A importancia do lúdico na educação infantil:  Tempo de Criança: Criança que brinca aprende feliz

 

 

                                                                                                             Bianca Maria Crisostomo Leite Pereira

                                                                                                             Leonice Silva Ferreira 

                                                                                                             Nayhany Martins Salles

 

 

A ludicidade por ser uma ferramenta pedagógica possibilita a produção de conhecimento e apresentar uma aprendizagem prazerosa e significativa, além de proporcionar a criança a desenvolver a sua cognição e outros aspectos, dentre eles: a memória, o raciocínio e a afetividade, facilitando a construção da autonomia e da criatividade.

Com o objetivo de discutir a importância do brincar no processo de ensino-aprendizagem das crianças, acreditando que brincadeiras podem contribuir de forma significativa nesse processo, ajudando de forma lúdica a criança aprender com mais facilidade.

O brincar tem função muito importante na vida das crianças, e quando aliada ao ensino formal pode auxiliar no desenvolvimento, no processo de interação com as pessoas e favorecer o aprendizado. Um exemplo desse recurso é brincadeira amarelinha no qual a criança pode, aprender a identificar os números e a contar.

Brincar é uma das atividades primordiais para a formação das crianças. É por meio das brincadeiras que elas aprendem a se expressar e compreender o mundo. Além disso, é uma das formas que permite que as crianças expressem seus sentimentos, dentre eles: frustrações, habilidades e dificuldades.

De acordo com Kishimoto (1996 p. 26), a ludicidade pode contemplar diversas formas de aprendizagem tanto no contexto físico, como cognitivo e emocional:

É de grande valor social, oferecendo inúmeras possibilidades educacionais, pois favorece o desenvolvimento corporal, estimula a vida psíquica e a inteligência, contribui para a adaptação ao grupo, preparando a criança para viver em sociedade, participando e questionando os pressupostos das relações sociais tais como estão postos (KISHIMOTO, 1996 p. 26).

A educação infantil além do valor social também deve contribuir para a preparação da vivência em sociedade, ou seja, para as interações sociais, permitindo as crianças aprendizagens diversificadas, para que possam desenvolver uma identidade própria. Para isso, é imprescindível o oferecimento a elas de experiências reais, sejam elas voltadas às brincadeiras ou às aprendizagens orientadas.

Além disso, é importante ressaltar que atividades lúdicas na educação Infantil colaboram para que as crianças aprendam a respeitar regras e favorece a construção do conhecimento e criatividade, com ânimo para novas ideias de brincadeiras e interatividade. Dentre os benefícios da utilização da ludicidade no processo de ensino-aprendizagem, podemos mencionar a melhora da atenção e da concentração e, consequentemente, na aquisição do conhecimento (LUCKESI, 2014).

O brincar favorece uma aprendizagem significativa e prazerosa. Porém, quando os profissionais da educação não estão conscientes da importância do lúdico para o desenvolvimento das crianças, : tal recurso pode ser limitado a um mero passatempo. Todavia, é necessário que todos os profissionais da educação básica compreendam que a brincadeira pode contribuir de forma positiva no processo de ensino-aprendizagem.

Educação Infantil e as Brincadeiras

A brincadeira na Educação Infantil é imprescindível, o brincar  auxilia no desenvolvimento, ajuda no processo de interação social e a aprender com mais facilidade  (FORTUNA, 2007). Devemos reconhecer a educação infantil como um espaço que contribui para a construção da identidade da criança, colocando-a no centro do processo de aprendizagem e conhecendo sua maneira de ser e estar no mundo.

Cunha (2010, p. 21), refere-se às “habilidades em incentivar a curiosidade dos alunos, de envolvimento com a proposta de ensino e com as atividades delas decorrentes, bem como ao conhecimento das condições de aprendizagem e das possibilidades que articulam conhecimento e prática social”. Através das atividades lúdicas o professor possibilita o aluno a despertar sua curiosidade, incentivando a criança a descobrir novas habilidades que possam  contribuir para o processo de ensino-aprendizagem.

A interação  possibilita um avanço na organização do pensamento do indivíduo. Conforme Oliveira (2012, p. 22), a interação entre professor e aluno é essencial, uma vez que:

Durante a interação começa o desenvolvimento da  linguagem que tem um papel fundamental realça a ideia do professor sendo o mediador do conhecimento. O professor não é aquele que detém o conhecimento, mas, ele é o condutor, o mediador entre esse conhecimento e a criança. Para que essa mediação aconteça de forma satisfatória faz-se necessário encontrar maneiras de transmitir o conhecimento de forma significativa para que a criança consiga assimilar, consiga relacionar com a sua realidade esse conhecimento. É necessário trabalhar com a criança por meio da ludicidade, pois a criança conseguirá aprender de forma satisfatória aquele conteúdo que seria visto como desnecessário e maçante apenas na aula expositiva (OLIVEIRA, 2012, p. 22).

