O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL[1]

 

 

Vanessa Pereira de Souza

Pós-Graduada em Psicopedagogia Institucional e Clinica pelo Unasp – Centro Universitário Adventista de São Paulo

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Resumo: Como é importante trabalhar o lúdico na educação infantil, levando em consideração o compromisso político pedagógico da Escola. Esse artigo fundamenta-se em demonstrassem a importância das atividades lúdicas na educação infantil, visto que jogos e brincadeiras são, conforme os estudiosos, e experiências afetivas que se correlacionam ao ambiente e devem ser aplicadas nas crianças em fase escolar. A proposta de trabalho apresentada permite afirmar a existência de jogos e brincadeiras infantis, que se bem aplicadas, certamente ajudarão no desenvolvimento da educação psicomotora, cognitiva e consequentemente, no processo escolar. A conclusão final permitiu ressaltar os principais aspectos da pesquisa que certamente farão com que os educadores motivem-se para a realização de novos estudos sobre o tema abordado.

 

Palavras-Chaves: atividades lúdicas; alfabetização; jogos e brincadeiras; psicomotricidade; processo escolar;

 

Abstract: The playful work is very important in early childhood education, taking into account the political commitment of the school teaching. This article is based on demonstrating the importance of play activities in early childhood education. According to the scholars, fun and games are affective experiences that relate to the environment and should be implemented to children at school age. The presented work proposal allows us to affirm the existence of games and children's play, where well implemented, will certainly help in the development of cognitive and psychomotor education and consequently the school process. The final conclusion allows us to highlight main aspects of research that certainly will cause teachers motivate themselves to carry out new studies about the topic.

 

Key Words: recreational activities, literacy games and play; psychomotor; school process;

Introdução

 

O estudo objetivou incentivar, identificar, analisar e refletir sobre as principais causas da importância do Lúdico na Educação Infantil foi detectado que existe, uma grande deficiência na aprendizagem que se dá em razão de métodos aplicados de forma inadequada.

O presente artigo tem por finalidade conscientizar o educador de que os problemas referentes á Educação Infantil estão relacionados às práticas educativas (método de ensino).

Percebe-se que os educadores da atualidade precisam utilizar-se do lúdico na educação infantil, pois, ao separar o mundo adulto do infantil, e ao diferenciar o trabalho da brincadeira, a humanidade observou a importância do brincar para a criança.

Os efeitos do brincar começam a ser investigados pelos pesquisadores que consideram a ação lúdica como metacomunicação, ou seja, a possibilidade da criança compreender o pensamento e a linguagem do outro. Portanto, o brincar implica uma relação cognitiva e representa a potencialidade para interferir no desenvolvimento infantil, além de ser um instrumento para a construção do conhecimento do aluno.

A ação lúdica como metacomunicação, ou seja, a possibilidade da criança compreender o pensamento e a linguagem do outro.

Portanto, o brincar implica uma relação cognitiva e representa a potencialidade para interferir no desenvolvimento infantil, além de ser um instrumento para a construção do conhecimento do aluno.

Para Vygotsky (1987), a aprendizagem e o desenvolvimento estão estritamente relacionados, sendo que as crianças se inter-relacionam com o meio objeto e social internalizando o conhecimento advindo de um processo de construção.

O brincar permite, ainda, aprender a lidar com as emoções. Pelo brincar, a criança equilibra as tensões provenientes de seu mundo cultural, construindo sua individualidade, sua marca pessoal e sua personalidade. Mas, é Piaget que nos esclarece o brincar, implica uma dimensão evolutiva com as crianças de diferentes idades, apresentando características específicas, apresentando formas diferenciadas de brincar.

Desta forma, a escola deve facilitar a aprendizagem utilizando-se de atividades lúdicas que criem um ambiente alfabetizador para favorecer o processo de aquisição de autonomia de aprendizagem.

Para tanto, o saber escolar deve ser valorizado socialmente e a alfabetização deve ser um processo dinâmico e criativo através de jogos, brinquedos, brincadeiras e musicalidade.

Com a utilização desses recursos pedagógicos, o professor poderá utilizar-se, por exemplo, de jogos e brincadeiras em atividades de leitura ou escrita em matemática e outros conteúdos, devendo, no entanto, saber usar os recursos no momento oportuno, uma vez que as crianças desenvolvam o seu raciocínio e construam o seu conhecimento de forma descontraída.

