A IMPORTÂNCIA DA LEITURA, COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS CIENTÍFICOS PARA INGRESSANTES NO ENSINO SUPERIOR

 

 

       Eleomar Froes de Oliveira[1]

Helena Kazuko Hassegawa Ezawa[2]

 

 

 

 RESUMO

 

Este trabalho enfoca a leitura, a interpretação e a compreensão a partir de uma visão de sentido, conforme a proposta de Ingedore Villaça Koch e Vanda Maria Elias (2014). Tem-se por objetivo principalconduzir o aluno a efetuar a leitura científica dentro de critérios gramaticais e técnicos que possibilite a ele a compreensão do texto lido, compreendendo assim a importância da leitura para o estudo acadêmico, tomando como ponto de partida as pistas que o texto lhes oferece, construir para ele um sentido que seja compatível com a proposta apresentada.Almeja-se em vista disso 1) considerar alguns aportes teóricos, a considerar vários conceitos de leitura2) discutir as contribuições da proposta  de leitura e sentido, 3) Abordando as estratégias de leitura  para uma compreensão textual 4) por fim interpretação textual com coesão e coerência   de Ingedore Villaça Koch e Vanda Maria Elias (2014). Inicia-se o artigo conceituando leitura, focado em leitura texto e sentido,fatores que contribuem para compreensão textual, interpretabilidade: coesão e coerência textual; por fim, formulam-se as considerações finais. Concluindo, tem-se a acrescentar que a presente problematização teórica;O que ler? Para que ler? Justifica-se por contribuir para a expansão das reflexões sobre o tema abordado.

 

Palavras-chave: Leitura. Compreensão. Interpretação

 

 

Abstract:

This work focus the reading, interpretation and comprehension from a meaning view, according to Ingedore Villaça Koch and Vanda Maria Elias’s proposal (2014). It has as main objective to guide the students to be able to scientifically read in accordance to the grammatical and technical criteria that allows them to understand and comprehend the text read, comprising with it the importance of the reading to the academic studies, based on the clues the text offers them, forming to them a meaning to be compatible with the presented proposal. Craving on it 1) consider some theoretical contributions from considering several reading concepts 2) discuss the reading proposal’s contribution and meaning 3) approaching the reading strategies for a text comprehension 4) finally, text interpretation with IngedoreVillaça Koch and Vanda Maria Elias’s cohesion and coherence (2014). The article starts giving reading concepts, focused on text’s reading and meaning, factors that contribute for the text comprehension and interpretability: text cohesion and coherence; lastly, the final

considerations are made. Concluding, it adds the theoretical problem: what to read? What for? It justifies itself contributing for the expansion of the reflections about the approached theme.

 

Keywords: reading, comprehension, interpretation.

 

 

  1. INTRODUÇÃO

 

 A leitura é uma atividade cada vez mais presente na vida das pessoas onde estejam, em sociedades letradas como a brasileira, por exemplo. Ela é um pré-requisito básico para a inserção no mundo atual como instrumentos essenciais para o individuo construir conhecimento, dada a grande exigência de resultados de leitores para atender as demandas de diferentes atividades organizacionais da sociedade. A leitura é um lugar de interação de sujeitos sociais, os quais, dialogicamente nele se constituem e são constituídos; e que, por meio de ações linguísticas e sociocognitivas, constroem objetos de discurso e propostas de sentido. Em decorrência, postula-se que a leitura de um texto exige muito mais que o simples conhecimento linguístico compartilhado pelos interlocutores: o leitor é necessariamente, levado a mobilizar uma série de estratégias tanto em ordem linguística como de ordem congnitivo-discursiva, levantando hipóteses, validar ou não, preenchendo assim lacunas que o texto apresenta, enfim, participar, de forma ativa, da construção do sentido. Visto que, nesse processo, o autor e leitor devem ser vistos como “estratégias” na interação pela linguagem. Toda leitura é relevante bagagens que o sujeito traz no decorrer de experiências vividas, isto é, leitura precedida de mundo.O leitor deve aproveitar as estratégias no momento da leitura, tomando como ponto de partida as pistas que o texto lhe proporciona, construir para ele um sentido que seja compatível com a proposta apresentada pelo seu produtor. Frequentemente ouvimos falar sobre a importância da leitura na vida, sobre a necessidade de se cultivar o hábito entre crianças e jovens, sobre o papel da escola na formação de leitores competentes. Na atividade de leitura e produção de sentido, têm várias formas como estratégias sociocognitivas, são através delas que se realiza o processamento textual mobilizando vários tipos de conhecimento que temos armazenados na memória como: Conhecimento linguístico, conhecimento enciclopédico e interacional (mundo), para que um texto seja compreendido, visto que, não podemos desprezar o os conhecimentos do educando socioculturais, experiências vividas e adquiridas em dadas situações particulares que chamamos de “frames”, “modelos episódicos” ou “modelos de situação”.

