A atuação da Igreja em sua incursão na esfera pública é um tema que suscita reflexões profundas sobre a natureza da instituição e seu papel na sociedade contemporânea. Ainda que seus membros possam divergir em relação aos melhores caminhos a serem trilhados, é inegável que a Igreja possui uma missão divina, uma vocação para a salvação da humanidade, que a impele a proclamar a mensagem do Evangelho em todos os lugares.

No entanto, a busca pela excelência na pregação do Evangelho não deve ser confundida com a busca pelo poder ou pela influência. A Igreja não busca se impor sobre os outros, mas sim iluminar o caminho para a verdade e a justiça, promovendo o amor e o serviço aos outros.

É verdade que a Igreja enfrenta desafios em sua atuação na esfera pública, especialmente quando se trata da mídia e de outros meios de comunicação. Muitas vezes os próprios membros da instituição podem ser críticos em relação à participação da Igreja nesses espaços, o que pode dificultar a construção de uma voz unificada e coesa.

No entanto, a solução para esses desafios não está em silenciar as vozes divergentes, mas sim em promover a unidade na diversidade, valorizando a opinião e o trabalho de todos os membros da Igreja, desde os sacerdotes até os cardeais. É preciso construir uma comunidade eclesiástica forte e coesa, baseada no respeito mútuo e na busca pela verdade e pela justiça, a fim de promover a mensagem do Evangelho de forma efetiva.

A excelência, nesse sentido, não deve ser vista como uma meta a ser alcançada por si só, mas sim como uma consequência natural da vivência plena dos ensinamentos do Evangelho. O amor, a humildade, a caridade e a compaixão são os verdadeiros caminhos para a excelência na vida cristã, que se manifesta em cada ação, em cada palavra e em cada gesto.

Portanto, a atuação da Igreja na esfera pública deve ser pautada pela busca incansável pela verdade e pela justiça, pelo amor e pelo serviço aos outros, promovendo a unidade na diversidade e construindo uma voz ativa e impactante na sociedade contemporânea. Deste modo, a Igreja poderá cumprir sua vocação divina e ser um farol de esperança e luz para todos aqueles que buscam a verdadeira felicidade e realização.

Primeiramente, a Igreja perdeu sua visão ampla de sua missão no mundo, limitando-se apenas à celebração litúrgica e deixando de lado a ação transformadora na sociedade. Além disso, a instituição também deixou de lado a pastoral da escuta e do acolhimento, não dando a devida atenção às dores e necessidades das pessoas.

Por fim, a Igreja também falhou na formação e acompanhamento de seus líderes e agentes pastorais, deixando muitos deles despreparados para lidar com as demandas pastorais e sociais do mundo atual.

Para resgatar sua essência e voltar a ser essencial, a Igreja precisa buscar a renovação em todas essas dimensões, voltando a ser uma comunidade de pessoas comprometidas com a transformação da realidade à luz do Evangelho. É preciso que a Igreja volte a ser um espaço de encontro com o transcendente, mas sem esquecer a dimensão imanente da vida, valorizando a dignidade e a integralidade do ser humano.


Padre Joacir d’Abadia, Filósofo, autor de 16 livros, Especialista em Docência do Ensino Superior, Bacharel em Filosofia e Teologia, Licenciando em Filosofia, Professor de Filosofia Prática. Acadêmico: ALANEG, ALBPLGO, AlLAP, FEBACLA e da "Casa do Poeta Brasileiro -  Seção Formosa-GO"_ Contato: (61) 9 9931-5433 | Segue lá no Instagram: https://www.instagram.com/padrejoacirdabadia/