RESUMO 

Esta pesquisa busca por considerações acerca do ensino em escolas regulares e a inclusão de alunos com deficiência mental/intelectual, visando esclarecer alguns motivos do fracasso dessa inclusão, dos avanços em relação ao início dessa caminhada que vem ocorrendo há algumas décadas, do amparo legal quanto aos movimentos já realizados em prol do deficiente, apontando alguns documentos legais como as declarações, decretos e leis que a partir de então deram um avanço significativo em relação à inclusão e garantindo melhor qualidade de vida as pessoas com necessidades educativas especiais. Receber esses alunos na rede regular de ensino, apesar de estar assegurado em lei, ainda precisa de muitas mudanças e ações importantes vindas de órgãos superiores às escolas para que se tenha uma inclusão de sucesso. Uma das grandes dificuldades dessa inclusão talvez seja a falta de apoio de uma equipe multiprofissional que apoie esses professores no atendimento as peculiaridades de cada educando, como já vem ocorrendo nas escolas especiais, já que apresentam atrasos importantes na sua aprendizagem, necessitando de tempo e ritmos diferenciados para adquirir novos saberes. Adaptações também são necessárias garantindo assim melhor rendimento dos educandos, cabe a escola e aos professores perceber as necessidades do aluno e buscar por alternativas que o auxilie no entendimento dos conteúdos trabalhados.

Palavras-chave: Educação especial. Inclusão. Aprendizagem. Adaptações

1 INTRODUÇÃO

A presente pesquisa visa abordar aspectos relevantes acerca da inclusão de alunos com deficiência intelectual na rede regular de ensino, é uma pesquisa de abordagem qualitativa, onde serão analisadas referências bibliográficas, teorias e publicações de alguns autores que abordem esse tema tais como Almeida (2008); Mosquera (2009); Cidade e Freitas (2002) e outros que possam trazer algumas contribuições importantes acerca da inclusão de alunos, na sociedade, nos ambientes públicos, nas escolas, principalmente no ensino regular. A metodologia utilizada será baseada na obra de Melo e Urbanetz (2010), onde traz orientações relevantes acerca da elaboração de trabalhos acadêmicos, bem como das normas e formas de pesquisas científicas. Com base nessas considerações é que se buscou uma pesquisa que pudesse abranger a realidade da inclusão escolar de alunos com deficiência mental/intelectual, visando relatar acerca dessa temática, muito discutida e que tem preocupado muitos educadores, diretores, e demais profissionais diretamente envolvidos na educação desses alunos. Infelizmente, por meio das leituras, pesquisas e observação em ambientes escolares, foi possível perceber que apesar de tantos caminhos percorridos e movimentos em prol da inclusão com qualidade, a mesma ainda não acontece como deveria, há muitos enganos e erros sendo cometidos pelas escolas, famílias e sociedade de um modo geral. Talvez esta seja uma caminhada que precisa de olhares mais cautelosos e de iniciativas de órgãos maiores para que aconteça uma inclusão de sucesso. Porém cada gesto é válido e importante para que com esses erros possam pensar em novas estratégias para que as futuras ações venham atender melhor as necessidades dos educandos. 2 COMO INCLUIR DE FORMA ADEQUADA 2.1 A INCLUSÃO DENTRO DA ESCOLA Não há uma fórmula ou receita pronta que indique exatamente como incluir um aluno na escola e nas aulas, mas há algumas atitudes que são necessárias para que possa garantir o pleno desenvolvimento das potencialidades de cada aluno, independente de suas limitações. Uma atitude importante que a escola e os professores devem ter é conhecer as reais necessidades do aluno para adequá-las as atividades pedagógicas, tais como: repensar o acesso as dependências da escola, adaptação curricular, adequação de mobiliários e de materiais didáticos, conscientização coletiva junto aos funcionários da instituição que irão atuar diretamente com esses educandos entre outras atitudes. Entender a deficiência e suas especificidades também é fundamental, o aluno quando encaminhado a escola deve levar consigo um relatório contendo seu diagnóstico avaliado por um profissional da saúde e este deve ser de conhecimento de todos envolvidos no processo educacional do aluno, visando melhor entendimento e aceitação deste estudante na escola, bem como de preparar os colegas de seu convívio social acerca da inclusão do novato na escola e as características prováveis que irão conhecer e aprender a conviver de forma harmônica. Na Convenção da Guatemala, que está internalizada à Constituição Brasileira pelo Decreto nº 3.956/2001, em seu artigo 1º define o termo deficiência como [...] “uma restrição física, mental ou sensorial, de natureza permanente ou transitória, que limita a capacidade de exercer uma ou mais atividades essenciais da vida diária, causada ou agravada pelo ambiente econômico e social”. Por isso a escola deve se preocupar em estimular ao máximo o potencial dos educandos para que desenvolva suas habilidades, respeitando suas limitações e potenciais. Afinal, incluir o aluno nas atividades pedagógicas é diferente de integrálo apenas como ouvinte, incluir significa oferecer possibilidades de participação, sabendo aproveitar o potencial do aluno e incentivá-lo a exercitar o corpo e a mente na solução dos desafios propostos. O professor deve refletir sempre sua prática pedagógica, seja em qualquer área do conhecimento; pois sempre haverá uma forma de aplicar os conteúdos de maneira inovadora e que possa incluir a todos alunos do grupo, depende muito do bom senso do professor e de uma equipe pedagógica que oriente essas ações. Dessa forma a escola é o espaço onde o aluno formaliza seus conhecimentos e todas informações que ele recebe de seu convívio social são discutidas e apresentadas como forma de conhecimento e bagagem cultural vivida nos espaços escolares, que conseqüentemente levarão por toda vida. É imprescindível que deixemos de considerar as escolas apenas como espaços. Isso diminui demais as condições e o poder que aquele ambiente pode e tem de se caracterizar. A especificidade do ambiente educativo formal é tão majestosa que não podemos seguir acreditando em processos inclusivos se não resgatarmos o que vem a ser efetivamente esse ambiente, cheio de ações, de eventos emocionais e de conflitos humanos (ALMEIDA, 2008, p.22). O mesmo autor segue afirmando ainda que a “base sobre a qual se constroem os ambientes é justamente, o tempo e o espaço. É imprescindível considerá-los em sua totalidade” (ALMEIDA, 2008, p.26). O tempo determina a “profundidade ou superficialidade”, a “pertinência ou a ignorância da ação” e até mesmo a ideologia dessas ações. Para o aluno de educação especial esse tempo significa muito em sua vida; pois ele precisa ser alargado, aumentado de maneira cronológica já que suas respostas ao que está sendo aprendido não acontece no mesmo tempo que de um aluno de ensino regular, sem nenhuma dificuldade de aprendizagem. O tempo então passa ser um aliado das possibilidades de aprendizagens que esse aluno pode ter, dentro do seu ritmo, não importa quanto tempo dure, por menor que seja o aprendizado, ele estará ali e fará toda diferença para o aluno. Alunos com deficiência intelectual normalmente apresentam um atraso significativo de aprendizagem, e esse atraso é peculiar e único em cada aluno, pois deve ser considerado as suas limitações pela deficiência, o contexto familiar e social em que vive as condições básicas de saúde, moradia, vestimenta, alimentação, aspectos emocionais, psicológicos e outros tantos aspectos a serem levados em conta ao buscar entender cada aluno e suas peculiaridades próprias. [...]