CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

NÚCLEO DE PÓS GRADUAÇÃO E EXTENSÃO FAVENI

 

MARIA DAS GRAÇAS FÉLIX DE SOUZA

A INDISCIPLINA E O ESPAÇO ESCOLAR: DESAFIOS PARA A EXECUÇÃO DO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM

GUAMARÉ

2018
MARIA DAS GRAÇAS FÉLIX DE SOUZA

 

A INDISCIPLINA E O ESPAÇO ESCOLAR: DESAFIOS PARA A EXECUÇÃO DO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM

Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial à obtenção do título especialista em PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL.

Orientador: Professora DSc. Ana Paula Rodrigues.

GUAMARÉ

2018

A INDISCIPLINA E O ESPAÇO ESCOLAR: DESAFIOS PARA A EXECUÇÃO DO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM

Maria das Graças Félix de SOUZA

RESUMO

O presente trabalho apresenta causas e consequências de um tema recorrente na prática educacional; a constante presença de atos indisciplinados no ambiente escolar bem como as prováveis contribuições das sugestões para soluções de problemas gerados pela indisciplina. Apresenta ainda alguns encaminhamentos preventivos para família, escola e professor. As fontes responsáveis por essa pesquisa foram os estudiosos: Silva Parrat, Maritza Rolim e Marli Aparecida, JulioGroppa, Celso Antunes, Icami Tiba, Regis de Morais, Vasconcellos, Piaget, Rego, Aquino entre outros. Todos apresentam um objetivo comum, ajudar no bom condicionamento do processo indisciplina.

PALAVRAS-CHAVE: Indisciplina. Aprendizagem. Consequências. Limites. Educador.

 

1INTRODUÇÃO

A necessidade de compreender melhor as causas e consequências da Indisciplina no cotidiano escolar levou-me a elaboração dessa pesquisa analisando este expressão coletiva nas ações pedagógicas em sala de aula, evidenciando-se um contexto de ensino preocupante, já que apresenta fortes indícios nos processos de ensino-aprendizagem. Em sua maioria os educadores não sabem ao certo como lidar ou administrar o ato indisciplinar, por se demonstrarem muitas vezes a salvo, isolados ou personalizados, surgindo muitas dúvidas: compreender ou reprimir? Encaminhar ou ignorar? Consequentemente vem o desconforto pedagógico, diante das encruzilhadas do trabalho diário, desgastando assim os limites da convivência escolar.

Para melhores esclarecimentos dessa temática, procuramos subsídios que nos apresentem fundamentos de que a escola como um sistema aberto de rede de relações em torno do aluno. Na oportunidade, tratamos da indisciplina no cotidiano escolar, bem como, conhecer e diferenciar o conceito de disciplina, para melhor compreensão das causas, manifestações e os fatores que contribuem, quando necessário aplicar regras, métodos e limites que devem ser trabalhados desde cedo com a criança, favorecendo essa forma de aprendizagem.

Esboça também um pouco da contribuição que a psicologia pode nos favorecer como formas estruturais e funcionais no processo indisciplinar, também como a família.

Nos mostra também a necessidade de refletir um pouco mais sobre a questão (in) disciplina, a preocupante falta de maturidade pedagógica e algumas contribuições dos resultados obtidos e considerados proveitosos.

 

2 MATERIAL EMÉTODOS

Este artigo de revisão foi baseado nas teorias de Silva Parrat, Regis de Morais, Icamitiba, Celso Antunes, JulioGroppa, Aquino, Maritza Rolim, Marli Aparecida, Piaget entre outros de renome.

3 DESENVOLVIMENTO

3.1 DISCIPLINA OU INDISCIPLINA: UMA DIFICULDADE EXISTENCIAL NO CONTEXTO EDUCACIONAL 

3.1.1 A INDISCIPLINA NO COTIDIANO ESCOLAR

Os educadores têm discutido bastante a respeito desse tema polêmico – indisciplina discente – visando soluções imediatas sem pormenorizar as possíveis hipóteses necessárias. Essa situação tem levado, não apenas os professores, como os diretores, coordenadores, pais e os próprios alunos a se tornarem reféns do emaranhado de significados que dão a (in) disciplina escolar. A própria escola tem que definir o seu conceito de (in) disciplina para fins de desenvolvimento das atividades pedagógicas.

