Ana Paula Bezerra Contte

Vanessa Glina Motta

RESUMO

O presente artigo busca reconhecer a importância da leitura no cotidiano das pessoas enfatizando os benefícios que ela proporciona no decorrer da vida. Estimular a leitura no âmbito familiar e escolar é o primeiro passo para formarmos futuros leitores, sem desconsiderar que é na infância que esta prática inicia. Assim, a leitura infantil é ponto chave para que a criança desenvolva imaginação, emoções e sentimentos de forma prazerosa e significativa. O estudo a seguir terá inicio com breve conceito de leitura acompanhado de seus pontos mais relevantes, descrevendo a função da família e da escola no desenvolvimento do hábito de ler.

 

METODOLOGIA

Através de pesquisas em livros, publicações e práticas que abordam o assunto, por fim relatos vivenciados em sala de aula, com enfoque na leitura e gráficos que apontam realidades das escolas. Pretende-se levar a reflexão da importância da leitura na construção do sucesso profissional e pessoal.

INTRODUÇÃO

Hoje, com o elevado nível de exigência que nos deparamos na sociedade moderna, somente saber ler não é suficiente, é preciso uma formação continuada para que o individuo saiba discernir a variedade de informações que transita no seu cotidiano.

Neste contexto torna-se relevante a discussão sobre as formas de lidar com os novos tempos e, portanto, emergir o discurso sobre a qualidade de ensino nas escolas, em especial valorizando a importância de estimular a leitura desde os primeiros anos de vida. Pois é através deste ato que nos formamos cidadãos críticos, independentes e atuantes.

Para que a pratica da leitura não se torne tarefa maçante é fundamental que inicie precocemente, com a dedicação de todos. Família, escola e professores devem caminhar juntos para superar as dificuldades encontradas em engajar a criança ao mundo da leitura.

A família deve ser exemplo para seus pequenos, pois é no lar que ela começa a entrar em contato com as palavras, por isso é imprescindível que os pais tenham o hábito da leitura como um dos seus afazeres diários. Já na escola a criança deve encontrar um ambiente prazeroso para desenvolver essa prática com materiais adequados que apóie o educando. Para o professor fica designada a tarefa de mediador, utilizando dela não somente como uma ferramenta insignificante, mas como peça fundamental para o aprendizado.

  1. Leitura

A palavra leitura de acordo com o dicionário Houaiss (2009), deriva do verbo latino e significa recolher, escolher, captar com os olhos.

Segundo FREIRE, Paulo (2005, p. 11) “ler não se esgota na decodificação pura da palavra de linguagem escrita, mas que se antecipa e se alonga na inteligência do mundo”.

Hoje muito se fala sobre leitura à importância que representa na vida social do individuo, deixou-se de ser um hobby tornando-se assim algo indispensável na formação profissional e pessoal de cada um.

Infelizmente ainda podemos vivenciar o fracasso que muitos de nossos estudantes enfrentam no ensino médio onde se preparam para um futuro, acadêmico e para um mercado de trabalho competitivo, onde ler não é opção e sim um dever, leitura essa não tão prazerosa como contos de fadas.

O ato de ler tem ocupado um espaço mínimo no cotidiano brasileiro, estão sendo formados escritores que não são leitores e para desenvolvermos essa atividade precisamos ter paixão pela leitura.

O caminho mais curto para a formação de leitores ocorre quando mesmo antes que a criança aprenda a falar, ou que sejam apresentadas às letras e a escola, ela já desenvolva uma relação com os livros.

Uma das grandes causas da dificuldade em que os alunos encontram em tornar a leitura algo estimulante é a forma em que eles foram apresentados e direcionados para a leitura. Pois uma vez desenvolvido o desinteresse pela leitura durante os anos iniciais dificilmente este quadro se reverterá.

É através da leitura e da escrita que o homem conseguiu desenvolver a afetividade com o próximo, equilibrou seus interesses, resolveu conflitos. Ler deve ser algo prioritário na rotina de nos seres pensantes, pois certamente ela facilitará a compreensão do mundo a nossa volta e abrirá sem sombra de duvidas a porta para o sucesso. Com ela temos a grande chance de alargar nossos horizontes, profissionais, culturais e pessoais, desempenhando assim múltiplas funções no meio social.

João Wanderlei Geraldi, totalmente intendente da prática de leitura afirma:

Aprender a ler é, assim, ampliar as possibilidades de interlocução com pessoas que jamais encontraremos frente a frente e, por interagirmos com elas, sermos capazes de compreender, criticar e avaliar seus modos de compreender o mundo, as coisas, as gentes e suas relações. Isto é ler (apud MAIA, 2007 p. 28-9).