 

Embora diante de qualquer leitura, às vezes nos deparamos com textos destituídos de elementos coesivos. Nesse caso, cabe aos leitores à produção de sentidos reconhecendo os elementos de coesão, com base nos conhecimentos sociocognitivo-interacionais, aparta estabelecimento dos elos não constituídos explicitamente.

 

Ler é, entretanto, uma atividade bastante complexa e, ao ser relacionada à compreensão, sobretudo em uma perspectiva pragmática, precisa levar em conta os fatores linguísticos, psicolinguísticos, cognitivos, semânticos, pragmáticos (contexto social, cultural e situacional), quando de sua efetivação. Neste estudo, parte-se dos conceitos de leitura quais as estratégias a ser compreendida e interpretada com seus interlocutores, dando assim um sentido para o texto, levando em conta toda interação autor-leitor. Assim far-se-á primeiramente a leitura – texto e sentido destacando a concepção de leitura como uma atividade baseada na interação autor-texto-leitor, nesse processo, é preciso levar em conta os conhecimentos do leitor, condição fundamental para estabelecimento da interação, com maior ou menor intensidade, durabilidade, qualidade. Após relaciona-se os fatores que contribuem para a compreensão textual que varia segundo circunstancias de leitura e depende de alguns fatores relativos autor/leitor que pode interferir nesse processo, de modo a dificultá-lo ou facilitá-lo, referem-se a conhecimento dos elementos linguísticos (uso de determinadas expressões, léxico antigo), esquemas cognitivos, bagagem cultural, circunstâncias que o texto foi produzido. Além dos fatores da compreensão da leitura derivados do autor e do leitor, há do texto que dizem respeito à sua legibilidade que pode ser materiais, linguísticos ou de conteúdo. Em seguida, far-se-á uma estratégia de interpretação como coesão e coerência textual, e por meio de mecanismo de coesão que vai tecendo o “tecido” (tessitura) do texto, que ocorre quando a interpretação de algum elemento no discurso é dependente do outro, considera-se que a coesão como parte de uma língua, por fim a coerência que dá todo sentido do texto é preciso que haja possibilidade de estabelecer no texto alguma forma de unidade ou relação entre seus elementos.

 

Portanto, para ser um leitor competente, é preciso saber ler tudo! Desde gêneros textuais simples como uma receita, até gêneros mais complexos, como os jornalísticos, científicos, historiográficos e multimodais (com mais de uma linguagem). Este trabalho apresenta, a par de uma exposição acerca dos tópicos, com a função de facilitar o entendimento, a qualquer manifestação da linguagem verbal e, portanto, a todo ato de leitura.

 

 

  1. LEITURA, TEXTO E SENTIDO

 

 

A leitura é um dos instrumentos essenciais para que o indivíduo construa seu conhecimento, desenvolvendo o aprendizado e exerça a cidadania. É através dela que se pode descobrir o mundo de sua maneira, usando a imaginação na construção do sentido e a reflexão de acordo com os conhecimentos prévios adquiridos ao longo da vida. Todos os dias ouvimos falar da importância da leitura e o que ela traz de beneficio na construção para sociedade, sobre a necessidade de se cultivar o hábito em qualquer âmbito social que crianças e jovens estejam inseridos, principalmente no seio da família na escola com todo direcionamento de um mediador como formação de leitores competentes e críticos no mundo contemporâneo. Não há como desvincular a linguagem da leitura, ou seja, ler é uma forma de linguagem. Mas podendo ser compreendida a leitura de diferentes modos e sentidos dependendo da concepção do sujeito e de sua formação, de língua, de texto e sentido que é adotado e social.

