A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DAS AULAS DE HISTÓRIA NO ENSINO FUNDAMENTAL

Por alessandra aparecida avelino dos santos custodio | 05/09/2022 | Educação

ALESSANDRA APARECIDA AVELINO DOS SANTOS CUSTÓDIO DA SILVA 

A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DAS AULAS DE HISTÓRIA NO ENSINO FUNDAMENTAL

Conhecer o processo histórico do Brasil é algo inerente ao cidadão brasileiro, é fator imprescindível para o entendimento dos conceitos atuais no âmbito da educação que permeiam em nosso país. A ignorância é um paradigma social que rodeia cidadãos desde o início da história humana. 

O professor de História possui os livros didáticos como aliados, onde os mesmos após escritos são avaliados pelo Ministério da Educação (MEC), podendo colaborar com provas documentais, e o estudo da História de forma verdadeira e comprovada por historiadores sérios.

O Brasil é um país rico e miscigenado, sua construção até os dias atuais deve-se a educação, e também, ao seu processo historiográfico. Para entendermos o modelo educacional, torna-se necessário compreender o processo histórico no âmbito da educação brasileira.

 Para tanto, podemos entender, que o processo histórico faz com que os indivíduos compreendam o cenário atual, através dos dados empíricos, inclusive, nesse contexto, onde o conhecimento erudito dar-se através do acúmulo deixado por nossa história.

Segundo Cardoso (1988), História é um termo polissêmico, ou seja, de muitos e variados significados. De acordo com essa afirmação é necessário sempre estar claro em qual sentido está sendo empregado os termos e acontecimentos e em que contexto.  

Diante da afirmação acima, podemos assimilar que o processo histórico pode possuir vários significados de acordo com o momento histórico, onde ainda segundo Cardoso (1988) é importante salientar em qual contexto será discutido o tema, envolvendo período, acontecimentos e outros fatos. 

Diante do contexto, entende-se a importância e a relevância da História, principalmente no contexto educacional brasileiro, onde sabe-se que existe uma infinidade de dados historiográficos, onde todos os indivíduos possuem importância irrefutável no processo histórico e em todo o conhecimento e reconhecimento de dados e acontecimentos.

Assim, é de extrema importância e relevância: 

Considera-se ainda que, o ensino de História envolve relações e compromissos com o conhecimento histórico, de caráter científico, com reflexões que se processam no nível pedagógico e com a construção de uma identidade social pelo estudante, relacionada ás complexidades inerentes à realidade com que convive”. (PCN de História, 2000 p. 33).

Entretanto, é observado que uma grande parte da população desconhece alguns fatos relacionados a História brasileira e toda sua particpação no processo educacional brasileiro. Assim, o objetivo da pesquisa é mostrar a relevância e importância do ensino de História para os estudantes do Ensino Fundamental para seu aprendizado e formação histórica, em construção por sua identidade, por meio de uma pesquisa bibliográfica sobre o tema, a fim de elucidar e se fazer compreender por meio da disciplina através da medicação do professor e de toda a equipe escolar. 

A História de cada indivíduo é única, porém, quando juntamos diversas histórias temos a História do local, de uma sociedade, de uma determinada região, onde se forma a História geral, com valores agregados de cada um, valorizando cada conto, cada vivência e cada realidade. Nesse contexto, de acordo com Bittencour (2004):

O ensino de História deve efetivamente superar a abordagem informativa, conteudista, tradicional, desinteressante e não significativa- para professores e alunos- e [...] uma das possibilidades para esta superação é sua problematização a partir do que está próximo, do que é familiar e natural aos alunos. (BITTENCOUR, 2004, p. 121)

Assim, falar de cada indivíduo é contar sobre uma história, onde juntos contam a História, que através da mesma é possível conhecer ou relembrar o passado, agregando seu importante valor. 

Nesse contexto, resgatar a história da sociedade, bairro, de um povo é relembrar e conhecer uma história verdadeira que diante de diversos contextos se deu a formação de um local, de um povo, de costumes e hábitos. 

O processo histórico faz com que os individuos compreendam, descrevam, entendam e expliquem os acontecimentos, através dos dados empíricos, inclusive, para o conhecimento erudito, que se dá através do acúmulo deixado por nossa história e contado por historiadores. 

