A importância do  despertar da criança para a leitura 

Karina de Azevedo Santiago

 

Esse artigo tem como objetivo, mostrar a importância do despertar da leitura na educação, já desde pequeno, pois, ao adentrar no ambiente escolar, muitos professores devem se perguntar como fazer com que a criança se desperte para a leitura, então, o que fazer? Em primeiro momento devemos considerar que a leitura está presente na nossa rotina sendo através dos sinais, das formas cores, ou das letras. Todas têm por objetivo um texto. O texto nada mais é que um recorte de uma imensa rede de relações que está em permanente interação.

Outra coisa que também precisamos ter o conhecimento, é saber que a escola tem a função formadora de leitores, nesse contexto que o docente irá atuar como mediadores desse processo. Vale ressaltar de que não basta levar textos diversos para a sala de aula; é importante também buscar pequenas chaves para ajudar a criança entrar no contexto em busca de construção de sentidos.

Para Yunes (1988) ao escolher um livro devem ser levados em conta: a) motivação para participar; b) consciência do que busca; c) informação prévia para optar; d) alternativas de escolhas afetiva; liberdade (que deve ser interpretada como condição de escolher).

No processo de formação das crianças, os interesses dos pais e professores em geral prevalecem sobre os gostos delas. E para piorar, nem sempre o ambiente para aquisição do habito de leitura e favorável. De nada adianta uma ampla discussão sobre a importância de ler, pois a criança precisa mesmo é de experiência prazerosa de leitura. Quando falamos da leitura de letras, é importante criar um espaço favorável à leitura, em que tenha plena consciência das vantagens de se ler. Para que isso corra, por isso é tão necessário o despertar para o desejo da leitura e esse se torna um trabalho do professor.

Sugerimos ao professor que incentive as crianças frequentar a biblioteca, a livraria como se fosse ir a um parque aquático e cinema, com isso a criança poderá escolher obras mais adequadas para sua faixa etária. Outro fator importante também é o docente trabalhar com fábulas que são excelentes alternativas para a leitura entre crianças da Educação Infantil. Ou seja, são histórias curtas, em que animais e outros seres fantásticos tomam a perspectiva humana sobre a vida, mas no mundo irreal, além disso, as fabulas contam com histórias bastante simples, muito concisas sempre com diálogos curtos e diretos, o que facilita muito sua compreensão.

Vale ressaltar que a intertextualidade é outro aspecto fundamental da leitura é a forma como as da à recepção da mensagem depende das particularidades de cada leitor. Outra observação que devemos atentar quem escrever e ler são duas faces de uma mesma moeda.

É importante que o docente entenda o processo intertextual na recepção, ao ouvir a leitura (recepção) de suas crianças, qualquer leitor consiga projetar sobre o que é sua vivencia, seus anseios e seus temores. Bruno Bettelhem explica como, ao ler e ouvir os contos de fadas, a criança exorciza seus medos, consegue amenizar suas ansiedades e liberar sua agressividade, por meio catarses. Além disso, o leitor libera também sua criatividade ao colocar em prática seu lado lúdico, ao participar de jogos, ao identificar-se com personagens, e até mesmo ao discutir com o narrador, elaborando novas possibilidades de escrita / leitura.

Podemos concluir que o docente deve estar atento as diferentes possíveis visões de mundo, pronto para intervir de forma positiva, jamais controladora, além disso, precisamos entender que a criança tenha prazer na leitura e liberdade de escolher, no sentindo de ter acesso a uma ampla gama de títulos e autores e orientação seguras a respeito delas.

BETTELHEIM, Bruno. A Psicanálise dos Contos de Fadas. Ed. Paz e Terra, 2002

PONDÉ, Glória; YUNES, Eliana. Leitura e leituras da literatura infantil. São Paulo: FTD. 1988.