 

A interação do autor-texto-leitor é muito importante, pois o leitor realiza um trabalho de sujeito agente do processo tendo uma vasta compreensão e interpretação do texto que está sendo lido, levando em conta como base seus objetivos se aprofundando,  conhecimento do assunto e de tudo que sabe sobre linguagem. A comunicação pode ser oral ou escrita e sempre terá um texto como objeto cultural para essa interação.  Não trata de entender e codificar entendendo de imediatosim de estratégias de seleção, inferência de tudo verificado, é o uso de todo esse procedimento como concepção sociocognitivo-interacional de língua ajuda os sujeitos e seus conhecimentos em processos de interação para uma boa leitura. Assim a língua como código e instrumento de comunicação como sentido eficaz para leitura, o sujeito determinado pelo sistema, visto que o texto como produto de decodificação.

 

Para Koch (2014, p.10):

 

A leitura é uma atividade que exige do leitor o foco no texto, em sua linearidade, uma vez que “tudo está dito no dito”, cabe-lhe o reconhecimentodo sentido das palavras e estruturas do texto, porém o leitor é caracterizado por realizar uma atividade de reconhecimento,  de    reprodução.

 

 

  A leitura exige do leitor um foco em que estar sendo dito, pois nem tudo é tão claro como parece, tem um sentido e toda uma estrutura para que esse leitor venha reconhecer o que está reproduzido no texto. Na concepção interacional(dialógica) da língua os leitores são vistos como construtores sociais, sujeitos ativos que dialogicamente constroem no texto um lugar de interação constituído pelos interlocutores dando lugar no texto um emaranhado de implícitos valorizando o contexto sociocognitivo dos participantes da interação. Então o sentido de um texto é construído pela interação de texto-sujeito. É uma atividade bastante complexa em sua produção de sentido, que  leva o conhecimento evidentemente como base nos elementos  linguísticos presente em toda superfície do texto e em toda a sua organização, também requer um vasto conjunto de saberes no interior do evento comunicativo para que venha ser codificada com maior precisão, chegando assim ao entendimento implícito do texto, requer profundo conhecimento no decorrer da vida acadêmica e todos esses fatores para que o individuo leia com precisão chegando dar sentido no texto com clareza e especificidade. No entanto toda essa bagagem faz com que o leitor venha absorver e entender com mais praticidade o que o texto quer dizer.

 

  O sujeito tem a capacidade de intertextualizar tudo que lhe é apresentado, em outra situação ele é capaz de relacionar-se com outros textos desenvolvendo assim sua capacidade de sentido com que é lido, tendo assim clareza em que ler.

A leitura como prática social é sempre um meio, nunca um fim. Ler é resposta de um objetivo, a uma necessidade pessoal, absorver um emaranhado de conhecimento desenvolvendo assim a língua em todos os contextos.

 

 

  1. FATORES QUE CONTRIBUEM PARA COMPREENSÃO TEXTUAL

 

Sabemos que a compreensão de um texto não é nada fácil e muda de circunstância de leitura dependendo de vários fatores complexos e inter-relacionados ente si. Dentre tantos fatores, ao autor/leitor por um lado ou do texto pode vir ajudá-lo ou dificultá-lo de alguma maneira nesta compreensão.

 

Esses fatores leva em conta o conhecimento linguístico do leitor (uso de determinadas expressões, léxico), esquemas cognitivos vindo de toda uma bagagem cultural do individuo, circunstância que o texto foi produzido podendo compreender o gênero lido.