Assim, no meio educacional costuma-se compreender a (in) disciplinaquando um indivíduo ou um grupo tende a ter um comportamento inadequado, considerando-se como rebeldia ou falta de educação. (REGO, 1995, p.85). Esse pensamento é o mais frequente por parte dos educadores, que em sua maioria querem ver alunos passivos, em silêncio, sem atrapalhar suas aulas. Mas o que é disciplina? E indisciplina?

Ao termo indisciplina, define-se como procedimento, ato contrário à disciplina, originariamente a palavra esta vinculada com discípulo. Discípulo é um individuo que se entrega pelo valor que atribui a uma determinada pessoa que ele tem como modelo.

As indisciplinas são uma tendência natural de todo ser humano.  O estado, a educação e a cultura, elementos sociais que atuam com freio destes impulsos anti-sociais. É importante definirmos que no nosso entendimento existe uma multiplicidade de fatores que promovem o condicionamento disciplinar dos seres por meio da articulação dos fatores “inato” ou “biológico” com o “adquirido ou social”

Diante dessas evidências o presente texto ao investigar sobre a indisciplina parte do pressuposto de que as escolas estão mal preparadas para enfrentar a complexidade dos problemas atuais nomeadamente quanto a tensões internas. É preciso maturidade pedagógica para avaliar as ocorrências indisciplinares no cotidiano escolar. Os métodos disciplinares das nossas escolas estão ultrapassados, os espaços são inadequados, a rotina dos horários é estressante para as crianças, o tempo limitado para cada atividade, os conteúdos estagnados, provas homogêneas que podem emergir relações que ultrapassem o controle, o poder instituído torna-se uma luta travada contra a submissão. As relações sociais tornam-se rotineiras que acabam caracterizando o próprio ambiente escolar.

A indisciplina não é um problema restrito apenas ao ambiente escolar ou a um professor. O trabalho de intervenção deve ser de um projeto coletivo da escola onde todos se envolvam com o mesmo objetivo: o de atingir a disciplina necessária à aprendizagem e o convívio em grupo. O papel da escola tem sofrido grandes mudanças, anteriormente à escola preparava o aluno para exercer comandos da sociedade, hoje a escola prepara o aluno para a vida e nem sempre tem conseguido dar conta dessa demanda. Por outro lado as escolas não têm conseguido manter os alunos dentro da sala de aula estagnados, sem atração, com conteúdos ultrapassados que não despertam interesse nos alunos, sem falar que os professores estão se sentidos impotentes frente a essa situação.

Assim Aquino (1996) enfatiza que:

Os relatos dos professores testemunham que a questão disciplinar é atualmente uma das dificuldades fundamentais quanto ao trabalho escolar. Segundo eles o ensino teria como um de seus obstáculos centrais a conduta desordenada dos alunos, traduzida em termos como: bagunça tumulto, falta de limite, mau comportamento, desrespeitos às figuras de autoridade (AQUINO, 1996, p.40).

Nesse contexto percebe-se a construção do conhecimento que é um processo interpessoal e isso só ocorrem por meio da relação educando – educador fazendo uso do dialogo que é fundamental.

Os momentos vividos juntos neste convívio, os valores que foram vinculados sejam de forma implícita ou explicita, inconsciente ou conscientemente serão lembrados pelo aluno durante toda a sua vida e muitas vezes marcam profundamente a personalidade norteando o desenvolvimento anterior.

