A IMPORTÂNCIA DA INCLUSÃO DIGITAL NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
Por Gabriel Simões Santiago | 28/06/2024 | EducaçãoA IMPORTÂNCIA DA INCLUSÃO DIGITAL NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
Acadêmicos: Gabriel Simões Santiago¹
Crislaine Pereira Rosa¹
Caroline Marinho Santiago¹
Orientação: Prof. MSC. Tutora Externa Tania Mara Rocha ²
RESUMO
O acesso à tecnologia e à internet na Educação de Jovens e Adultos (EJA) é crucial para reduzir as disparidades educacionais e sociais. Esta pesquisa, baseada em análises bibliográficas, explora como a inclusão digital na EJA pode empoderar os alunos jovens e adultos. A metodologia qualitativa foi utilizada para estabelecer conexões conceituais entre as fontes, garantindo a autenticidade do trabalho. A exclusão digital persistente, causada por desigualdades econômicas, sociais e geográficas, cria lacunas educacionais e perpetua injustiças sociais. No entanto, a inclusão digital abre caminho para o acesso a recursos educacionais de qualidade, oportunidades de emprego e integração social. O objetivo dessa pesquisa é refletir sobre as inovações tecnológicas no ensino e sua relevância no empoderamento de jovens e adultos na educação, caracterizando as metodologias tecnológicas nas práticas pedagógicas. Democratizar o acesso à informação é essencial para uma sociedade mais justa e informada. Para alcançar esse objetivo, é necessário um esforço coordenado para superar as barreiras de acesso à tecnologia e internet. Isso garantirá uma educação inclusiva e acessível para todos os alunos da EJA, promovendo igualdade de oportunidades educacionais e sociais.
Palavras-chave: Tecnologia. Acessibilidade. Inclusão.
1. INTRODUÇÃO
A inclusão digital é um tema de extrema relevância na contemporaneidade, especialmente no contexto da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Esta pesquisa visa explorar os desafios, oportunidades e impactos da inclusão digital na EJA, destacando a importância do acesso igualitário à tecnologia e à internet para promover a educação e o desenvolvimento pessoal de jovens e adultos.
O objetivo deste paper é analisar como a inclusão digital na EJA pode promover a igualdade de oportunidades educacionais, o empoderamento dos alunos e a melhoria da qualidade de vida. Serão abordados os desafios enfrentados pelos educadores na implementação da inclusão digital, bem como as estratégias e práticas pedagógicas que podem facilitar o acesso dos alunos a recursos digitais e promover um ambiente de aprendizado inclusivo e participativo.
Para atingir o objetivo proposto, foram realizadas pesquisas bibliográficas sobre inclusão digital na EJA. Serão utilizados métodos qualitativos para compreender as percepções de alunos e professores sobre a eficácia dessas abordagens. Serão analisados os principais conceitos, teorias e práticas relacionadas à inclusão digital na EJA, bem como as evidências empíricas sobre seus impactos na educação e no desenvolvimento pessoal dos alunos.
A exclusão digital é um fenômeno global que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, especialmente em comunidades carentes e marginalizadas. Na EJA, a falta de acesso à tecnologia e à internet pode limitar significativamente as oportunidades educacionais dos alunos adultos, perpetuando as desigualdades sociais e econômicas. O referido paper tem como problematização: Como a inclusão digital pode promover a igualdade de oportunidades educacionais e o empoderamento na educação de alunos jovens e adultos?
Ao destacar a importância do acesso igualitário à tecnologia e à internet na EJA, este paper visa sensibilizar educadores, formuladores de políticas e demais, sobre a necessidade de investimentos e ações para promover a inclusão digital e garantir que todos os alunos tenham acesso às oportunidades educacionais e de desenvolvimento pessoal oferecidas pela era digital.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A desigualdade de acesso à tecnologia e à internet é um desafio significativo enfrentado pela população jovem e adulta em muitos contextos ao redor do mundo. Enquanto a revolução digital avança, criando novas oportunidades e possibilidades, uma parcela significativa da sociedade permanece excluída desse avanço, limitando seu acesso ao conhecimento, à informação e às oportunidades educacionais e profissionais que a tecnologia pode proporcionar. Segundo Sousa (2011, p, 49) “O desafio está na mudança de concepção que diz respeito às aprendizagens, não somente das tecnologias, mas do que ensinar, trata-se de fazer aprender”
Nas áreas urbanas e rurais, em países desenvolvidos e em desenvolvimento, as desigualdades no acesso à tecnologia e à internet persistem, muitas vezes refletindo desigualdades econômicas, sociais e geográficas. Para muitos jovens e adultos em comunidades carentes, o acesso à tecnologia é um luxo que está fora de alcance, devido a questões como custo elevado de equipamentos, falta de infraestrutura de rede e limitações financeiras para contratar serviços de internet. Segundo Coelho (2023, p, 68) “A busca por uma sociedade mais justa e inclusiva requer uma análise profunda e crítica das estruturas sociais e políticas que perpetuam a desigualdade.”