A construção do conhecimento acontece por meio do professor mediador e sua relação com o aluno. A utilização de atividades lúdicas no ambiente escolar pode trazer muitas vantagens para o processo de ensino-aprendizagem. A ludicidade pode ajudar a criança a construir o conhecimento, auxiliando na expressão de diferentes sentimentos, harmonizando a convivência com seus pares, familiares e sociedade, desenvolvendo sua visão do mundo através  de suas descobertas.

Nos primeiros anos da educação escolar, a aprendizagem por meio do lúdico permite que o estudante se aproprie de conhecimentos por intermédio de um processo que se distancia dos padrões tradicionais ocorrendo, assim, de modo significativo ao permitir que o estudante se depare com situações que exijam investigação, empenho, reflexão, levando-o a construir e desenvolver conceitos e procedimentos escolares (MACHADO, 2011). As  vivências e as experiências das crianças têm que ser levadas em conta para o trabalho pedagógico, em geral.

A Educação infantil tem um papel muito importante na fase inicial de escolarização da criança, pois é a base do conhecimento que contribuirá para o desempenho escolar nas próximas etapas da vida estudantil.

Considera-se que o professor da Educação Infantil desempenha melhor seu papel quando este é capaz de promover atividades que consigam conciliar a ludicidade e o processo de ensino-aprendizagem, de modo que garanta mediação de conhecimentos de forma completa (MACHADO, 2011).

Kamii (2000)  reconhece a importância do professor utilizar atividades lúdicas como um instrumento que auxilia na construção do conhecimento, visto que as atividades lúdicas motivam as crianças, fazendo interagir entre si e com o professor, além de incentivar a cumprir regras, ajuda a estimular o raciocínio dedutivo e criativo, possibilitando o desenvolvimento de sua autoconfiança e da autonomia.

Segundo Oliveira (2012) pensando na importância da utilização do lúdico, afirma que “o professor pode trabalhar por meio de uma aula lúdica, utilizando a imaginação, a criatividade, em que cada criança pode se expor de maneira particular, em que as características do brincar estão presentes” (OLIVEIRA, 2012, p. 10). Tais recursos proporcionam para as crianças uma interação social, deixando-as livres para usar a imaginação e sua criatividade, isso consequentemente, contribui para que a criança tenha certa autonomia no processo de ensino-aprendizagem, sendo mais criativa e feliz. Além disso, desenvolve capacidades como a atenção, fazendo com que a imaginação da criança facilite sua inserção no mundo social.

 

Referências

 

ANTUNES, Celso. As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos. 17. ed. Campinas-SP: Papirus, 2013.

 

BRASIL. Lei de diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei no 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996.

 

COELHO,  M. T. Problemas de  aprendizagem. 12. ed. São Paulo: Ática, 2002.

 

CUNHA, N, H. S. Brinquedoteca: um mergulho no brincar. 4. Ed. São Paulo: Aquariana, 2010.

 

CUNHA, M. I. A docência como ação complexa. In: CUNHA, M. I. (org.). Trajetórias e lugares de formação da docência universitária: da perspectiva individual ao espaço institucional. Araraquara, SP: Junqueira & Marin; Brasília, DF: CAPES; CNPq, 2010.

 

FORTUNA, Tânia Ramos. O brincar na educação infantil. Revista Pátio – Educação Infantil. Ano I - Nº 03, Dez. 2003 – Mar. 2007.

 

GRESSLER, L. A. Introdução  à  Pesquisa: Projetos e Relatórios. São Paulo: Loyola, 2004. (Página 113 a 118).

 

GODOY, A. S. Pesquisa Qualitativa: tipos fundamentais. In: Revista e Administração e Empresas, v. 35, n. 3, p. 20-29. São Paulo, 1995.

 

KAMII, C. A criança e o número: implicações educacionais da teoria de piaget para atuação junto a escolaridade de 4 a 6 anos. 27 ed. Campinas: Papirus, 2010. 124 p.

 

 KISHIMOTO, Tizuco Morchida. Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 7 ed. São Paulo: Cortez, 1996.

 

OLIVEIRA, Vera Barros de (org). O brincar e a criança do nascimento aos seis anos. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.

 

OLIVEIRA, Marta Kohl de. Vygotsky: aprendizado e desenvolvimento um processo sócio-histórico. 4. ed. São Paulo: Scipione,1997.