Um processo de seleção que se realiza atendendo-se a à relevância histórica. Assim como o historiador seleciona do oceano infinito de dados os que têm importância para o seu propósito, assim também extraída da multiplicidade das sequências de causa e efeito as historicamente significativas, e elas somente. (CARDOSO, 1988, p. 40).

Estudar e analisar os processos e períodos históricos do Brasil é de extrema importância, onde a trajetória dos povos, suas culturas, costumes e conhecimentos permitem que seja resgatado toda a identidade de um povo que contribui de forma exponencial com a história e formação do povo brasileiro, pois desde sua chegada ao Brasil contribuíram com a formação do país (SANTOS, 1987).

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Nº 9394/96, confere no âmbito educacional a especificidade de lidar com a diversidade de forma articulada em meio as manifestações culturais e ainda oferecer um currículo amplo que atenda todos os envolvidos na relação ensino e aprendizagem.

Nesse contexto, afirma-se que todos sem exceção possuem direito à educação, como também ressalta o Artigo 210, onde relata que “serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira a assegurar formação básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e regionais”, onde os conteúdos deverão abordar assuntos sobre a história, a cultura e a arte que envolve o Brasil.

Além da LDB, outro documento muito importante chamado Estatuto da Criança e do Adolescente, conhecido como ECA, sob a Lei 8.069/90, onde de acordo com o Artigo 58 há um texto defendendo a questão, onde se lê “valores culturais, artísticos e históricos próprios do contexto social da criança e do adolescente, garantindo-se a estes a liberdade de criação e o acesso às fontes de cultura”.

Logo, ambos parágrafos possuem o poder de promover e assegurar aos estudantes o direito ao ensino da história do Brasil, de modo que oportunidades lhes serão dadas através do currículo para que seja possível conhecer e compreender sua própria identidade e de seu país. 

Assim, o Brasil teve como alicerce várias participações de muitas culturas diferentes, fato que o transformou em um país com diversidades de culturas, onde de acordo com Santos (1987),

É importante considerar a diversidade cultural interna à nossa sociedade; isso é de fato essencial para compreendermos melhor o país em que vivemos. Mesmo porque essa diversidade não é só feita de ideias; ela está também relacionada com as maneiras de atuar na vida social, é um elemento que faz parte das relações sociais no país. A diversidade também se constitui de maneiras diferentes de viver, cujas razões podem ser estudadas, contribuindo dessa forma para eliminar preconceitos e perseguições de que são vítimas grupos e categorias de pessoas. (SANTOS, 1987, p. 16).

Nesse sentido, através do respaldo legal no âmbito educacional, foi possível garantir condições e metodologias necessárias dentro de sala de aula para promover o conhecimento em relação a diversidade cultural brasileira.

O Brasil compreende inúmeras culturas, sendo um país multicultural, onde diversas culturas se fundem, cuja situação obriga um trabalho diversificado dentro das salas de aulas por parte dos docentes. Um ambiente com mediação diversificada de metodologias minimiza a possibilidade de haver a exclusão e a desigualdade, ou seja, trabalhar a multiculturalidade. Assim: 

A multiculturalidade não se constitui na justaposição de culturas, muito menos no poder exacerbado de uma sobre as outras, mas na liberdade conquistada, no direito assegurado de mover-se cada cultura no respeito uma da outra, correndo risco livremente de ser diferente, sem medo de ser diferente, de ser cada um “para si”, somente como se faz possível crescerem juntas e não na experiência da tensão permanente, provocada pelo todo-poderosismo de uma sobre as demais, proibidas de ser. (FREIRE, 1992, p. 156).

Diante desse contexto, a escola possui um papel central na vida, onde proporciona novas vivências e experiências diárias aos alunos, promovendo ainda diversas oportunidades de criações, renovações e posições, principalmente em relação a desigualdade e a exclusão social, podendo se utilizar de diversas metodologias e ainda os livros didáticos que auxiliam no processo de ensino. 

De acordo com Candau (2002), o processo para a educação engloba diversos modelos e referências, partindo sempre da identidade cultural do aluno, fazendo referências de seu povo, sua ideologia seus costumes, contribuindo para um processo de ensino e aprendizagem sem preconceitos e situações de inferioridade, cuja situação a escola consegue compreender e promover. 

A Constituição Federal de 1988 compreende que, 

O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:

I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; 

II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;

III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino. (Artigo 206). (BRASIL, 1988).
 

