A educação é um direito de todos – Artigo 205 da Constituição Federal de 1988 - e visa ao pleno desenvolvimento humano por meio do processo de ensino-aprendizagem. A busca pelo conhecimento é fundamental para o desenvolvimento do ser humano. A importância da educação na vida de uma pessoa tanto quanto de uma população é claramente refletida nos mais diferentes âmbitos da vida cotidiana: em como se relacionar, digerir informações, lidar com as emoções, criar empatia para com o próximo, tomar decisões de forma racional, desenvolver senso crítico e, até mesmo, obter satisfação pessoal e profissional. Logo, a primeira fase da educação se dá pela Educação Infantil, sendo essa a primeira etapa de desenvolvimento da criança.

A Educação Infantil é o primeiro contato da criança com a experiência escolar e engloba a importante fase da vida entre 2 e 5 anos de idade, e é obrigatória a partir dos quatro anos, sendo dever do Estado ofertá-la. Dessa forma, a educação é benéfica para o desenvolvimento integral de todo indivíduo em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social. Frente a isso, é fundamental considerar a educação como fator de grande importância para o crescimento da criança, e como a escola tem a responsabilidade de contribuir para o avanço cognitivo dos seus alunos.

A Educação Infantil, também conhecida como primeira etapa da educação básica, é de extrema relevância para com o indivíduo, pois é a partir dela que ele vai aprender a se relacionar e viver em sociedade, devido a interações no âmbito educacional, com crianças e professores, em prol de sua formação como ser e cidadão. Ou seja, a educação tem um papel essencial na formação humana desde os primeiros anos de vida. Quando a criança é inserida numa instituição de ensino, ainda pequena, esta passa a receber instruções adequadas que irão ajuda-la e estimula-la a se socializar de forma saudável, a demonstrar respeito e buscar o diálogo, a criar noções de responsabilidade etc. A ser um bom cidadão, em outras palavras.

Logo, as atividades para Educação Infantil de acordo com a BNCC (Base Nacional Comum Curricular), trabalham, de forma lúdica, as motricidades fina e ampla, a percepção e a capacidade de foco e concentração, bem como proporciona a ampliação das interações sociais, das capacidades linguísticas e do senso moral, além de outras características importantes, como a autoestima.

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) define a responsabilidade e a cidadania entre as competências que os alunos precisam desenvolver ao longo da Educação Básica. A escola, portanto, é responsável por adquirir e promover tais atitudes no ambiente escolar:

 “Agir pessoal e coletivamente com autonomia, flexibilidade, responsabilidade, determinação e resiliência, tomando decisões a partir de princípios éticos, inclusivos, democráticos, solidários e sustentáveis” (BNCC, 2018).

Essas competências propiciam a capacidade de compreender os outros, exercer empatia e se relacionar bem em prol do bem comum, afim de resolver problemas, mediar conflitos e identificar as necessidades alheias e ser capaz de ajudar. Para tanto, tais qualidades envolvem os aspectos comportamental e relacional dos indivíduos.

Dessa forma, creches e pré-escolas, não são apenas uma solução para os pais que trabalham e não conseguem cuidar dos filhos em algum período do dia, afinal, trata-se, na Educação Infantil brasileira, de um importante meio do crescimento pessoal e social do indivíduo, aprimorando, assim, suas habilidades cognitivas e motoras. 

A educação hoje.

Atualmente, as práticas pedagógicas não se limitam a apenas transmitir aos alunos o conhecimento formal. A importância da Educação, como um todo, vai muito além disso.

De tal modo, as instituições de ensino têm como papel a formação integral de indivíduos e de cidadãos para o mundo e, portanto, precisam oferecer uma educação que contemple as habilidades e competências necessárias para isso.

A educação integral faz parte do progresso do desenvolvimento integral do indivíduo em todas as suas extensões, ou seja, o desenvolvimento emocional, social, intelectual, físico e cultural. Sendo assim, tal responsabilidade não é exclusiva da escola, mas sim uma responsabilidade coletiva, que engloba os estudantes, as famílias, os educadores, logo, de toda a comunidade escolar.

Posto isto, para mudar o mundo por meio da educação é preciso colocar em prática os conhecimentos e as habilidades adquiridos na escola, e estimular os estudantes a praticarem o que aprendem na escola e na sociedade.

“Responsabilidade e Cidadania”, como supracitado pela BNCC, estabelece a necessidade de desenvolver desde cedo nos alunos a consciência de que eles podem ser agentes autônomos e transformadores na construção de uma sociedade mais democrática, justa, solidária e sustentável.

 Baseada na cidadania, a educação pode mudar o mundo em vários aspectos, como:

  • Combater à desigualdade social: a educação promove grandes oportunidades de trabalho e crescimento profissional e financeiro;
  • Estimular a sustentabilidade: para estimular uma maior preocupação com o futuro e cuidado com a natureza, preservando os recursos que temos, é necessário obter conhecimento sobre o planeta e o meio ambiente;
  • Promover os direitos humanos: por meio da cidadania estimulada na educação, é possível conhecer os direitos e deveres que cada indivíduo possui na sociedade, fortalecendo, dessa forma, a democracia e tornando a sociedade um lugar de todos;
  • Diminuir a violência: por intermédio da educação é possível melhorar a condição de vida de muitas pessoas, já que a violência costuma estar relacionada a fatores sociais desfavoráveis.

Estudos mostram que a educação no Brasil teve grande evolução nos últimos anos. De acordo com dados fornecidos pelo Governo Federal, a maioria das crianças do país tem acesso à educação básica. Entretanto, ainda possuem dificuldades quanto ao avanço do ensino, uma vez que muitas crianças precisam repetir o ano escolar ou abandonar os estudos para trabalhar, o que é chamado de evasão escolar. De certa forma, é indubitável que educação no Brasil ainda é deficitária, principalmente na esfera pública de ensino. Assim, é necessário que os governos do país invistam no setor e garantam um ensino de qualidade para toda a população.

Como educar? 

É valido ressaltar que a educação não se restringe apenas ao ambiente escolar, como creches, escolas e universidades. A educação se dá ao um todo, associado às formações escolar, familiar e social. Pensando assim, esta pode ser formal ou informal.

  • Educação formal: Há reconhecimento oficial e abrange o âmbito escolar, graus, níveis, diplomas e currículos. O saber é apresentado por intermédio das disciplinas escolares e é interposto por um educador. No ambiente escolar, a educação é planejada e, dessa maneira, formal.
  • Educação informal: é o conhecimento adquirido por meio da interação social e da vivência. Não possui formalidade de currículo, horário ou lugar. A aprendizagem informal ocorre espontaneamente. 

Segundo as Conferências Internacionais de Educação de Adultos (Confintea), é entendido por educação não formal todo e qualquer processo de ensino e aprendizagem sucedido a partir de uma intencionalidade educativa, porém sem obter-se graus ou títulos, sendo comum em organizações sociais que exercem a democracia. E por educação informal aquela que ocorre nos processos quotidianos sociais, tais como com a família, nos círculos sociais e afetivos e no trabalho.

De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em uma instituição escolar, a educação é realizada além dos limites da educação formal, e abrange tudo aquilo que se aprende também na convivência social. Por meio da educação, é produzido conhecimento e, desta maneira, todas as esferas de um país se desenvolvem.

O investimento na educação é, portanto, crucial para assegurar que o indivíduo exerça sua cidadania e conquiste o pleno desenvolvimento. Investindo na educação, o país acaba investindo também em todos os outros setores da sociedade. A educação desenvolve o senso crítico, abre portas e garante a dignidade de um corpo social.