A falta de água potável e de esgoto tratado facilita a transmissão de doenças que, calcula-se, provocam cerca de 30 mil mortes diariamente no mundo. A maioria delas acontece entre crianças, principalmente as de classes mais pobres, que morrem desidratadas, vítimas de diarreia causadas por micróbios. No Brasil, infelizmente mais de 3 milhões de famílias não recebem água tratada e um número de casas duas vezes e meia maior que esse não tem esgoto. Isso é muito grave.

Estima-se que o acesso à água limpa e ao esgoto reduziria em pelo menos um quinto a mortalidade infantil.

Para evitar doenças transmitidas pela água devemos tomar os seguintes cuidados:

As principais doenças transmitidas pela água são:

  • Diarréia Infecciosa
  • Cólera
  • Leptospirose
  • Hepatite
  • Esquistossomose
  • Gastroenterite
  • Micoses
  • Conjuntivite

A gastroenterite pode ser causada por bactérias, protozoários, como as amebas, ou vírus, como o rotavírus e o norovírus. Esses micro-organismos entram no corpo quando a pessoa ingere água contaminada, ainda que em pequenas quantidades, ou alimentos que tiveram contato com ela. De maneira geral, os sintomas são vômito e diarreia, mas também pode haver cólicas, febre e sangue nas fezes. "Esse quadro costuma durar de dois a cinco dias", diz Gustavo Johanson. 

A Hepatite A contaminação é por via oral, ou seja, pela boca, através da água ou de alimentos que tenham o vírus.

A Leptospirose: É mais comum na água doce, mas também pode ser contraída no mar. Essa doença é causada por uma bactéria eliminada com a urina de ratos. Esses micro-organismos com a ajuda das chuvas, frequentes no verão, transportam a bactéria para rios, córregos e canais que desembocam no mar. Os sintomas principais são febre e dor no corpo, principalmente nas panturrilhas, mas também podem ocorrer náusea e vômito. 

A falta ou excesso de sais minerais dissolvidos na água também podem ocasionar doenças:

  • ·         O excesso de ferro é tóxico e provoca vômito, diarreia e lesão intestinal.
  • As grandes quantidades de zinco, geralmente adquiridas através do consumo de alimentos ácidos ou de bebidas acondicionadas em latas com revestimento de zinco (galvanizadas), podem produzir um sabor metálico, vômitos e problemas gástricos. A ingestão de 1 grama ou mais pode ser fatal.
  • ·         O cobre que não está ligado a uma proteína é tóxico. O consumo de quantidades relativamente pequenas de cobre livre pode provocar náusea e vômito. As bebidas que se encontram em contato prolongado com recipientes, tubulações ou válvulas de cobre podem estar contaminados com pequenas quantidades deste metal.

Apesar de todos os esforços para armazenar e diminuir o seu consumo, a água está se tornando, cada vez mais, um bem escasso, e sua qualidade se deteriora cada vez mais rápido.

As fontes de contaminação antropogênica em águas subterrâneas são em geral diretamente associadas a despejos domésticos, industriais e ao chorume oriundo de aterros de lixo que contaminam os lençóis freáticos com microorganismos patogênicos (Freitas & Almeida, 1998). Além de promoverem a mobilização de metais naturalmente contidos no solo, como alumínio, ferro e manganês (Nordberg et al., 1985), também são potenciais fontes de nitrato e substâncias orgânicas extremamente tóxicas ao homem e ao meio ambiente.

Os constituintes químicos das águas subterrâneas podem ser influenciados por vários fatores, entre os quais deposição atmosférica, processos químicos de dissolução e/ou hidrólise no aqüífero e mistura com esgoto e/ou águas salinas por intrusão, fatores esses que modificam as características qualitativas e quantitativas dos mananciais subterrâneos.

Nos sistemas de distribuição de água potável, a qualidade desta pode sofrer uma série de mudanças, fazendo com que a qualidade da água na torneira do usuário se diferencie da qualidade da água que deixa a estação de tratamento. Tais mudanças podem ser causadas por variações químicas e biológicas ou por uma perda de integridade do sistema (Deininger et al. 1992).

Nos países em desenvolvimento, em virtude das precárias condições de saneamento e da má qualidade das águas, as doenças diarreicas de veiculação hídrica, como, por exemplo, febre tifóide, cólera, salmonelose, shigelose e outras gastroenterites, poliomielite, hepatite A, verminoses, amebíase e giardíase, têm sido responsáveis por vários surtos epidêmicos e pelas elevadas taxas de mortalidade infantil, relacionadas à água de consumo humano (Leser et al., 1985).

Outro composto importante para a saúde humana, cada vez mais encontrado em água de poços é o nitrato. Este íon geralmente ocorre em baixos teores nas águas superficiais, mas pode atingir altas concentrações em águas profundas. O seu consumo por meio das águas de abastecimento está associado a dois efeitos adversos à saúde: a indução à metemoglobinemia, especialmente em crianças, e a formação potencial de nitrosaminas e nitrosamidas carcinogênicas (Bouchard et al., 1992).

As crianças pequenas, principalmente as menores de três meses de idade, são bastante suscetíveis ao desenvolvimento desta doença por causa das condições mais alcalinas do seu sistema gastrointestinal (Oliveira et al., 1987), fato também observado em pessoas adultas que apresentam gastroenterites, anemia, porções do estômago cirurgicamente removidas e mulheres grávidas (Bouchard et al., 1992).

A disposição de efluentes industriais contendo metais pesados em fontes hídricas é o maior fator antropogênico, responsável pela poluição em vários ambientes aquáticos. A natureza geoquímica do solo é importante fator causal de poluição por metais, particularmente em fontes de águas subterrâneas. Metais pesados em água persistem por mais tempo que poluentes e percolam da superfície para a camada subterrânea de água (Pathak et al., 1994).

Metais no sistema de distribuição de água podem ter origem na variabilidade da qualidade da água que o sistema de distribuição pode apresentar ou estar relacionados a esse fato.

Metais na água são absorvidos pelo organismo humano através do trato gastrintestinal. Esta absorção pode ser afetada pelo pH, pelas taxas de movimentação no trato digestivo e pela presença de outros materiais; combinações particulares desses fatores podem contribuir para fazer a absorção de metais ser muito alta ou muito baixa no homem.

Os efeitos tóxicos dos metais podem expressar-se de forma aguda ou crônica. Dentre os mecanismos de toxicidade dos metais estão incluídas as interações com sistemas enzimáticos, interações com membranas celulares e efeitos específicos sobre certos órgãos e sobre o metabolismo celular em geral (Goyer, 1986).

Sendo assim: o Ministério da Saúde, através da Portaria 518/2004 e o CONAMA, através da Resolução 357/2005, regulamentam os parâmetros físico-químicos, toxicológicos e bacteriológicos ideais aceitáveis para águas destinadas ao consumo humano. Recomendando o monitoramento da sua qualidade através de análises realizadas em laboratórios devidamente registrados.

Esses parâmetros e padrões pré-estabelecidos pelo MS e CONAMA, são determinados em análises de POTABILIDADE, ou seja, análises específicas de águas destinadas ao consumo humano.