As atividades lúdicas têm o poder sobre a criança de facilitar tanto o progresso de sua personalidade integral, como o progresso de cada uma de suas funções psicológicas, intelectuais e morais. Ao ingressar na escola, a criança sofre um considerável impacto físico-mental, pois, até então, sua vida era exclusivamente dedicada aos brinquedos e ao ambiente familiar.

Na escola, a criança permanece durante muitas horas em carteiras escolares nada adequadas, em salas pouco confortáveis, observando horários e impossibilitada de mover-se livremente. Pela necessidade de submeterem-se à disciplina escolar, muitas vezes a criança apresenta certa resistência em ir à escola. O fato não está apenas no total desagrado pelo ambiente ou pela nova forma de vida e, sim, por não encontrar canalização para as suas atividades preferidas.

O crescimento, ainda em marcha, exige maior consumo de energia e não se pode permitir que a criança permaneça, por longo tempo, trancafiada na sala de aula, calma e quieta, quando ela mais necessita de movimento.

A escola deve partir de exercícios e brincadeiras simples para incentivar a motricidade e as habilidades normais da criança em um período de adaptação para, depois, gradativamente complicá-los um pouco possibilitando um melhor aproveitamento geral.

Com as atividades lúdicas, espera-se que a criança desenvolva a coordenação motora, a atenção, o movimento ritmado, conhecimento quanto à posição do corpo, direção a seguir e outros; participando do desenvolvimento em seus aspectos biopsicológicos e sociais; desenvolva livremente a expressão corporal que favorece a criatividade, adquira hábitos de práticas recreativas para serem empregados adequadamente nas horas de lazer, adquira hábitos de boa atividade corporal, seja estimulada em suas funções orgânicas, visando ao equilíbrio da saúde dinâmica e desenvolva o espírito de iniciativa, tornando-se capaz de resolver eficazmente situações imprevistas.

Tais questões poderão ser contempladas na elaboração deste artigo, que certamente encontrará um novo caminho para reorientar suas práticas pedagógicas: como o processo lúdico influencia na aprendizagem das crianças na alfabetização?; Quais as dificuldades encontradas pelo professor diante da utilização dos jogos em cada sala de aula?; Quais os benefícios das atividades lúdicas em uma escola tradicional?

Esta pesquisa tem como objetivo geral, refletir a importância da ludicidade na prática pedagógica como facilitador do ensino, aprendizagem do aluno na alfabetização e, como objetivos específicos, identificar e analisar as necessidades existentes dentro da escola para implantar a cultura do lúdico; reconhecer as dificuldades encontradas pelo professor diante da utilização dos jogos em sala de aula e; apontar os benefícios das atividades lúdicas em uma escola tradicional.

Jogos, brinquedos brincadeiras devem fazer parte da rotina da criança e do seu mudo, trabalhar a ludicidade não significa que o educador irá deixar de aplicar os conteúdos que devem ser apresentados às crianças, pois as atividades lúdicas são importantes para o desenvolvimento dos conhecimentos, possibilitando melhor percepção da imaginação da fantasia e dos sentidos. Através de atividades lúdicas a criança passa a ter conhecimento e do outro estabelecendo relações sociais construindo conhecimentos e desenvolvendo-se integralmente.

É através do brincar que a criança explora uma variedade de novas experiências e diversas situações em diversos propósitos.

É por meio da infância que a criança busca a satisfação de seus interesses, necessidades e desejo, sendo uma forma privilegiada de inserção na realidade, dessa forma a criança revela a maneira como ordena, organizam, constrói, desorganiza e reconstrói o seu espaço.

No processo pedagógico o conteúdo pode ser ensinado por intermédio de atividades lúdicas permitindo que a criança tenha desenvolvimento global, explorando suas descobertas e conquistas através da criatividade, assim a criança pode expressa analisar, criticar e transformar a realidade.

Quando bem aplicada à educação lúdica pode contribuir para a melhoria do ensino, tanto na qualificação quanto na formação critica do educando.

 

 

A importância do lúdico na educação infantil

 

Este tema serve de estimulo, para os educadores envolvidos o processo ensino aprendizagem. E como é importante trabalhar o lúdico e suas práticas pedagógicas na educação infantil.

