A IMPORTÂNCIA DA DIDÁTICA GERAL NO DESENVOLVIMENTO PEDAGÓGICO
Por Keyla Mendes | 17/01/2019 | EducaçãoO ato de educar é praticado em várias instâncias da comunidade buscando oferecer às pessoas, como resultado do seu trabalho, uma parcela de participação nas invenções da civilização e também em seu próprio desenvolvimento. Dessa forma, a educação é uma ciência social, pois é uma tarefa pedagógica para analisar as maneiras que se manifesta a educação. Nesses termos, a didática é focada no estudo do conhecimento, visando os processos de aprendizagem e ensino, de estrutura e funcionamento das variadas extremidades do saber, sempre objetivando a criação de probabilidades de aprendizagem e de ensinamento.
Para que haja um bom desempenho nas salas de aula a Didática é muito importante, pois cabe aos professores um bom planejamento das aulas, buscando conquistar o interesse dos alunos para uma aprendizagem de valor. O docente que possui otimismo, que explora as potencialidades individuais dos alunos, tende a influenciar positivamente uma classe de aula inteira, com atitudes que estimulam e provocam os comportamentos dos discentes. O ambiente interno da sala de aula se torna saudável e a imaginação dos alunos surge com ações construtivas que determinarão o caráter de cada aluno para o resto da vida.
Para que a didática seja plenamente realizada em uma sala de aula, muitas limitações devem ser superadas. Para que esse limite seja superado, não depende apenas do corpo docente e nem do sistema da escola, más também da mudança da estrutura da sociedade. Nesse aspecto, o professor possui capacidade de ser um agente social transformador, com uma pedagogia ativa, avaliando sempre os temas pedagógicos, a metodologia utilizada e o sentido social da atividade de lecionar.
CONTEXTUALIZAÇÃO
O termo didática não deve ser utilizado para expressar a relação entre o mal e o bom docente. A didática, no século XVI, foi estabelecida como a ciência que regula o ensino. Posteriormente, Comenius, considerado o fundador da didática moderna, a definiu como arte de ensinar. Para ele, a didática fundamenta-se sobre o entendimento, a conservação e a práxis, onde o aluno adquire vasto conhecimento, boas virtudes e vocação religiosa.
Atualmente a didática adquiriu conceitos abrangentes e analisa todos as fases do processo ensino – aprendizagem, bem como as estruturas escolares, as metodologias aplicadas e ao relacionamento estabelecido entre o docente (o que ensina) e o discente (o que aprende). Nesse entendimento, a didática deve criar condições e avaliar estratégias educacionais que visam a edificação do saber. Como ciência aplicada, proporciona formas, princípios, fins e diretrizes a serem utilizadas em todas as formas do conhecimento.
Para Freire (1975) a didática avalia as técnicas utilizadas no processo de ensino – aprendizagem sobre um aspecto prático e operacional. Dessa forma, a didática estabelece saberes e experiências sobre os campos curriculares aplicados a um grupo de alunos, a uma escola ou uma região.
Tosi (2003) defende que a confecção de técnicas para o aperfeiçoamento do processo de ensino-aprendizagem e para melhorar a relação professor-aluno deriva da didática, com objetivo da prática docente ser positiva, que proporciona autonomia aos alunos e que o professor apenas não reproduza os comandos existentes na literatura didática. A autora ainda cita que a ciência do estudo está em constantes mudanças, sempre buscando a relação entre a teoria das literaturas com a práticas das salas de aula.
Sobre as práticas dos docentes nas salas de aula, Feliciano e Oliveira (2006) defendem que o currículo deve ser construído na própria sala de aula, e que todo docente deve fazer do seu conhecimento um futuro emancipatório, sempre baseado no currículo prescrito. Os autores também defendem que a sala de aula possui uma função de “mão-dupla” no processo de ensino – aprendizagem, e interpretada como um local imprescindível para o desenvolvimento das individualidades cognitivas de cada aluno.
O professor deve saber que cada aluno carrega pra dentro da escola uma teia de diferentes saberes, adquirida ao longo do seu tempo de experiência e em vários espaços, sendo este o sentido principal do currículo.
Ghiraldelli Jr. (2002) defende em seu trabalho que o docente possui a obrigação de aplicar uma didática valorosa aos alunos e que os processos educacionais busquem a integração dos atores envolvidos. O autor também cita que o conhecimento pedagógico do docente deve sobrepor ao acadêmico, devendo até avaliar o contexto econômico, político e social dos alunos.
Para que o processo de ensino – aprendizagem seja completo, o professor deve saber o conceito de pedagogia, e junto das características e competências individuais, respeitar a diversidade cultural buscando uma conduta ética para ser exemplo aos alunos em atitudes e valores.
Para Araújo e Yoshida (2009), o educador possui a função de mediar entre o discente e ao tema a ser debatido em sala de aula, com as estratégias que visem estabelecer a melhor relação de ensino-aprendizagem, mas sempre auxiliando os educandos a desenvolver o pensamento crítico. De acordo com os autores, o educador passa o seu saber mas também adquire conhecimento simultaneamente, sendo que o aluno agrega valores relacionados a cidadania.
CONCLUSÃO
A partir do estudo sobre o tema didática conclui-se que o termo didática ainda não está definido, pois o professor está num processo constante de entendimento da profissão e do conhecimento da prática. O educador deve buscar nos seus alunos a argumentação, o raciocínio, a imaginação e o sentido de observar, aproveitando da criatividade e da interatividade para alcançar seus objetivos. Para isso, o professor deve reavaliar periodicamente seus saberes pedagógicos, e no que precisar, incrementar mudanças.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA
ARAÚJO, Paullyanne Leal; YOSHIDA, Sônia Maria Pinheiro Ferro. Professor: Desafios da prática pedagógica na atualidade. In: Anais, Instituto Cuiabano de Educação. Cuiabá-MT. 2009.
FELÍCIO, Helena Maria dos Santos; OLIVEIRA, Ronaldo Alexandre de. A CONSTRUÇÃO DO CURRÍCULO EM SALA DE AULA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES. Revista Olhar do Professor, Vol. 9, N.º 02. Ponta Grossa-PR. 2006.
FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. 5ª ed. Editora Paz e Terra. Rio de Janeiro-RJ. 1975.
FONSECA, João José Saraiva da; FONSECA, Sonia da. Didática Geral. 1ª ed. INTA/PRODIPE, Sobral-CE. 2016.
TOSI, Maria Reineldes. Didática Geral; um olhar para o futuro. 3ª ed. Campinas-SP. Editora Alínea, 2003.
GHIRALDELLI JÚNIOR, Paulo. A Filosofia e sua Didática. Revista do Centro de Educação da Universidade Federal de Santa Maria, Vol. 27, N.º 02. UFSM/RS. 2002.