De maneira geral as escolas consideram rebeldia às transgressões às regras de convivência ou a não adequação a um modelo ideal seja em relação ao ritmo de aprendizagem que taxativamente aluno bom é aquele que aprende rápido, quando em relação ao comportamento só se escolhe os obedientes. Deve-se tomar consciência que a inquietação é inerente á idade e faz parte do processo de desenvolvimento e da busca pelo conhecimento. Aceitar as diferenças é um passo significante levando-se em conta que a adolescência e uma fase de descobrir e testar limites.

 

4- CONCLUSÃO

Ao desenvolver essapesquisa, pode-se conhecer um pouco sobre esse tema que tem causador de polêmicas, com as frequentes ocorrências indisciplinares no cotidiano escolar. Com base nas leituras feitas, sobre o tema podemos perceber que realmente, existem diferentes formas de indisciplina que promovem o não condicionamento disciplinar dos seres por meios das articulações dos fatores “inato”, “biológico” ou adquirindo socialmente.

Diante das evidencias dos textos abordados ao investigar sobre a indisciplina que parte do pressuposto de que as escolas estão mal preparadas para enfrentarem a complexidade dos problemas causados pela indisciplina. A sua frequente ocorrência na escola promove preocupação entre os pedagogos, gestores e professores.  Percebe-se que é preciso maturidade pedagógica para avaliar as ocorrências indisciplinares, pois existe uma complexidade de causas e cada uma deve ser analisada com cautela e não somente ser encarada como uma manifestação negativa, ela também pode se transformar em função criativa e renovadora das práticas instituídas. Outra razão não menos importante dessa pesquisa, refere-se ao fato de que ao invés de perseguir uma única teoria geral paraas  possíveis  soluções  dos  âmbitos  disciplinares,  os  autores  nos propuseram maneiras diversificadas de compreender a difícil tarefa educacional e o papel da escola mediante a indisciplina.

O resultado deste trabalho sem dúvida foi bastante interessante, e proveitoso, uma vez que nos foram permitido conhecer aspectos e novas estratégias sobre o temaabordado  que servirão para mudarmos a nossa prática para dentro das salas de aula e que precisamos primar por uma educação de qualidade.  Dessa forma esta pesquisa procura deixar sua contribuição para a escola de refletir sobre novas alternativas como forma de soluções diante o problema indisciplinar que permeia a educação.

                                             

5- REFERÊNCIAS

AQUINO, Júlio Groppa. (orga.). Indisciplina na escola: alternativas teóricas práticas. São Paulo: Summus, 1996.

CURY, Augusto: Pais brilhantes, Professores fascinantes. Rio de Janeiro: sextante 2007.

LA TAILLE, Y, De.  A indisciplina e sentimento de vergonha.  In. AQUINO J. R. G. (org) 1996.

ESTRELA, M.T. Relações pedagógicas, disciplina e indisciplina na aula. Porto editoraLda. 1992.

HAIDT, R.C.C. Curso de didática geral. São Paulo, Ática 2000.

LOBO, L. Os novos direitos da criança. Rio de Janeiro UNICEF, 1980, 1997.

OUTERIAL, José Ottoni.  Adolecer: Estudos sobre adolescência. Ed. Artes Médicas, Porto Alegre – RS. 1994.

PARRAT, Dayan, Silva. Como enfrentar a indisciplina na escola. São Pulo: contexto 2008.

PHILIPES, A. Dizer não: impor limites é importante para seu filho. Rio de Janeiro. Campus, 1999.

REGO, T.C.R.A. Indisciplina e processo educativo: uma análise na perspectiva Vygostskiana, 1996.

TIBA, I.  Disciplina limite na medida certa.  Novos paradigmas. São Paulo, Ed. Rev. Atual. Ampl. Integrare Ed. 2006.

VERGÉS, M. R. M.; SANA, M. A. Limites indisciplina na educação infantil. Campinas, SP. Ed. Átomo 2004.

VINHA, T.  Disciplina, Tá  combinado.  Revista doprofessor,  Nova  Escola  ed.  Abril. 2005, Editora 183.

VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Construção da disciplina consciente e interativa em sala de aula e na escola – São Paulo, livertade 1995, 2006.