A IMPORTÂNCIA DA MATEMÁTICA E DA LEITURA DESDE A EDUCAÇÃO BÁSICA ATÉ A PLENITUDE ACADÊMICA
Por JAYSON CLAUDIO MARTINS | 05/03/2020 | EducaçãoTÍTULO: A IMPORTÂNCIA DA MATEMÁTICA E DA LEITURA DESDE A EDUCAÇÃO BÁSICA ATÉ A PLENITUDE ACADÊMICA
AUTOR: Jayson Claudio Martins
TITULAÇÃO: Pós-Graduando em Docência no Ensino Superior; Bacharel em Ciências Contábeis pela Universidade Estácio de Sá e Técnico em Contabilidade pelo Colégio Cenecista José de Morais Dias.
CARGO: Contador Autônomo
INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR A QUE O AUTOR SEJA VINCULADO: Faculdades Metropolitanas Unidas – EAD Laureate
UNIDADE: Bangú - Rio de Janeiro – RJ
DEPARTAMENTO: Educação
ÁREAS DE INTERESSE: Docência e Aprendizado
ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA: Rua Carumbé, 486 – casa 19 – Realengo – Rio de Janeiro – RJ – CEP 21755-140
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Financiamento: Sem quaisquer financiamentos externos, todos os recursos foram próprios.
Formato de artigo: (X) Artigo Original; ( ) Artigo de Revisão; ( ) Ensaio Teórico; ( ) Revisão Integrativa; ( ) Estado da Arte;( ) Revisão Bibliométrica; ( ) Resenha, ( ) Resumos; ( ) Entrevista; ( ) Comunicação; ( ) Dissertação e ( ) Tese.
Conflito de Interesses: Não há conflito de interesses na produção deste estudo.
A IMPORTÂNCIA DA MATEMÁTICA E DA LEITURA DESDE A EDUCAÇÃO BÁSICA ATÉ A PLENITUDE ACADÊMICA
Jayson Claudio Martins
Matrícula 2018313827
Pós-Graduando em Docência no Ensino Superior
pelas Faculdades Metropolitanas Unidas
Bacharel em Ciências Contábeis pela Universidade Estácio de Sá
RESUMO
Este trabalho tem a finalidade de relacionar uma Educação Básica forte no Ensino Elementar e Fundamental com o intuito de formar mentes saudáveis, para termos não somente ótimos profissionais, mas, principalmente excelentes cidadãos que contribuam para uma sociedade melhor. Sociedade esta que será mais moderna e conectada com a realidade do mundo que a cerca, com a ajuda destes futuros Advogados, Professores, Engenheiros, entre muitos outros. A análise será realizada com base em artigos científicos e jornalísticos que trazem a atenção para a má formação do estudante em todo o processo educativo, como ele desempenha a sua vida profissional após este período estudantil, e que alternativas temos para tentar reverter este quadro, visando o êxito científico, acadêmico e até mesmo profissional do atual estudante.
PALAVRAS-CHAVE: Pedagogia; Educação; Ensino; Aprendizagem.
INTRODUÇÃO
Neste trabalho, analisaremos como e porquê, a Educação atual tem alcançado nos exames internacionais índices abaixo da crítica. As escolas tentam de todas as formas incentivar o aprendizado, seja por popularizar o seu acesso, quer por deixar o aluno em pé de igualdade com o professor em sala de aula, como ensina o sócio-construtivismo. Os resultados, porém, não são satisfatórios.
Então, como podemos melhorar a Educação no país? Qual o papel dos pais e professores na formação de futuros cidadãos e no surgimento de uma futura Elite intelectual?
São perguntas que merecem resposta, e este artigo abordará alguns pontos fundamentais do porquê a Educação está fazendo um papel ridículo no Brasil e no exterior, como demonstrado no Exames Internacionais.