Essa exclusão digital tem sérias ramificações na educação e no desenvolvimento pessoal. Enquanto alguns têm acesso a recursos educacionais online, aulas virtuais e oportunidades de aprendizado interativo, outros enfrentam barreiras significativas para obter o mesmo nível de educação e informação. Isso cria uma lacuna educacional que pode perpetuar ainda mais as desigualdades sociais e econômicas, privando aqueles que estão do lado errado dessa lacuna das habilidades e conhecimentos necessários para competir no mercado de trabalho atual, cada vez mais digitalizado. Muitos adultos enfrentam medo e receio em relação ao uso da tecnologia, especialmente no contexto da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Esse sentimento pode ser atribuído a vários fatores, incluindo a falta de familiaridade com dispositivos digitais, experiências educacionais anteriores limitadas e a rápida evolução tecnológica que pode ser intimidante.
A falta de habilidades digitais básicas pode fazer com que os adultos se sintam inseguros e desconfortáveis ao usar novas ferramentas tecnológicas. Muitos têm receio de cometer erros, de não conseguir acompanhar as mudanças ou de serem julgados por suas habilidades limitadas. Esse medo pode resultar em resistência ao aprendizado e à utilização da tecnologia, criando uma barreira significativa para a inclusão digital.
Freire (1970, p, 18) “O “medo da liberdade”, de que se fazem objeto os oprimidos, medo da liberdade que tanto pode conduzi-los a pretender ser opressores também, quanto pode mantê-los atados ao status de oprimidos, é outro aspecto que merece igualmente nossa reflexão.”
A exclusão digital, caracterizada pela falta de acesso à tecnologia e à internet, tem um impacto profundo na educação e no desenvolvimento pessoal dos indivíduos. Enquanto a era digital continua a moldar nossa sociedade, aqueles que não têm acesso a essas ferramentas enfrentam desafios significativos que podem limitar seu crescimento e oportunidades.
Na educação, a exclusão digital cria uma lacuna entre aqueles que têm acesso a recursos educacionais online e aqueles que não têm. Os estudantes sem acesso à internet podem enfrentar dificuldades em concluir tarefas, acessar materiais de estudo, participar de aulas virtuais ou utilizar ferramentas de aprendizado online. Isso pode resultar em um desempenho acadêmico inferior, menor engajamento escolar e até mesmo desistência precoce dos estudos. Como resultado, a exclusão digital contribui para a perpetuação das desigualdades educacionais e socioeconômicas, prejudicando as oportunidades futuras dos alunos.
A educação de jovens e adultos busca construir coletivamente novas propostas político-pedagógicas inclusivas, articulando pesquisas na área, tratando de conhecer esses sujeitos, seu processo de aprendizagem, suas relações, sua subjetividade, sonhos, sua visão de mundo e suas histórias de vida. (SOARES, 2006, p, 71)
A democratização do acesso à informação e ao conhecimento é um objetivo fundamental na era digital, e a inclusão digital desempenha um papel crucial nesse processo. Ao garantir que todos tenham acesso igualitário às ferramentas e recursos tecnológicos, podemos promover a igualdade de oportunidades e capacitar indivíduos a buscar e utilizar informações de maneira eficaz. “A autoconfiança pode ser definida como a crença e a confiança que um indivíduo tem em suas próprias capacidades e habilidades para lidar com situações diversas.” Martins (2023, p, 55)
A inclusão digital abre as portas para um vasto tesouro de conhecimento disponível na internet. Com acesso à rede mundial, os indivíduos podem explorar uma ampla variedade de recursos educacionais, acadêmicos e culturais, independentemente de sua localização geográfica ou condição socioeconômica. Isso significa que estudantes em áreas remotas podem acessar materiais de estudo de alta qualidade, adultos em transição de carreira podem adquirir novas habilidades e conhecimentos, e comunidades inteiras podem se beneficiar do compartilhamento de informações e experiências.