Logo, a educação deve ser ofertada a todos, como direito, sendo inerente a raça, cor, religião, etnia, classe social e nível de conhecimento, onde o conhecimento pode ser adquirido através da mediação do professor em posse de um currículo que envolva as questões brasileiras de forma fiel, cujo fato oportuniza o estudo da disciplina em salas de aulas de todo o Brasil. 

Nesse contexto, percebe-se o quanto é desafiador ao educando tratar e colocar em prática as mudanças mencionadas na lei para complementar o currículo escolar. Porém, aquele docente que se recusa em instaurar a identidade do brasileiro, do negro, do indígena e também de tantos outros povos, de forma a necessitar urgentemente restaurar e reciclar seus conceitos a respeito em relação a sua prática docente.

Portanto, para lecionar o educador necessita ter planejamentos, ideias, metas e objetivos, para que o mesmo tenha clareza das aulas a serem ministradas antecipadamente, podendo dessa forma, promover troca de experiências e fazer com que as “diferenças” sejam aceitas.

Assim, 

Do trabalho com a identidade decorre, também, a questão das construções das noções de diferenças e semelhas. Nesse aspecto, e importante à compreensão do “EU” e a percepção do “outro”, do estranho que se apresenta como alguém diferente. (BRASIL, 2000, p. 32). 

O ensino de História é de extrema importância para os alunos, desde a Educação Infantil, como no Ensino Fundamental, de forma a aprender e levar os conhecimentos históricos para toda a vida. Com o ensino da História, os benefícios são muitos para os estudantes. 

A construção do eu e da própria identidade são trazidos com a História, e no Ensino Fundamental através dos temas, os alunos são convidados a refletirem e se tornarem pensadores críticos em relação a todos os acontecimentos vivenciados a sua volta. 

Na primeira etapa do ensino fundamental, os alunos têm entre 6 e 11 anos. Durante essa época da vida, as intervenções pedagógicas mais eficazes são as que priorizam a ação, ou seja, estimulam os a participar ativamente do processo aprendizado. Em outras palavras, os alunos aprendem melhor quando são levados a pensar, imaginar, analisar, comparar suas ideias com os colegas. (FERMIANO e SANTOS, 2014, p.12)

Entretanto, o ensino de História nem sempre tem o valor e a atenção devida dentro das salas de aula, seja pela desmotivação do professor por diversos motivos, por despreparo profissional em realmente conhecer os períodos históricos ou pela falta de interesse dos próprios alunos, num ambiente de aula tão desmotivadoras. 

A História por sua vez foi inserida no currículo de todas as escolas brasileiras a partir dos Parâmetros Curriculares Nacionais, os PCNs em 1998, onde o ensino ganhou caracterizações, sendo que:

O primeiro teve início na primeira metade do século XIX, com a introdução da área no currículo escolar. Após a Independência, com a preocupação de criar uma genealogia da nação, elaborou-se uma história nacional, baseada em uma matriz europeia e a partir de pressupostos eurocêntricos. O segundo momento ocorreu a partir das décadas de 30 e 40 deste século, orientado por uma política nacionalista e desenvolvimentista. (BRASIL, 1998, p. 19).

Diante desse contexto, o ensino de História foi sendo ampliado e fortalecido como área obrigatória dentro do âmbito educacional, onde ao lado de outras disciplinas compõe o currículo e promovem o processo de ensino e aprendizagem, promovendo o desenvolvimento e crescimento do educando. 

Nesse contexto, a temática tratada nas aulas de História proporciona o conhecimento histórico, que é imprescindível para todo o desenvolvimento da identidade do indivíduo, onde é descrita por Fermiano e Santos (2014) como: 

A compreensão do aluno como sujeito no processo histórico é uma exigência encontrada nas propostas pedagógicas do estado de São Paulo, desde a década de 1980, e nos Parâmetros Curriculares Nacionais, desde 1996. (FERMIANO e SANTOS, 2014, p. 9). 

De acordo com essa afirmação, lecionar História para um aluno do Ensino Fundamental pode levá-lo a repensar sua própria história, de modo a refletir sobre sua cultura, costumes, hábitos, crenças e as diferentes práticas realizadas em seu cotidiano, possibilitando condições de identificar a vivência de seu contexto, onde ainda segundo Fermiano e Santos (2014, p. 10), afirma que “ao descobrir quem é de onde veio, ela tem condições de projetar para onde vai.” 