Trazendo a atenção a temas que eram de pouca importância no passado, como ideologia de gênero, crescimento sustentável entre outros, com a suposição de que seria bom para o aprendizado dos alunos. Sendo assim, a questão fundamental é porque a Educação não progride; e porque ela deixa a desejar até mesmo para a educação dos anos 1980, sendo que era mais “opressora”, segundo Paulo Freire no seu livro Pedagogia da Autonomia(FREIRE, 1996); E a Educação é hoje mais tolerante e inclusiva, porém, não progressiva no sentido de aprendizado e desenvolvimento racional.
AS TRANSFORMAÇÕES DOS ENSINOS BÁSICO E FUNDAMENTAL
Na infância e adolescência dos anos 1980, os estudantes jogavam bola no intervalo entre as aulas, realizavam lições de técnicas agrícolas, indo para a horta, lavrar o solo, semear, regar e após o período de cada hortaliça, colher o que se havia plantado. E as crianças eram mais espertas, inteligentes e ariscas(sagazes), em uma incrível concomitância com a obediência aos pais e o respeito pelos mais velhos, principalmente os professores.
Parece contraditório, mas, as crianças embora aprontassem, elas sabiam que havia um excelente entrosamento entre pais, que eram os responsáveis pela criação por ensinar os bons modos no dia a dia, e os professores, que por ensinar o conhecimento científico, as ajudariam a desenvolver capacidades cognitivas nas áreas como Português, Matemática e Ciências, havendo assim, uma hierarquia em casa, e também na escola.
Porém, a educação passou a usar os escritos do pedagogo Paulo Freire, que será muito citada neste artigo, passando a tratar da relação aluno-professor, não como uma relação de alguém que saiba mais, querendo passar um pouco do conhecimento para quem deseja aprender; passa a ser uma relação que, segundo o autor da obra Pedagogia da Autonomia, “não existe saber mais ou saber menos; existem apenas saberes diferentes”(FREIRE, 1996).
Significa que ouve uma mudança de enfoque na Educação, onde nessa, os alunos poderiam questionar os professores não sobre o que aprendem, mas, como aprendem. Ou seja, a metodologia de ensino passou a ser questionada. A partir deste momento, os alunos passaram a dar as cartas na Educação Brasileira, sofrendo influência de outros atores como amigos e a mídia televisiva, que passaram a abordar pautas progressistas de liberdade sexual e outras, deixando de lado ao tradicional ensino de Português, Matemática e Ciências do ensino elementar e fundamental.
Mas, será que o resultado desta inversão de valores na educação básica está sendo benéfico para as crianças do país? O jornal Correio do Povo de 05 de agosto de 2018 tem a resposta: Três em cada dez jovens e adultos de 15 a 64 anos no País [cerca de 38 milhões de pessoas] são considerados analfabetos funcionais.
Ou seja, 29% da população do país; sendo que somente 8% são analfabetos propriamente ditos. Não sabem ler e muito menos escrever.
Sobram 21% de pessoas que “tem muita dificuldade de entender e se expressar por meio de letras e números em situações cotidianas, como fazer contas de uma pequena compra, identificar as principais informações em um cartaz de vacinação ou calcular o custo de uma conta.
O mesmo jornal, baseando sua entrevista numa pesquisa do IBOPE Inteligência tem mais a declarar:
Diferentemente de outras pesquisas que medem o analfabetismo na população, o indicador faz entrevistas domiciliares e aplica um teste específico, com questões que envolvem a leitura e interpretação de textos do cotidiano (bilhetes, notícias, gráficos, mapas, anúncios, etc.) e classifica a habilidade em cinco níveis de proficiência.(CorreiodoPovo.com.br, 2018)
E embora tenha dobrado o ingresso de pessoas no nível superior e aumentado o número de pessoas no nível médio de ensino, a proficiência (plena capacidade em exercer a função em uma atividade) é de apenas 12%.
Então, isto se reflete no futuro onde, principalmente no nível empresarial 31% das empresas fecham por Falta de planejamento do negócio (18%) e gestão financeira deficiente (13%), segundo o Sebrae, revelando sintomas de analfabetismo funcional.
Porque seriam sintomas de analfabetismo funcional? Pelo simples fato que, se eu não consigo entender o que está escrito em uma frase ou fazer uma conta simples de soma ou subtração, conseguirei entender um contrato ou gerir o caixa de uma empresa? Claro que não.
