Professor Me. Ciro José Toaldo

Quando estudamos a História da Humanidade, nos deparamos com grandes generais, como por exemplo, Alexandre, o grande, rei da Macedônia. Mas, será que as fantásticas vitórias do jovem Alexandre foram conquistadas somente por ele? Esta é uma boa pergunta, para se começar a compreender a História. Com certeza, Alexandre, caso não tivesse seus soldados, sozinho ele não seria capaz de vencer nenhuma batalha, conquistar os povos e tornar-se um dos homens mais conhecidos do mundo antigo! Desta forma, devemos compreender a importância da ação conjunta da humanidade quando nos deparamos com o estudo da História.

Bertold Brecht, quando escreveu seu famoso poema, Perguntas de um operário que lê, evidencia muito a questão que não há herói sozinho, aliás, precisamos entender melhor esta questão do ‘herói’, que sozinho, não é nada.

Na nova dimensão do estudo da História (que rompe com o individualismo capitalista), deve-se concebê-la como o resultado de ações de muitos sujeitos históricos, assim como se valoriza a participação de todo e qualquer individuo, sejam os grandes ou pequenos personagens para se garantir que nada do que um dia aconteceu, seja considerado apenas mérito de uma única criatura dentro de um determinado período da História.

Até quando, na atualidade, teremos as inaugurações de grandes construções e os operários sendo esquecidos? Muitos dirão que eles foram pagos, receberam por seu trabalho, mas na dimensão do conjunto, foram eles, os construtores que deram a vida pela edificação, mas em sua inauguração, são esquecidos e surgem as figuras dos ‘heróis’, muitos dos quais, odiados pela população.

Estudar a História é instigar, não apenas quem a escreve, o historiador, mas também quem a estuda, os estudantes, eles devem ir além de simples anotações ou registros e perceber que tanto na escrita ou no estudo, há oportunidade de se aprofundar o entendimento dos fatos históricos.

Tratando-se, especificamente do Brasil, faz pouco tempo que a história oficial passou a ser questionada, ou seja, ocorreu à preocupação com quem faz a História acontecer, além dos ‘grandes personagens’. Para citar dois importantes exemplos: como os índios e os negros escravos africanos contribuíram na dimensão de nossa História. Estes dois personagens foram altamente banalizados, ridicularizados e descriminados. O absurdo é tanto que em alguns livros didáticos, o índio é apresentado como um ser apático e que não foi escravizado! Ridícula visão, pois se trata de uma população, nativa de nossa nação, que além de dizimada, sofreu tremendamente nas mãos de bandeirantes, jesuítas e outros exploradores que adentraram no interior do Brasil, assim que houve o início da plantação da cana-de-açúcar. Do negro, basta ler e interpretar a história dos quilombos, ou aprofundar-se a respeito do que acontecia nos navios negreiros, apenas para citar dois fatos.

A cada dia, ao longo do tempo, a História deste país vai sendo edificada, mas por quem? Com os olhos e a mente ‘abertas’, procure observar e analisar as notícias vinculadas nos meios de comunicação, neles você verá quem faz a História acontecer (obviamente na visão dominante). Não tenho a menor dúvida que a corrupção deste país, só poderá ser estancada, quando os olhos e a mente dos mais oprimidos (maioria da população) entender que a História pode ter outro rumo, desde que ‘acordem’.