A inclusão e sua importância na educação

            A questão da inclusão marca o lugar da diferença hoje no mundo do ditos “normais”, mas, ao conviver com algumas limitações humanas mais evidentes ou menos claras, percebemos que a inclusão é uma tarefa nada fácil. Isso partindo do princípio que ser diferente além de dispendioso não é nada barato para os cofres públicos, pois requer investimentos considerados “abusivos” para os mais favorecidos. Mas, quando se fala em inclusão, permanece a ideia de inclusão primeiramente na escola e manter escolas especiais parece o foco de muitos por ser mais fácil.

            É certo que, o encaminhamento de alunos para escolas especiais ou a manutenção de classes especiais deveriam constituir exceção a ser recomendada quando a educação na classe regular mostrar-se incapaz de responder às necessidades educacionais ou sociais do educando, a começar pelos investimentos quase zero. E então, a inclusão passa a ser uma prática quase sempre num reflexo de apelos, expectativas e necessidades dos educadores, não correspondendo às reais necessidades dos educandos.

            A falta de qualificação profissional e despreparo dos professores é ainda uma realidade na educação, e se isso atinge a todos, isso inclui aos literalmente excluídos, os nossos alunos especiais. A deficiência não deve ser tomada, isoladamente, como obstáculo ou impedimento que impossibilita o pleno desenvolvimento das potencialidades de uma pessoa. Infelizmente em nosso País, as escolas especiais têm se tornado um dos mecanismos preferenciais dessa sociedade seletiva, afinal nossas escolas regulares não atendem à expectativa de pessoas com necessidades especiais. E as escolas públicas menos ainda têm correspondido às características individuais e socioculturais diferenciadas de seu alunado, piorando mais e mais a situação da tentativa de inclusão, o que funciona de forma seletiva e excludente.

            A concepção da escola inclusiva aproxima-se dos eixos norteadores da Escola Plural, em cujos fundamentos reconhecem-se as diferenças humanas como normais e a aprendizagem centrada nas potencialidades do sujeito, ao invés de impor aos educandos rituais pedagógicos preestabelecidos. Contudo, deve-se atentar a analisar nossas instituições e propor mudanças a fim de atender essa demanda. Nesse sentido, todas as crianças devem aprender juntas, sempre que possível, independentemente de qualquer dificuldade ou diferença que possam ter. Mas as escolas devem responder às necessidades diversas de seus alunos, atendendo a todos sem distinção, incorporando estilos e ritmos de aprendizagem por meio de arranjos organizacionais, currículos apropriados, estratégias de ensino, recursos e parcerias com as comunidades. Assim, é possível a viabilidade da inclusão dos alunos portadores de deficiência e necessidades educacionais especiais no sistema regular de educação, mas requer o provimento de condições básicas como reformulação de programas educacionais e formação permanente dos educadores, e de principalmente de boa vontade de todos os envolvidos nesse processo, dentre outras coisas.