  1. Leitura e a Família

O primeiro contato da criança com a leitura é realizada oralmente, quando o pai, a mãe, os avós ou outra pessoa conta a eles histórias, fatos da vida, invenções, etc. A criança adora ouvir como foi que ela nasceu, ou fatos que aconteceram com ela ou com pessoas da sua família. À medida que ela cresce, torna-se capaz de escolher as histórias que quer ouvir, ou a parte da história que mais lhe agrada, começa aos poucos desenvolver a paciência de ouvir histórias mais extensas e ricas em detalhes.

Despertar o interesse pela leitura não é fácil, exige dedicação todos, não são o professor e a escola os únicos responsáveis por este processo, mas também a família. O ato de ler é uma pratica que deve ser estimulada frequentemente pelos pais, pois e com eles que se inicia o contato com a palavra, através das cantigas de ninar e das historias infantis que são cotadas às crianças, como afirma (SAMDROME & MACHADO, 1983, p. 12).

O interesse pela leitura e um investimento de longo prazo deve ser iniciada pela família, sendo assim determinada a elas a função de bons exemplos, amadores da leitura. Ler livros de literatura para as crianças mesmo antes de falar ou movimentar-se livremente, as ajudará a descobrir a riqueza que os livros podem oferecer.

Os livros devem estar em local de fácil acesso às crianças, inclusas nas suas bugigangas de brinquedos.

A família não pode descuidar da educação dos seus filhos, e jamais deve transferir essa tarefa como obrigação exclusiva da escola. Conforme a família percebe a sua importância para que seus pequenos se tornem leitores os obstáculos encontrados serem aos poucos solucionados. Pois ao se apresentar à leitura no âmbito familiar a criança passará a amar os livros, sentimento essencial para o ato de ler.

Ainda na maioria das famílias o hábito da leitura não é comum, isto ocorre devido a fatores: sócio-econômico, disponibilidade de tempo e falta de consciência da importância da leitura na vida de todos.

  1. Leitura e a Escola

Além da família outro personagem importante para a formação de leitores é a escola que deve propiciar um lugar adequado com condições favoráveis buscando sempre o conhecimento de qualidade.

O educando deve ser estimulado mais cedo possível para que a leitura componha sua rotina diária, na escola o professor é o portal para tudo isso acontecer, para que a leitura se desenvolva com vitalidade entre esses alunos.

É nela que se inicia a apresentação de textos de diversas naturezas, com características diferentes, linguagens variadas, assim os alunos criam a possibilidade de explorar inúmeras dimensões tanto pessoais como coletivas.

Neste contexto Braga (1985, p. 7), afirma que:

“A escola precisa ser um espaço mais amplamente aberto a todos os aspectos culturais do povo, e ir além do ensinar a ler e a fazer as quatro operações. Precisa investir em bons livros, considerando que a cultura de um povo se fortalece muito pelo prazer da leitura; e a escola representa a única oportunidade de ler que muitas crianças têm. É necessário propiciar nas salas de aula e na biblioteca a dinamização da cultura viva, diversificada e criativa, que representa o conjunto de formas de pensar, agir e sentir do povo brasileiro.”

Na opinião de Eugene Cramer e Marrietta Castle (2001, p. 107), a escola deve seguir quatro pré-requisitos para motivar a formação de leitores: primeiramente é suma importância que o professor seja uma figura paciente e encorajadora, que valorize os esforços dos alunos, para que eles se sintam seguros para assumir riscos, superando seus próprios limites sem duvidas e sem medo de serem criticados caso cometam algum erro. Em segundo lugar o nível de dificuldade das atividades e dos livros deve ser apropriado conforme as características de cada aluno e de acordo com a faixa etária. Em terceiro os objetivos desejados devem orientar a seleção das atividades para que alcance o aprendizado de todos. O professor deve ser motivador da leitura, tornando ela uma tarefa agradável e útil, algo desejado pelos educandos. Por fim, essa atividade requer um planejamento moderado e variado.

Joseane Maia (2005, p. 32) também afirma: “leitura significa o exercício da decodificação e codificação mecânica, da repetição (através da interpretação textual, da redação, da memorização), metodologia essa implica uma consequência: a escola até consegue ensinar o povo a ler, porem não forma leitores.”

Infelizmente ainda encontramos escolas com estruturas físicas inadequadas para a prática da leitura. Outro fator que nos deparamos é a falta de interesse dos professores em serem exemplos para seus alunos, já que não praticam em seu dia-a-dia o habito da leitura. Bons professores são exemplos para suas classes, de acordo com seu incentivo a leitura.

Desta forma pode-se perceber a grande contradição que cerca a educação onde teoricamente acontece de uma forma e na pratica os resultados são opostos.

“Não se contrata um instrutor de natação que não sabe nadar, no entanto, as salas de aula brasileira estão repletas de pessoas que apesar de não ler, tentam ensinar”. (MACHADO, 2001, p.45)

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