Assim podemos acompanhar o desenvolvimento de cada ser e sua evolução na busca pelo conhecimento.

A tendência natural expressiva e criativa da criança pode ser facilitada pelo educador por meio de atividades lúdicas, como apoio de aquisição da linguagem escrita e falada. As atividades quando orientadas pelo educador como jogos e brincadeiras, certamente contribuirão no desenvolvimento da psicomotricidade no contexto do processo escolar.

A criança necessita de estabilidade emocional para se envolver com a aprendizagem. O afeto pode ser uma maneira eficaz de chegarmos perto do sujeito, e a ludicidade, em parceria, um caminho estimulador e enriquecedor para atingirmos uma totalidade do processo aprender. (LUCKESI, 2000).

É preciso que se pense na importância do Lúdico na Educação Infantil na aplicação de jogos e brincadeiras.

A educação infantil é um segmento de escolaridade extremamente fértil em relação à construção de novos conhecimentos, sejam eles sociais, morais, afetivo ou cognitivo.

Pensando no brincar como atividade colaboradora para o desenvolvimento das potencialidades infantis, o lúdico faz parte da vivência da criança em todo o seu processo de crescimento e aprendizado, deve ser explorado em qualquer situação inclusive em sala de aula.

Sabemos que a deficiência de aprendizagem também se dá em razão de métodos inadequados de professores, até mesmo pela falta de capacitação dos mesmos, materiais lúdicos para facilitar e motivar um melhor rendimento despertando um maior interesse na criança.

Portanto, um fator primordial para utilização adequada do lúdico na Educação Infantil é o desempenho do educador, sendo esse profissional o responsável por estimular o aprendizado e desenvolver as atividades de forma prazerosa e dinâmica, assim estimulando a criança para não ser apenas um receptor de conhecimentos, mas um gerador de seus próprios conceitos, desenvolvendo o sendo crítico e exercitando sua autonomia pessoal com responsabilidade para interagir no meio em que vive.

Portanto esse assessoramento Psicopedagógico vem sugestionar a implantação de jogos, brincadeiras sempre trabalhando o lúdico. Os jogos podem exercer funções cognitivas, afetivas e sociais (acompanham o desenvolvimento da humanidade). Cada jogo contém e exercita todos os aspectos (cognitivos, afetivo e social) e, de acordo com a predominância, pode ser classificado como:

 

  • ·                    Jogos lógicos: desenvolvem o raciocínio.
  • ·                    Jogos afetivos: estimulam as emoções.
  • ·                    Jogos sociais: facilita a aquisição de conhecimentos, atitudes e destrezas próprias de um determinado meio.
  • ·                     

O desenvolvimento da criança acontece através do lúdico. Ele precisa brincar para crescer. Segundo Piaget (1990), a maneira da criança, uma criança que domina o mundo que a cerca é a criança que se esforça para agir neste mundo. Para tanto, utiliza objetos substitutos aos quais confere significados diferentes daqueles que se normalmente possuem. O brinquedo simbólico e o pensamento estão separados dos objetos e a ação surge das idéias então das coisas... (VIGOTSKY, 1991, p28.)

 “.Hoje a imagem da infância é enriquecida também, como auxílio de concepções psicológicas e pedagógicas, que reconhecem o papel do brinquedo e brincadeiras no desenvolvimento e na construção do conhecimento infantil... “ (KISHIMOTO; 1999, p.21)

O sentido da vida de uma criança é a brincadeira. Ao brincar ela reproduz situações concretas colocando-se no papel dos adultos, isso reflete na atitude de imitação, pois tenta entender o seu comportamento.

No jogo o desafio sempre existe. Há sempre um caráter novo e a novidade é fundamental para despertar o interesse e a curiosidade infantil.

Jogos e brincadeira não é apenas um passatempo para criança é um momento lúdico onde o desenvolvimento esta sendo aprimorado relacionado com um aprendizado fundamental; seu conhecimento de mundo através das suas próprias emoções. Por meio de jogos, cada criança cria uma série de indagações a respeito da vida. As mesmas que mais tarde, na fase adulta, ela voltará a descobrir e ordenar através do raciocínio.

