A HISTÓRIA DO CORDEL E O DIA DO POETA DA LITERATURA DO CORDEL. SUAS RAÍZES E COMO FAZER UM CORDEL.

Introdução da História do cordel.

Data-se de sua existência desde o Século XVI, na Península Ibérica entre os povos conquistadores: Fenícios, gregos, romanos, saxônicos.  Para os espanhóis o cordel recebeu o nome de (pliegos soltos), que significa “folhas soltas” e em Portugal o cordel recebeu o nome de “volantes”, pois, os mesmos eram distribuídos separadamente ao público, em botequins, bares e praças.

No período da Colonização foram os portugueses que introduziram o Cordel no Brasil. E, usados por povos menos favorecidos, negros e escravos que queriam expressar seus ideais, suas razões, vontades, sonhos, amores e decepções. Com o tempo a literatura de Cordel chegou às bancadas de nossos colonizadores. Primeiramente no Nordeste Brasileiro. E, aí fixo a realidade de ser nordestina a raiz do cordel brasileiro, depois de sua introdução por aqui de Portugal. Tudo vem no quesito da História quando os primeiros colonizadores europeus chegaram a terras brasileiras. Somos sabedores que vieram se atracar na Bahia de todos os Santos, atualmente Salvador-Bahia. Fácil, é só olharmos nossa história enquanto o Descobrimento e a carta de Pero Vaz Caminha ao Rei de Portugal. Deixo essa história para os que estudam nossa gente e nossos ancestrais (os irmãos índios), que foram saqueados e mortos, em conflitos por suas terras e seus ideais.

Por volta de 1750, nossos historiadores tomam conhecimento dos primeiros volantes da Literatura de Cordel Oral, perdurando por longo período em nossa História. E, que mais tarde a Literatura de Cordel é batizada de “Literatura Popular”. A Literatura Popular se espalhou pelo Nordeste Brasileiro entre eles em destaque o estado do Maranhão. Apareceu no Rio de Janeiro e se ramificou em outros estados.

Surgiram os repentistas, poeta que cantavam o cordel improvisado em festas e reisados.  Muitos foram os causos encontrados por historiadores e pesquisadores sobre datas e história do Cordel. Mas, uma data se fixou quando realmente Leandro Gomes de Barros, teria escrito o Cordel – “A Peleja de Manoel Riachão com Diabo” no Século XIX. (Ano de 1865), Vejam um trecho do Cordel:

 

A Peleja de Riachão com o Diabo – Leandro Gomes de Barros

 

Riachão tava cantando
na cidade do Açu.
Quando apareceu um nego
da espécie de Urubu.

Tinha camisa de solo,
a calça de couro cru.

 

Beiços grossos e virados,
como a sola de um chinelo,
um olho muito encarnado
o outro bastante amarelo.
Esse chamou Riachão
para ir cantar martelo

 

Riachão arrespondeu:
Não canto com nego desconhecido!
Por que pode ser escravo
e ande por aqui fugido.
Isso é dar calda a nambu
e só entra nego inxerido.

 

Diablo: Eu sou livre como o vento
a minha linhagem é nobre,
com muitos mais ilustrados
que o sol no mundo cobre.
Nasci dentro da grandeza.
Não sai da raça pobre.

 

Riachão: Você nega por que quer.
Está conhecido demais.
Diga se está fugido.
diga quanto tempo faz?
Se você não for cativo
obra desmente sinais...

 

2 - O que seria uma Poesia de Cordel

Veja como é fácil de entender. A própria nomenclatura explica.  Cordel é um poema em versos que originou em folhetim avulso dependurados em cordas, daí o nome de sua origem cordel.  O nome veio de origem portuguesa, pois primeiramente era falado oralmente por autores de cordéis. Depois eram fixados em cordas (barbantes) como chamamos aqui no Brasil.

 

3 - A Formação de uma Poesia de Cordel

  1. Então para que seja formada a Literatura de Cordel existem pontos essenciais e equidistantes a serem ditos e cumpridos. Um deles é a formação de uma poesia. Uma de suas três características são: O verso, a estrofe e a rima.  Os três são elementos do texto poético.  Só que alguns não carecem de rima e outros sim.  Para os leitores, entremos um pouco na Literatura.  

O verso é cada linha escrita, podendo ser representada por palavras ou orações. Podem ser versos silábicos, versos métricos, ou versos rítmicos.  A estrofe é mais fácil de entendermos, pois, é um conjunto de versos. Isso a chamamos de estrofe. Mas, já falando em estrofe abro um parêntese para introduzir e explicar o que é um soneto e enriquecer nossa leitura.  Soneto é uma poesia de forma fixa que apresenta sempre quatorze versos. Muito simples, já que entenderam o que é verso e estrofes. O soneto é formado de dois quartetos, isto é (estrofes com quatros versos); nas duas primeiras,  e dois tercetos  (estrofes de três versos), nos dois últimos conjuntos de versos. Não se esqueçam, é sempre assim e fácil de ver. Vejam os sonetos depois, que é outra modalidade, não se enquadra em cordéis.  Já a rima  é um recurso bastante utilizado num texto dos gêneros discursivos estruturados em versos, com fonemas, sonorização e formando poemas com sons idênticos no final das estrofes.  Quanto a posição de cada estrofes, as rimas podem ser alternadas (ABAB). Podem ser Interpoladas (ABBA). Existem as emparelhadas (AABB), e por últimos as internas, (quando as palavras estão no fim ou no interior do verso).  Isso é uma rima.

Acredito que com isso já saberão criar uma poesia de Cordel.  

 

4- Característica do Cordel

O cordel também tem uma característica em seus versos, podendo ser agrupados com versos e estrofes de quatro rima, de seis rimas (chamadas de sextilha). Esses são mais usados por poetas e cordelistas e obrigatoriamente, o segundo, o quarto e o sexto verso devem ser rimados entre si.

A setilha (com estrofe de sete versos), com rimas; o segundo o quarto e o sétimo verso rima entre si e o quinto e sexto tem a seguinte rima entre si. A décima é mais usada por poetas repentista, é uma estrofe de dez versos e sete sílabas poéticas.

Existem outras, mas, porém os mais usados são o que estão aqui. Uma boa leitura   com poesias.  

Hoje é um dia importante para Literatura de Cordel. Nossa cultura é rica em poesias e artistas. Nesse dia, 1º de Agosto é comemorado o “Dia do Poeta da Literatura de Cordel”. Aqui friso alguns renomados na Literatura de Cordel: Cego Aderaldo, Apolônio Alves dos Santos, Firmino Teixeira e João Martins e outros grandes poetas e repentistas.

REFERÊNCIA

http://www.ablc.com.br/o-cordel/historia-do-cordel/