 

Por um lado o autor propõe um conjunto de conhecimentos para uma produção textual, então espera-se da parte do autor que releve considerando os conhecimentos como de língua, de gênero textual e de mundo, nesse processo de construção de sentido e é compreender o no total.Todo conhecimento proposto pelo autor dizemos que é selecionado cria um leitor-modelo, dado isto o texto pode exigir mais ou menos conhecimento prévio de seu leitor. De acordo com Koch e Elias (2014, p. 28), “Um texto não se destina a todos e a quaisquer leitores, mas pressupõe um determinado tipo de leitor.”

 

Visto que, no nosso dia a dia encontramos variados textos veiculados em diversos meios de comunicação como: jornais, revistas, rádio TV, internet, cinema e teatro, em que a produção é orientada para um determinado tipo de leitor (um público específico), o que vem evidenciar o principio constitutivo, do uso da língua.

 

Vimos os fatores do autor e leitor outro que abordaremos é o texto em si para que haja melhor compreensão na leitura que diz respeito à legibilidade podendo ser materiais, linguístico ou de conteúdo.

 

Os aspectos materiais que podem comprometer a compreensão têm autores que citam: o tamanho e a clareza das letras, a cor e a textura do papel, comprimento das linhas, variedade de tipográfica, constituição dos parágrafos longos, escrita digital nos usos de maiúsculas e minúsculas com excesso de abreviações.

 

Também podemos ressaltar os fatores linguísticos e sua organização, como léxico; estrutura sintática, complexas pela abundância de elementos subordinados e coordenados; orações supersimplificadas sem nexos para indicar relações de causa/efeito, espaciais e temporais; sem sinais de pontuação.

 

O processo de leitura não se deve ensinar a ler só por práticas de centradas na codificação é preciso oferecer ao alunado inúmeras oportunidades e bons procedimentos como inferências a partir do contexto ou do conhecimento prévio que possuem vindo contribuir para uma boa compreensão em relação à escrita e ao significado no texto. Muitos materiais de leitura que são para ser explorado, tem servido somente para ensinar decodificar, contribuindo assim que o sujeito tenha uma visão empobrecida e leia de qualquer jeito.

 

 Para que tenha uma boa leitura, portanto, é preciso interagir com diversidade de textos escritos, negociar o conhecimento o que já se tem e o que é apresentado pelo texto, o que está atrás dos olhos e implícito o que o texto diz. Uma prática constante de leitura pressupõe o trabalho com diversidade de objetivos, modalidades e textos que caracterizam as práticas de leitura de fato, levando o leitor a compreender e interpretar de uma maneira mais concisa assim dando todo sentido para ele. Há textos que podem ser lidos por partes, buscando a informação necessária; outros precisam ser lidos várias vezes, uns podem ler rapidamente, outros devem ser lidos devagar, há leitura que é necessário controlar a compreensão, voltando atrás para certificar-se do entendimento; outras seguem em adiante sem dificuldade, entregue apenas no prazer de ler, enquanto outra requer um grande esforço intelectual.

 

No entanto uma prática constante de leitura em qualquer âmbito social deve admitir várias leituras reconhecer os tipos de textos e gêneros textuais pode ajudar o significado assim construído pelo esforço da compreensão do leitor, a partir não só do que está escrito, mas de todo seu conhecimento adquirido na vida.

 

 

 4.INTERPRETABILIDADE: COESÃO E COERÊNCIA TEXTUAL

 

Ao decorrer do tempo coesão e coerência foram sofrendo alterações significativas, os dois conceitos praticamente se confundiam e, por isso, os dois termos eram, muitas vezes usados diferentemente. Mas, à medida que tudo ia se modificando a concepção de texto, eles passaram a diferenciar-se de forma decisiva. No primeiro momento foi constatar que a coesão não é a condição necessária nem suficiente da coerência: as marcas da coesão encontram-se no texto (tecem o tecido do texto), enquanto a coerência não se encontra no texto, mas constrói-se a partir dele é sentido e uma amarração de elementos encaixados um ao outro dando assim clareza e entendimento no que se ler, dada situação comunicativa com base em vários fatores de ordem semântica, cognitiva, pragmática e interacional.