Com a proliferação de plataformas de mídia social, blogs e fóruns online, os indivíduos têm a oportunidade de compartilhar suas próprias ideias, perspectivas e experiências com o mundo. Isso promove um ambiente de aprendizado colaborativo e enriquecedor, onde o conhecimento é coletivamente construído e compartilhado por uma comunidade global de aprendizes.
Uma perspectiva importante a ser considerada na democratização do acesso à informação é a capacidade de desafiar e questionar as narrativas dominantes. Com acesso a uma ampla gama de fontes de informação e pontos de vista diferentes, as pessoas podem desenvolver habilidades críticas de pensamento e análise, questionar suposições e formar suas próprias opiniões informadas sobre questões importantes. Isso é essencial para o fortalecimento da democracia e para a promoção de uma sociedade mais justa e inclusiva. Segundo Freire (1970, p, 29) “O diálogo crítico e libertador, por isto mesmo que supõe a ação, tem de ser feito com os oprimidos, qualquer que seja o grau em que esteja a luta por sua libertação. Não um diálogo às escâncaras, que provoca a fúria e a repressão maior do opressor.”
Mesmo assim é importante reconhecer que a simples disponibilidade de tecnologia e acesso à internet não garante automaticamente a democratização do conhecimento. Barreiras como a falta de infraestrutura de rede, custos elevados de equipamentos e serviços, e a falta de habilidades digitais podem impedir que muitos indivíduos aproveitem plenamente os benefícios da inclusão digital. Portanto, é necessário um esforço coordenado por parte dos governos, organizações da sociedade civil e do setor privado para superar essas barreiras e garantir que todos tenham a oportunidade de acessar e contribuir para o vasto repositório de conhecimento disponível na era digital. A democratização do acesso à informação e ao conhecimento é essencial para construir uma sociedade mais justa, igualitária e informada.
A inclusão digital desempenha um papel fundamental na promoção da empregabilidade e na inserção social dos jovens e adultos, fornecendo-lhes as habilidades e ferramentas necessárias para competir e prosperar em um mercado de trabalho cada vez mais digitalizado e globalizado.
O sujeito educando da EJA é alguém que evolui e se transforma continuamente; seu processo de desenvolvimento intelectual relaciona aprendizagem, interação com o meio social e os processos de mediação. Por vezes, o seu autoconceito minimiza suas próprias capacidades, manifestam insegurança, teme ser ridicularizado e se declara incapaz de aprender. E tem pressa, mantendo com o conhecimento uma relação imediatista, geralmente desconsiderando aquilo que não vê como de utilidade imediata. (MIGUEL, 2022, p, 27)
Podemos dizer que, a inclusão digital amplia o acesso a oportunidades de aprendizado e desenvolvimento profissional. Por meio de cursos online, tutoriais, webinars e outras formas de aprendizado digital, os jovens e adultos podem adquirir habilidades técnicas específicas, como programação de computadores, design gráfico, marketing digital e gestão de dados, que são altamente demandadas no mercado de trabalho atual. Isso os torna mais atraentes para os empregadores e aumenta suas chances de conseguir empregos bem remunerados e gratificantes.
Segundo Martins (2023, p, 157) “Em um mundo com rápidas transformações é necessário que os profissionais da educação estejam sempre em busca de aperfeiçoamento, pois os estudantes da nova sociedade estão cada vez mais conectados nas mídias sociais e desconectados da sala de aula”. A inclusão digital não apenas amplia o acesso à educação, mas também abre portas para o desenvolvimento profissional e pessoal. Ao oferecer uma variedade de recursos de aprendizagem online, como cursos, tutoriais e webinars, os jovens e adultos podem adquirir habilidades técnicas específicas, alinhadas com as demandas do mercado de trabalho atual.
