A imaginação dos mundos.

O que significa isso aqui.

A mesma coisa que nada.

Porque a essência de tudo.

É a ausência do ser.

Com efeito, qualquer realidade.

 É à sombra da imaginação.

Do desejo de poder ser.

Inventam o que não somos.

Pela nossa inexistência.

A vontade de ser.

Fabrica as ideologias.

Uma delas como se quimicamente.

Pudessem existir duas realidades.

Sendo a principal o sonho da alma.

Pergunto o que é isso aqui.

Uma ficção.

Lá em cima não existe morada.

Ressuscitar para quê.

Se não tem para onde ir.

O infinito.

São imensos vazios.

Com universos paralelos.

Bilhões de galáxias.

Tudo é muito lindo.

Mas a origem se deu.

 Por um principio irracional.

A inexistência a priori do átomo.

 Não é compreensível.

 Por um tempo histórico.

Porque não existe o tempo.

 Nem mesmo a memória.

Da sua intuição.

 O que existe é o instante.

Se fazendo.

Reconstituído.

Pelo mecanismo da natureza.

Sendo e não sendo.

Deixando de ser.

Esse instante se repete.

Interminavelmente.

 E tudo que existe.

É produção dele.

 Na natureza da matéria.

É sua replicação.

Diversificando na forma.

Preservando  na substância.

 Aquilo que é.

O que sempre continuará a ser.

Explico epistemologicamente.

 O que se originou.

Da incausabilidade.

 Diversificou-se.

E diversificará.

Na produção de elos.

Na superação dos mesmos.

Tudo isso aqui.

É um divertimento.

Terrível às vezes.

Individualmente.

O preço é alto.

 Existimos apenas porque a natureza.

Solitariamente precisa brincar.

O que somos não seremos.

O que seremos não podemos ser.

Esse é o mundo.

Como voltar a esse  planeta.

Se tudo que existe.

É o principio do mesmo fundamento.

Então reencarnamos.

Mas não na reencarnação.

Mas na diversificação replicadora.

 No lastro cultural da produção da linguagem.

Nas fabricações das ideologias.

Mas o eu individual.

Nada disso somos.

 A existência de Deus.

Uma invenção.

O medo nos levou a essa criação.

 Imagina existir.

Sem ser diferente de uma arvore.

Ou de uma pedra.

De qualquer outro animal.

Ter na lógica do nosso organismo.

A lógica de uma bactéria.

 Por isso foi necessário a inventar alma.

Ser semelhante aos deuses.

Esse é o grande mito.

De uma subcultura.

Não sei quando vai desaparecer.

 Se a humanidade poderá sobreviver sozinha.

Refiro à maioria absoluta.

Que vive no mundo da exclusão.

A ideologia dominante precisa de um mecanismo.

Que compense as desgraças em forma.

De um suposto bem estar.

Então ele será reencarnado superiormente.

Ou terá o céu.

 O que significa conquistar a terra.

Perder definitivamente a vida eterna.

Ou aqui quando voltar ser inferior.

Na relação dos seres.

Que loucura é tudo isso.

 Nada disso existe.

Perde se a terra ou ganha se a terra.

Só que para ganhar a terra é uma luta.

Para que alguns possam ganhar.

Outros têm que perder.

 Então a grande maioria perde.

E busca em Deus a compensação.

De tudo que não pode ter.

Prefere vir à ilusão.

Mas tudo isso aqui.

Não é nada disso.

Quem está nos vendo.

Não consegue enxergar.

O mundo é cegueira branca.

Turva e amarela.

Porque estamos nisso.

Se isso não existe.

Só porque temos que ser colocados.

Em algum lugar.

É essa exatamente a lógica.

Não é possível outra explicação.

Esse mundo é  uma ficção.

Apenas.

Entre outros mundos não  reais na imaginação.

Edjar Dias de Vasconcelos.