 

No jogo o desafio sempre existe. Há sempre um caráter novo e a novidade é fundamental para despertar o interesse e a curiosidade infantil.

O jogo é considerado como uma importante atividade na educação da criança, uma vez que pode permitir o desenvolvimento afetivo, motor, cognitivo, moral e a aprendizagem de conceitos, pois jogando a criança experimenta, descobre, inventa, exercita e confere as suas habilidades.

O jogo estimula a curiosidade, a iniciativa e a autoconfiança proporcionando aprendizagem no desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da concentração da atenção sendo indispensável para a saúde física, emocional e intelectual da criança.

A criança, ao manipular o brinquedo, de acordo com a sua faixa etária e o seu desenvolvimento psicomotor vai descobrindo novas aprendizagens.

Através do brinquedo a criança descobre, experimenta, reinventa, analisa, compara, cria imaginação, desenvolve suas habilidades e estimula a linguagem e o aumento de vocabulário.

Pensar a importância do brincar nos remete às mais diversas abordagens existentes, tais como a cultural, que analisa o jogo como expressão da cultura, especificamente a infantil; a educacional que analisa a contribuição do jogo para a educação, desenvolvimento e/ou aprendizagem da criança e a psicológica que vê o jogo como uma forma de compreender melhor o funcionamento da psique, enfim, das emoções, da personalidade dos indivíduos (REVISTA CRIANÇA, 2002).

 

Sugestão para desenvolver atividades Lúdicas

 

Os jogos lógicos propõem exercício de operações cognitivas como a classificação, a seriação, a antecipação, a conservação, a compensação Cunha (1988) reafirma que o brinquedo é oportunidade de desenvolvimento e um estimulo ao brincar, facilitando e enriquecendo a brincadeira, proporciona também a motivação. O lúdico é o alimento para a alma da criança, alem de desenvolver a aprendizagem, concentração e inteligência na sua criação.

 

 

Um Olhar Psicopedagógico na concepção Vygotskyana

 

            Segundo Vygotsky (1988) brincar propicia o desenvolvimento de aspectos específicos de personalidade, a saber:

 

a) afetividade: tanto bonecas, ursinhos etc..., como brinquedos que favoreçam a dramatização de situações de vida adulta, equacionam problemas afetivos da criança;

b) motricidade: a motricidade fina e ampla se desenvolve através de brinquedos como brincadeiras, bolas, chocalhos, jogos de encaixe e de empilhar, etc;

c) inteligência: o raciocínio lógico-abstrato evolui através de jogos tipo quebra-cabeça, construção, estratégia etc;

d) sociabilidade: a criança aprende a situar-se entre as outras, a se comunicar e a interagir através de todo tipo de brinquedo;

e) criatividade: marionetes, jogos de montar, disfarces, instrumentos musicais etc.

 

Além dos aspectos citados, os brinquedos também estimulam a percepção, as capacidades sensório-motor, condutas e comportamentos socialmente significativos nas ações infantis.

Na concepção Vygotskyana, o brinquedo não condiciona a ação da criança. Ele apenas oferece um suporte determinado, mais que produzirá novos significados através da brincadeira, pois transmite um significado social e ....se o brinquedo é entendido como simbólico existe o perigo de que ele possa vir ser considerado como uma atividade semelhante a álgebra, isto é, o brinquedo como álgebra, poderia ser considerado como um sistema de signos que generalizam a realidade, sem nenhuma característica que considere específica.

Pode acreditar que o brinquedo não é uma ação simbólica no sentido próprio do termo, de forma que se torna essencial mostrar o papel da motivação no brinquedo. E essas abordagens não ajudam a compreender o papel do brinquedo no desenvolvimento posterior. (VIGOTSKY; 1994, p.123)

Segundo Kishimoto (1996) os brinquedos devem ser comprados de acordo com a idade, a capacidade e a área de interesse para criança. O  mesmo classifica os brinquedos como:

  • Brinquedos de berço: mobilis, chocalhos, bichinhos de vinil, brinquedos para olhar, ou ouvir, pegar e morder são valiosos para as estimulações sesonrial e motora da criança. A presença destes pequenos objetos no universo da criança, chamando sua atenção e despertando seus sentidos é uma contribuição importante para seu desenvolvimento.
  • Brinquedos do faz-de-conta: funcionam como elementos introdutórios e de apoio á fantasia; e facilitam o processo de simbolização e proporcionam experiências que, além de aumentarem o repertório de conhecimento da criança, favorecem a compreensão de atribuições e de papéis.