O ENSINO MÉDIO EM CHEQUE
Outro que foi afetado pela transformação de Paulo Freire foi o Ensino Médio, no qual mantém-se o enfoque de 'não haver saber mais ou menos; há saberes diferentes'. Sendo assim, na resenha de Pedro Rogério Villar Barreto, sobre o livro Pedagogia da Autonomia, ele diz:
O autor[Paulo Freire] também defende que o professor deve respeitar o saberes do educando, não desvalorizando saberes culturais ditos populares ou saberes da prática da labuta, pois, para Freire, toda prática exige conhecimento prévio, poder imaginativo anterior, ser pensado antes de praticado, onde todo ato do aluno é carregado de pura práxis no sentido marxista. Isso significa que o professor deve respeitar os saberes do aluno, pois, pode aprender algo novo que não sabe, pois o conhecimento do aluno faz parte da realidade e da cultura do aluno.(VILLAR BARRETO, apud FREIRE, 2011, p. 2)
Ou seja, o aluno tem sempre algo a ensinar ao professor, e não o contrário; sendo necessário o Professor se adaptar às circunstâncias de aprendizado do aluno. E o resenhista diz mais:
Freire critica a instrumentação do ensino tradicional, na qual ele chama de bancário. Para o autor, ensinar exige consciência de inacabamento, uma concepção de que educar exige do professor uma flexibilidade pela questão que conhecimento é objeto em constante transformação. (VILLAR BARRETO, apud FREIRE, 2011)
Isto influenciou não só o Ensino Médio colegial, como também o Ensino Profissionalizante com o chamado Toyotismo, onde se muda o conceito de qualificação profissional conforme De Luiz menciona:
O conceito de qualificação relacionava-se no plano educacional, à escolarização formal e aos seus diplomas correspondentes, e no mundo do trabalho, a grade de salários, aos cargos e à hierarquia das profissões (...). No modelo de competências importa não só a posse dos saberes disciplinares escolares ou técnico-profissionais, mas a capacidade de mobilizá-los para resolver problemas e enfrentar os imprevistos na situação de seu trabalho. Os componentes não organizados da formação, como as qualificações tácitas ou sociais e a subjetividade do trabalhador, assumem extrema relevância.(DE LUIZ, 2004, p. 7)
Portanto surge a mesma pergunta citada anteriormente. Houve melhora na Educação e o aluno se sente mais amigo do professor, sendo que o aluno é quem passou a dar as cartas na educação idealizada por Paulo Freire? O aluno passou a ser mais colaborativo com os esforços do professor de ensiná-lo?
Segundo a agência de notícias do IBGE, das 48,5 milhões de jovens entre 15 e 29 anos de idade em 2017, 11,2 milhões (23%) não estudam nem trabalham, índice maior do que em 2016 que representava 21,9% dos jovens em todo o país.
E a coisa fica pior quando se trata de outro assunto: a violência contra o professor.
Luiza Tenente e Vanessa Fajardo escreveram no G1, o canal de notícias da Globo:
Uma pesquisa feita em 2015 pelo Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo (Apeoesp) apontou que 44% dos docentes que atuavam no estado disseram já ter sofrido algum tipo de agressão. Entre as agressões que 84% dos professores afirmam já ter presenciado, 74% falam em agressão verbal, 60% em bullying, 53% em vandalismo e 52% em agressão física. (TENENTE e FAJARDO, G1.com.br, 2015)
E a OCDE, organização internacional que promove os exames do PISA informa que em 2013, 12,5% dos professores ouvidos no Brasil disseram ser vítimas de agressões verbais ou de intimidação de alunos pelo menos uma vez por semana. Trata-se do índice mais alto entre os 34 países pesquisados; a média entre eles é de 3,4%. Depois do Brasil, vem a Estônia, com 11%, e a Austrália com 9,7%, sendo que Estônia é 6ª colocada no PISA e a Austrália a 20º no mesmo índice. O Brasil apenas o 70º, conforme o exame em 2015.