Logo, 

Conceber o aluno como sujeito histórico também implica sensibilizá-lo em relação ás suas responsabilidades sociais, que tendem a crescer com o tempo. Para isso, é preciso que ele aprenda a respeitar o “outro”, com suas especificidades culturais e experiências de vida. A História é capaz de levar a criança a se colocar na pele das outras pessoas e a perceber pontos de vista alternativos, e não só de seus contemporâneos, mas também de gente que viveu em outras épocas e lugares. (FERMIANO e SANTOS, 2014, p. 10).


 

Nesse sentido, as aulas de História no Ensino Fundamental precisam ser bastante prazerosas e motivadoras, onde os alunos consigam aproveitar ao máximo seu conteúdo por meio de uma mediação satisfatória por seus docentes. As aulas devem ser capazes de realizar a aproximação do aluno com o contexto histórico, havendo compreensão dos períodos e de todos os fenômenos sociais, fazendo com que o aluno se reconheça como parte da História brasileira. 

Logo, “quanto mais o aluno sentir a História como algo próximo dele, mais terá vontade de interagir com ela, não como uma coisa externa, distante, mas como uma prática que ele se sentirá qualificado e inclinado a exercer” (PINSKY e PINSKY 2013).

De acordo com Fermiano e Santos (2014), é importante que o trabalho no Ensino Fundamental seja realizado a partir da realidade do aluno, trazendo para a sala de aula um contexto já vivenciado pelo aluno, pois todos já possuem suas referências. 

O professor deve trabalhar a partir de questionamentos trazido pelos alunos, como crenças, culturas e tantas outras perguntas e posições que os alunos acreditam e consideram para que haja um ponto de partida, realizando outras indagações. 

Assim,

O professor pode incentivar cada aluno a escolher um objeto para guardar com o objetivo de ter, no futuro, algo que o lembre de uma época de sua vida e que o ajude a contar (para amigos, familiares seus próprios filhos) parte de sua história (um brinquedo preferido, um presente de alguém muito querido...). (FERMIANO e SANTOS, 2014, p. 13).


 

Através de um trabalho estruturado pelo professor através de suas diferentes metodologias, pode realizar um trabalho de desenvolvimento, de modo a reconhecer o espaço e ambiente que vivem, para que realizem a associação entre realidade e o patrimônio cultural deixado pela humanidade de forma geral. 

Assim, 

É necessário que o professor conheça ao máximo a realidade de cada um de seus alunos para que possa desenvolver e utilizar ferramentas que reduzam a defasagem no aprendizado e o "abismo" que separa professores e alunos. Dentre essas ferramentas, a comunicação colabora, de forma acentuada, para que professores e alunos consigam conviver dentro da sala de aula de forma "harmônica". (MACIANO, 2008, p. 25).


 

Dessa forma, o Ensino Fundamental é tão importante para o desenvolvimento integral do educando, pois através dessa fase escolar o aluno reúne expectativas de aprendizagem diante de hipóteses e situações criadas e mediadas pelo docente, que despertam interesses para construções da identidade e das histórias culturais passadas. 

Logo, o professor deve ser habilitado e capaz de desenvolver tais habilidades de promoção aos alunos, onde 

Se o professor conseguir fazê-las perceber que a realidade na qual elas estão inseridas – a vida que levam, as amizades que cultivam o transporte que utilizam a casa que moram... - representa apenas uma pequena fração de infinitas possibilidades de viver, já estará dando um grande passo. (FERMIANO e SANTOS, p.14; 2014)


 

Essas possibilidades de vivência, promove ao aluno por meio do trabalho com a disciplina de História uma construção de cidadania, constituída de direitos e deveres em prol da convivência em sociedade. Sendo assim, o trabalho da História pode influenciar de forma substancial no desenvolvimento do educando. 

A escola por sua vez precisa trabalhar de forma a desenvolver um conjunto de atividades que possam trabalhar conceitos, definições e construções ressaltando um trabalho histórico de identidade cultural com os educandos. 

Kantovitz (2012), ressalta que: 

Considerando que trabalhar com a História vai muito além da formação intelectual ou cognitiva do aluno, pode-se estabelecer uma relação com a formação do cidadão ativo e capaz de compreender o mundo no qual está inserido, reconhecendo-se como sujeito integrante de um grupo social e cultural, capaz, portanto, de entender o seu tempo. Dessa maneira, justifica-se a participação da disciplina de História como integrante do projeto interdisciplinar. (KANTOVITZ, 2012, p. 98). 