Ferramentas digitais facilitam o acesso a oportunidades de trabalho remoto e freelancers. Com habilidades digitais sólidas e acesso à internet, os jovens e adultos podem trabalhar em projetos independentes, oferecer serviços online e alcançar clientes em todo o mundo, sem a necessidade de estar fisicamente presente em um local de trabalho específico. Isso não apenas oferece maior flexibilidade e autonomia no trabalho, mas também abre portas para novas fontes de renda e oportunidades de carreira. De acordo com Miguel (2022, p, 87) “A linguagem verbal, escrita, matemática, assim como todas as criações humano genéricas, demandam processos educativos para sua apropriação.”
Outro aspecto importante da tecnologia na EJA é a ampliação do acesso a recursos educacionais de alta qualidade. Por meio da internet, os alunos têm acesso a uma vasta gama de materiais de estudo, livros digitais, cursos online e palestras de especialistas em diversas áreas. Isso enriquece a experiência educacional dos alunos, oferecendo-lhes uma variedade de perspectivas e conhecimentos que podem não estar disponíveis em suas comunidades locais. Tecnologia na EJA facilita a comunicação e a colaboração entre alunos e professores. Plataformas de aprendizado online, salas de aula virtuais e ferramentas de comunicação síncronas e assíncronas permitem que os alunos se conectem entre si e com seus professores, compartilhem ideias, discutam conceitos e trabalhem juntos em projetos colaborativos. Isso promove um ambiente de aprendizado dinâmico e interativo, onde os alunos podem se sentir apoiados e engajados em seu processo educacional.
A implementação de estratégias de inclusão digital na Educação de Jovens e Adultos (EJA) apresenta uma série de desafios para os educadores, que precisam lidar com questões práticas, pedagógicas e sociais para garantir que todos os alunos se beneficiem plenamente das oportunidades oferecidas pela tecnologia.
Educar para desenvolver consciência crítica no estudante, envolve assim, a aquisição de novas formas de apreender a realidade e, portanto, de conhecê-la, por meio da reflexão e análise crítica de si mesmo e do mundo, compreendendo a realidade em seu movimento dialético, sempre por fazer-se, sempre se transformando pela intervenção dos homens e mulheres, que humanizam a si e a própria natureza por meio de sua ação criativa. (MIGUEL, 2022, p, 86).
Um dos principais desafios enfrentados pelos educadores na implementação da inclusão digital na EJA é a falta de acesso adequado à tecnologia e à internet por parte dos alunos. Muitos alunos adultos podem não ter acesso a dispositivos digitais, como computadores ou smartphones, ou podem enfrentar dificuldades com a conectividade devido às limitações financeiras, infraestrutura inadequada ou falta de habilidades digitais. Isso pode criar disparidades significativas no acesso aos recursos educacionais online e limitar a eficácia das estratégias de inclusão digital.
Os educadores da EJA enfrentam o desafio de adaptar as estratégias de ensino para atender às necessidades variadas e muitas vezes complexas dos alunos adultos. Muitos alunos da EJA podem ter experiências educacionais anteriores limitadas, dificuldades de aprendizagem, baixa autoestima ou falta de motivação, o que pode tornar o processo de ensino e aprendizagem mais desafiadores. Os educadores precisam encontrar maneiras criativas de engajar esses alunos, proporcionando-lhes um ambiente de aprendizado inclusivo, motivador e acessível. Educadores da EJA também enfrentam desafios relacionados à falta de habilidades digitais entre os alunos. Muitos adultos podem se sentir desconfortáveis ou intimidados pelo uso da tecnologia, e podem precisar de apoio adicional para desenvolver as habilidades necessárias para utilizar eficazmente os recursos educacionais online. Os educadores precisam oferecer orientação e suporte personalizado para ajudar esses alunos a superar essas barreiras e se tornarem usuários confiantes e competentes da tecnologia.
A adaptação dos materiais e recursos educacionais para atender às necessidades dos alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) no contexto digital é essencial para garantir uma experiência de aprendizado eficaz e inclusiva para esse público diversificado e muitas vezes heterogêneo. De acordo com Dantas (2020, p, 56) “O fato é que há a necessidade de uma formação com novas configurações a ser reorganizada no currículo da EJA para aproximar cada vez mais esses sujeitos dos espaços sociais e profissionais”. Neste contexto, os educadores enfrentam o desafio de transformar materiais didáticos tradicionais em formatos digitais acessíveis e envolventes, levando em consideração as características específicas dos alunos adultos e as demandas do ambiente digital.
