino de uma nova língua ainda na infância.

As crianças possuem muito mais facilidade em adquirir conhecimento sobre um novo idioma, principalmente quando isso acontece por intermédio de atividades lúdicas e recreativas. Nota-se que as crianças que iniciam na infância o seu estudo desse idioma, tendem a ter interesse em aprender sobre ele e a desenvolver a capacidade e facilidade de lidar com situações que fazem uso de palavras ou expressões estrangeiras, tanto dentro quanto fora do ambiente escolar. Por isso, aprender uma segunda língua traz muitos benefícios ao cérebro das crianças, entre eles o aumento da cognição, da concentração e da autoconfiança. Quanto mais natural for o ensino de um idioma, mais fácil ele se dá. Isso ocorre pela experiência que se assemelha ao que acontece quando aprendemos o nosso idioma nativo.

Dessa forma, o estímulo a outra língua não pode e nem deve ser visto como ameaça ao desenvolvimento de crianças e adolescentes, mas sim como um diferencial na vida dos menores.

2.1 Benefícios computados aos alunos

Além dos benefícios anteriormente mencionados, os alunos, mediante a inserção da língua inglesa no âmbito escolar, aprimoram suas habilidades de compreensão, interpretação e lógica. Ou seja, expandem sua visão de mundo, antecipam a consciência metalinguística e desenvolvem o seu pensamento cognitivo.

Ainda, os alunos, com o idioma inglês sendo escolhido como segunda língua, possuem a oportunidade de compreender as coisas, pessoas, lugares, etc que estão ao seu redor de uma forma mais abrangente. Sendo que, este fator não os limita somente ao ambiente acadêmico, bem como está relacionado com todas as outras áreas da vida.

Nas universidades, por exemplo, conforme o curso de sua escolha, é muito comum se ter livros e textos em outros idiomas, principalmente em inglês, o que não virá a ser um empecilho para esses alunos que dominam esta língua.

Já na carreira profissional, a fluência em um idioma estrangeiro é um grande diferencial no currículo, levando a melhores vagas, maiores salários e maiores oportunidades de ascensão profissional.

2.2 E para os professores

Aos profissionais educadores cabe desempenhar um papel fundamental na sala de aula, não apenas aumentando a compreensão pedagógica, mas expandindo a visão de mundo dos alunos.

Além disso, ao se formarem professores de escolas bilíngues, os profissionais serão treinados sobre as tendências educacionais. Tendo em vista que, tal qualificação o preparará plenamente para as exigências do mercado de trabalho atual.

Dessa forma, alia-se a isso o papel do professor na aprendizagem e ensino da Língua Inglesa. Muitas vezes, quando um professor foca apenas na gramática sem explorar a variedade de conteúdos disponíveis para o aprendizado, suas próprias aulas tornam-se monótonas, o que torna o aprendizado de outro idioma desinteressante, por isso o professor tem que perceber as razões contextuais, as quais vão exigir um conhecimento mínimo do inglês, já que atualmente o inglês está muito além do escopo dos "business", é um elemento transcultural que vem ganhando força no Brasil.

3. Quais são as dificuldades?

Mesmo em meio a uma era globalizada como a em que vivemos, os índices de brasileiros com fluência em inglês continua muito baixo, é mostrado pelos dados do Conselho Britânico que apenas 5% dos brasileiros sabem o básico da língua e menos de 1% são fluentes. A partir daí é que se encontra o primeiro entrave em ter-se um sistema de ensino bilíngue, mesmo que em redes privadas de educação, um dos principais desafios é localizar um profissional devidamente qualificado e à altura desse nível de atuação em sala de aula, isso porque estes profissionais devem ter a capacidade de ministrar diversos conteúdos diferentes, em inglês.

Além disso, é necessária a elaboração de um currículo pedagógico pela escola, pois pode haver certa dificuldade ao fazer a interação entre a língua nativa e o segundo idioma que deve ser ensinado pela instituição de ensino, e, é fundamental que haja consciência por parte da diretoria que utilizar este tipo de abordagem vai além de apenas ensinar outra língua, pois é preciso haver interdisciplinaridade.

Outrossim, muitas das vezes o processo ensino-aprendizagem nas escolas deixa a desejar, principalmente no que diz respeito a disparidade entre as redes de ensino pública e privada, nas quais há mais um agravante ao se tratar do ensino da língua inglesa na Educação Infantil, pois enquanto os da rede privada tem este contato desde o maternal, falta todo o suporte nas escolas públicas, o que limita o aluno do aprendizado de um novo vocabulário.

A aplicação da língua inglesa tardia, como exposto acima, pode acabar prejudicando a criança em sua vida futura. Assim, a inserção do inglês desde as séries iniciais é de extrema importância, entretanto tal inserção deve ser estruturada e não abrupta num momento tão delicado quanto esse, que por si só já é um desafio. Nesse sentido, o educador Paulo Freire afirma que, ninguém nasce sabendo e, aprendemos o que quisermos na prática.

4. Considerações finais

Somos todos seres em evolução, aprendendo coisas novas todos os dias, desde que as coloquemos em prática. O conhecimento em diversas áreas só trará benefícios às crianças, como a inserção de diferentes idiomas em um ambiente escolar. Portanto, dada a necessidade de incluir a educação bilíngue desde o jardim de infância, ministradas aulas em inglês, para que, no futuro, a criança seja um cidadão de destaque em suas atividades.

A representatividade da adoção desta língua no Brasil aponta para o processo de descobrimento e colonização do país, onde surgiu a necessidade de aprender esta língua como meio de negociação com mercadores estrangeiros. No entanto, o desenvolvimento da língua inglesa criou novos aspectos que a tornam imprescindível de aprender, pois além de ser a língua das relações internacionais e do mundo globalizado, ela vai além dos "negócios" e também se destina à comunicação, diversão, formalidade e a informalidade. Dessa forma, aprendê-la na infância traz muitas vantagens, pois permite, entre outras coisas, o desenvolvimento das duas línguas, com a criança dominando tanto a língua materna quanto uma segunda língua.

  1. Jane Gomes de Castro : Graduação Ciências Biológicas e Pedagogia; Especialização: Ecoturismo e Educação Ambiental
  2. Adriana Peres de Barros: Graduação  Pedagogia; Especialização em Educação Infantil e Psicopedagogia.