Jéssica Priscila Vieira Cortonezi[1]

Leidjane Nicolau Mendes[2] 

RESUMO 

O capitalismo é a causa de muitos problemas sociais da educação atual, forçando a sociedade ter um modelo de vida padrão, dentro da lógica capitalista, visando sempre a economia não o social, onde ocorre distinção de classes, na qual reflete nas escolas a relação de alunos de classes sociais diferentes. Esse sistema inoperante e opressor também ocasiona a rejeição de pessoas pelo que elas aparentam ter e não pelo ser humano.

O conceito capitalista já é transmitido para as crianças pelos próprios pais, que julgam as pessoas pelo que elas aparentam ter, uma visão de pura ironia repassando um modelo que inferioriza o individuo frente aos menos favorecidos. Nesse caso os professores devem saber como lidar com esses problemas, a importância de um bom preparo pedagógico para discutir com os estudantes.

É necessário lutar contra estes pensamentos que tornam as pessoas mais insensíveis, é imposto pequeno aos indivíduos a importância de uma sociedade mais humana, valorizando cada vez mais o ser.

 

INTRODUÇÃO

As relações sociais produzidas nos espaços escolares são aquelas onde alunos de classes diferentes não têm boas relações, o ser se confunde com o ter e as crianças por não saberem diferenciar estão relação acabam julgando os coleguinhas, sem antes conhecê-los julgando-os pelo que tem e não pelo que são gerando um conflito de classes. O pedagogo inserido em uma sala com muitos alunos acaba não percebendo este problema, passando despercebido, o que acarreta em crianças e adolescentes preconceituosos.

 Algumas crianças convivem com os pais, onde os mesmos transmitem os valores capitalistas, quando estas crianças começam a ter um contato com a sociedade, ela traz consigo valores transmitidos pelos pais, fazendo com que esta criança já vêm para o convívio em social com um bloqueio e limitações de relacionamento coletivo imposto pelos valores dos pais, apenas procuram se aproximar daqueles cuja condição social é aparentemente maior ou igual a sua.

Conforme Freire (1986), “não é a educação que modela a sociedade, mas a sociedade que modela a educação, segundo os interesses de quem detêm o poder” (Paulo Freire e Ira Shor, 1886, p 49). Isso mostra que quem dita as regras dentro da educação é a sociedade, moldando a escola

            Neste artigo serão mostradas as problemáticas ocorrentes na educação atual, onde serão contidas sugestões de resolução destes problemas, cuja melhoria é a base familiar bem estruturada, além da boa qualificação dos profissionais da educação que estão trabalhando com estes problemas diariamente e que deverão saber como agir diante dele.

RELAÇÕES SOCIAIS PRODUZIDAS NOS ESPAÇOS ESCOLARES 

Sendo uma problemática muito freqüente nas escolas, o preconceito formado pela sociedade acaba se tornando presente nelas, onde crianças, adolescentes pais e professores, valorizam o capital e se relacionam visando este, esquecendo-se que isto não é um fator determinante para um caráter de uma pessoa. As crianças que não sabem muito bem diferenciar quem é bom ou ruim acabam crescendo se espelhando nas atitudes dos adultos que se deixam levar pelo capitalismo, e acabam por se relacionar apenas com os que têm boas condições financeiras.

Segundo Freire (1986) “As escolas se transformam facilmente em espaços para a venda de conhecimento, o que corresponde à ideologia capitalista”, (Paulo Freire e Ira Shor, 1986, p 19). Portanto aqueles que têm dinheiro têm acesso a uma boa educação diferente daqueles que não tem condições, tendo que estudar nas escolas de uma qualidade inferior, isto é o que o capitalismo prega você é o que você tem, e isto influência de tal forma na educação que embutido nesta teoria esta o preconceito, pois as crianças desejam apenas ter cada vez mais.

Este fator nas crianças traz um sentimento de inferioridade, pois elas não entendem porque o coleguinha tem mais brinquedos do que ele, ou um brinquedo mais bonito, ou melhor, trazendo nelas uma tristeza e conseqüentemente um bloqueio social, e os pais os educando desta forma não percebem o mal que estão fazendo para os filhos.  

AS RELAÇÕES E A INTELECTUALIDADE

Neste mundo extremamente capitalista em que vivemos as pessoas além de querer se relacionar apenas com aqueles que têm a mesma condição financeira que eles, e aqueles que intelectualmente têm as mesmas idéias sobram um determinado assunto. Ainda existe a grande diferença de ensino nas escolas, onde os ricos têm uma ótima educação, e a ele é ensinado não apenas as letras, números ou textos, é ensinados como olhar o mundo com um olhar critico, para que assim eles possam ter sucesso quando for a eles necessário, desde crianças tem um incentivo de observação do mundo por inteiro.

Já a criança que não tem oportunidades de ter uma educação em uma escola que lhes incentivem a terem um olhar critico e ter uma leitura de mundo, eles acabam por não se interessar por estes assuntos que não são muito atraentes, e fica por isto mesmo, se tornando adultos leigos em vários assuntos importantes e relacionados ao mundo, que atualmente é muito importante estar atento aos acontecimentos.

 Quando ocorre um encontro com estas pessoas de diferentes níveis de formações estas não conseguem se entender, pois os assuntos não se relacionam e acabam por não se interessarem um pelo outro, gerando um preconceito formado por falta de interações intelectuais. Conforme Gramsci (1990):

 “A noção de alfabetização precisava alicerçar-se num projeto ético e político que dignificasse e ampliasse as possibilidades de vida que permitisse as pessoas participassem da compreensão e da transformação de sua sociedade. ”(Gramsci, 1990. p 2).           

Ele enfatiza que quando se percebe que um aluno tem dificuldade de produzir ou dizer qual era a sua verdadeira opinião sobre determinado assunto, ou seja ele não consegue desenvolver suas vontades, podemos dizer que este é um aluno analfabeto, não de letras pois este sabe ler, mas um analfabeto de opiniões pois este não consegue ler o mundo e seus problemas de forma intelectual. Isto é algo que deve se observado no aspecto de relacionamentos, quando, por exemplo, uma pessoa intelectual se depara com outra que tem estas determinadas faltas, elas entre si não conseguiram ter um bom relacionamento, pois estas são de realidades diferentes, as quais não terão mesmo assuntos, fazendo com que assim se crie certo preconceito, entre eles, e bloqueie este relacionamento.

Segundo Marilena Chauí:

 “Elite significaria precisamente elitismo e segregação, mas, ao mesmo tempo, afirmação de um padrão cultural único e tido como o melhor para todos os membros da sociedade”. (Chauí 2000 p, 40).

Para a sociedade capitalista o mundo impõe a todos os cidadãos uma forma de vida que parece justa para todos, mas na realidade não é bem desta forma, pois nem todos os cidadãos têm a mesma classe e condições sociais para nivelar um padrão para a sociedade. Este padrão já imposto é que influencia na educação com grande poder alienante, que acaba causando certo bloqueio de relacionamento. 

Este bloqueio de relacionamento, e o preconceito são facilmente percebidos pelas pessoas que estarão ao seu redor, fazendo com que assim se torne maior o preconceito entre a sociedade envolvida neste ambiente. Por isto fala-se em qualificação destas pessoas que permanecerão nos  mesmos ambientes por tempo prolongado, para que assim possam ter um melhor relacionamento e evitar que o preconceito prevalecia nestes ambientes.

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