GESTÃO PARTICIPATIVA FRENTE AOS NOVOS DESAFIOS DA INTERATIVIDADE NA EDUCAÇÃO


Lidiane de S. Assante
Faculdade Metropolitana de Manaus
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Velma Lobato Belém
Faculdade Metropolitana de Manaus
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Keila Saldanha
Faculdade Metropolitana de Manaus
[email protected]

Resumo: Este artigo se baseou nos problemas sociais que o mundo vem enfrentando e da preocupação com os caminhos da educação. Com uma metodologia de pesquisa bibliográfica em livros, periódicos, sítios da internet, buscou-se uma mediação reflexiva de gestão participativa frente aos novos desafios da interatividade. Isto porque tanto o modelo de educação brasileira quanto as instituições que ministram o ensino, são meros responsáveis por uma política educacional vinculada a realização social. Por isso, neste trabalho acadêmico focamos a importância da inserção das tecnologias de informação no ambiente escolar. A comunicação interativa dentro das salas de aula tornou-se imprescindível para revitalizar a prática pedagógica. Este estudo, portanto, contextualiza a gestão participativa na busca pela qualidade de ensino e mostra alguns parâmetros de mudanças do processo de interatividade em sala de aula, visando atender um novo espectador e valorizar a vida em busca de um futuro menos problemático. Segundo alguns pensadores educacionais - as mudanças organizacionais no que tange a Gestão Participativa só poderão ocorrer se houver investimento na capacitação (mudança de atitudes) dos profissionais de educação das escolas. Mas só esta medida não basta. Outros críticos da educação defendem que são necessários que ocorram também mais inovações na melhoria do nível do ensino. Nesse sentido, o gestor escolar participativo deve ser um líder empreendedor, formador de pessoas preparadas para saberem usar todas as ferramentas de trabalho, permitindo aos alunos terem acesso às transformações tecnológicas.

Palavras - chave: Educação; Gestão Participativa; Interatividade.


INTRODUÇÃO

Ao falarmos em gestão escolar entendemos como princípios e processos da direção e organização escolar. Mas, hoje, gestão vai além destes princípios, pois seu papel é de um agente integrador e articulador das ações encaminhadas com vistas a uma gestão participativa em que todos fazem parte do processo de mudanças organizacionais e pedagógicas de uma escola.
Vivemos num mundo onde tudo se transforma, vivemos em constantes mudanças e essas trazem novos desafios para educação. A globalização é resultante dessa rotação que começou com as grandes revoluções: burguesa e industrial, dando um grande impulso ao capitalismo, o qual nota-se um diálogo entre revoluções e a globalização, ou seja, o mundo abraça novos rumos, e o mais destacado é a tecnologia. Envolvendo profundamente a educação, de forma que esta se encontra atrelada a tudo que se passa no mundo globalizado. Em resumo a produtividade mundial gera riquezas exageradas e discrepância social econômicas em distribuição de renda precária. Dessa forma a instituição escolar procura dar como resposta ao universo político e econômico da sociedade um atendimento as exigências tecnológicas mediatizadas por uma equipe de profissionais capacitadas a lidar com as rapidez do conhecimento e as informações, circulantes nas redes sociais como um todo.
Diante do exposto, cabe ressaltar a figura de um gestor que busque a participação de seu grupo escolar no projeto político pedagógico da escola e nas tomadas de decisões importantes que vise sempre à melhoria da comunidade adjacente e da própria escola. Tendo isso, como base pode-se dar inicio a preparação de um longo caminho a apresentação das novas tecnologias a instituição, ou ainda para qualificar mais ainda o monitoramento dentro das perspectivas da interatividade.
A interatividade dentro da Gestão Participativa necessita de pessoas que acreditem no processo de construção de novos conhecimentos, em que possam ser mudados dia a dia para facilitar a vivência dos indivíduos. Partindo do pressuposto de que a dinâmica da elaboração de um projeto visa comunicação eficaz e uma organização das tarefas bem distribuídas, que busca alcançar os objetivos das relações interpessoais e da interatividade literalmente. Requer um rastreamento da realidade social a ser trabalhada, onde seja identificado o nível de conhecimento da informatização da coletividade tanto dos indivíduos alunos quanto aos profissionais da área de educação.
A interatividade tem como meta dentro da escola a vinculação da informação e a participação de elaborar e associar conteúdos, conforme a realidade da localidade e das circunstancias vividas pela comunidade escolar, pois se compreende que nada está definido como pronto e acabado.
Sendo o professor um gestor do processo de comunicação e que ser interativo apresenta uma característica fundamental das relações humanas. Iremos abordar como é possível promover a gestão participativa e a interatividade na educação segundo Marco Silva, Bossa e outros intelectuais.