A orientação metodológica é fundamental no sentido de possibilitar e gerar as condições favoráveis à prática pedagógica do professor e à aprendizagem dos(as) educandos(as). A fala da educadora é marcada pelo entendimento que a EJA precisa de uma prática pedagógica diferenciada pelas especificidades e categorias que se encerra. Fica evidente que o grupo etário que a EJA recebe necessita de procedimentos metodológicos que atendam às suas demandas específicas. (DANTAS, 2020, p, 32).
Um dos aspectos-chave da adaptação dos materiais educacionais é a sua acessibilidade. Os educadores precisam garantir que os recursos digitais sejam acessíveis a todos os alunos, incluindo aqueles com deficiências visuais, auditivas ou motoras. Isso pode envolver a utilização de tecnologias assistivas, como leitores de tela, legendas e controles de acessibilidade, bem como o design de materiais que sejam claros, concisos e fáceis de navegar.
Os materiais educacionais digitais devem ser adaptados para atender às necessidades de aprendizagem variadas dos alunos da EJA. Isso pode incluir a incorporação de recursos multimídia, como vídeos, áudios e animações, para tornar o conteúdo mais envolvente e acessível. Os educadores também podem utilizar estratégias de diferenciação pedagógica, oferecendo opções de aprendizagem flexíveis e personalizadas que atendam às diferentes habilidades, estilos de aprendizagem e interesses dos alunos.
É importante considerar que a adaptação dos materiais educacionais é a contextualização do conteúdo para torná-lo relevante e significativo para os alunos adultos. Os educadores da EJA podem incorporar exemplos do cotidiano, casos de estudo e experiências práticas para ajudar os alunos a conectar o conteúdo do curso com suas próprias experiências e necessidades. Isso pode aumentar a motivação dos alunos, tornando o aprendizado mais significativo e aplicável à vida real. Os materiais educacionais digitais devem ser flexíveis e adaptáveis para atender às necessidades dos alunos adultos em diferentes estágios de aprendizagem e com diferentes objetivos educacionais. Isso pode envolver a oferta de opções de aprendizagem modulares, que permitem aos alunos progredir em seu próprio ritmo e escolher os tópicos e atividades que são mais relevantes para seus objetivos individuais.
O impacto da inclusão digital na autonomia e empoderamento dos alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) é significativo, proporcionando-lhes ferramentas e recursos que ampliam suas possibilidades de aprendizado, desenvolvimento pessoal e participação na sociedade.
A inclusão digital oferece aos alunos da EJA maior autonomia no processo de aprendizagem. Ao disponibilizar uma ampla gama de recursos educacionais online, como vídeos, tutoriais interativos, plataformas de aprendizagem e materiais didáticos digitais, os alunos podem acessar o conteúdo de estudo em seu próprio ritmo e conveniência, adaptando-o às suas necessidades individuais de aprendizado. Isso permite que os alunos assumam o controle de seu próprio aprendizado, explorando tópicos de interesse, revisitando conceitos difíceis e avançando no currículo conforme se sentem preparados, capacitando os alunos da EJA ao fornecer-lhes habilidades digitais essenciais para navegar no mundo moderno. Aprender a usar computadores, smartphones, navegadores da web e aplicativos é fundamental para se comunicar, acessar informações, realizar transações financeiras, buscar emprego e participar da vida cívica e cultural. Ao adquirir essas habilidades, os alunos da EJA se tornam mais capacitados para enfrentar os desafios do mundo digital e se tornam participantes ativos na sociedade digitalizada.
A formação dos professores e o uso da tecnologia são fundamentais para a Educação de Jovens e Adultos (EJA). A capacitação dos educadores é crucial para que eles possam implementar práticas pedagógicas inovadoras e eficazes, adaptando-se às necessidades específicas dos alunos adultos. Professores bem preparados podem criar ambientes de aprendizagem mais inclusivos e motivadores, capazes de engajar alunos com diferentes níveis de habilidade e experiência.