 

A coesão textual é a ligação de vários elementos linguísticos no texto, a relação e a conexão entre as palavras, expressões ou frases, são elementos da língua que têm por função estabelecer relações textuais, levando o leitor apreciá-lo com alto nível de entendimento.  Ocorre quando a interpretação de um elemento no discurso é dependente do outro, um pressupõe o outro, no sentido que não pode ser efetivamente decodificado a não ser por recurso ao outro, fincando o texto em uma linguagem mais monitorada e com precisão, vale ressaltar que o leitor só terá todo esse entendimento se ele tiver todo conhecimento linguístico no decorrer da vida acadêmica.

 

Então, considera-se a coesão à parte do sistema da língua embora trate de uma relação semântica, ela é realizada como ocorre em todos os componentes do sistema semântico – através do sistema léxico-gramatical. No entanto há coesão através da gramática e do léxico. Isto leva interpretar com êxito algo que está implícito em variados textos, em uma dimensão mais profunda da interpretalidade não somente o que está escrito no texto, mas muito além do dito com mais claridade levando então o leitor ao mais complexo das leituras. 

 

 

A coesão é, pois, uma relação semântica entre um elemento do texto e algum outro elemento crucial para sua interpretação. A coesão, por estabelecer relações de sentido, diz respeito ao conjunto de recursos semânticos por meio dos quais uma sentença se liga com a que veio antes, aos recursos semânticos mobilizados com o propósito de criar textos. (koch, 2005, p. 16).

 

Ela organiza de tal modo, como componente da superfície textual para uma boa interpretação, e encontra-se em uma sequência linear, por meio de dependências de uma ordem gramatical, por isso para que tenha uma boa interpretação é necessário ter conhecimentos linguísticos. Isso define um dos fatores da interpretabilidade textual dando conta da estruturação da sequência superficial do texto, e não se trata apenas dos princípios sintáticos e sim também de uma espécie de semântica textual, isto é, dos mecanismos formais de uma língua que permitem estabelecer, entre os elementos linguísticos do texto relações de sentido para que haja a interpretabilidade da parte de qualquer leitor.

 

Na coesão há seus mecanismos para compreender e interpretar um texto como referência (pessoal, demonstrativa), substituição (nominal, verbal e frasal), elipse (nominal, verbal), coesão lexical (repetição, sinonímia, hiperonímia, uso de nomes genéricos, colocação), são itens da língua que não podem ser interpretados semanticamente por si mesmos, mas remetem outros itens que podem vir ajudar se necessário à sua interpretação.

 

Então o uso dos elementos coesivos que estabelece maior clareza no texto dar ao texto maior legibilidade, explicitando os tipos de relações estabelecidas entre os elementos linguísticos que o compõem, claro que em muitos tipos de textos – científicos, didáticos, expositivos, opinativos – a coesão é desejável, pois ajuda na interpretação como mecanismo de manifestação superficial da coerência.

 

O conceito de coesão textual é todos os processos de sequencialização que o asseguram ou tornam recuperável uma ligação linguística significativa entre os elementos que ocorrem na superfície textual para maior entendimento da parte do leitor, podendo assim compreender e interpretar de uma maneira clara o texto lido.

 

Outro fator importante que contribui para a interpretação textual é a coerência, afinal não podemos defini-la em um só conceito.

 

Para Koch e Travaglia (2011, p. 21)

 

A coerência está diretamente ligada à possibilidade de estabelecer sentido para o texto, ou seja, é ela faz com  que o faça sentidopara os usuários, devendo, portanto, ser entendida como princípio de interpretabilidade, ligada integibilidade do texto numa situação de comunicação.

 

Visto que, o receptor calcula o sentido nesse texto. Isso é no todo, pois a coerência ela é global. Fica evidente que a sua construção, decorre de uma multiplicidade de fatores das mais diversas ordens: linguísticos, discursivos, cognitivos, culturais e interacionais, ressaltando que o conhecimento de mundo desempenha um papel decisivo no estabelecimento da coerência. E que ela não está no texto, mas construída a partir dele, na interação, com a mobilização de uma série de fatores.