Na Coreia do Sul, na Malásia e na Romênia, o índice de agressões a profissionais da educação é zero. E estão bem melhores colocadas no PISA que o próprio Brasil.
Com estes dados em mãos, eis que surge uma reflexão. Será que sempre levar em consideração os desejos do aluno de forma total e irrestrita resulta em um bem para a educação como um todo? Embora este mesmo artigo diga que os alunos são violentos por “não se sentirem donos do espaço”, é realmente este o verdadeiro problema, que fica maior a cada dia nas escolas brasileiras? Ou é por este se sentirem donos do pedaço, se sentirem maiores do que realmente são, com o poder investido pela ideologia dominante nas escolas?
E a educação profissionalizante produz melhores trabalhadores? O já citado DATA SEBRAE de 2015 diz que 15% das empresas que fecham no Brasil é por não terem mão de obra qualificada para trabalho, o que afeta diretamente a economia do país.
O ENSINO SUPERIOR E SUAS CONTRADIÇÕES
No Ensino Superior se instaurou a era do relativismo, onde:
Uma postura de interpretação da realidade que sugere que tudo deve ser encarado segundo o conceito da relatividade, ou seja, a percepção de determinado fenômeno está condicionada à realidade do interlocutor, e não poderia, portanto, ser tomada como uma conclusão válida no plano geral, e sim apenas no plano particular...E, assim como eu não pretendo impor meu conceito de verdade a ninguém, também não aceito que ninguém me apresente ou imponha outra interpretação da verdade. Uma espécie de “cada um na sua” filosófico. (REVISTA MUNDO VESTIBULAR; mundovestibular.com.br, 2010)
Sendo assim, numa sociedade em que todos ficaram mais independentes do modo de pensar tradicional, será que o relativismo fez pessoas mais inteligentes?
Partindo do princípio no qual a sociedade em que vivemos quer resultados, estes resultados são satisfatórios para os pais, e para toda a sociedade?
O programa do Sílvio Santos, chamado Show do Milhão, que esteve na programação da TV aberta no canal SBT de novembro de 1999 a outubro de 2003, onde quando o competidor consultava os “Universitários”, muitos não eram auxiliados por estes na disputa, a saber, em 40 por cento das perguntas até 2001, segundo Celso Fonseca em seu artigo na revista IstoÉ. Tanto que após muitas críticas, aumentou muito o número de vezes em que os universitários passaram a usar a expressão: “Prefiro não opinar”. Esse foi um epílogo desta grande odisseia que é a Educação no nosso país.
Segundo Vanessa Casaes, da ASCOM Educa mais Brasil, 16,6% dos brasileiros são analfabetos funcionais e isto tem reflexos em toda a Educação através dos anos. Ela diz o seguinte sobre o assunto:
Profissionais explicam diversos fatores que contribuem para o crescimento do analfabetismo funcional. Entre os citados estão falta de estrutura nas escolas, de profissionais qualificados [alguns afetados também pelo analfabetismo funcional] e até mesmo a reforma do ensino médio.(CASAES, EducaMaisBrasil.com.br, 2018)
Há outros que alertam que o quadro pode ser pior. O filósofo Olavo de Carvalho, escritor de livros como O mínimo que você precisa para não ser um idiota, e O Imbecil Coletivo afirmou em uma palestra na Brazil Conference na Universidade Havard, que o índice de analfabetos funcionais no Ensino superior no Brasil pode chegar à 80%. Será um mero exagero? O instituto Paulo Montenegro publicou no artigo: Nem 1%, nem 80% - a real taxa de analfabetismo funcional entre universitários publicado pelo Jornal Gazeta do Povo:
Apenas 22% dos universitários ou graduados são proficientes [demonstração de um conhecimento, competência e capacidade na sua área de atuação] em leitura. Uma matemática simples leva à conclusão de que quase 80% dos universitários brasileiros não atingiram o nível ideal de alfabetização. Isso é diferente da definição clássica de analfabetismo funcional. Mas, como os números evidenciam, a situação é ruim.(ARRUDA CASTRO, Gazeta do Povo.com.br, 2018)
Será que em Matemática os resultados são melhores? O G1 divulgou uma matéria em 12 de dezembro de 2015 feito pelo instituto Tim com alunos da USP, a maior universidade da América Latina relatou que:
45,5% das pessoas que têm 15 anos de estudo não entende fração. Outros 39,7% não sabem fazer médias simples e 34,3% não conseguem fazer conta com taxa de juros. Cálculos percentuais e regra de três são problemas para 28% das pessoas com esse nível de escolaridade. (FAJARDO, G1.com.br, 2015)
Este é um fato grave e até lamentável, pois, se isto acontece na USP, imagine em universidades nos rincões do país, como nos Estados do Norte e Nordeste! O quadro deve ser muito mais caótico. Pode ser um pouco de exagero, mas, Olavo não deixa de ter razão no que diz respeito ao quadro educacional do nosso país.
