A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA ESCOLA!

Professor Me. Ciro José Toaldo[1]

No ano de 1992, no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, ocorreu a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, ela ficou conhecida como Eco-92, Cúpula da Terra, Conferência do Rio de Janeiro e Rio 92, com a participação de vários chefes de estados, feita pela Organização das Nações Unidas.

Para o Brasil foi um marco, considerado um avanço nas causas ambientais e, por consequência trouxe a educação ambiental para dentro da escola. Entretanto, mesmo com uma conferência de tamanha magnitude, o meio ambiente continuou sendo comprometido, isto indica que existe a necessidade urgente de perceber que somente com as ações educacionais não será possível construir uma sociedade sustentável, somente as pessoas comprometidas irão mudar o mundo.   

     Ações produtivas que degradam o solo, lixões a céu aberto, nível de pobreza elevado que levam esta população viver nas encostas e margens de rios são demonstrações do quanto o Brasil não avançou desde a Rio 92. E, atrelado a estas questões, também a profissionalização do educador ambiental é problema, como afirma o professor LAYRARGUES (2012):

(...) a ausência, ainda hoje, de debates acerca da formação e profissionalização em educação ambiental. (...) a necessidade de haver um currículo mínimo e certificação oficial para um profissional ser reconhecido como educador ambiental e poder atuar profissionalmente com esse rótulo institucional[2].

      A situação que se encontra o Brasil e as considerações de LAYRARGUES (2012), a cerca da maior profissionalização da educação ambiental para que as escolas tenham uma educação de qualidade, demonstra à urgência em se tem em resgatar as questões ambientais e o quanto a escola pode contribuir com esta temática.

     Este pequeno artigo, dentro da dimensão do avanço relacionado com a Educação Ambiental, busca contribuir como a escola trata a questão ambiental, pois, mesmo com a vanguarda da legislação, com o advento da Lei 9394, de 20/12/1996, Lei de Diretrizes e Base, LDB, onde também estão os princípios e objetivos da Educação Ambiental e, sobretudo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), a escola está aquém das questões relacionadas com o meio ambiente.

Em que pese o esforço que os órgãos públicos e a iniciativa privada possam fazer em relação à Educação Ambiental, como foi em 2005, com a divulgação do Programa Nacional de Educação Ambiental – ProNEA, de onde surgiu um documento oficial que apresenta diretrizes, princípios e a missão que orientam as ações no âmbito nacional em torno das questões ambientais, há poucas ações práticas e, o meio ambiente, torna-se apenas discurso, muitas vezes evasivos, assim, há ocorrem avanços. Quem sabe, a Educação Ambiental ganhe força, uma vez que se encontra em debate, no Senado Federal, a possibilidade desta se transformar em disciplina obrigatória no ensino básico[3].

Compreender, os avanços e os recuos relacionados com a educação ambiental e como a escola trata desta educação, sem esquecer o tipo de sociedade que estamos inseridos, com mudanças de aspectos culturais, onde a escola, segundo GUARESCHI (2004), torna-se um aparelho ideológico deste sistema excludente, ou seja, um mero reprodutor que contraria a dimensão e o contexto da Educação Ambiental. Estamos inseridos em uma cultura de risco, onde os efeitos escapam de nossa percepção, contudo as evidências de que eles podem nos atingir, não só a vida de quem os produz, mas as de outras pessoas, espécies e gerações[4]

Despertar no professor, como afirma GUARESCHI (2004), uma prática dialogal e reflexiva junto de seu aluno, introduzindo conceitos relacionados ao meio ambiente como uma educação especifica com conscientização, profissionalismo, preservação e criticidade, mesmo sendo um desafio para as escolas é algo, no médio prazo, apresentará resultados.

          É importante frisar a importância da Educação Ambiental – ela precisa ser trabalhada na sala de aula – pois, além de preservar, também vai solidificar a democracia e os valores, enaltecendo a cidadania.

          Considerando que compreender com exatidão as condições, limitações e os próprios conflitos que surgiram, principalmente da imposição da cultura pautada no capital e ganância, presentes na maneira de pensar e agir das pessoas ligadas ao senso comum, sem a visão crítica, torna-se grandes desafios das escolas comprometidas com os princípios de cidadania, visando plena formação de seus alunos, levando-os a afirmar à importância das questões ligadas a Educação Ambiental.

          Mesmo sendo uma tarefa complexa, pois a escola deve despojar-se de preconceitos e concepções culturalmente arraigadas, ligados aos fatores históricos de consolidação do sistema capitalista, disseminados em todas as sociedades, transformados em um consumismo astronômico; este artigo como demonstra que o trabalho consciente com a Educação Ambiental na escola, contribuirá para resgatar as questões ambientais e a cidadania.

           Portanto, é preciso que haja colaboração e entendimento, entre escola e sua visão de cidadania, para que os professores ajudem a formar novos cidadãos, não apenas comprometidos com a melhoria do contexto social, mas com o compromisso de edificar uma concepção que traga benefícios ao meio ambiente.

[1] Professor Mestre em História pela UFMS, concursado na Rede Municipal e Estadual de Naviraí MS.

[2] Disponível em . Acesso em: 10 jan. 2018.

[3] Disponível em . Acesso em: 31 jan. 2018.

[4] Disponível em < http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/publicacao2.pdf>. Acesso em 12 fev. 2018