 

Então, para haver coerência é preciso que haja possibilidade de estabelecer no texto alguma forma de unidade ou relação entre seus elementos, estabelecer o sentido do texto está ligado aos conhecimentos prévios do leitor para que tenha uma boa interpretação, levando em conta vários fatores principalmente os elementos de coesão. Afinal compreender e interpretar são duas palavras divergentes na língua, sobre tudo, a compreensão o leitor pode identificar claramente no texto, portanto a interpretação é diferente vai além do texto, nesse sentido o interlocutor é necessário ir além do dito da escrita, se falando de coesão e coerência uma está ligada a outra para que o usuário venha interpretar variados textos principalmente científicos propostos. Afinal este ouvinte é necessário ter todo esse emaranhado de conhecimento para que venha dá sentido em tudo que ler.

 

 

  1. CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Neste trabalho, discutiram-se questões referentes à leitura, retomando-se o conceito que à leitura é um dos instrumentos essenciais, para que o indivíduo construa seu conhecimento, desenvolvendo o aprendizado e exerça a cidadania. É através dela que se pode descobrir o mundo de sua maneira, usando a imaginação na construção do sentido e a reflexão de acordo com os conhecimentos prévios adquiridos ao longo da vida, dando a ideia de que o texto precisa  de sentido  para ser entendido, é preciso oferecer aos alunos inúmeras oportunidades de aprenderem a ler usando os procedimentos que os bons leitores utilizem, em que é um processo no qual o leitor realiza seu trabalho ativo de construção de significado no texto, a partir de seus objetivos, do seu conhecimento sobre o assunto, sobre o autor, de tudo que sabe sobre a língua. Qualquer leitor experiente que conseguir analisar sua própria leitura constatará que a codificação é apenas um dos procedimentos que utiliza quando lê.

 

Assim, no que tange à compreensão e interpretação é necessário que o leitor tenha uma bagagem de conhecimento como o uso dos elementos coesivos que estabelece maior clareza no texto dando maior legibilidade, explicitando os tipos de relações estabelecidas entre os elementos linguísticos que o compõem, claro que em muitos tipos de textos – científicos, didáticos, expositivos, opinativos – a coesão é desejável, ajuda na interpretação como mecanismo de manifestação superficial da coerência. O texto, além da parte visível constituída por sua materialidade linguística (explícito), possui também uma parte invisível (o implícito). Em sua atividade, o leitor deve considerar os implícitos e preencher lacunas do texto base nas sinalizações propostas e em conhecimentos que possui. O sentido, portanto, não preexiste ao texto, mas construído na interação autor-texto-leitor. Visto que, a leitura é uma atividade que exige o leitor atenção às estratégias de referenciação e à multifuncionalidade das expressões referenciais, bem como à sequenciação das ideias, uma vez que são importantes aspectos de coesão e coerência textual que contribuem para a construção de um sentido do texto.

 

 Nesse sentido, é de fundamental importância discutir como as capacidades de abstração de sentido se desenvolvem na mente humana e quais suas implicações nas interações sociais. Tendo em vista que, o contexto atual exige cada vez mais leitura e, em consequência interpretação e compreensão mais precisas e acuradas independente de qualquer situação corriqueira, o presente estudo contribui para lançar um olhar diferenciado no alunado no geral sobre conceitos concernentes a esse tipo de interação social.

 

 

REFERÊNCIAS

 

KOCH, Ingedore Villaça e VANDA, Maria Elias. Ler e compreender: ossentidos do texto– 3.ed., 10ª reimpressão – São Paulo: Contexto, 2014.

 

KOCH, Ingedore Villaça A coesão textual 20. Ed – São Paulo: Contexto, 2005.

 

KOCH, IngedoreVillaça  e Luiz Carlos TravagliaA coerência Textual  - 18. Ed. São Paulo: Contexto, 2011.

 

 

[1] Acadêmico (a) concluinte do Programa de Pós-Graduação da Universidade Leonardo da Vinci do Curso de Docência do Ensino Superior na Turma: DES9122.

[2] Professora Orientadora (UNIASSELVI). Email: [email protected]