Portanto, será que existe cura para o analfabetismo funcional, a falta de proficiência, a falta de cidadania e a violência contra o professor? E se há remédio, será ele muito amargo?
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O crítico literário e Professor de literatura Rodrigo Gurgel diz no seu artigo O mercado é uma questão de educação e cultura:
O que nos separa de Portugal não é a língua, mas o estado da cultura e da educação do brasileiro, que chega a cometer aberrações como a de erigir à condição de intelectuais artistas que, em outros países, jamais deixariam de ser o que realmente são: meras figuras de entretenimento. (GURGEL, Rodrigo Gurgel.com.br, 2013)
Por que isso acontece em nosso país? Porque as editoras não estão muito interessadas em pessoas que leiam ou se interessem por adquirir mais conhecimento; se interessam pelo dinheiro que o governo dá para estas fazerem livro de qualidade duvidosa, para dizer o mínimo para a Educação Básica.
O Resultado foi demonstrado por Ruth Costas num artigo da BBC Brasil que traz no título que “Geração do diploma lota faculdades, mas decepciona empresários” (COSTAS, bbc.com, 2013). Portanto, quando a pessoa vai para a universidade, ela visa obter conhecimento e aguçar a habilidade de raciocínio.
Portanto, a inteligência deve ser desenvolvida desde a infância, no Ensino Elementar, porque de acordo com Piaget, esta é a segunda fase do período evolutivo no desenvolvimento cognitivo da criança, onde culmina com a construção das estruturas operatórias concretas; pode se estimular isso com leitura de histórias infantis de autores como Monteiro Lobato, com As reinações de Narizinho e outras obras clássicas desse gênio e clássico de C.S. Lewis, como as Crônicas de Nárnia.
Outra dica seria assistir as peças baseadas na íntegra nas obras de Maria Clara Machado, como Pluft, o Fantasminha entre outras obras primas.
Assim, a criança já começaria a desenvolver sua mente criativa por meio da fantasia, que vem por meio da arte, estimulando o seu gosto por brincadeiras tradicionais, como meninas brincar de casinha com bonecas, passando a saber aos poucos como ser uma boa mãe e nestas seriam inseridos valores que a fariam diferenciar o bem do mal.
E o estímulo da matemática básica, como o aprendizado da tabuada, a boa e velha companheira dos estudantes até a década de 1980, a fim de estimular o raciocínio lógico, para ter noção de valores éticos e morais. Exemplo: 2+2=4; similarmente, se eu pegar algo que não me pertence, isso veio de alguém; e além do mais, a pessoa ficou sem aquele item, fazendo falta para ela. Então, sou obrigado a devolvê-lo.
No Ensino Fundamental, para Piaget, na terceira fase é o estágio para realização de operações formais, que se dirige para a construção das estruturas intelectuais próprias do raciocínio hipotético-dedutivo aos 15 ou 16 anos. Por isso será necessário o estímulo do aprendizado da linguística básica, de técnicas de redação, literatura brasileira e portuguesa, da álgebra e geometria fundamentais.
Por que? Por estes serem sequências do que fora aprendido no Ensino Elementar. Seguirão alguns exemplos para explanação do tema.
