A expansão marítima europeia no século XV e XVI onde teve Portugal como pioneira nessas navegações, por ter uma localização privilegiada e assim lançaram-se ao mar. Essas atividades marítimas tinham como causa não um fato isolado, mas sim uma conjuntura favorável ao seu desenrolar. Com a crise do sistema feudal, o comércio era a atividade econômica que poderia salvar o continente do desastre total. Juntamente com a necessidade de reunir metais preciosos para superar a crise monetária temos um impulso forte a desbravar novas terras em busca de riquezas para fortalecer as monarquias europeias, que tinham necessidade de sustentar o seu aparato político-burocrático e militar. E os portugueses mobilizaram o recurso mais poderoso para as descobertas: o mar. Foi com o mar que chegaram até mundos desconhecidos e também foi o mar que definiu o reino de Portugal das Descobertas. Por isso, Portugal foi cobiçado mais de uma vez pelos seus vizinhos e saudosos inimigos. Essas navegações portuguesas foram sem dúvidas uma experiência incrível para toda a humanidade onde a humanidade enfrentou seus medos se colocou em desafio. Os medos eram muitos podemos imaginar segundo relatos os monstros marinhos. Nas primeiras tentativas foram por volta de 70 naufrágios.  Portugal possuía uma população muito pequena mais tinha um desejo de conquistar novas terras de construir um império, para isso português tiveram que se aliarem com outros povos já conquistados, começou a trocar experiências para lançarem-se ao mar. Vários saberes ajudaram na constituição do império português, como os conhecimentos náuticos, cartográficos, astronômicos de engenharia, matemático, física, geográfico, e entre outros.

          Os portugueses então deram o segundo passo a construção de embarcações especificas. A caravela foi o primeiro navio português construído. Assim Darcy Ribeiro fala das caravelas que permitiram aos portugueses dar inicio à globalização do planeta. “[1]Esse navio, essa criação, é mais importante que uma nau, dessas espaciais...” ¹ A construção da caravela foi um avanço importante para a expansão dos empreendimentos marítimo português. Os portugueses também criaram as naus embarcações maiores que era de importância da artilharia naval. Pode- se vê que marcaram uma forte presença no mundo no século XVI, o idioma português passa a ser um dos mais falados do mundo. Isso se deu por que era a principal língua de comunicação entre os navegadores europeus. Foram três etapas para a construção do império português.

        A expansão marítima foi muito importante para a formação do povo português, pois a Península Ibérica foi habitada por diversos povos de origens diversas como os celtas, Cartagineses, Muçulmanos, Judeus, Romanos. Essa homogeneidade de inicio contribuiu para a sua formação étnica e cultura. Um dos fatos históricos importantes no processo de formação da identidade portuguesa foi à reconquista cristã e as guerras com Castela e Leão, em que as populações mais próximas dos conflitos se identificavam com Portugal dado a sua necessidade de proteção. O contato com outros povos de terras descobertas, através das navegações fez evidenciar ainda mais por via da diferenciação de culturas a sua identidade.

           A identidade nacional não poderá ser apreciada sem pelo menos uma referência.  Os cinco séculos da sua existência e as múltiplas orientações a que foi sujeito produziram formas tão diversas de contato com outros povos como as que derivam do comércio estabelecido com espírito mercantil e interesse mútuo, com vantajosas trocas de saber e do qual resulta interpenetração de culturas e laços estáveis de cooperação; as que se traduziram em formas fixas de ocupação, mas com associação de elementos locais e incorporação de aspectos da sua cultura dando lugar ao hibridismo, até às formas de ocupação para exploração do território com imposição de cultura e todas as consequências que daí resultam em antagonismos. Sobre a influência que terá tido na nossa cultura essa extensa diáspora do povo português pelo mundo, os traços da cultura portuguesa Brasil que surgiu com a mistura das raças: branca, indígena e negra. É fato que a importância que a posição geográfica teve na autonomia da nação e o valor da consequente ligação ao exterior, simultaneamente, na criação de uma identidade nacional e na viabilização da sua independência. E ao pensar na ligação ao exterior não poderemos deixar de referir a importância decisiva que o mar teve na escolha dos setores com que se estabeleceu essa ligação e na sua concretização. De fato, essa ligação tem sido permanentemente a que corresponde à hegemonia que derivou do domínio do mar. Tal foi conseguido tornando-se o próprio país potência marítima ou, o que aconteceu durante mais tempo ao longo da História, através de alianças com a potência marítima. Hoje, que o conceito de domínio do mar está mais difuso e com ele a distinção entre potência marítima e continental, é ainda de salientar a importância que o mar e tudo o que com ele se relaciona tem no nosso destino histórico por onde se construí a identidade do povo português, pois a expansão marítima foi fundamental. Também é importante ressaltar que os fenómenos políticos, militares, sociais e administrativos influenciaram a formação da identidade.

Referencia Bibliográfica

RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil. - 1ª ed.- São Paulo: Companhias das Letras, 2006.



[1] RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil. - 1ª ed.- São Paulo: Companhias das Letras, 2006. P. 34.