A HISTÓRIA DA SEMANA SANTA - Professor Me. Ciro José Toaldo

 

Na última semana da quaresma somos convidados a renovar nossas vidas, tendo Jesus como guia e mestre para chegar à Ressurreição. Essa semana se chama Semana Santa que seu início no Domingo de Ramos e se estende até o Domingo da Páscoa. É a semana mais importante do ano litúrgico, quando se celebram de modo especial os mistérios da paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo. É uma semana do encontro com o Cristo Ressuscitado: nas celebrações litúrgicas, na sua palavra e na pessoa dos irmãos da comunidade. Cada dia da Semana Santa celebra-se o Mistério Pascal na sua globalidade, sem fragmentação, embora cada dia seja dedicado a um dos aspectos particulares. A liturgia da Semana Santa não é uma simples representação teatral. Ela atualiza sempre o único Mistério Pascal que não pode ser fragmentado.

No Domingo de Ramos celebra-se a entrada de Jesus em Jerusalém, aonde vai para completar sua missão, que culminará com a morte na cruz. Os evangelhos relatam que muitas pessoas homenagearam a Jesus, estendendo mantos pelo chão e aclamando-o com ramos de árvores. Por isso hoje carregamos ramos, imitando o gesto do povo em Jerusalém que afirma que Jesus é o único mestre e Senhor.

O ponto alto da Semana Santa é o Tríduo Pascal (ou Tríduo Sacro) que se inicia com a missa vespertina da Quinta-feira Santa e se conclui com a Vigília Pascal, no Sábado Santo. Esse Tríduo forma uma só celebração, que resume todo o mistério pascal. Por isso, nas celebrações da quinta-feira à noite e da sexta-feira não se dá bênção final; ela só será dada, solenemente, no final da Vigília Pascal.

Na liturgia romana o Tríduo Pascal é ponto culminante: não se trata de um tríduo preparatório para a festa da Páscoa, mas são três dias de Cristo crucificado, morto e ressuscitado. Tem início na celebração da Ceia do Senhor, na Quinta-feira Santa, na missa vespertina, terminando com o domingo de Páscoa. São dias dedicados a celebrações e orações especiais.

Na Quinta-Feira Santa celebra-se a instituição da Eucaristia e do Sacerdócio ministerial e a alegria dessas instituições, faz  romper a austeridade da quaresma e se canta o "glória“, pois somos amados por Deus; porém ao mesmo tempo é dolorida, pois o preço foi a morte de Cristo. Com essa celebração tem início do Tríduo Pascal e a luta entre a morte e a vida, já que a vida nunca foi absorvida pela morte, mas sim combatida por ela. Nessa  missa realiza-se a cerimônia do lava-pés que é um gesto que Cristo nos mostra: o cristão deve  ser humilde e servidor e não esquecer do novo mandamento do Mestre: “amai-vos uns aos outros assim como Eu vos amei”. Será que temos coragem, como Jesus de vestir o avental e servir os irmãos com alegria?

Na Sexta-Feira Santa, a Igreja contempla o mistério do grande amor de Deus pelos homens. Ela se recolhe em silêncio, oração e na escuta da palavra divina, procurando entender o significado profundo da morte do Senhor. Neste dia não há missa. Na Igreja temos adoração ao Santíssimo e a tarde acontece a Celebração da Paixão e Morte de Jesus e a Via-Sacra pelas ruas, onde se percorrer o caminho de Jesus com a cruz. Jesus nos mostra que só entende a vida quem compreende o Mistério da dor e do sofrimento.

A Semana Santa não se encerra com a sexta-feira. No Sábado Santo, celebra-se a vitória de Jesus. Durante o dia, a Igreja permanece junto ao sepulcro, meditando no mistério da morte do Senhor e na expectativa de sua ressurreição. Durante o dia não há missa. À noite, a Igreja celebra a solene Vigília Pascal, a mãe de todas as vigílias, revivendo a ressurreição de Cristo e sua vitória sobre o pecado e a morte. A cerimônia é carregada de ricos simbolismos que nos lembram a Ação de Deus: a luz e a vida nova que brotam da ressurreição de Cristo. É uma celebração de alegria e esperança, pois para o cristão nada termina na  cruz. No meio de nós está presente Jesus, o Ressuscitado, o Deus vivo. Jesus é o vencedor da morte. No Domingo da Páscoa celebramos a ressurreição de Jesus e a vida nova que Ele nos dá. A morte não tem mais poder sobre a vida. Com Jesus nós também queremos ser crianças novas.

Assim, vivenciando cada dia da Semana Santa, teremos condições de viver a plena Páscoa de Cristo.