A IMPORTÂNCIA DA AÇÃO PEDAGÓGICA PARA A SUSTENTABILIDADE

ELIANE SALES DE OLIVEIRA

Acadêmica de Geografia

 

RESUMO

Este estudo tem como objetivo analisar a Importância da Ação Pedagógica nos para a Sustentabilidade. Trata-se de uma análise bibliográfica reflexiva dos autores, que discorrem sobre o tema. Justificando de esta forma pensar em um sistema sustentável que só será possível a partir da mudança de atitudes onde a prática pedagógica terá uma grande importância nesta evolução, uma vez que a escola se faz presente em todas as sociedades. Concluindo que a ação pedagógica pode ajudar a instaurar Educação Ambiental voltada para o reconhecimento da sustentabilidade.

Palavras-chave: Educação Ambiental. Prática Pedagógica. Sustentabilidade.

Introdução

            O presente trabalho tem como tema a Importância da Ação Pedagógica nos para a sustentabilidade. É muito comum nos dias atuais ouvirmos nos meios de comunicação a palavra sustentabilidade, pois o mundo vem mobilizando-se de várias maneiras para evitar o pior para o planeta. No entanto os desafios são grandes.

Qual a importância das ações pedagógicas para a sustentabilidade?

O objetivo deste estudo é analisar a importância da ação pedagógica para o desenvolvimento da sustentabilidade.

Ao longo do Ensino Fundamental – Anos Iniciais, a progressão do conhecimento ocorre pela consolidação das aprendizagens anteriores e pela ampliação das práticas de linguagem e da experiência estética e intercultural das crianças, considerando tanto seus interesses e suas expectativas quanto o que ainda precisam aprender. Ampliam-se a autonomia intelectual, a compreensão de normas e os interesses pela vida social, o que lhes possibilita lidar com sistemas mais amplos, que dizem respeito às relações dos sujeitos entre si, com a natureza, com a história, com a cultura, com as tecnologias e com o ambiente. (BNCC,2019) O presente trabalho justifica-se pelo fato dos sistemas educacionais serem semelhantes em quase todo mundo, sendo a ação pedagógica primordial para a mudança de hábitos, até mesmo quando, muitas vezes, alguns sistemas são rígidos resistindo a mudanças, porem quando as inovações são introduzidas em um deles, torna-se mais fácil agregá-las em outro, mobilizando um número maior de pessoas, em busca de um mesmo objetivo. Para alcançar o objetivo proposto foram estudados alguns autores que discorrem sobre a importância da Educação e Sustentabilidade, bem como a importância da ação pedagógica no que tange a mudança de hábitos para melhorar a vida das populações e sobrevivência das gerações futuras.

