A História do desenvolvimento do cosmo grego.

Para compreender  como nasceu a filosofia  se faz necessário o entendimento da história da formação da Grécia como cidades Estados.

  A Grécia foi dividida em três grandes regiões povoadas por diversas etnias de origem dos aqueus, principal povo grego naquele momento histórico.

Com a predominância e novas tecnologias usadas na guerra por esses povos, ofensivamente as cidades vão se fortalecendo naquela região, cada qual com seus interesses próprios.

 Tróia, rica graças ao desenvolvimento da tecelagem, tinha também um poderoso exército aparelhado naquele tempo militarmente e fazia uso do cavalo.

 As riquezas da cidade chama atenção dos aqueus despertando rivalidade entre Tróia e os povos aqueus o que desencadeou a formulação da grande epopéia elaborada por Homero.  Possibilitando a ao desenvolvimento da antiga mitologia grega.

 A vida social e econômica nas cidades gregas girava-se ao redor do palácio, local que desempenhavam todas as formas de poder.   Religiosos, político, administrativo, militar e econômico.

 Na pessoa do rei que concentrava todas as formas de poder. Administração real que regulamentavam todas as formas de produção de riquezas e a possível distribuição dos bens entre aristocracia daquele tempo. Tudo passava obrigatoriamente pelo palácio, a vida na pólis.

A vida rural o homem do campo, estava preso a um sistema de produção, cuja lógica social fundamentava se nas aldeias, coordenadas por chefes tribais locais.   

Tudo passa pelo palácio. Instala-se a Economia Palaciana. Contrapondo à vida nas cidades pólis a vida rural grega fica dispersa nas aldeias.  Por formas diversas da produção.

Outra categoria que se deve destacar eram os guerreiros, cumpriam função primordial na sustentação da cidade Estado. A população dividida em setores, o que hoje se se denomina por classes sociais.

 O que se deve entender que a grande contradição não estava na oposição da realeza versus a monarquia feudalista, mas  com características próprias, a  soberania que não conseguiu subsistir com a derrota dos povos aqueus.   

A monarquia resguardava no sistema palaciano, esse modelo era indispensável ao poder, favorecido pelo sistema produtivo de manufatura e produção agrícola.   

Outra questão que deve ser considerada, as riquezas acumuladas na Grécia, despertou muita atenção a outros povos, que organizaram  militarmente para dominar a região, entre esses povos podemos denominar os dórios. O novo domínio destrói a velha Grécia.

 Com a nova organização política, a queda da velha aristocracia, a cidade não mais centraliza nos palácios.  O novo centro do poder encontra-se  na Ágora.

 Local público onde se realizam os debates em referência aos problemas de interesse de toda a população da pólis.

 O novo espaço urbano político, termina por favorecer na reflexão de uma nova mentalidade filosófica e como tal também ideológica provocando uma nova mentalidade cultural.

Na verdade favoreceu o desenvolvimento de novas relações entre os homens e suas vidas sociais provocando uma grande revolução na vida prática das pessoas, isso do ponto de vista da política. 

 O debate ideológico a partir da vida real das  contradições, a discussão e a argumentação ganham um espaço definitivo nas reflexões das análise críticas para a formatação dos raciocínios lógicos aplicados a vida real das pessoas na polis.

 Exatamente nesse momento que surgem os filósofos que buscam explicações racionais para as coisas, isso no plano das indagações.

O mundo da mitologia não serve mais a esse modelo de desenvolvimento econômico e político.  O momento em que nasce a racionalidade.

Os fundamentos de interesse geral definiam como os princípios de definição e elaboração da arché. A política em particular transforma-se no modelo essencial e necessário à vida da pessoa na pólis.

A palavra transforma no grande significado da vida da pólis a política o instrumento necessário para o desenvolvimento, à escrita cumpre uma função indispensável ao desenvolvimento da cultura favorecendo na divulgação dos conhecimentos até antes reservados a poucos. Exatamente nesse ponto surge a Filosofia.  

As elaborações de Hesíodo, como também de  Homero, a formação  cultural da etimologia  política, necessário ao conceito da ideia da democracia das cidades Estado,   inicia-se a  epistemologia que destrona a mitologia antiga,  desencadeando numa revolução cultural, sistematizada no que denominamos de  Paidéia, uma revolução da razão, antecipada a lógica da construção da história.

Com o novo desenvolvimento econômico dos povos dórios, a evolução do espírito grego, formulado nas diversas disciplinas que nasceram exatamente dentro da Filosofia, mostrando a sua importância para uma revolução a priori, uma espécie de iluminismo ilustrado antigo.

Outra modificação de relevância refere-se essencialmente a forma produtiva, maior distribuição de renda, uma nova classe social, que podemos referenciar como classe média.

 O  fortalecimento das cidades e contatos com outros povos do oriente desenvolvendo pelo mecanismo da mimética a produção helênica.

 A preocupação dos filósofos passa ser exatamente com o cosmo humano e não divino certa materialização do mundo prático, o que favoreceu na destruição do mundo mitológico, na formulação na nova forma de entendimento das ideias. 

 Os filósofos não mais aceitavam respostas míticas para a explicação dos cosmos. A areté cujo significado etimológico é virtude, desenvolve no caminho da ascese, disciplina dura do individuo para com ele mesmo diante do saber.

O homem deseja de qualquer forma entender o mundo, seus mecanismos de fundamentos, a filosofia é o grande caminho para o desenvolvimento de tudo isso, o importante é compreender o mundo e as pessoas com suas relações com objetos da natureza.

Exatamente nesse momento da história que surgem grandes perguntas em volta da origem do mundo os filósofos desejam decifrar o mundo. Surgem grandes questionamentos.

  O que é o mundo? Como surgiu, alguém criou o referido? Quem é o responsável pela ordem no mundo? Para responder tais questões começam formular as primeiras explicações científicas por meio da Filosofia. Nesse momento inicia-se a grande revolução epistemológica que não terá mais fim dentro de todos os tempos históricos.

 Num primeiro momento a Filosofia ignora tudo o que se diz sobre a empiria. Ela coloca no plano do abstrato, as velhas concepções da mitologia religiosa. Aos poucos os mitos cosmogônicos ganham mais credibilidade com a cosmologia. Os mitos são interrogados: como nasceu a ordem do mundo, quando antes era apenas o caos.  

O principio teogônico refutado e, a Filosofia do início denominada de phýsis natureza procura encontrar resposta em um mundo que não era possível sua existência.

Os filósofos cansados de verificar interrogações em um mundo não existente, coisas do mundo mitológico, começam encontrar respostas na aplicação de outra lógica, exatamente nesse instante nasce o mundo racional.

 Os três primeiros grandes filósofos da fase da filosofia da natureza, que significa phýsis: Tales de Mileto o que diz o fundamento da vida é a água,   todos os corpos são formados pela mesma.

 Anaximandro formulou a ideia na qual expressava o conceito, a água não definia sozinha o mundo, associava a terra, ao fogo e ao ar. Anaxímenes o ar que significa ilimitado, o apeíron, o fundamento indispensável para explicação da realidade cosmológica.

Contudo, a partir dessas formulações a razão humana que de certa forma nasceu na Grécia, com a história vai ganhando novas perspectiva sem perder a lógica racional das análises até  aos nossos  dias.

 Com a Filosofia tudo teve início, no decorrer dos séculos foi construindo caminhos para as outras ciências. Dessa forma formulou se o pensamento humano, que ainda se encontra em construção superando velhos paradigmas e criando novos, conservando o que é de essencial, desse modo possibilitou a história do desenvolvimento humano.

Edjar Dias de Vasconcelos.