A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO ESCOLAR NO PROCESSO EDUCATIVO

 

ELISIANE ALVES TEIXEIRA

1- INTRODUÇÃO

Este trabalho pretende discutir a importância da gestão escolar como transmissora e produtora de saberes, evidenciando o vínculo entre escola, professores, aluno e comunidade, o trabalho coletivo e compartilhado de todos os sujeitos que, de uma forma ou outra, são responsáveis pelo que nela ocorre. Parte-se da idéia de que a solução para uma gestão democrática é uma variável determinante na articulação da ação educativa da escola. Todos são coadjuvantes de um mesmo processo, sem desrespeito às suas funções específicas. A temática sobre a melhoria da qualidade do ensino das escolas é algo que se discute e se rediscute há muito tempo.

2- DESENVOLVIMENTO

Há bem pouco tempo, falava-se em administração escolar, que compreendia as atividades de planejamento, organização, direção, coordenação e controle. “A gestão, por sua vez, envolve estas atividades necessariamente, incorporando certa dose de filosofia e política. O que existe é uma dinâmica interativa entre ambas”. (LUCK, 2006, p. 99). Nessa perspectiva, a gestão escolar passa a ser concebida sob o prisma de reconhecer a importância da participação de todos na organização e no planejamento do trabalho escolar, uma vez que o conceito de gestão está associado ao fortalecimento da democratização no processo pedagógico, garantindo a participação efetiva dos estudantes, funcionários, pais, professores, equipe gestora e comunidade local nas decisões da escola. A gestão democrática na escola assegura o direito de todos à educação, fortalece a escola como instituição, e contribui para a superação do autoritarismo, do individualismo e das desigualdades socioeconômicas, assegurando a construção da qualidade social inerente ao processo educativo. Um dos grandes desafios da gestão democrática é vencer o desafio de garantir o acesso e a permanência do aluno, com sucesso, bem como a qualidade dos serviços prestados por ela.

Como ilustra Heloisa Luck, (2006, p. 99) “a gestão não deprecia a administração, mas supera as suas limitações de enfoque dicotomizado, simplificado e reduzido, para atender as exigências de uma realidade cada vez mais complexa e dinâmica”. Para tanto, é preciso ampliar a democracia com a participação ativa da sociedade nos diversos espaços sociais. No entanto, a escola é um desses espaços, pois a gestão escolar democrática é uma forma de democracia participativa que favorece o exercício da cidadania consciente e comprometida com os interesses da maior parte da sociedade. A expressão gestão escolar em substituição à administração escolar, não é apenas uma questão meramente somatória ao processo pedagógico: ela representa uma mudança radical de postura, um novo enfoque de organização, um novo processo de encaminhamento das questões escolares, ancorados nos princípios de participação, de autonomia, de autocontrole e de responsabilidade.

 

5- CONCLUSÃO

Uma gestão democrática precisa da participação ativa da comunidade escolar, no momento de partilhar o poder e tomar uma decisão. Implica a efetivação de novos processos de organização e gestão baseados em uma dinâmica que favoreça os processos coletivos e participativos de decisão. Nesse sentido a participação constitui uma das bandeiras fundamentais a serem implementadas pelos diferentes atores que constroem o cotidiano escolar. “Uma escola é o que são os seus gestores, os seus educadores, os pais dos estudantes, os estudantes e a comunidade. A ‘cara da escola’ decorre da ação conjunta de todos esses elementos. A própria sala de aula é um lugar de gestão e, principalmente, de aprendizagem da gestão democrática, não só da escola, mas da vida. Exercitar a gestão democrática na escola é uma forma de ensinar e aprender”. (LUCKESI, 2007). Significa usar o espaço escolar como um recurso de Educação para todos, na perspectiva do “aprender a viver juntos”, de tal forma que os espaços públicos e particulares possam ser respeitados, de modo ativo, ou seja, no sentido de agir a favor de um modo mais satisfatório de vida para todos. “A gestão democrática é condicionante imprescindível da qualidade” (GADOTTI, 1994). Faz-se necessário, por sua vez, que a comunidade, os usuários da escola sejam os seus dirigentes e gestores. Na gestão democrática pais, alunos, professores e funcionários assumem sua parte de responsabilidade pelo projeto da escola. Sendo assim, é fundamental compreender a importância da responsabilidade daquele que vai gerir a escola de educação infantil. Porque é a partir das experiências que vai adquirindo com as pessoas e com as situações que a criança vai construindo sua própria personalidade. Nessa escola, conforme Paulo Freire (2004), “o diretor é gente, o coordenador é gente, o professor é gente, o aluno é gente, cada funcionário é gente. E a escola será cada vez melhor na medida em que cada um se comporte como colega, amigo e irmã”. Diante do exposto pode-se perceber que a gestão escolar é crucial na formação da pessoa e em seu nome, onde é imprescindível que ensine a compartilhar e fazer amigos e que a liberdade e a individualidade constituem essências do crescer.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LEI 9394/96. Brasília: Congresso Nacional, 1996.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2004.

GADOTTI, Moacir. Autonomia da escola: princípios e propostas. São Paulo: Cortez: Instituto Paulo Freire, 2000. (Guia da escola cidadã, 1).

LUCKESI, Carlos Cipriano. Gestão Democrática da escola, ética e sala de aula. ABC Educatio, n. 64. São Paulo: Criarp, 2007.

LUCK, Heloísa. Gestão educacional: uma questão paradigmática. v. 1. Petrópolis: Vozes, 2006.