Elaine Cristina da Silva,

Geralda Lourdes do Amaral,

Kethully Maria&

Tatiana da Silva Garcia Chaves[1]

 

Prof.ª Dra. Jedida Melo&

Prof.ª Dra. Edlucia Turiano[2]

 

Ipojuca, 03/06/2018

 

 

Introdução

Nos dias atuais, percebe-se a necessidade de discussão acerca da orientação sexual, tanto no ambiente escolar quanto familiar. Consideramos de grande importância, antes de iniciarmos a discussão, esclarecer a diferença entre Gênero e Sexo. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs – 1998), o Gênero refere-se ao conjunto das representações sociais e culturais construídas a partir da diferença biológica dos sexos. Enquanto que o Sexo, diz respeito ao atributo anatômico no conceito de gênero, torna-se o desenvolvimento das noções de “masculino” e “feminino” como construção social. É notória a dificuldade enfrentada pela família em discutir tal temática, que por muitos é vista como tabu e encontra-se envolta por uma gama de preconceito, em várias esferas, inclusive religiosa e social. Dentre os fatores que contribuem com tal dificuldade, podemos citar a educação/orientação recebida pelos pais, o receio de orientar os filhos e, de alguma forma, influenciá-los a iniciarem a vida sexual precocemente, por não se sentirem à vontade para conversar sobre esse tipo de assunto, entre outros. No que concerne à orientação sexual na escola, abrir espaço para discussões, prestar os devidos esclarecimentos aos estudantes, e porque não, aos familiares também se preciso for. Quanto à postura a ser adotada pelos professores e demais funcionários, é preciso que se construa uma relação de confiança e respeito entre estudantes e professores. Lembrando que o professor deve administrar e nortear as discussões, sem exprimir opiniões pessoais. É fato que ao abrir espaço para abordar esta temática na escola, pode-se contribuir para informar e apreciar os direitos sexuais e produtivos, além de contribuir para a precaução de problemas graves como abuso sexual e gravidez indesejada.

 

Desenvolvimento

Orientação sexual na escola

A criança inicia a sexualidade a partir do nascimento, com os primeiros contatos com a mãe, ela tem suas primeiras experiências de prazer, o que é biologicamente natural, isso faz com que se construa na criança um acervo psíquico do indivíduo, cada fase da criança a sexualidade vai se manifestando de forma diferente até que chega na adolescência onde passará para a puberdade, assim como a cultura ou inteligência a sexualidade também deve ser construída através do meio em que cada indivíduo vive.

A sexualidade mexe na vida do indivíduo como um todo desde pensamentos, sentimentos, ações até a saúde mental. Através desses processos será construída a sua identidade. É na adolescência onde surgem questionamentos curiosidades, e é onde desenvolvem fantasias para buscar seus próprios parâmetros.

Então cabe a escola intervir de forma crítica, reflexiva e educativa. Esse assunto deve ser abordado nas escolas, de acordo com a cultura vivida, sempre personalizando o conteúdo para a realidade em que estão vivendo, o professor de se orientar os alunos a classificar e entender e não julgar. A opinião do professor não deverá ser explícita e sim a orientação correta para ajudar o jovem a entender esse mundo em que estão situados, com tantas dúvidas e incertezas sabendo e entendendo que na construção social o conceito de gênero são noções de masculino e feminino, mas que não diferem em direitos e deveres.

É na fase infantil que a criança desperta para observar seu corpo e o corpo do outro, com incentivo do meio que vive e de músicas que ouvem, aguça a manipulação curiosa e prazerosa das genitais, e as brincadeiras que envolvem contatos corporais, e quando acontece esse tipo de atitude no ambiente escolar, cabe a escola orientar a criança a entender a fase que está vivenciando, contextualizando a situação, e nunca condenar ou aprovar essas atitudes. Não esquecendo que o bem-estar sexual passa pelo esclarecimento das questões que estão sendo vividas pelas crianças e jovens, e favorecendo o debate aberto, faz com que essas etapas de crescimento não sejam frustrante para elas.

A escola deverá ser bem clara sobre o que irá passar para os alunos, chamar a família e mostrar que não deverá existir nenhum, tipo de TABU, entre a relação família e escola, enfatizando que a escola irá auxiliar ou complementar a educação sexual que a família dará a cada um aluno em suas casas. Mas quando acontecer de não ter nenhum tipo de orientação familiar( que quase sempre acontece) muitos relatos de jovens afirmam isso, cabe a escola orientar, a forma correta para esclarecer toda e qualquer dúvida que o jovem tenha.

