A IMPORTÂNCIA DA AFETIVIDADE NA APRENDIZAGEM                          

 

  Vanda Elizete Vieira da Costa

Mestranda em Educação

 Universidade Federal do Tocantins- UFT

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Rita de Cássia Coronheira Silva

Mestranda em Educação

Universidade Federal do Tocantins – UFT

[email protected]

 

Resumo:

O presente trabalho tem por objetivo promover uma reflexão/análise entre teóricos, sobre a concepção de afetividade e o desenvolvimento do individuo no ambiente escolar. O objetivo é estudar a importância da afetividade na relação professor-aluno e sua contribuição para o processo de avaliação do ensino e aprendizagem. O estudo de caráter teórico bibliográfico constatou que as interações afetivas entre professores e alunos devem aprofundar-se no campo da ação pedagógica. Nota-se que o fator afetivo é muito importante para o desenvolvimento e a construção do conhecimento para o ser humano, pois através da afetividade o aluno se desenvolve, aprende e constrói mais conhecimentos. Nesse sentido, buscou-se responder ao seguinte questionamento – existe uma relação entre a afetividade, desenvolvimento cognitivo e o processo de ensino e aprendizagem. Para a elaboração do referido artigo utilizou-se da pesquisa bibliográfica para coleta de informações sobre afetividade. O texto abordará a concepção de afetividade segundo as teorias de Henri Wallon, Dantas, Galvão, Oliveira, dentre outros.  Os resultados demonstraram que as concepções de afetividade se associaram frequentemente ao desenvolvimento do ser humano na sua relação com a família e principalmente com o ambiente escolar. Tais resultados, longe de serem conclusivos, ampliam, no entanto, nossa compreensão a respeito da afetividade e das fases que a compõe, fornecendo um conjunto de informações bastante relevante, tanto do ponto de vista da reflexão teórica quanto da prática vivenciado no dia a dia escolar.

 

Palavras-chaves: Afetividade. Cognição. Escola. Ensino e Aprendizagem.

INTRODUÇÃO

A avaliação da aprendizagem escolar é uma atividade didática, pedagógica permanente e necessária ao trabalho docente, pois é através desse processo que acontece o acompanhamento do processo de ensino e aprendizagem. E nessa dinâmica é que vão sendo comparados os resultados obtidos no decorrer do trabalho conjunto do professor e dos alunos, conforme os objetivos estabelecidos, com a finalidade de verificar os progressos, dificuldades e orientar o trabalho para as possíveis soluções necessárias.

A avaliação insere-se não só nas funções didáticas, mas também na própria dinâmica e estrutura do processo de ensino e aprendizagem. Nesse sentido, a avaliação escolar estar para analisar e compreender o processo de ensino e aprendizagem, ajudar na elaboração da proposta pedagógica da escola e garantir que ela seja colocada em prática, isto é, fazer para compreender e compreender para fazer a prática escolar de acordo com a realidade na qual a escola está inserida, buscando fundamentar o trabalho pedagógico nos princípios de reflexão sobre suas práticas pedagógicas.

Assim, este trabalho de pesquisa foi direcionado no sentido de investigar as metodologias de avaliação adotadas pelos professores, do 5º ano do Ensino Fundamental da Escola Municipal Boanerges Moreira de Paula, observando se estas estão contribuindo no aspecto qualitativo do processo de ensino e aprendizagem dos educandos? Onde definimos como objetivo geral – Analisar a importância da afetividade na relação professor-aluno no processo de avaliação escolar adotada pelos professores da Escola Municipal Boanerges Moreira de Paula e efetivar ações pedagógicas substitutivas, como objetivos específicos: Conhecer a concepção de avaliação escolar adotada na proposta pedagógica da referida Unidade Escolar, relacionando-a com a dos docentes; Apreender como é conduzido o processo de avaliação na escola e; pesquisar os métodos de avaliação do processo de ensino e aprendizagem que são adotados pelos professores do 5º ano do Ensino Fundamental e fazer gestão de resultados, instituindo políticas de intervenção.

O desenvolvimento deste trabalho se deu a partir da metodologia de pesquisa-ação utilizando os seguintes instrumentos para coleta de dados: entrevista semi-estruturada, questionário, observação participativa e analise documental. Na revisão bibliográfica fez se um levantamento onde podemos destacar autores como Cipriano C. Luckesi (2005), Jussara Hoffmann (2010), Oliveira (2008), Galvão (2005), Dantas (1992), dentre outros autores que tratam do tema avaliação escolar e afetividade.

O presente trabalho, que tem como foco avaliar os instrumentos de avaliação adotados pela referida Unidade Escolar quanto ao desenvolvimento qualitativo do processo de ensino e aprendizagem dos educando e sua relação com afetividade, teve início com a fundamentação teórica acerca da temática avaliação escolar e afetividade. Em seguida, procedeu-se com a coleta de dados através da entrevista com os professores e gestora da escola campo, questionário aplicados a uma amostra com quatro alunos do 5º ano do Ensino Fundamental e análise documental, onde foi avaliado o Projeto Político Pedagógico no item avaliação, prioritariamente.