 

É através do lúdico e estimulação, que os brinquedos e as brincadeiras viram oportunidade de comunicação, assim desenvolvendo ainda mais uma abertura para o dialogo com o mundo dos adultos, a criança estabelece o seu controle interior e sua auto-estima, estabelecendo confiança consigo mesmo e com os outros.

 

Kishimoto (1999, p.21) nos diz que “hoje a imagem da infância é enriquecida também, como auxílio de concepções psicológicas e pedagógicas, que reconhecem o papel do brinquedo e brincadeiras no desenvolvimento e na construção do conhecimento infantil...”

 

Brinquedo

 

O brinquedo não condiciona a ação da criança. Ele apenas oferece um suporte determinado, que pode desenvolver novos significados através da brincadeira, pois transmite um significado social.

Vigotsky (1994, p.123) defende que se “pode acreditar que o brinquedo não é uma ação simbólica no sentido próprio do termo, de forma que se torna essencial mostrar o papel da motivação no brinquedo”. E essas abordagens não ajudam a compreender o papel do brinquedo no desenvolvimento posterior e que:

 

  • O brinquedo desenvolve a linguagem, socialização, atenção, concentração, estimula o raciocínio lógico.
  • O jogo é muito importante também para o desenvolvimento do aumento do vocabulário da criança, possibilitando a fala através das variedades de brinquedos.
  • É por meio da brincadeira que a criança desenvolve companheirismo, aprende a conviver, perdendo ou ganhando.
  • Brincar é indispensável à saúde física, emocional e intelectual da criança.
  • Brinquedos e jogos para a aprendizagem e o desenvolvimento infantil.

 

Como aplicar o Lúdico na educação infantil

 

O brincar permite, ainda, aprender a lidar com as emoções. Pelo brincar, a criança equilibra as tensões provenientes de seu mundo cultural, construindo sua individualidade, sua marca pessoal e sua personalidade. Mas, é Piaget que nos esclarece o brincar, implica uma dimensão evolutiva com as crianças de diferentes idades, apresentando características específicas, apresentando formas diferenciadas de brincar.

Desta forma, a escola deve facilitar a aprendizagem utilizando-se de atividades lúdicas para favorecer o processo de aquisição de autonomia de aprendizagem.

Para tanto, o saber escolar deve ser valorizado socialmente e a alfabetização deve ser um processo dinâmico e criativo através de jogos, brinquedos, brincadeiras e musicalidade e contos de histórias.

Com a utilização desses recursos pedagógicos, o professor poderá utilizar-se, por exemplo, de jogos e brincadeiras em atividades de leitura ou escrita em matemática e outros conteúdos, devendo, no entanto, saber usar os recursos no momento oportuno, uma vez que as crianças desenvolvam o seu raciocínio e construam o seu conhecimento de forma descontraída.

As atividades lúdicas têm o poder sobre a criança de facilitar tanto o progresso de sua personalidade integral, como o progresso de cada uma de suas funções psicológicas, intelectuais e morais. Ao ingressar na escola, a criança sofre um considerável impacto físico-mental, pois, até então, sua vida era exclusivamente dedicada aos brinquedos e ao ambiente familiar.

As educadoras podem propor a construção de objetos para as brincadeiras como jogos, livros de histórias, caixa surpresa, podendo assim desenvolver atividades com as crianças estimulando o raciocínio lógico, o imaginário a própria recreação direcionada.

A música também é muito importante nessa faixa etária, pois ao ouvir música a criança trabalhada a memorização e sua audição.

Usar o pátio para brincadeira de roda como lencinho branco, ciranda-cirandinha, atirei o pau no gato, são brincadeiras que as crianças adoram.

A utilização de todo o espaço da escola é importante quando se está trabalhando o lúdico.

Acredita-se que o jogo é essencial para a vida da criança, enfatizando o quanto elas aprendem, ou seja, aprendem brincando.

As atividades que foram propostas com brinquedos têm objetos de possibilitarem à criança na busca, do objeto desejado, como objetos que elas possam apertar fazer barulho e repetir ações várias vezes para encontrar seus objetivos. Porém muitas dessas atividades também são propostas na área Psicopedagógica.