Desenvolvimento

A ciência deixa claro que não temos tempo a perder, e busca por ações de impacto em relação às mudanças climáticas. Um dos caminhos a seguir é justamente investir na base, ou seja, desde os anos iniciais, desenvolver atividades/projetos que reorientem a educação na mudança do padrão de produção e consumo, adotando um estilo de vida sustentável. Promover metodologias que façam o aluno assumir o papel de construtor e condutor do próprio processo de aprendizagem e desenvolvimento. Isto é, ele deve ser considerado o protagonista da própria formação, logo, suas opiniões e impressões têm peso significativo para as ações da escola e para a construção de uma vida baseada na sustentabilidade. De acordo com Gadotti (2009, p.66-68) “A educação sustentável não se preocupa apenas com a relação saudável com o meio ambiente, mas com o sentido mais profundo do que fazemos com a nossa existência, a partir da vida cotidiana. [...] A EDS deve ocupar-se da aprendizagem de atitudes, perspectivas e valores que orientam e impulsionam as pessoas a viverem mais sustentavelmente suas vidas.” Quando falamos sobre sustentabilidade, não queremos apenas diminuir o impacto que as ações humanas causaram no meio ambiente, mas sim que o ser humano seja capaz de através de uma nova educação seja capaz de ver que pode melhorar suas atitudes em relação aos outros e em ao meio onde vive, melhorando consideravelmente nossas vidas. Piletti (1999) considera o professor o grande responsável pelo relacionamento sadio para com os alunos. “Sua influência na sala de aula é muito grande, e a criação de um clima psicológico que favoreça ou desfavoreça á aprendizagem depende principalmente dele”. (PILETTI, 1999, p.250). Uma prática que é viável, pois envolve um número maior de pessoas, é a aprendizagem compartilhada, colaborando com a estimulação dos processos de ensino em pares, desta forma os alunos têm a oportunidade de ensinarem algo aos colegas. Esta prática pedagógica favorece a construção de um ambiente mais acolhedor e colaborativo, onde ocorre troca de experiências, conhecimentos e interação. Em seu documento preliminar a BNCC apresenta para a área de Ciências da Natureza, orientações de competências para: “apresentar soluções locais com ações sustentáveis para manutenção da qualidade de vida no entorno, subsidiando ações futuras para preservação e sustentabilidade do ambiente” (BNCC, 2014, p. 627). Tal abordagem, no entanto, quanto mencionada pelo documento final da BNCC apresenta um caráter visivelmente ambientalista, limitando a sustentabilidade quase que inteiramente a uma única dimensão. Traz o documento como uma das habilidades necessárias para o desenvolvimento de objetos do conhecimento referente à unidade temática Matéria e energia: (EF08CI05) Propor ações coletivas para otimizar o uso de energia elétrica em sua escola e/ou comunidade, com base na seleção de equipamentos segundo critérios de sustentabilidade (consumo de energia e eficiência energética) e hábitos de consumo responsável (BRASIL, 2017, p. 347). E ainda: (EF09CI13) Propor iniciativas individuais e coletivas para a solução de problemas ambientais da cidade ou da comunidade, com base na análise de ações de consumo consciente e de sustentabilidade bem-sucedidas (BRASIL, 2017, p. 349). Nos dias atuais a globalização representa um avanço sem precedentes na História mundial, porem a globalização que acompanhamos é a hegemônica a qual busca capital, levando em consideração apenas lucros deixando o ambiente à mercê dos desastres provocados pela busca sem medidas do dinheiro. Desta forma a ação pedagógica deve levar o educando a assimilar a ideia de que a sustentabilidade garantirá a sobrevivência dos recursos naturais do planeta aplicando soluções ecológicas para o desenvolvimento, que este deve existir, porém sem comprometer as gerações futuras. Deixando claro que qualquer impacto negativo ao meio ambiente deve ser evitado. Demonstrando que a sustentabilidade vai além do cuidado com o meio ambiente, ela contempla também o cuidado com a população dando-lhe a possibilidade de uma vida digna, com acesso a educação, a moradia e a saúde. A comunidade escolar é mais um colaborador para que a ação pedagógica de certo, pois através dela é que ideia de sustentabilidade atingirá outros colaboradores, como empresas e grandes corporações, unindo forças para que esta ideia seja de fato aceita por todos, reorientando novas práticas e atitudes em relação ao meio em que se vive. Esse pensamento é aprofundado por Soares (2003), quando fala sobre a importância da escolha de metodologias que envolvam os sujeitos no seu próprio processo de formação quando estamos engajados na realização de trabalhos na área da educação ambiental. A educação ambiental [...] no cotidiano escolar ainda deixa muito a desejar e, em muitos casos, tem se limitado a ações isoladas e/ou a entendimentos parcializados sobre a questão ambiental, [...] sem a contextualização necessária e sem a internalização sobre o real entendimento da problemática ambiental no cotidiano das comunidades escolares. (SOARES, 2003, p.9). Professores e comunidade escolar devem levar ao conhecimento social que a sustentabilidade prevê não apenas a preservação ambiental e bem-estar da sociedade, mas também o desenvolvimento econômico. De acordo com Loureiro (2005, p. 76): Ecocidadania/cidadania planetária é um conceito utilizado para expressar a inserção da ética ecológica e seus desdobramentos no cotidiano, em um contexto que possibilita a tomada de consciência individual e coletiva das responsabilidades tanto locais e comunitárias quanto globais, tendo como eixo central o respeito à vida e a defesa de direito a estar em um mundo sem fronteiras geopolíticas. Nesse conceito, amplia-se o destaque ao sentimento de pertencimento à humanidade e a um planeta único. É importante deixar claro que a responsabilidade é de todos, ampliando o sentimento de pertencimento a humanidade, colaborando para que o direito a vida das gerações futuras seja garantido. Assim a ação pedagógica pode dar uma contribuição importante para o desenvolvimento de atitudes sustentáveis, gerando ações coletivas de cuidados com o planeta. Estas ações que partem da educação promovendo a cidadania ajudarão o movimento ecológico local e global, pois estes se interligam. Para que haja essa mudança de atitudes deverá ser criada uma estratégia para o completo desenvolvimento humano e da natureza, assim será necessário a implementação de programas capazes de promover a importância da educação, bem como a importância da adoção de práticas que visem à sustentabilidade e a diminuição de qualquer impacto que nossas atividades venham a ter no ecossistema que nos cerca e nos mantém. As práticas pedagógicas em sala de aula, desde as séries iniciais, levarão uma visão positiva sobre a sustentabilidade, pois ela evidenciará o respeito à vida, o cuidado com o planeta e com toda a comunidade. As finalidades desta educação para o ambiente foram determinadas pela UNESCO, logo após a Conferência de Belgrado (1975) e são as seguintes: Formar uma população mundial consciente e preocupada com o ambiente e com os problemas com ele relacionados, uma população que tenha conhecimento, competências, estado de espírito, motivações e sentido de empenhamento que lhe permitam trabalhar individualmente e coletivamente para resolver os problemas atuais, e para impedir que eles se repitam. A sustentabilidade vem assim para reconstruir o desenvolvimento econômico, renovando os velhos sistemas até então competitivos, e por meio da educação poderá ser introduzido uma visão; mais cooperativa e menos competitiva, melhorando a vida da comunidade e evitando que erros antigos voltem a acontecer. A participação do professor na educação para a sustentabilidade, trata-se de ir além da discussão teórica, mas sim de buscar o aprendizado na mudança de atitudes e valores que impulsionem as pessoas a viverem mais sustentavelmente suas vidas. Uma vez que os desequilíbrios ambientais afetam direta e indiretamente uma grande parcela de seres humanos, visto que são parte do meio ambiente e, portanto, os impactos gerados serão também de ordem social, dentre os quais pode-se destacar a fome e a miséria, que têm aumentado paralelamente ao aumento da concentração da riqueza. O meio ambiente só é meio ambiente na medida em que se refere ao homem e o homem não pode ser conceituado sem o seu meio ambiente. Assim colocado, a relação Homem-Meio Ambiente é íntima, contínua e afetiva, sendo, por conseguinte uma interação necessária e universal. (OLIVEIRA, 2002, p. 26). Ao implantar projetos que trabalhem a conscientização e a mudança de atitudes e a relação com o meio ambiente o professor estará facilitando ao aluno a compreensão fundamental dos problemas existentes, da presença humana no ambiente e suas responsabilidades e do seu papel crítico de cidadão de um país, de um planeta. O ser humano precisa aprender a conviver e cuidar do meio ambiente.