A Linguística é a ciência que estuda a linguagem verbal humana. Como toda a ciência, ela baseia-se em observações conduzidas através de métodos, com fundamentação em uma teoria. E o ramo da linguística que normalmente é abordado no Ensino Fundamental é o de constituição da língua, o qual subdivide-se em (1)Fonologia, que estuda os menores segmentos que formam a língua, isto é, os fonemas, que são os sons emitidos pelas letras, individual e conjuntamente; a (2)Morfologia, que trata das classes de palavras, suas flexões, estrutura e formação, ou seja, o porque ela é falada e escrita de determinada forma; a (3)Sintaxe, que se encarrega das funções das palavras nas frases; e a (4)Semântica, que se ocupa em compreender os sentidos das frases e das palavras que a integram.
E a Semântica terá um papel primordial na formação do aluno no Ensino Fundamental, e depois no Médio e principalmente, no Ensino Superior.
Por qual motivo? Rodrigo Gurgel, no artigo O escritor e as palavras: uma relação complexa declara:
Muitos escritores contemporâneos, entretanto, desprezam essa questão [da precisão ao escrever] — e transformam seu texto num fantasma que arrasta correntes e bolas de ferro pela casa. O descuido com as palavras, com sua escolha e organização, sugere também desconhecimento das possibilidades que a língua oferece.(GURGEL, rodrigogurgel.com.br, 2017)
Se as palavras são colocadas fora de contexto em uma frase, a ideia a ser passada, sem dúvida se perderá.
No caso da Redação, a pessoa começa a saber como escrever uma carta; e da carta, uma redação; e da redação, um relatório. E juntando as habilidades já adquiridas, ela consegue redigir e interpretar um texto escrito por ele ou por outrem.
No caso da álgebra, ela passará a saber como funciona a equação de 1º grau, e com o tempo as outras equações e inequações, que junto com o aprendizado da Geometria Plana, terá noções de como no Ensino Profissionalizante, montará uma mesa e, no Ensino Superior, uma ponte ou prédio.
No Ensino Médio, aumentará o aprendizado da linguística, e de outros ramos da Língua Portuguesa; saberá sobre Matemática aplicada, Física Ótica, Biologia, entre outros, fazendo com que o aluno já esteja preparado para absorver mais conhecimento sobre o que virá depois: A vida acadêmica em um centro Universitário.
Na Universidade, o aluno passa a desenvolver senso crítico, porém, baseado sempre na realidade, para que sejam formados cidadãos atuantes na sociedade. E para tal, deverá se aprofundar nos conhecimentos previamente adquiridos nos estágios anteriores de aprendizado. Se o ensino foi deficiente nos estágios anteriores, com certeza, o universitário terá erros de interpretação de textos, não saberá realizar contas da alta complexidade, e isso se refletirá no mínimo diretamente em duas áreas: Direito e As Ciências Exatas. Por que?
O profissional do Direito é responsável por representar e defender os interesses de seus clientes com base nas leis vigentes do país.
Mas, como defenderá os clientes, quer para acusação ou defesa, se não souber interpretar e aplicar as leis vigentes no momento da ação? E como o Juiz usará sua faculdade de análise, se estiver distorcida pela péssima interpretação do caso como um todo, a saber, se os depoimentos batem com a realidade dos fatos e das provas já adquiridas?
O pior está ocorrendo na Engenharia Civil. Em 03 de julho de 2014, um viaduto em construção para ligar o estádio Mineirão ao centro de treinamento Cidade do Galo, na cidade de Belo Horizonte, repentinamente cai num dia de semana, matando duas pessoas e ferindo dezenove.
O que pode ter causado este erro? A revista Veja entrevistou engenheiros em maio de 2016, que deram cinco possíveis causas que em conjunto ou individualmente podem ter causado esta tragédia, como erro de projeto ou de cálculo estrutural, pressa na execução da obra, falta de fiscalização, irregularidades na construção de pilares e falhas no apoio entre os pilares e suas vigas de sustentação.
Ou seja, erros de matemática avançada, cometido por pessoas que não tinham aptidão para cursar este curso específico ou não dominaram a matemática em estágios anteriores de ensino, refletindo diretamente em erros sucessivos de cálculo que podem haver ocasionado este desastre.