É através de atividades e jogos direcionados que o psicopedagogo trabalha o seu diagnóstico e também a intervenção, para a realização de uma patologia que a criança pode ter como exemplo:

 

  • ·         Dislexia
  • ·         Hiperatividade
  • ·         Agressividade
  • ·         Distúrbio de Escrita
  • ·         Acalculia

 

Segundo Chamat (1996), após realizar todo o diagnóstico psicopedagógico, o psicopedagogo estará de posse do quadro “patológico” sobre o caso em estudo, bem como de um sistema de hipótese que lhe permita direcionar  o tratamento psicopedagógico.

 

A Importância do Brincar

 

Para criança o brincar é a maneira como ela conhece, experimenta, aprende, desenvolve, vivencia, expõe emoções, coloca conflitos, elabora-os ou não, interage consigo e com o mundo.

O corpo é um brinquedo para a criança. Através dele, ela descobre sons, descobre que pode rolar virar cambalhota, saltar, manusear, apertar, que pode se comunicar.

O mesmo brinquedo pode servir de fonte diferente de exploração e conhecimento. Uma bola para uma criança de dois anos pode ser fonte de interesse com relação a tamanho, cor e para uma criança de seis anos o interesse pode ser mais relacional: jogar e receber a bola do outro, fazer gol.

É importante que a criança possa brincar sozinha e em grupo, preferencialmente com crianças de idade próximas.

Desse modo, a criança tem possibilidade de ampliar sua consciência de si mesma, pois pode saber como ela é em um grupo se é mais receptivo ou mais agressivo, um que ela é líder, outro em que é liderada, dessa forma a criança lida com as diferenças e amplia seu campo de vivências, experiências, conhecimento e aprendizado.

Brincar é um espaço privilegiado que proporciona à criança, a oportunidade de viver entre o princípio do prazer e o princípio da realidade. Cabe ressaltar que a brincadeira não traz apenas prazer, também pode trazer dor ou desconforto.

Brincando a criança vai, lentamente, estabelecendo vínculos, brinca com os objetos externos e internos num processo de trocas intensas com a realidade e com a fantasia.

O brincar proporciona ao sujeito liberar o medo do novo, do desconhecido.

A criança brinca com o desconhecido para torná-lo conhecido, brinca com o medo para que possa dominá-lo.

Brincar é uma ação que ocorre no campo da imaginação, dessa maneira a criança está fazendo uso de uma linguagem simbólica, o que se faz retirando da realidade coisas para serem significadas em outro espaço.

É importante lembrarmos que quando a criança tem em mãos uma peça de sucata e imagina que é um caminhão, ela está estabelecendo uma relação de imaginação e criação: está recriando a realidade.

É na exploração do mundo, do meio ambiente, na manipulação dos objetos, nas trocas com seus pares que a criança vai aprendendo, vai buscando para si o conhecimento.

O brincar permite que a criança desenvolva raciocínio lógico descobrindo em um brinquedo várias maneiras de jogar.

 

Metodologia

 

Esta pesquisa está classificada nos critérios de pesquisa bibliográfica para o embasamento teórico.

Partindo da pesquisa realizada, os dados foram analisados a partir de leitura crítica e redação dialógica a partir dos autores apresentados.

 

 

Considerações finais

 

A aprendizagem e o desenvolvimento estão estritamente relacionados, sendo que as crianças se inter-relacionam com o meio objeto e social internalizando o conhecimento advindo de um processo de construção.

O brincar permite, ainda, aprender a lidar com as emoções. Pelo brincar, a criança equilibra as tensões provenientes de seu mundo cultural, construindo sua individualidade, sua marca pessoal e sua personalidade.

Mas, é Piaget que nos esclarece o brincar, implica uma dimensão evolutiva com as crianças de diferentes idades, apresentando características específicas, apresentando formas diferenciadas de brincar.

Desta forma, a escola deve facilitar a aprendizagem utilizando-se de atividades lúdicas para favorecer o processo de aquisição e autonomia de aprendizagem.

Para tanto, o saber escolar deve ser valorizado socialmente e a alfabetização deve ser um processo dinâmico e criativo através de jogos, brinquedos, brincadeiras e Musicalização.