Conclusão

Portanto, dentro do exposto, a prática pedagógica é de fato muito importante para a sustentabilidade, pois um professor preparado e conhecedor deste assunto tão relevante nos dias atuais, uma vez que dela depende a sobrevivência humana, fará a diferença na vida das comunidades. Em vista de que a escola é um local de aprendizagens, onde o indivíduo terá um suporte de integração com o meio, com o outro numa situação de busca pelo respeito, de conhecimento de sua identidade, firmando-se como cidadão consciente de seus atos. Com isso ao se ter uma visão abrangente do meio ambiente, no qual vivemos, entende-se que nós, seres humanos constituímos parte do mesmo e nesta perspectiva de desenvolvimento sustentável fica evidente que se pode ter o progresso material com a preservação dos recursos e serviços ecossistêmicos por sucessivas gerações. Assim, o capitalismo associado ao consumo deve estar em equilíbrio com a sustentabilidade, visando aos avanços no campo social e econômico sem prejudicar a natureza, pelo contrario deve de buscar junto a sociedade meios de garantir a sobrevivência dos seres pertencentes a este planeta. Desta forma a sustentabilidade é a garantia do suprimento das necessidades da geração futura por meio da conservação dos recursos naturais. Percebe-se que a educação pode e deve buscar meios, através das práticas pedagógicas em sala de aula e que os esforços devem estar orientados à formação integral do indivíduo e à construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

BIBLIOGRAFIA

BARBIERI, José Carlos. Gestão ambiental empresarial: conceitos, modelos e instrumentos. São Paulo: Editora Saraiva, 2004. 328 p. BRASIL. Acordos globais. Portal Brasil. CAVALCANTI, Clóvis (org.). Desenvolvimento e natureza: estudos para uma sociedade sustentável. 3.ed. GADOTTI, M. Educar para a sustentabilidade: uma contribuição à década da educação para o desenvolvimento sustentável. São Paulo: Editora e Livraria Instituto Paulo Freire, 2009. PILETTI, Nelson. - Psicologia Educacional. Série Educação. São Paulo – São Paulo. Ática. 1999. Sites pesquisados: SOARES, A. M. D. et al. Educação Ambiental: construindo metodologias e práticas participativas. In: Encontro da Associação Nacional de Pós Graduação e Pesquisa em Ambiente e Sociedade. 2. Anais... Indaiatuba, São Paulo, 2004. Sites pesquisados: http://www.meioambiente.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=29 Acesso em 10/12/2014 http://www.meioambiente.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=60 Acesso em 10/12/2014.