INTRODUÇÃO 

Ao observar a instituição escola e a família, considerando suas diferenças e semelhanças, compreendendo-as sob o olhar denso da cultura, levam-se em consideração os cidadãos, homens e mulheres, enquanto sujeitos sociais e históricos, presentes e atuantes na história da sociedade, tão arraigada de divisores de classes, que separam constantemente os homens da natural condição de igualdade. Diante de tal realidade, a escola, enquanto instrumento da educação, enfrenta grandes desafios, quanto às ações que promove.

A família é espaço sócio-cultural cotidiano e histórico no processo de socialização, se relaciona com as instituições de ensino, tornando-se berço de atitudes, bem como de mudanças, ou estagnação, da realidade na qual a sociedade a insere, pois é delas que partem os sujeitos sociais que irão manter, ou mudar, a si próprios e, conseqüentemente, a realidade onde estão inseridos.

Vimos uma relação escola-família, desenvolvida de maneira responsável e comprometida com o avanço da sociedade, é crucial para a evolução da educação de um país. Muitas vezes nos perguntamos, por que pais e professores ainda não conseguem se entender? Por que os pais não correspondem às expectativas da escola no que se refere à relação dia de: escola x família? 

Hoje a escola reclama da ausência da família no acompanhamento do desempenho escolar da criança, da falta de pulso dos pais para dar limites aos filhos, da dificuldade que muitos deles encontram em transmitir valores éticos e morais importantíssimos para a convivência em sociedade. Por outro lado, a família reclama da excessiva cobrança da escola para que os pais se responsabilizem mais pela aprendizagem da criança, da ausência de um currículo voltado para a transmissão de valores e da preparação do aluno para os desafios não-acadêmicos da sociedade e do mundo do trabalho.

O ser humano aprende o tempo todo, o papel da família é fundamental, pois é ela que decide, desde cedo, o quê seus filhos precisam aprender, quais as instituições que devem freqüentar o que é necessário saberem para tomarem as melhores decisões no futuro.

Este motivo nos leva a fazer este trabalho de pesquisa, onde a mesma foi elaborado com o objetivo de verificar a importância dos pais no processo educativo dos filhos, onde se pressupõe que trabalhando adequadamente com a educação e os valores familiares, conseguirá transformar em uma sociedade mais justa e ética. Neste trabalho relatamos que a contextualização do objeto e questões da pesquisa que remetem à questão muito importante, pois se a mudança é necessária, é preciso que todo educador saiba que o apoio da família é crucial no desempenho escolar: pai que acompanha a lição de casa; Mãe que não falta a nenhuma reunião; pais cooperativos e atentos no desempenho escolar dos filhos na medida certa. Esse é o desejo de qualquer professor; que haja uma aliança entre família e Escola.

É preciso compreender a família como um fenômeno historicamente situado, sujeito as alterações, de acordo com as mudanças das relações de produção estabelecidas entre os homens [...] É evidente que as funções da família vão depender do lugar que ela ocupa na organização social e na economia. (ARANHA, 1989, p. 75).

Atualmente, numa sociedade de intensa competição e de falta de oportunidades, índices alarmantes de violência e pobreza, grande diferenciação de classes, com os indivíduos cada vez mais ocupados e conseqüentemente mais distantes como, por exemplo, quando escolhem morar sozinho, mas também socialmente, quando do isolamento social – reconhecem-se numerosas formações familiares, como aquelas chefiadas somente por mulheres ou somente por homens, aquelas formadas por casais sem filhos (seja por vontade própria ou não), até aquelas provenientes da união de casais homossexuais, embora esta ainda, a exemplo de alguns países, não tenha sido legalizada no Brasil.
            Num país onde muitos direitos já foram conquistados, mesmo que de modo superficial, como o voto direto e democrático, diferenças já foram amenizadas, a exemplo dos preconceitos raciais e de gênero, barreiras rompidas, quer seja na tecnologia ou em qualquer outro campo, o que se observa também, é que a família, juntamente com outras instituições como a Igreja e, principalmente, a escola, metamorfoseou-se conforme os anos se passaram, adequando-se às relações sociais resultantes também do histórico no qual se insere. Diante de argumentações, intensamente reformuladas a partir da análise da ligação entre as instituições, escola e família, de suas peculiaridades e relevâncias.
            Segundo o disposto na Constituição Federal, a educação é um direito de todos, bem como dever do Estado e da própria família, devendo ser promovida e incentivada com a colaboração de toda a sociedade, para o desenvolvimento pleno da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (CF, art.205), sendo que é competência privativa da União legislar sobre diretrizes e bases da Educação Nacional, consoante o disposto no artigo 22, XXIV, do texto constitucional. 

Observando a definição de que a educação, “[...] é um direito de todos e dever do Estado e da Família” (BRASIL, 1988), vê-se que a Lei Maior procura registrar em seu texto, a garantia de que as instituições ligadas ao ato educacional – Poder Público (União, Estado e Municípios) e a Família – têm a co-responsabilidade social de inserir e cuidar da educação de seus membros.
            A família não é o único canal pelo qual se pode tratar a questão da socialização, mas é, sem dúvida, um âmbito privilegiado, uma vez que este tende a ser o primeiro grupo responsável pela tarefa socializadora. A família constitui uma das mediações entre o homem e a sociedade. Sob este prisma, a família não só interioriza aspectos ideológicos dominantes na sociedade, como projeta, ainda, em outros grupos os modelos de relação criados e recriados dentro do próprio grupo.(CARVALHO,M.B.,2006,p.90).
           Compreende-se que, o papel a ser exercido pela escola, ultrapassa o ensino pedagógico presencial da sala de aula, e o da família, vai muito além do simples sustento (alimentação, moradia, vestuário e etc) para com os filhos que a freqüentam.
            Diante de tais defesas, a análise da ligação entre as instituições, escola e família, paralelamente às diferenciações existentes entre elas, ou seja, os pontos relevantes considerados as peculiaridades e as transformações histórico-sociais, abrem espaço para questões a respeito de qual seria a real e atual relação existente entre elas, bem como estaria se dando tal relacionamento na contemporaneidade.
            Di Santo (2006, p. 2), em seu artigo Família e Escola: uma relação de ajuda relata que: Atualmente, a família tem passado para a escola a responsabilidade de instruir e educar seus filhos e espera que os professores transmitam valores morais, princípios éticos e padrões de comportamento, desde boas maneiras até hábitos de higiene pessoal. Justificam alegando que trabalham cada vez mais, não dispondo de tempo para cuidar dos filhos. Além disso, acreditam que educar em sentido amplo é função da escola. E, contraditoriamente, as famílias, sobretudo as desprivilegiadas, não valorizam a escola e o estudo, que antigamente era visto como um meio de ascensão social.

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