Portanto, o que devemos fazer para reverter este quadro no Ensino Superior?
Provavelmente voltar as suas raízes; alguns falarão que é algo muito preocupante, muito conservador, dando a entender que é retrógrado. Só que Northrop Frye, Filósofo e Acadêmico Canadense disse:
A sociedade ao nosso redor parece-nos o mundo real, mas já vimos que vai nela uma boa dose de ilusão – o tipo de ilusão que exploram a propaganda política, o jornalismo tendencioso, o grosso da publicidade e o preconceito. Ela transforma-se com rapidez, como vimos dizendo, e as pessoas que desconhecem outros mundos não podem jamais compreender a causa dessa transformação. [...] E, na medida em que essa sociedade parece real, o mundo ideal que nossa imaginação elabora dentro de nós parece um sonho vindo do nada, desprovido de qualquer realidade além das que inserimos nele. Parece, mas não é. Esse é que é o mundo real, a verdadeira forma da sociedade humana, escondida por trás desta que vemos. É o mundo daquilo que a humanidade já fez e, portanto, daquilo que ela pode fazer, o mundo revelado a nós pelas artes e pelas ciências. (FRYE, 2017, p. 131)
O que significam estas palavras? Pode significar que o saber e o conhecer não tem fim. Temos sempre algo a aprender em toda a nossa vida, até mesmo na vida acadêmica.
O grande problema é que muitas pessoas quando chegam pegam o canudo acham que já sabem de todas as coisas. Que não precisam continuar estudando para se manter atualizadas no conhecimento, não só de sua ciência afim, mas, de como funciona o mundo a sua volta. Então, o estudo exercido por meio da leitura e da escrita sempre teve o objetivo de formar o caráter do ser humano e por sequência, uma sociedade melhor.
Fenômenos como interdisciplinaridade e multidisciplinaridade, se utilizados de forma correta podem contribuir para o aprendizado do universitário. Mas, os Centros Universitários, Faculdades e Universidades que são os responsáveis pela formação dos futuros profissionais e acadêmicos. Eles têm que estimular nos alunos a busca pelo conhecimento; afastar o relativismo da vida acadêmica. Pois, quando se conhece algo, ele existe e é verdadeiro.
Quando se existe um debate, pressupõe-se que os debatedores estão ali buscando a verdade. Então, trata-se não é de quem está certo ou errado, trata-se de entender pontos de vista diferentes sobre determinado assunto, mas, sempre visando a verdade. Não há vencedores neste tipo de debate.
Quando o relativismo toma conta de um ambiente acadêmico, surge um problema. Quando alguém busca a verdade e o outro não a procura, mas, mostra que quer vencer o debate, ele vai recorrer a coisas como meias-verdades, imposição de rótulos ao adversário, distorções dos fatos, entre outros para sair ganhador. Assim quem vence essa peleja? NINGUÉM. E quem mais perde é a Academia, a Educação e também, o País.
CONCLUSÃO
A primeira é que a Matemática ajuda ao aluno a desenvolver raciocínio lógico e objetivo, visando (a) entender as coisas pelo aspecto racional e (b) desenvolver o senso de proporcionalidade, que ajuda nas capacidades de entendimento discernimento do ser humano. Já a leitura ajuda o docente a entender figuras de estilo como conotação, denotação, prosopopeia, eufemismo, metáfora entre outras para aprender a interpretar as nuances das pessoas e, saber pontuar se torna fundamental para a formação perfeita de ideias e descobrir caminhos para a solução de exercícios escolares.
Em segundo, os professores são ajudados a desenvolver práticas didáticas que desenvolvem o desejo do aluno em aprender, e também aplicar o conhecimento adquirido; ou seja, o conhecimento tem seu valor, e o professor deve fazê-lo enxergar o valor de sua aplicação. O exemplo é o fenômeno recorrente dos acidentes de trânsito, que em sua maioria, são oriundos da imprudência que é a falta de cuidado com as normas de segurança do trânsito e da imperícia, a inabilidade de exercer aquilo a que se propõe, por mais que tenha a habilitação (autorização) para o ato de dirigir.