A problemática da formação dos educadores não pode ser tratada como um tema separado, à parte. É necessário situá-la no contexto de uma discussão sobre qual concepção de alfabetização defendemos. Para nós, uma alfabetização que atenda às reivindicações políticas e sociais contemporâneas, e, ao mesmo tempo, compreenda as necessidades humanas e socioeducacionais das pessoas que pretendem ser alfabetizadas ou que se pretende alfabetizar. (SEPÚLVEDA, 2015, p, 117).
O empoderamento dos alunos da EJA por meio da capacidade de acessar e compartilhar informações de forma independente. A internet oferece aos alunos uma riqueza de conhecimentos e recursos que antes estavam fora de seu alcance, permitindo-lhes explorar novos interesses, descobrir novas perspectivas e ampliar seus horizontes educacionais e culturais. Além disso, as mídias sociais e as plataformas de colaboração online oferecem aos alunos a oportunidade de se conectar com outras pessoas, compartilhar suas experiências e perspectivas, e contribuir para comunidades de aprendizado globais.
A inclusão digital na EJA promove o empoderamento dos alunos ao oferecer-lhes oportunidades de desenvolvimento pessoal e profissional. Por meio de cursos online, treinamentos vocacionais, programas de educação continuada e recursos de desenvolvimento de carreira, os alunos podem adquirir novas habilidades, obter qualificações profissionais e aumentar suas chances de empregabilidade e progresso na carreira. Isso não apenas melhora sua qualidade de vida e independência financeira, mas também fortalece sua autoconfiança e autoestima, capacitando-os a alcançar seus objetivos pessoais e profissionais. Ao fornecer ferramentas e recursos que ampliam suas possibilidades, a inclusão digital capacita os alunos da EJA a se tornarem participantes ativos e bem-sucedidos na sociedade digitalizada do século XXI.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
Na construção do trabalho utilizamos pesquisas bibliográficas e artigos com cunho descritivo buscando levantar determinadas características sobre inovação educacional e tecnologia em EJA, com os seguintes objetivos, refletir sobre as inovações tecnológicas referentes ao ensino e sua importância no empoderamento de jovens e adultos na educação, específico: caracterizar as metodologias tecnológicas nas práticas pedagógicas. Segundo Menezes (2019, p, 34) “Tal tipo de pesquisa ajuda o pesquisador a compreender ou aprimorar o conhecimento sobre um determinado assunto, de modo que, após o seu término, seus resultados possam levar a outras pesquisas com novas abordagens”.
O referido paper tem como problematização: qual a importância da inclusão digital na Educação de Jovens e Adultos (EJA) e seus impactos na igualdade de oportunidades educacionais e sociais. Para tanto, utilizou-se a metodologia qualitativa, estabelecendo relações conceituais, bem como, fazendo uso adequado de livro, sites e outros, resguardando a originalidade deste material.
Neste processo, utilizou-se a metodologia qualitativa, a fim de estipular-se relações analíticas entre as fontes determinadas, sendo assim, priorizou-se a fidedignidade do texto, destacando que o mesmo se constitui original.
FIGURA 1: TECNOLOGIA E INCLUSÃO
FONTE: MOVPLAN. Site: https://movplan.com.br/wp-content/uploads/2020/08/03_20_2020mmt_Lousa-digital-scaled.jpg Disponível em 19 de maio de 2024
A Figura 1 A ilustração tem o objetivo de representar uma sala de aula equipada com recursos tecnológicos acessíveis, proporcionando as condições essenciais para a formação dos alunos no contexto tecnológico contemporâneo. Este ambiente é projetado para preparar os educandos para um futuro em que a tecnologia desempenha um papel central, tanto em suas vidas profissionais quanto pessoais.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A disparidade no acesso à tecnologia e à internet é um desafio significativo enfrentado por comunidades carentes, tanto urbanas quanto rurais. Essa desigualdade vai além das questões econômicas e abrange também fatores sociais e geográficos, o que resulta na privação de muitos indivíduos dos vastos benefícios e recursos oferecidos pela era digital.
