A IMPORTÂNCIA DO USO DO MAPA NA LOCALIZAÇÃO PESSOAL, NO ENSINO DE GEOGRAFIA E COMO FONTE DE CONHECIMENTO PARA COMPREENDER O MUNDO EM QUE VIVEMOS.


1. INTRODUÇÃO  


Os alunos do ensino fundamental nem sempre compreendem os conceitos de espaço da mesma forma que o adulto.

Um aluno do 2º ano, por exemplo, pode não entender como o estado da Bahia se encontra ao mesmo tempo ao sul de Pernambuco e ao norte do Espírito Santo.

No ensino fundamental, esses conhecimentos devem ser desenvolvidos e aprofundados desde o 1º ano, pois são essenciais ao entendimento dos conceitos que possibilitam ao aluno realizar a análise geográfica.

A utilização de mapas é um processo de ir e vir, do concreto ao abstrato, da imagem para o significado. É um trabalho que se desenvolve da etapa de representação dos espaços em que vivemos, conhecemos e experimentamos até a interpretação de realidades não conhecidas e que exigem maior abstração.

A ação para o aluno entender a linguagem não está em pintar ou copiar contornos, mas em “fazer o mapa”. Ao acompanhar metodologicamente cada passo do processo — reduzir proporcionalmente, estabelecer um sistema de projeções para que haja coordenação de pontos de vista (descentralização espacial) —, ele se familiariza com a linguagem cartográfica.

Mesmo depois disso o aluno sentirá dificuldades em organizar um sistema de signos de forma ordenada, mas é vivenciando essas dificuldades que ele irá construir noções profundas de organização de um sistema semiótico.

Ao ter de generalizar, estabelecer uma classificação e selecionar as informações que devem ser mapeadas, o aluno será forçado a tomar consciência dessas informações — as pertinentes e as não pertinentes —, o que melhorará seu raciocínio lógico.

Por intermédio dessa ação de mapear, e não de cópias ou pinturas de mapas, dá-se um verdadeiro passo metodológico para o aprendizado de cartografia.

 

2. CARTOGRAFANDO A SUPERFÍCIE TERRESTRE.

A cartografia — a técnica e a arte de produzir mapas — é a linguagem da Geografia. Mapas físicos, políticos e temáticos revelam os aspectos visíveis da paisagem ou as fronteiras políticas, espelham projetos de desenvolvimento regional ou contribuem para organizar operações militares.

As tentativas de cartografar o espaço geográfico remontam aos povos antigos, que já registravam elementos da paisagem e fixavam pontos de referência para seus deslocamentos e expedições.

A cartografia se desenvolveu paralelamente ao comércio e à guerra, acompanhando a aventura da humanidade.

Atualmente, a produção de mapas emprega técnicas sofisticadas, baseadas nas fotografias aéreas e em imagens obtidas por satélites de sensoriamento remoto.

Os mapas e cartas geográficas correspondem a instrumentos fundamentais da linguagem e da análise geográficas. Eles têm uma função primordial: conhecimento, domínio e controle de um determinado território.

Por isso, são fontes de informações que interessam a quem tem poder político e econômico. Os termos mapa e carta são muitas vezes usados como sinônimos.

No entanto, de maneira geral, os mapas correspondem às representações mais genéricas (como um planisfério), enquanto as cartas geográficas normalmente consistem em representações de espaços mais restritos e com maior grau de detalhamento, como as constantes do guia de ruas de uma cidade.

2.1. LEITURA DE MAPAS

Todo mapa é uma representação da realidade. Porém, nenhum mapa consegue captar todos os elementos que fazem parte da realidade. Por mais precisas que sejam as representações sempre carregam algum grau de incertezas e limitações.

Ler mapas é um processo de decodificação, que envolve algumas etapas metodológicas básicas. Inicia-se a leitura pela observação do título. Temos de saber, inicialmente, qual é o espaço representado, seus limites e as informações constantes no mapa.

 Depois, é preciso interpretar a legenda ou a decodificação propriamente dita relacionar os significantes e significados espalhados no mapa. Só então será possível refletir sobre aquela distribuição e/ou organização.

Deve-se observar também a escala (gráfica ou numérica) indicada no mapa para posterior cálculo das distâncias ou das dimensões do fenômeno representado, a fim de se estabelecer comparações ou interpretações.

Ler mapas significa conhecer a linguagem cartográfica. Preparar o aluno para essa leitura deve passar por preocupações metodológicas tão sérias quanto as de se ensinar a ler e escrever, a contar e fazer cálculos matemáticos. Vai-se à escola para aprender a ler, escrever, calcular e por que não, também para ler mapas?

Os mapas, como um meio de comunicação, têm sua linguagem própria, e o seu "alfabeto" é composto de símbolos arranjados em padrões específicos. Para compreender um mapa é necessário que a informação possa ser entendida com facilidade.