Como ação de intervenção foi realizada o estudo de formação continuada com os professores e a reestruturação do PPP item avaliação com base nas teorias estudadas e a realidade da escola.

O presente trabalho está dividido em duas partes, além da introdução e considerações finais: na primeira parte aborda a concepção de afetividade do individuo e a segunda e ultima consta as fases da afetividade.

 

AFETIVIDADE E O DESENVOLVIMENTO DO INDIVÍDUO

A afetividade segue o indivíduo humano durante a vida e atinge um admirável desempenho no que se refere à inclusão do ser humano na sociedade. Diante disso, o presente artigo tem por finalidade apresentar, avaliar e colocar em discussão a importância da afetividade no desenvolvimento da criança e na relação humana.

A teoria de Henri Wallon busca compreender o psicológico do ser humano, ele dar sua atenção para as crianças e por meio delas compreender a formação que envolve os procedimentos psicológicos, destacando a interação entre construção e o meio e entre as grandezas cognitivas e motoras no arranjo da pessoa.

Em muitos de seus trabalhos ficaram marcadas bases da psicologia onde tiveram contribuição com a pedagogia, dando sustentação para outras reflexões pedagógicas. Além da compreensão o psiquismo da criança, procurou ainda acender um estudo onde pudesse contribuir com a educação, que observasse a criança como seus sentimentos dentro do seu espaço escolar.

Wallon em seu entendimento, diz que a subjetividade da criança é desenvolvida desde quando a criança nasce e a afetividade compõe como revelações físicas dos seus sentimentos.

 

A teoria da emoção é vista como instrumento de sobrevivência humana, caracterizando-se pelo período de dependência na qual a criança vai se utilizando das estruturas da consciência e da personalidade surgem, assim, dos desdobramentos e das oposições provocadas pelas reações emocionais sentidas pelo bebê – choro, sorriso, gestos-, as quais são o recurso inicial de que ele dispõe para agir. Inicialmente, a emoção une o bebê e aquele que dele cuida por condições orgânicas, visto que o bebê não consegue simbolizar o que sente e, por exemplo, usar uma palavra para representá-lo. A emoção suscita reações similares ou recíprocas entre bebê e seus primeiros parceiros à medida que negociam, por meio de suas ações, as interpretações que emprestam à situação vivida. (OLIVEIRA, 2008, p. 130).

 

Dessa forma, a característica que o trabalho emocional si propõe é complicada e paradoxal, então é simultânea biológica e social e em seu natural, tende a realizar uma mudança entre o modo orgânico do homem e da fase do conhecimento, que pode então ser alcançada através da interposição da cultura, ou seja, sociedade. (DANTAS, 1992).

No entanto, Henri Wallon diz que o desenvolver-se do individuo pode então ser considerado em estágios, acontecendo em períodos onde predomina as fases sendo alternada, vez da afetividade, vez da cognição. A hora de entrada de um estágio para o seguinte, até muda de uma pessoa para outra, existindo, entretanto um entrelaçamento das aparências afetivas e cognitivas, e as conquistas de uns são empregados no seguinte.

 

ESTÁGIOS DE DESENVOLVIMENTO DA AFETIVIDADE

 

No que se refere ao estágio impulsivo – emocional, em que ocorre no primeiro ano de vida, onde prevalece à afetividade e as emoções, acarretando as primeiras reações do bebê com semelhança aos adultos que estão sempre por perto, intercedendo no contato com o meio físico onde está inserida, a criança é o núcleo, pois todos dirigem a atenção para ela, à mesma necessita de cuidado constante para sua evolução.

 

[...] o colorido peculiar é dado pela emoção instrumento privilegiado de interação da criança com o meio. Resposta ao seu estado de imperícia, a predominância da afetividade orienta as primeiras reações do bebê às pessoas, as quais intermediam sua relação com o mundo físico; a exuberância de suas manifestações afetivas é diretamente proporcional a sua inaptidão para agir diretamente sobre a realidade exterior. (GALVÃO, 2005, p. 43).

Estagio – motor e projetivo este acontecem por volta dos três anos e o que caracteriza a criança por começar a exploração das informações do mundo físico, ela manipula objetos e explora os ambientes. Com a absorção do caminhar e da fala, a criança se contorna para o mundo fora, e tem relação com os objetos, averiguando a sua consistência, como os chama, funciona e abrem – se para o mundo das comparações. Acontece então neste estágio o aumento do desempenho simbólico e da expressão da linguagem. Já o que determina o termo projetivo é o acontecimento da ação do pensamento ser preciso o gesto para que possa se externar. Então é neste estágio onde acontece a dominação das afinidades de cognição com o ambiente.

Galvão (2005, p. 44) diz que “a edificação da consciência de si, acontece por intermédio das formas de interagir com a sociedade, reorienta o que interessa para a criança com relação às coisas, se difundi para o ambiente exterior, onde define a volta que predomina as relações afetivas.”.