Os educadores devem ser devidamente qualificados, para que tenha uma relação de confiança e respeito com os alunos. Deixando clara as explicações sobre todo o processo, evitando opiniões próprias e favorecendo transmissões de valores com relação a sexualidade, como objetivos gerais a ser alcançados.

Seria quase impossível se falar de sexualidade sem citar a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, é papel da escola sim explicar e mostrar as várias formas de prevenção e o que pode acontecer se não forem seguidas, a até gravidez não planejada.

A sexualidade é de suma importância na vida do ser humano, assim como outras áreas ela deve ser construída. É diferente em cada fase do desenvolvimento humano, cada fase do desenvolvimento humano, cada fase da vida possui interesses sexuais diferenciados. É necessário que a escola intervenha para que os alunos entendam e construam sua vivênciaprópria de maneira correta, sem medos e Tabus, a serem quebrados e enfrentados, ligando o prazer à vida.

A relação família escola na orientação sexual da criança

É primordial a importância do engajamento da família e da escola quando o assunto é a educação sexual da criança. A abordagem sexual se inicia no seio familiar, pois cabe à família ser a transmissora dos primeiros valores e opiniões sobre a sexualidade ao indivíduo. Em seguida a escola deve trazer discussões e ter seu projeto pedagógico e ações de esclarecimento quanto a educação sexual, pois é no ambiente escolar, onde a criança tem contato com outros da mesma faixa etária que chegam as informações e curiosidades relacionadas a sexualidade .È nessa hora que o sujeito deve estar bem embasado com as informações passada pela família e também pela escola.

É de conhecimento de todo educador e até mesmo dos pais que não existe uma receita pronta para formar bons alunos e/ou bons filhos. Mas, enquanto mediadores do conhecimento, o educador deve buscar se aperfeiçoar em relação à sua área de atuação. Ao se tratar da Educação Sexual, o educador deve buscar o maior número de informações e experiências que possam ser passadas para o aluno de forma que venha enriquecer as informações dele a respeito do assunto, propiciando a eles uma vida sexual prazerosa e, acima de tudo, com responsabilidade. A escola é tida como um importante complemento, isso quando bem orientada. Os jovens, apesar de muitas vezes não demonstrarem, são extremamente necessitados de conceitos morais e do amparo familiar que, quando realizados de forma coerente, proporcionam a formação de homens e mulheres de valores, exemplos para a sociedade.

A diferença entre gênero e sexo

Enquanto sexo se refere às categorias inatas do ponto de vista biológico, ou seja, algo relacionado com o feminino e masculino; o gênero diz respeito aos papeis sociais relacionados com a mulher e o homem. Em suma, enquanto sexo é uma categoria biológica, gênero é uma distinção sociológica.

Toda sociedade é marcada por diferenças de gênero havendo, ainda, grande variação dos papeis associados em função da cultura e do tempo em que se vive.

Sexo é, em regra, fixo; já o papel de gênero muda no espaço e no tempo principalmente com a tomada de consciência de distinções que são construídas socialmente, e que podem e devem ser inúmeros casos desconstruídas, para que haja igualdade do ponto de vista social.

Conclusão

A sexualidade é um termo amplamente abrangente que engloba inúmeros fatores e dificilmente se encaixa em uma única definição. Pode-se dizer que é traço mais íntimo do ser humano e como tal, se manifesta diferentemente em cada indivíduo de acordo com a realidade e as experiências vividas pelo mesmo.

Na verdade, a sexualidade nasce com o bebê e vai evoluindo em cada fase do desenvolvimento humano. Contudo, a sexualidade muda com a idade, verificando-se características próprias que estão associadas a cada fase da vida.

Na escola a orientação sexual é tratada como tema transversal e não como disciplina. A sexualidade ainda é vista como tabu, pois ainda para alguns adolescentes ela vem acompanhada de dúvidas, repreensões ou traumas. E o trabalho da orientação sexual é exatamente esse proporcionar aos jovens a possibilidade do exercício de sua sexualidade de forma responsável e prazerosa.

“A orientação sexual não pode ser uma matéria escolar, por que a sexualidade faz parte da vida, é uma matéria dinâmica do cotidiano e não dos livros, do quadro de giz ou sessões de vídeo”(Laura Monte Serrat – Revista Construir Noticia- nº 25-dez/2005)

Referência Bibliográfica

MATOS, Alaíde Arjona de. E Oliveira, Sônia Fernandes de. Contribuição da Sexologia sobre o Trabalho de Orientação Sexual na Escola: Uma revisão Bibliográfica, 2011, Portal da Prefeitura de Lambari D’Oeste – MG (2011).

 

[1] Mestrandas em Ciências da Educação – FICS

[2] Doutoras em Educação – FICS e UEP