A INDISCIPLINA NA ESCOLA

Por Lidiane Muniz Furtado | 07/12/2018 | Educação

RESUMO

O presente artigo refere-se à questão da indisciplina no âmbito escolar, sob um enfoque pedagógico e histórico. Leva em conta, os atores envolvidos no processo e o que de fato pode ou não ser configurado como ato genuíno de indisciplina  a partir do que preconiza a literatura referente ao tema e das questões práticas do cotidiano escolar. Compreendendo que esta não é uma problemática exclusiva das instituições escolares, objetiva-se construir uma nova forma de conceituar o termo, enfatizando o caráter dinâmico das relações sociais, as interferências e influências externas, bem como os condicionantes biológicos, sociais e culturais inerentes aos indivíduos direta ou indiretamente envolvidos nos processos educativos dentro das instituições na atualidade.

Palavras-chave: Indisciplina. Educação. Escola. Educando.

INTRODUÇÃO

Etmologicamente, a palavra indisciplina tem suas raízes no latim, vem da palavra discipulus, como se expressa na citação de Garcia (2006, p.70), que destaca haver duas possibilidades de interpretação: Uma delas reside na palavra latina discípulus – composta do prefixo dis, e do verbo capere-, que, num sentido literal, pode ser interpretadacomo um indivíduo que se apropria de algo que lhe está sendo mostrado ou indicado – daí o sentido de “discípulo” como aquele que aprende. Uma outra possibilidade deriva do verbo latino disco, comumente traduzido por aprender ou tornar-se familiarizado. Esse termo se origina na raiz grega, da, que compõem palavras tais como didática. Dessa raiz extraímos o sentido de seguir ou acompanhar. Nesse sentido, o termo disciplina pode se referir a algo a ser seguido.Ainda a partir dessa raiz etmológica, vemos que a palavra disciplina guarda relações com os termos educar e docência, com os quais compartilha um sentido de transformação( GARCIA, 2006, p.70) Neste sentido, levando-se, também em consideração a ideia que nos transmite o termo “discípulo”, tida pelo seu significado e pela construção histórica do termo como alguém que segue, se orienta, ouve, obedece, crê em algo ou alguém, teremos uma interpretação que disciplina será sempre sinônimo de ordem e, consequentemente, quando lhe acompanha o prefixo in, adiciona-lhe um sentido negativo, de ausência de disciplina, de ordem e obediência. A existência da indisciplina, seja em uma visão macro ou micro, é visivelmente inegável; é algo que, indiscutivelmente está presente, seja na vida cotidiana, familiar, profissional e/ou em quaisquer tipos de relações sociais que o ser humano possa estabelecer. Isto se expressa ou se caracteriza no que, para nós, está fora das expectativas de padrão de comportamento que, acreditamos, ou por razões institucionalizadas, como no caso das normas institucionais que regulam uma empresa, um segmento ou, no caso aqui enfatizado, uma escola. Coloca-se em pauta este assunto aqui, como objeto de estudo, objetivando compreender um pouco sobre o que é, como se origina, o que gera e o que condiciona a indisciplina, especialmente nos espaços intraescolares, para desta forma, ajudar a compreender que tipo de ações e estratégias são necessárias para atenuar os fatores agravantes deste problema e rever algumas atitudes que possivelmente necessitem ser repensadas no tocante as práticas pedagógicas e administrativas no âmbito escolar. Todas as indagações e exposições que se seguirão, estão amparadas em pesquisas bibliográficas e em observações informais dos processos educacionais dentro das instituições, fundamentadas sob o pensamento de alguns teóricos que consubstanciam ideias referentes ao tema. [...]

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