A imaginação dos mundos.
Publicado em 17 de janeiro de 2013 por Edjar Dias de Vasconcelos
A imaginação dos mundos.
O que significa isso aqui.
A mesma coisa que nada.
Porque a essência de tudo.
É a ausência do ser.
Com efeito, qualquer realidade.
É à sombra da imaginação.
Do desejo de poder ser.
Inventam o que não somos.
Pela nossa inexistência.
A vontade de ser.
Fabrica as ideologias.
Uma delas como se quimicamente.
Pudessem existir duas realidades.
Sendo a principal o sonho da alma.
Pergunto o que é isso aqui.
Uma ficção.
Lá em cima não existe morada.
Ressuscitar para quê.
Se não tem para onde ir.
O infinito.
São imensos vazios.
Com universos paralelos.
Bilhões de galáxias.
Tudo é muito lindo.
Mas a origem se deu.
Por um principio irracional.
A inexistência a priori do átomo.
Não é compreensível.
Por um tempo histórico.
Porque não existe o tempo.
Nem mesmo a memória.
Da sua intuição.
O que existe é o instante.
Se fazendo.
Reconstituído.
Pelo mecanismo da natureza.
Sendo e não sendo.
Deixando de ser.
Esse instante se repete.
Interminavelmente.
E tudo que existe.
É produção dele.
Na natureza da matéria.
É sua replicação.
Diversificando na forma.
Preservando na substância.
Aquilo que é.
O que sempre continuará a ser.
Explico epistemologicamente.
O que se originou.
Da incausabilidade.
Diversificou-se.
E diversificará.
Na produção de elos.
Na superação dos mesmos.
Tudo isso aqui.
É um divertimento.
Terrível às vezes.
Individualmente.
O preço é alto.
Existimos apenas porque a natureza.
Solitariamente precisa brincar.
O que somos não seremos.
O que seremos não podemos ser.
Esse é o mundo.
Como voltar a esse planeta.
Se tudo que existe.
É o principio do mesmo fundamento.
Então reencarnamos.
Mas não na reencarnação.
Mas na diversificação replicadora.
No lastro cultural da produção da linguagem.
Nas fabricações das ideologias.
Mas o eu individual.
Nada disso somos.
A existência de Deus.
Uma invenção.
O medo nos levou a essa criação.
Imagina existir.
Sem ser diferente de uma arvore.
Ou de uma pedra.
De qualquer outro animal.
Ter na lógica do nosso organismo.
A lógica de uma bactéria.
Por isso foi necessário a inventar alma.
Ser semelhante aos deuses.
Esse é o grande mito.
De uma subcultura.
Não sei quando vai desaparecer.
Se a humanidade poderá sobreviver sozinha.
Refiro à maioria absoluta.
Que vive no mundo da exclusão.
A ideologia dominante precisa de um mecanismo.
Que compense as desgraças em forma.
De um suposto bem estar.
Então ele será reencarnado superiormente.
Ou terá o céu.
O que significa conquistar a terra.
Perder definitivamente a vida eterna.
Ou aqui quando voltar ser inferior.
Na relação dos seres.
Que loucura é tudo isso.
Nada disso existe.
Perde se a terra ou ganha se a terra.
Só que para ganhar a terra é uma luta.
Para que alguns possam ganhar.
Outros têm que perder.
Então a grande maioria perde.
E busca em Deus a compensação.
De tudo que não pode ter.
Prefere vir à ilusão.
Mas tudo isso aqui.
Não é nada disso.
Quem está nos vendo.
Não consegue enxergar.
O mundo é cegueira branca.
Turva e amarela.
Porque estamos nisso.
Se isso não existe.
Só porque temos que ser colocados.
Em algum lugar.
É essa exatamente a lógica.
Não é possível outra explicação.
Esse mundo é uma ficção.
Apenas.
Entre outros mundos não reais na imaginação.
Edjar Dias de Vasconcelos.