 

Assim, durante o Ensino Fundamental, é importante que todos os conceitos sejam levados em consideração, de forma a atingir o objetivo da disciplina e do educando, que compreende o entendimento das mais diferentes manifestações históricas e construções de identidades. 

Segundo Fermiano e Santos (2014), a dificuldades dos educadores em como apresentar e ministrar as aulas de História é grande, onde ensinamentos importantes não acontecem da forma correta, ou sejam, não são utilizadas as abordagens de forma a promover o desenvolvimento histórico nos alunos. 

A História deve ser ensinada reunindo compromissos com seus dois lados, sendo a História antiga e a atual, onde as aulas devem ser trabalhadas a partir da ligação com o passado e o futuro, retratando a realidade e o contexto vivenciado. (PINSKY e PINSKY, 2003, p. 23). 

Durante as aulas, é importante que o docente ainda trabalhe com a história local do educando, onde:  

O local e o cotidiano do aluno constituem e são constituídos de importantes dimensões do viver- logo, podem ser problematizados, tematizados e explorados no dia a dia da sala de aula, com criatividade a partir de diferentes situações, fontes e linguagem. (GUIMARÃES, 2012, p. 241).


 

O ensino de História deve ser contextualizado, de forma a ser inserido e ensinado através de uma metodologia construída baseada em diálogos, experiências, vivências, sendo utilizado o cotidiano do aluno, onde o professor valoriza e enfatiza a história do aluno também, a inserindo no contexto. 

Nesse contexto, se reafirma a importância do estudo de História no Ensino Fundamental, pois acontece a contextualização da cultura e costumes locais, auxiliando no desenvolvimento da História já existente de uma sociedade. Assim, 

A história local pode ter um papel significativo na construção de memórias que se inscrevem no tempo longo, médio ou curto, favorecendo uma melhor relação dos alunos com a multiplicidade da duração. Seu estudo implica desafios semelhantes aos da história em geral. O local e o cotidiano devem ser problematizados, tematizados e explorados no dia a dia da sala de aula, com criatividade, a partir de variadas fontes. As memórias da localidade, de região, dos trabalhos, das profissões, das festas, dos costumes, da cultura, da política estão vivas entre nós. Os nomes das ruas em que os alunos moram podem dar início a uma pesquisa. Temos a responsabilidade de, juntos a eles, auscultar, ler, registrar, produzir reflexões e transmiti-las. (Guimarães, 2012 p.244 e 245).


 

A partir dessas primícias, o professor pode se utilizar de todo o contexto ao redor, estando atento as oportunidades e a todas as expectativas, onde através da ludicidade os alunos podem ver coisas além do que os olhos podem ver, construindo e transformando dando significados. 

Ainda, é de extrema importância conhecer a realidade de cada aluno, de forma que a História seja real e desenvolvida permeada por aprendizagens, construindo uma relação mais estreita entre professores e alunos, onde constroem juntos ferramentas necessárias e importantes para a aprendizagem. 

Assim, através de diferentes metodologias, o professor pode: 

a) capacitar os estudastes no sentido de perceberem a historicamente de conceitos como democracia, cidadania, beleza (como e por que mudaram muito ao longo do tempo?); práticas como a manifestações de religiosidade, afetividade e sexualidade; ideias como a inferioridade racial, cultural e moral; b) fazer com que os alunos não só reconheçam preconceitos, mas compreendam seu desenvolvimento e mecanismo de atuação, para poder critica-los com bases e argumentos mais sólidos; 

c) demonstrar com clareza certos usos e abusos da História, perpetrados por grupos políticos, nações e frações (adversários de um estado nacional são frequentemente apresentados nos manuais escolares como inimigos da pátria, revolucionários como traidores, minorias como gente não patriota e assim por diante). (PINSKY e PINSKY, p. 26,2003).


 

Diante desse contexto, o ensino pode ser mais significativo, porém, não pode ser restrito a isso, sendo necessário valorizar diversas formas de aprendizagem e mediações para que o processo seja completo e satisfatório. 

Entretanto, para que as aulas de História sejam motivadoras e enriquecedoras ao educando, é necessário que o professor seja capacitado para tal atividade, tornando suas aulas lúdicas, de modo que o interesse dos alunos seja despertado. (PINSKY e PINSKY, 2013, p. 22). 