E em terceiro, o sistema educacional tem que sofrer uma transformação por parte do Ministério da Educação, não por fornecer molde para a Educação Ideal, para produzir o Homem Perfeito. A lei 9394/1996 traz muitas amarras burocráticas às instituições de ensino, fazendo-as preocupar-se mais com documentos e exigências estatais do que com pessoas; pois para cuidar de tais, exige planejamento, organização, promoção e difusão do conhecimento, por meio do incentivo à pesquisa e da busca pelo verdadeiro conhecimento.
Podemos entender por meio deste trabalho que a Educação pode ser melhorada, se todos os atores envolvidos estiverem determinados a fazer seu papel, tanto individualmente, como em conjunto.
Portanto, se o Aluno desejar e estiver determinado a aprender; o Professor que deve amar ensinar e ser um exemplo como cidadão, e o Governo que destrava as amarras burocráticas e fiscalize o que é ensinado nas instituições de ensino, para a fomentar Alunos e Professores a desenvolver a busca pelo verdadeiro conhecimento. Se estes agirem em união, acredita-se que o Brasil poderá alcançar os primeiros lugares na Educação e Cultura mundial, onde todos trabalham e estudam visando a plenitude da cidadania e o desenvolvimento da nação. Pois, só assim serão desenvolvidos na vida acadêmica (1) o pleno discernimento e (2) a sabedoria necessária para se dedicar a finalidade de formar cidadãos decentes e assim, contribuírem para fazer uma sociedade melhor, formando melhores Advogados, ótimos Professores e excelentes Engenheiros, fazendo do Brasil, que com toda a sua diversidade, um País de Todos, por todos e para todos.
REFERÊNCIAS
Brasil tem cerca de 38 milhões de analfabetos funcionais. Disponível em: https://www.correiodopovo.com.br/Noticias/Ensino/2018/8/657938/Brasil-tem-cerca-de-38-milhoes-de-analfabetos-funcionais Escrito em 05/08/2018.
CASAES, Vanessa. Índices de analfabetos funcionais ainda continuam alto no país. Disponível em: https://www.educamaisbrasil.com.br/educacao/noticias/indices-de-analfabetos-funcionais-ainda-continuam-alto-no-pais Escrito em 06/07/2018.
CORDEIRO, Wanessa. O objetivo do Ensino Superior. Disponível em: http://www.administradores.com.br/artigos/academico/o-real-objetivo-do-ensino-superior/84772/?desktop=true Escrito em 11/02/2015.
COSTAS, Ruth. Geração do diploma' lota faculdades, mas decepciona empresários. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2013/10/131004_mercado_trabalho_diplomas_ru.shtml Escrito em 09/10/2013.
DE ARRUDA CASTRO, Gabriel. Nem 1%, nem 80%: a real taxa de analfabetismo funcional entre universitários. Disponível em: https://www.gazetadopovo.com.br/educacao/nem-1-nem-80-a-real-taxa-de-analfabetismo-funcional-entre-universitarios-8eipsba6xmr44t7602oum3pq4/
Disponível em: http://datasebrae.com.br/sobrevivencia-das-empresas/#crise
Disponível em: https://www.bibliaonline.com.br/acf/pv/2 Acesso em 07/11/2018.
Disponível em: https://www.guiadacarreira.com.br/profissao/direito-advocacia/Acesso em 07/11/2018.
Disponível em: https://www.mundovestibular.com.br/articles/9268/1/O-Relativismo-e-a-Filosofia/Paacutegina1.html Escrito em 12/09/2010.
Disponível em: https://www.significados.com.br/proficiencia/ Atualizado em 14/08/2013.
Disponível em: https://www.suapesquisa.com/biografias/obras_monteiro_lobato.htm Acesso em 06/11/2018.
DOS SANTOS JUNIOR, Moacir. A Importância da Imaginação e da Literatura para a Educação e a Formação Humana. Disponível em: https://data.uniplaclages.edu.br/mestrado_educacao/dissertacoes/efe479c39457fc35b9b6d1527fa18f16.pdf Acesso em 07/11/2018.
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