Dantas (1992) garante que afetividade, não seja somente uma das grandezas do individuo e é igual um período de desenvolvimento. No entanto, o ser humano afasta da vida orgânica e passa para um ser afetivo. Assim, no principio da vida, afetividade e inteligência permanecem embaralhadas, onde predomina afetividade.

Diz Galvão (2005), que de acordo com      Henri Wallon o palavreado é a ferramenta e a base imprescindível aos desenvolvimentos do pensamento. Para tanto o pensamento e a linguagem permanece uma afinidade de concordância: a linguagem manifesta o pensamento, também ao mesmo período que atua como composição do mesmo. Ainda segundo Galvão, Wallon diz considerar que o individuo compõe na sua interação com o ambiente social. Neste entendimento, procurou a compreensão, de cada período da ampliação, seus atos, ação funcional que envolve motricidade, conhecimento e afetividade.

A concepção de Henri Wallon defende os sentimentos as reações formadas e que acontecem na gerência da norma do sistema nervoso principal. Deixa transparecer que é na atuação sobre o ambiente humano, e não sobre o ambiente físico, onde precisa buscar a definição das emoções. Nesse sentido, percebe-se que a afetividade é importante na compreensão na qual está implantada aparecimentos como desejos, sentimentos e emoções. Emoção é na verdade o componente que coloca vínculos da criança e o meio como ações sucessivas e independentes.

Bock (2007) assegura que a existência afetiva é elemento complementar da subjetividade, e as demonstrações, se não atender os afetos que as seguem. Portanto, no estudo da vida afetiva arranja uma distinção mais exata entre os termos emoção e sentimento. Emoções representam esclarecimentos afetivos seguidas de reações intensas e precisas da estrutura, em resposta a um fato repentino.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

No momento atual, o mundo da criança encontra – se independente do mundo do adulto. Ambientes assim como reuniões de trabalho, passear não faz parte do meio das crianças. A infância atual separa os adultos das crianças e esse período torna sendo suprido pela aprendizagem nos colégios.

A avaliação é um instrumento fundamental para fornecer informações sobre como está se realizando o processo de ensino e aprendizagem como um todo, tanto professor quanto equipe escolar conhecerem os resultados de seu trabalho, e para o aluno verificar seu desempenho cognitivo no processo educativo.

No contexto atual, o procedimento de ensino e aprendizagem está além dos conteúdos didáticos, conhecendo o valor de dar ênfase ao trabalhar o aluno particularmente, para que ele tenha a facilidade de desenvolver o lado afetivo, cognitivo e motor. A ação afetiva e cognitiva tem desempenhos determinados, dessa forma, são intrínsecas e influenciam inteiramente na evolução do desenvolvimento do processo psicológico da criança.

Dessa forma, educar não é apenas qualquer coisa mecânica, e sim algo que possa envolver o corpo físico, mental e o emocional. Percebe-se que afetividade esta sempre presente na ação pedagógica, pois não tem relação humana que não haja essa dimensão do ser.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOCK, A. M. B., Ferreira, M. R., Gonçalves, M. da G. M., & Furtado, O. (2007). Sílvia Lane O projeto do “Compromisso Social da Psicologia”. Psicol. Soc., 19, 2 (esp.), 46-56. ISSN 0102-7182.

DANTAS, H. (1992) Afetividade e a construção do sujeito na psicogenética de Wallon, em La Taille, Y., Dantas, H., Oliveira, M. K. Piaget, Vygotsky e Wallon: teorias psicogenéticas em discussão. São Paulo: Summus Editorial Ltda.

GALVÃO, Zenaide.; RODRIGUES, Luiz, H.; MOTA e SILVA, Eduardo, V. Esporte. In: DARIDO, Suraya C.; RANGEL, Irene C. A. (org). Educação física na escola: implicações para uma prática pedagógica. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 2005. p.177-98.

GARCÍA, I., Giuliani, F., & Wiesenfeld, E. (2002). El lugar de la teoría en Psicología Social Comunitaria: comunidade y sentimento de comunidade. In Montero, M. (Org.). Psicología Social Comunitaria: Teoria, Metodo y Experiencia (pp. 75-101). México: Universidad de Guadalajara.

GUIMARÃES, Daniela Cavani Falcin. A afetividade na sala de aula: as atividades de ensino e suas implicações na relação sujeito-objeto. 2008. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas, São Paulo.

HOFFMAN, Jussara Maria Lerch, Avaliar: respeitar primeiro, educar depois / Jussara Maria Hoffmann. Porto Alegre: Mediação, 2010. (2ª Ed. Atual. Ortog.)

LCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da Aprendizagem escolar: estudos e proposições/Cipriano Carlos Luckesi. 17. Ed. – São Paulo: Cortez, 2005.

WALLON, Henri. As origens do caráter na criança. São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1995a. Psicologia e educação da infância Porto: Estampa 1995c.