A importância da gestão escolar democrática

 

                É titular em nossa cultura e isso decorre na história brasileira que, as muitas formas de governar, infelizmente ainda são solitárias e muitas vezes, autoritária. No entanto, a sociedade, talvez por perceber que é mais difícil e trabalhoso discutir e tomar decisões, sozinha, resolveu (aos poucos) desenvolver outra política, a gestão democrática. O que tem dado muito certo em organizações, inclusive na escola. A participação viabiliza a todos nós o conhecimento e a avaliação de tudo que nos é prestado. Quando a comunidade participa ativamente dos projetos ou mesmo de toda a construção da identidade da escola, fica mais fácil atingir a qualidade no ensino, pois, ao avaliar, questionar e participar, o indivíduo promove o crescimento de todos e também exige melhorias.

                Portanto, a participação significa a democratização, a intervenção na gestão. Como a educação diz respeito à influência intencional e sistemática sobre o ser humano, com o propósito de formá-lo e desenvolvê-lo em uma sociedade, é claro que a participação da comunidade é imprescindível, pois quando se fala em educação, fala-se em desenvolvimento sócio político, cultural e econômico do indivíduo. E nada mais justo que fazer da gestão escolar, um governo mais democrático, pois essa é de todos e para todos. Dessa forma, todos têm direito em opinar e participar das intenções dessa gestão. A participação quando é favorável à escola, caminha pelo processo organizacional em que os profissionais e usuários da escola compartilham institucionalmente em certos processos na tomada de decisão.

                No primeiro momento, pensamos que a participação deve ser um ingrediente dos objetivos e metas da escola, pois é na escola que aprendemos e nos desenvolvemos. Afinal, é o local onde entendemos o que é viver em sociedade, é nela que participamos ativamente das questões culturais, sociais, éticas, econômicas e políticas. No segundo momento, é por meio da participação que a escola passa a ser a segunda casa da comunidade, deixa de ser um espaço apenas formal para ser um ambiente prazeroso e gratificante. Quando estamos nos sentindo bem e sabemos que podemos contribuir na gestão da escola, o processo ensino aprendizagem flui consideravelmente. Desenvolvendo a vivência da prática de decisões democráticas, os funcionários, os pais, alunos e professores vão se sentindo responsáveis pelas decisões, que com certeza, influenciarão e afetarão toda a sociedade.

                Mas, para haver participação é imprescindível autonomia, a escola deve e pode se autogovernar, pois ao conceber o ato político de existir e mudar a vida do educando e da comunidade, ela tem o diferencial que é o saber, o conhecimento. A autonomia significa poder e saber tomar decisões sobre seus objetivos e sua organização. Contudo, esse processo de autonomia deve ser responsável e coerente aos meios éticos. Quando isso ocorre, a escola passa a ser dona de seus próprios caminhos e torna a comunidade co-responsável pelo êxito da instituição. Assim, a escola se transforma em uma instância promissora, com um trabalho coletivo, onde a aprendizagem passa a ser satisfatória e engrandecedora para favorecer ao indivíduo e a toda sociedade.