Com a utilização desses recursos pedagógicos, o professor poderá utilizar-se, por exemplo, de jogos e brincadeiras em atividades de propostas.

A criança desenvolve o raciocínio e constrói o seu conhecimento de forma descontraída.

As atividades lúdicas têm o poder sobre a criança de facilitar tanto o progresso de sua personalidade integral, como o progresso de cada uma de suas funções psicológicas, intelectuais e morais.

Ao ingressar na escola, a criança sofre um considerável impacto físico-mental, pois, até então, sua vida era exclusivamente dedicada aos brinquedos e ao ambiente familiar.

Na escola, a criança permanece durante muitas horas em carteiras escolares nada adequadas, em salas pouco confortáveis, observando horários e impossibilitada de mover-se livremente.

Pela necessidade de submeterem-se à disciplina escolar, muitas vezes a criança apresenta certa resistência em ir à escola. O fato não está apenas no total desagrado pelo ambiente ou pela nova forma de vida e, sim, por não encontrar canalização para as suas atividades preferidas.

O crescimento, ainda em marcha, exige maior consumo de energia e não se pode permitir que a criança permaneça, por longo tempo, trancafiada na sala de aula, calma e quieta, quando ela mais necessita de movimento.

A escola deve partir de exercícios e brincadeiras simples para incentivar a motricidade e as habilidades normais da criança em um período de adaptação.

Com as atividades lúdicas, espera-se que a criança desenvolva a coordenação motora, a atenção, o movimento ritmado, conhecimento quanto à posição do corpo, direção e sentidos.

O psicopedagogo também se faz necessário em sua atuação como profissional da área: pedagógico e psicológica. Tendo como objetivo detectar a problemática dentro do contexto causa/sintoma e atuar sobre eles.

As rupturas no vínculo familiar causam alguns bloqueios e rupturas no vínculo com “conhecimento”. Por esse motivo, tem-se a afirmação piagetiana de que afetivo e cognitivo permanecem lado a lado.

O psicopedagogo deve preparar jogos e atividades lúdicas que levem as interpretações operatórias, diferenciando da interpretação psicológica, que não é o seu campo de atuação.

É importante lembrar que se trata de um trabalho em conjunto e que o tratamento é direcionado para o sujeito e para o ambiente a ser modificado.

Eliminam-se as “fantasia de cura” dos genitores e inicia-se a explanação de como é a intervenção psicopedagógica e o papel do lúdico, daí a necessidade de trabalhar com jogos, teatros, histórias e outros instrumentos.

 

Referencias bibliográficas

 

BENJAMIN, W. Refexões: a criança o brinquedo a educação. São Paulo: editora 34, ano 2002.

 

CHAMAT, L. S. J. Técnicas psicopedagogógica. São Paulo: Vetor, 2008.

 

CUNHA, N.H.M . Brinquedoteca: um mergulho no brincar. São Paulo: Maltese, 1994.

 

KISHIMOTO, T.M. Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. São Paulo: Cortez, 1996.

KISHIMOTO, T. M. O jogo e a educação infantil. São Paulo: Cortez 1999.

LUCKESI, Cipriano Carlos (org.) Ludopedagogia - Ensaios 1: Educação e Ludicidade. Salvador: Gepel, 2000.

OLIVEIRA, S.P. O que é brinquedo. São Paulo: Brasiliense, 1990.

 

PIAGET, J. A representação do mundo da criança. Rio de Janeiro: Record, 1990.

REVISTA CRIAÇA. Jogos e Brincadeiras na Escola. 2002.

VYGOTSKY, L. S. A formação da mente. São Paulo: Martins Fontes 1991.

 

VYGOTSKY, L. S. Pensamento e Linguagem. SP, Martins Fontes 1987.

 

VYGOTSKY, L. S. Linguagem desenvolvimento e aprendizagem. SP, Martins 1988.

VYGOTSKY, L. S. (1994). A formação social da mente. 1. ed., São Paulo, Martins Fontes.

 

 

 

 

 



[1] Artigo redigido para Conclusão de Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Psicopedagogia – Centro Universitário Adventista de São Paulo- Campus 1, na cidade de São Paulo, 2011, sob a orientação da Profa. Dra. Marinalva Imaculada Cuzin.