Os autores citados acima, ainda descrevem que o ensino de História precisa ir além da História descrita nos livros didáticos, sendo necessário que o educador tenha um vasto conteúdo próprio, pois um professor leitor e conhecedor pode apresentar aos seus alunos mais que somente períodos da História, e sim uma construção contextualizada de fatos da qual o próprio faz parte. 

Assim, 

Ensinar a construir o próprio ponto de vista histórico, significa colaborar para que o aluno construa conceitos e aplique-os nas situações do cotidiano, significa ensinar a solucionar, relacionar, interpretar as informações sobre o momento estudado para se chegar a um maior nível de entendimento do mundo. É ainda fornecer aos alunos meios para que possam construir argumentos que permitam explicar a si próprios e a outros, de maneira clara e objetiva, um determinado fato histórico. Significa por fim, dar-lhes condições para que possam perceber-se o máximo possível dentro da condição humana. (KARNAL e MARCIANO, 2008, p. 1). 


 

Diante disso, a figura do professor se consolida em grande potencial de mediação de aprendizagem para os alunos dentro da sala de aula, sendo necessário que o professor seja conhecedor de diversas áreas do conhecimento, contextualizando-as para que haja a aprendizagem. 

Portanto, 

O professor precisa conhecer as bases de nossa cultura... Noutras palavras, cada professor precisa, necessariamente, ter um conhecimento sólido do patrimônio cultural da humanidade. Por outro lado, isso não terá nenhum valor operacional se ele não conhecer o universo sociocultural específico do seu educando, sua maneira de falar, seus valores, suas aspirações. (PINSKY E PINSKY 2013 p. 23).


 

O professor por sua vez necessita de aprendizado de vida, não somente dos livros educativos, sendo importante conhecimento cultural, social e também cientifico, onde essa formação são constituídas de diversas maneiras ao longo da vida escolar e pessoal. 

Atualmente, com a tecnologia global o ensino vem ganhando novas contornos e se renovando, sendo necessário também mudanças no decorrer do Ensino Fundamental, onde as transformações juntamente com as tecnologias qualificam e mediam o aprendizado de forma satisfatória e eficaz, quando dirigidos de forma correta.

Assim, 

O livro didático não deve se constituir no único material de ensino em sala de aula, mas pode ser uma referência nos processos de ensino e aprendizagem que estimule a curiosidade e o interesse para a discussão, a análise e a crítica dos conhecimentos geográficos. (PNLD, 2008 p.7).


 

Os livros didáticos são ótimos aliados a formação do conhecimento do aluno durante o Ensino Fundamental, porém, é importante e necessário que os mesmos sejam escolhidos criteriosamente, pois devem conter aprendizagens significativas e contextualizadas, de modo a se apresentarem como ferramentas importantes para a construção da aprendizagem, onde de acordo com Espíndola (2003), “o livro didático é um dos principais instrumentos de mediação, seleção e organização dos saberes escolar a serem ensinados.”

De acordo com Espíndola (2003), 

No caso do ensino de História, vários são os pontos a serem levados em consideração ao se adotar um livro didático, de acordo com o PNLD: ele deve incorporar as inovações historiográficas em seu conteúdo sem reduzir-se a “modismos” deve levar em consideração o conhecimento prévio dos alunos acerca dos temas trabalhados; deve ser coerente e ter uma boa metodologia para trabalhar conteúdo. (ESPÍNDOLA, 2003, p. 1). 


 

Nesse contexto, é imprescindível que o docente tenha cuidado nas escolhas dos livros didáticos a serem utilizados em suas aulas, de modo que o material seja correto e contribua de forma satisfatória com o processo de aprendizado de uma forma contextualizada. 

Dessa forma, o professor de História deve estar atento a todas as metodologias disponíveis e sempre em constante formação e informação para que consiga mediar suas aulas de forma prazerosa e lúdica, contribuindo de forma eficaz com o aprendizado e com o processo de desenvolvimento histórico do educando. 

O interesse pelo trabalho surgiu da necessidade em expor a importância em se trabalhar diferentes ferramentas nas aulas de História, de forma a contextualizar os períodos históricos, desde tempos passados até os dias atuais, incorporando o aluno ao seu contexto e a formação de uma sociedade. 

