A Hipocrisia dos Executivos

Ao longo da minha vida profissional (já se vão 32 anos) , já passei por várias organizações de diversos segmentos mas , quase todas , com uma coisa em comum : A Hipocrisia dos Executivos,que é o tema central deste artigo . Uma empresa seja ela de natureza industrial / comercial / financeira / hospitalar; enfim de qualquer segmento é formada de setores e processos que, encadeados produzem um bem final seja um produto ou um serviço Tomando-se como exemplo o setor de transformação, que normalmente é o que detém um maior número de processos (o famoso "chão de fábrica") ; é esse especificamente que quero abordar Vamos nos transportar para um ambiente fictício, porém , muito comumente identificado em empresas no Brasil : uma empresa com equipamentos obsoletos/depreciados e adaptados, muitos processos manuais com capacidade instalada de produção que funciona nos procedimentos escritos ; um cenário de muita ruptura por quebra de máquina e inconstância nos padrões de produção pré determinados.
E como ingrediente final, a chegada de novos investidores cuja a visão é de retorno imediato . Pronto, foi instalada (a síndrome de Peter Pan). Neste estágio, a alta direção da empresa juntamente com a equipe de gestão estratégica (Executivos e Gerentes) reconhecem que a obsolescência dos equipamentos + os padrões flutuantes devido aos processos manuais elevadas à uma manutenção sem recursos onde lema é "botar p/ rodar" e onde preventiva é insulto, sabem perfeitamente que os resultados não serão a contento . Mas investidos de uma casca de otimismo (hipocrisia) , têm um firme propósito : fazer com que os seus subordinados , a cadeia operacional , acreditem nos seus devaneios e afirmem que as metas e objetivos serão plenamente alcançados . Mas, eles estão plenamente cientes do insucesso anunciado, e este , certamente , será inputado
à área operacional, sob a alcunha de falta de comprometimento . Ora meus caros leitores! isto é meramente premiar à incompetência ou seja : planejar e programar trocado por sonhar e contar com a sorte . . . Definitivamente não podemos ter uma instituição que monta um planejamento em longo prazo, que investe em treinamento e aperfeiçoamento da mão-de-obra , que reinveste parte do seu lucro em prol do crescimento do negócio enquanto outras que simplesmente "raspam o tacho" ao final de cada exercício , que têm normalmente um turnover altíssimo , equipamentos cheio de "gambiarras" querendo estar no mesmo patamar do primeiro exemplo aqui citado.
É duro constatar que em pleno século XXI ainda tenhamos que conviver com esta febre epidêmica que assola uma parte considerável do nosso mundo corporativo: "A hipocrisia dos executivos".

Autor: Jorge Bernardino R. de Azevedo - 08/07/2010 MBA em Logística Empresarial (IDHGE/FUNCEFET)