Educação

Como sabemos no contexto descrito, o acesso á escola é considerada como um direito de todo cidadão e, como tal um dever do Estado conforme a Constituição Federal 1988.
O cumprimento desse dever assume, no final do século XIX, a forma da organização dos sistemas nacionais de ensino, entendidos como amplas redes de escolas articuladas vertical e horizontalmente tendo como função garantir a toda população dos respectivos países o acesso à cultura letrada traduzido na erradicação do analfabetismo através da universalização da escola primária considerado, por isso mesmo, de frequência obrigatória.
Os principais países, não apenas a Europa, mas também da América Latina, como se pode ver pelo exemplo de nossos vizinhos, a Argentina, o Chile e o Uruguai organizaram os seus sistemas nacionais de ensino a partir do final do século XIX, logrando universalizar o ensino elementar e, com isso, erradicar o analfabetismo. O Brasil não fez isso. Após uma tentativa fracassada por ocasião da Constituição de 1823 e, depois, com lei das escolas de primeiras letras de 1827, relegou-se a educação básica durante todo o Império e ao longo da Primeira República as Províncias e, depois, aos Estados Federados, desobrigando-se desse dever o Estado Nacional.
É por esse motivo e outros que o ensino, hoje, ainda tem as mesmas características do sistema que estava em vigor no século XIX.
Segundo GAVALDON (2003, p.15) diz que "A educação é a transmissão dos usos e costumes da sociedade em que se vive, transmissão que é levada pelos mais velhos aos mais novos"
É através desta educação base, que o indivíduo, para atuar em sociedade seja capaz de compreender e refletir sobre a realidade do mundo que o cerca, ao mesmo tempo em que há necessidade de conhecer o papel de transformação social, é exatamente nesta escola da vida que entra o aprendizado.
Segundo o dicionário Escolar da Língua Portuguesa (2008, p.464) diz que a educação é "ato de educar-se, é a constituição e aprimoramento físico, intelectual e moral do ser humano para o convívio social". Com isso, sem educação não há como fazer parte de um contexto social.
Conforme obra traduzida sobre "Educação e Mudança" de FREIRE (1979, p.14) um dos maiores teóricos da educação, diz que "a educação tem caráter permanente. Não há seres educados e não educados, estamos todos nos educando. Existem graus de educação, mas estes não são absolutos".
A coerência desta afirmação nos faz pensar sobre o processo educacional contínuo que busca melhoria de qualidade de formação docente e discente. Pois, a ação formativa implica um conceito de mundo e que se manifesta simultaneamente com o outro.
A educação não tem uma receita exata a ser seguida que estimule os nossos educando ao aprendizado, estes, por sua vez, têm seus conhecimentos prévios que devemos levar em conta para acrescentar nessa "receita" do educar, inserir a história da comunidade no currículo da escola para que estas se incluam na educação trazendo assim interesse necessário ao método de ensino-aprendizagem.

Gestão Educacional em consonância à Gestão Participativa

Em nosso dia-a-dia, a gestão escolar costuma ser associada com chefia ou controle das ações de outros. Isso decorre do fato de que, diuturnamente, convivemos com o arbítrio e a dominação e quase não nos damos conta disso. É compreensível, portanto, que gerir, administrar, seja confundido com mandar, chefiar.
CHIAVENATO apud LODI (2001, p. 195) diz que:

Para os neoclássicos a Administração (Gestor) consiste em orientar, dirigir e controlar os esforços de um grupo de indivíduos para um objetivo comum. E o bom administrador é, naturalmente, aquele que possibilita ao grupo alcançar seus objetivos com o mínimo dispêndio de recursos e de esforço e com menos atritos com outras atividades úteis.

A Gestão, portanto, é uma atividade essencial que compete todo esforço humano coletivo, seja na empresa de indústria, de serviços, exército, hospital, igreja etc. As pessoas cada vez mais precisam cooperar com outras pessoas para atingir objetivos. Administrar é coordenar grupos em atividade social.
A gestão que queremos interligar com a sociedade e que tenha como conceito - a escola é uma instituição de formação - precisa estar dotado de habilidade para promover, cumprir e sustentar.
Em uma nova organização escolar, o gestor deve inspirar iniciativas destemidas tanto dos professores quanto dos alunos, precisa ser a escola e o aluno e o professor deve ser sua sina.
Hoje a gestão é mais uma questão de princípios e de habilidade próprias que favoreça qualidade no estar juntos.
O gestor educacional que se busca e necessita é aquele que compreenda antes de agir, que busca utilizar reflexões e julgamentos, apoiados nas informações internas, ricas e variadas, mais do que em instrumentos prontos. E, sobretudo, será aquele que sabe provocar o interesse, a novidade e a capacidade criadora. O conhecimento e a experiência profissional dão um relevo e uma significação mais completa às decisões e aos atos de gestão.
BOSSA (2000, p. 11 e 12) robustece o seguinte ao falar da aprendizagem escolar que deve ser empregada em uma instituição de ensino e que o gestor deve seguir:


Descobri e aprender deve ser um grande prazer. Se não é, algo está errado. Costumo dizer que não adianta combater a febre, que é o sintoma, sem identificar e combater a infecção, a causadora do sintoma. É assim com o problema da aprendizagem escolar. É preciso identificar a causa, e combatê-la e tratar o sintoma.