Logo, a escola deve ser um espaço de múltiplas aprendizagens, mediando situações e metodologias que visem melhor tratar a questão que engloba a diversidade, preconceito, racismo e desigualdades, de forma a trabalhar o conteúdo favorecendo o processo de aprendizagem e respeito as diferentes culturas, hábitos, costumes e ainda compreender que a humanidade é constituída de diferenças, pautadas na legislação vigente.

A partir dos estudos, é possível confirmar que o estudo da História é de grande importância para o aprendizado e desenvolvimento do aluno, cuja fase é trabalhada e desenvolvida durante o Ensino Fundamental. É nessa fase que o professor munido de formação e de ferramentas corretas pode promover para o aluno uma História contextualizada e bastante significativa, o fazendo se reconhecer como parte integrante da mesma. 

O Ensino Fundamental pode promover aos alunos diversos benefícios, seja sociais, culturais e cognitivos, pois configura uma etapa da vida repleta de novas descobertas e de contextualizações de sua identidade e a história de sua sociedade, como também sua contribuição para todo o contexto histórico. 

As aulas de História podem proporcionar ao aluno o reconhecimento de sua história e de seus antepassados, reconhecendo sua participação na História atual. A construção da identidade é de extrema importância para o aluno, e o professor durante o Ensino Fundamental pode proporcionar esse conhecimento diante das mediações corretas, construindo um contexto com o aluno e promovendo seu desenvolvimento social. 

Portanto, é importante salientar que a escola deve estar preparada para trabalhar as disciplinas de História de uma forma diferenciada, utilizando em suas aulas metodologias e ferramentas que as tornem mais lúdicas, dinâmicas e prazerosas, para que possa ser despertado no educando a vontade de buscar conhecer suas origens, dividindo suas vivências com todas e juntos escrevendo suas histórias. 

Assim, diante de tal importância para o aluno, leis e regulamentações foram regularizadas para que as aulas de História fizessem parte do currículo e pudesse complementar o aprendizado do aluno durante o Ensino Fundamental. Entretanto, é necessário que haja uma equipe pedagógica e professores engajados nesse objetivo de proporcionar melhores condições de ensino e aprendizagem ao educando, proporcionando conhecimento e desenvolvimento satisfatório e significativo. 
 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

BITTENCOURT, C. M. F. Ensino de História: Fundamentos e Métodos. São Paulo. Cortez, 2004.

BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: história. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC SEF, 2000.

______. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: história. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC SEF, 1998. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/pcn_5a8_historia.pdf Acesso em 22 de janeiro de 2022.

______. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Parecer CNE/CP /2004, de 10 de março de 2004.

______. Lei 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências.

CARDOSO, F. Uma Nova História? In: Ensaios racionalistas. Rio de janeiro: Campus, 1988.

ESPÍNDOLA, D. P. A. O USO DO LIVRO DIDÁTICO, EM SALA DE AULA, POR PROFESSORES DE HISTÓRIA. Belo Horizonte, 2003. Disponível em:

http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/bitstream/handle/1843/IOMS5WSP68/disserta__o_danielle_parker_espindola.pdf?sequence=1 Acesso em 23 de janeiro de 2022. 

FERMIANO, M. B.; SANTOS, A. S. dos. Ensino de história para o fundamental 1: teoria e prática. São Paulo: Contexto, 2014. GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social / Antônio Carlos Gil. – 5.ed.- São Paulo: Atlas, 2008.

FREIRE, P. Pedagogia da esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido. Rio Janeiro: Paz e Terra, 1992.

GUIA DE LIVROS DIDÁTICOS PNLD 2008: História / Ministério da Educação. – 118, Brasília: MEC, 2007.

GUIMARÃES, S. Didática e prática de ensino de História: Experiências, reflexões e aprendizados. 13°. ed. Ver. e ampl. Campinas, SP; 2012.

KANTOVITZ, G. A Disciplina de História e a formação para a cidadania: uma experiência interdisciplinar. Florianópolis, 2012. 

MARCIANO, T. O papel social do professor de História do Ensino Fundamental na Formação Crítica do Aluno. 2008. 

PINSKY, J.: PINSKY, C. Por uma História prazerosa e consequente. In: Karnal, Leandro (org). História na sala de aula: Conceitos, práticas e propostas. São Paulo: contexto, 2013. 

_______. (org.). História da cidadania. São Paulo: Contexto, 2003.

SANTOS. J. L. dos. O que é cultura. 6ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1987.