No contexto da Educação de Jovens e Adultos (EJA), essa disparidade se manifesta de maneira ainda mais pronunciada. Muitos alunos enfrentam dificuldades e receios em relação às novas tecnologias, em grande parte devido à falta de familiaridade e experiência educacional limitada nesse campo. Esse cenário coloca esses educandos em desvantagem, especialmente considerando as crescentes demandas por habilidades tecnológicas no cenário profissional contemporâneo.
A falta de recursos em escolas de Educação de Jovens e Adultos (EJA) é um desafio significativo que afeta negativamente a qualidade da educação oferecida. Essas escolas muitas vezes enfrentam uma série de limitações, que vão desde a falta de infraestrutura básica, como salas de aula adequadas e materiais didáticos atualizados, até a escassez de recursos humanos, como professores capacitados e orientadores educacionais.
A inclusão digital na educação da EJA enfrenta uma série de desafios complexos nos dias de hoje. Além da necessidade de capacitação dos profissionais de educação, que muitas vezes também enfrentam dificuldades no uso e na aplicação adequada das tecnologias e metodologias, há a questão da adaptação dos materiais educacionais para atender às necessidades variadas e muitas vezes complexas dos alunos adultos. Isso requer uma abordagem sistêmica que considere não apenas as habilidades digitais dos alunos, mas também suas experiências educacionais anteriores e suas necessidades individuais de aprendizado.
No entanto, é fundamental reconhecer que a inclusão digital não é apenas uma questão de acesso à tecnologia, mas também uma questão de capacitação e empoderamento dos indivíduos. Ao fornecer habilidades e ferramentas necessárias para competir em um mercado de trabalho digitalizado, a inclusão digital abre portas para novas oportunidades de carreira e empreendedorismo, promovendo a empregabilidade e a inserção social de jovens e adultos da EJA. Essa abordagem não apenas fortalece a capacidade dos alunos de enfrentar os desafios do mundo digital, mas também contribui para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.
5. CONCLUSÃO
Existe a necessidade de desconstruir a ideia de que a tecnologia é complicada e maçante, a presença digital é importante e a capacidade de navegar nesse ambiente é fundamental para a plena participação na sociedade. A percepção de que a tecnologia é complexa é um obstáculo significativo para muitas pessoas, criando uma barreira à sua adoção e uso eficaz.
Essa noção enraizada de que a tecnologia é complicada muitas vezes decorre de uma série de fatores, incluindo falta de familiaridade, experiências negativas anteriores e a rápida evolução das próprias tecnologias. No entanto, é importante reconhecer que essa percepção não é universal e pode ser superada por meio de uma abordagem mais inclusiva e acessível à tecnologia.
Diante das complexidades e desafios apresentados, é evidente que a falta de recursos e o acesso desigual à tecnologia em escolas e residências, que representam obstáculos significativos para a inclusão digital na Educação de Jovens e Adultos (EJA).
A resistência por parte dos educandos e educadores em relação à tecnologia é um reflexo da falta de familiaridade e experiência limitada, destacando a necessidade premente de capacitação e suporte adequados para promover uma integração eficaz da tecnologia no ambiente educacional da EJA. A implementação de políticas públicas adequadas torna-se crucial para enfrentar esses desafios, garantindo o acesso equitativo à tecnologia e fornecendo recursos e treinamento necessários para educadores e alunos.
O diálogo emerge como uma ferramenta fundamental para destacar a importância da tecnologia na vida dos educandos, enfatizando seus benefícios educacionais, profissionais e sociais. Ao promover uma compreensão mais profunda das oportunidades oferecidas pela inclusão digital, o diálogo pode ajudar a superar a resistência e criar um ambiente propício para a adoção da tecnologia na EJA.
É essencial desenvolver materiais e métodos adequados para o ensino com tecnologia na EJA, levando em consideração as necessidades e características específicas dos alunos adultos. Isso requer uma abordagem inclusiva e sistêmica, que considere não apenas as habilidades digitais dos alunos, mas também suas experiências educacionais anteriores e suas necessidades individuais de aprendizado.
A superação dos desafios relacionados à inclusão digital na EJA requer um esforço colaborativo e multifacetado, envolvendo educadores, alunos, governos e outras partes interessadas. Somente através de uma abordagem integrada e centrada no aluno, podemos garantir que todos os educandos tenham acesso igualitário às oportunidades educacionais e profissionais oferecidas pela era digital.
REFERÊNCIAS
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