SILVA, Karolyne Soraya Pereira*1

SOUZA, Lucas Vinícius de Carvalho*2

ARAÚJO, Márcia Teixeira*3

SANTANA, Maria Lúcia Guimarães*4

RESUMO

Ao considerar a trajetória históricas social da comunidade surda, caracterizada por dificuldade e preconceito surge uma grande preocupação com a escolarização  do surdo e, consequentemente, com o ensino e aprendizado da leitura e da literatura.

Nesse sentido, o presente trabalho propõe discutir questões sobre a importância da família e da própria instituição escolar para a formação de crianças surdas leitoras no contexto educacional.

 

Introdução

O processo histórico da educação do aluno surdo foi marcado por grandes entraves, desafios, sofrimentos nos quais esse indivíduo teve que superar com muito esforço e persistência.

No princípio, eram praticados modelos ouvinistas, com imposições e exercícios repetitivos e cansativos como é o caso do oralismo o qual não considerava a identidade do sujeito surdo, forçando-o a aprender uma linguagem que pertence a outro grupo de pessoas, os ouvintes. O oralismo ainda é uma prática que perdura nos dias atuais, porém com uma diferença, porque atualmente o aluno surdo pode escolher se quer aprender ou não.

Nesse sentido, a família não tinha conhecimento do que era melhor para seu filho, apenas buscava ajuda de médicos, professores especializados para diminuir as dificuldades de comunicação dos filhos, por acreditar que esse tipo de ensino fosse o mais adequado.     A família não auxiliava os filhos por falta de conhecimento da técnica mais eficiente para garantir essa comunicação entre os filhos surdos e as pessoas ouvintes.

Com o passar dos anos, foram surgindo políticas públicas que pudessem assegurar a inclusão da criança surda nas turmas regulares, onde é considerada a sua própria língua LIBRAS Língua Brasileira de Sinais, sendo reconhecida no Brasil pela Lei 10.436/2002. A Língua Brasileira de Sinais, tal qualquer outra língua, possui estrutura e características específicas que exigem do receptor a atenção, percepção e memória para sua compreensão.  A estrutura da Língua Brasileira de Sinais – Libra é constituída de parâmetros primários e secundários como configuração das mãos, ponto de articulação, movimento e disposição das mãos, orientação da palma das mãos, região de contato e expressões faciais.

O surdo é um sujeito linguístico que necessita de todas essas condições de atenção, percepção e memória para se desenvolver cognitivamente. E o ensino da Língua Brasileira de Sinais, apresenta-se de suma importância nesse processo, bem como a família deve apropriar-se dessa língua para viabilizar a comunicação por meio dela.

Nesse sentido, a educação escolar das pessoas surdas ainda permanece frágil, pois muitos indivíduos surdos só conseguem aprender a LIBRAS na juventude ou na fase adulta devido ao fato da família não ter domínio dessa língua, dificultando assim a aprendizagem dos filhos. Se a família descobre cedo a deficiência e domina a LIBRAS, ela poderá gesticular e ensinar os sinais para o filho deficiente auditivo desde sua infância, proporcionando maiores condições para que o mesmo se desenvolva socialmente. Outro fator essencial na aprendizagem do surdo é o uso do corpo dentro de um sistema linguístico. Por meio desse instrumento cheio de significados, as coisas terão sentido para o sujeito surdo. A própria LIBRAS é expressa através do corpo e isso traz um grande sentido para a pessoa surda.

As leis também regulamentaram a atuação de um novo profissional para auxiliar o processo de inclusão do aluno com surdez que é o intérprete em libras. Esse profissional, além de ser um meio de comunicação dos surdos, tem um papel muito importante de manter contato com a família do aluno surdo, proporcionando-lhe condições para orientação e sensibilização dessas questões que envolvem o aluno surdo para que juntos possam desenvolver a autonomia do aprendiz com surdez.

No entanto, nosso país ainda não possui propostas consistentes para o trabalho com a família dos alunos com surdez e isso torna as coisas mais complicadas, pois a família revela-se de fundamental importância no processo de desenvolvimento da aprendizagem da criança com surdez, sendo essa a base de toda sustentação da vida de uma pessoa. 

Diante do exposto, questiona-se: qual a importância da família no  inicio do processo de escolarização da criança com surdez?

A EDUCAÇÃO INCLUSIVA DO ALUNO COM SURDEZ

A educação inclusiva ainda apresenta-se fragilizada, pois é necessária a adequação dos espaços, aquisição de materiais, formação específica para professores e intérpretes, capacitação das famílias para conduzir seus filhos dentre outras questões nas esferas municipais, estaduais e federais.

O processo de inclusão do aluno com surdez na escola de ensino regular  teve início a partir de 1989 com a aprovação da lei nº 7.853 na qual tornou obrigatório a todas as escolas da rede pública a aceitarem matrículas de alunos com deficiências, sendo passíveis  de punição ao descumprimento da lei.

De acordo (‘’SKLIAR:1988,P57’’). A criança surda precisa estar em um ambiente que lhe proporcione o desenvolvimento natural da linguagem e da língua de sinais para que se torne leitora e passa ler textos literários sem receios.

Para assegurar a inclusão de alunos com deficiência como é o caso do surdo, é preciso pensar e organizar a escola numa esfera global.

A educação inclusiva das pessoas com necessidades educacionais específicas em especial a deficiência auditiva, diz respeito às questões pertinentes aos seus limites e possibilidades, como também nos preconceitos reproduzidos pela sociedade para com elas.

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