Então, a identificação das causas dos problemas dentro da instituição e na aprendizagem escolar requer uma intervenção especializada, uma gestão digna e capacitada, em que envolva professor, alunos, funcionários e sociedade.
PARO (1998, p.04) ao falar sobre "a gestão da educação ante as exigências de qualidade e produtividade da escola" diz que:


Se está envolvida a educação, é importante, antes de mais nada, levar em conta os objetivos que se pretende com ela. Então, na escola básica, esse caráter mediador da administração deve dar-se de forma a que tanto as atividades-meio (direção, serviços de secretaria, assistência ao escolar e atividades complementares, como zeladoria, vigilância, atendimento de alunos e pais), quanto a própria atividade-fim, representada pela relação ensino-aprendizagem que se dá predominantemente (mas não só) em sala de aula, estejam permanentemente impregnadas dos fins da educação. Se isto não se dá, burocratiza-se por inteiro a atividade escolar, fenômeno que consiste na elevação dos meios à categoria de fins e na completa perda dos objetivos visados com a educação escolar.



O gestor da educação é responsável por garantir a qualidade educacional, entendida como processo de mediação no seio da prática social global (SAVIANI, 1980, p.120), por se constituir no único mecanismo de humanização de formação de cidadãos. Seus princípios são os princípios da Educação, que a gestão assegura serem cumpridos: uma educação, comprometida com o domínio dos conteúdos que habilitem ao mundo do trabalho, com a "sabedoria" de viver em sociedade respeitando as diferenças, com a construção de um mundo mais justo e humano para todos, independentemente de raça, cor, credo ou opção de vida.
O comportamento do gestor educacional pode estabelecer diferentes meios ambientes na sua organização. Por exemplo, pode estabelecer um ambiente em que os professores, alunos, funcionários e pais, façam pleno uso de suas qualidades, para atingir os objetivos da instituição de uma forma saudável, expressando, abertamente, as suas idéias ou sentimentos; ou pode também, estabelecer um meio ambiente em que as pessoas se sintam insatisfeitas com a organização, com a realidade de suas tarefas sociais. Outro dado significativo é que o gestor participativo precisa estar atento às peculiaridades que caracterizam a organização escolar, onde trabalham pessoas de diferentes realidades.
Para falar de gestão participativa faz necessário observar alguns critérios que devem ser essencial para atingir os objetivos de uma gestão flexível: Tolerar as diferenças e formar espaços para construção de planejamento e projetos políticos democratizados que visam à construção real da cidadania.
Vale ressaltar que o planejamento educacional é o coração de uma instituição escolar, ou seja, é a porta que recebe as propostas que o mundo globalizado oferece diariamente. Em parceria com o planejamento da escola vem o projeto político pedagógico como um molho de chaves para abrir a porta do sucesso da construção de conhecimentos sólidos. Pois, ambos pretendem construir um novo cidadão, um cidadão crítico e interativo com as novas tecnologias que o mundo oferece cujo anseio parte de uma concepção de indivíduo o qual a sociedade exige segundo DALMAS:

Visa-se um planejamento centrado na pessoa, livre e crítica, sujeito de seu desenvolvimento, mas com decisões comunitárias; um processo grupal e participativo que considere as pessoas, com seus valores, sentimentos e situações de ordem sócio-econômico-político-cultural (2004, p.27).

É nessa proposta que pretendemos compartilhar uma nova gestão, voltada à comunicação eficaz entre profissionais, alunos e comunidade, abraçando os desafios do mundo moderno com uma interatividade dialética comungando e valorizando com toda uma equipe empenhada a realizar tarefas cotidianas para uma possível mudança social utilizando as habilidades e técnicas individuais e coletivas. Porém, para que isso ocorra é necessário pessoas que de fato comprometam-se com uma novo meio de organização da estrutura social e cultural da escola, visando ajudar a construir um novo modelo de cidadão, um indivíduo que de fato aprenda a ser democrático e participativo, no meio o qual estar inserido. Pois, acredita-se que quando mais se falou em democracia menos se viveu. (SAVIANI, 2005, p.36). Embora, houvesse movimentos voltados a reivindicações na década de 50 e 60, neste ínterim de luta pela liberdade e dignidade da pessoa humana, contudo, era percebido as repreensões vigorosas em cima dos militantes, seja qual fosse os objetivos justos perante os governos.
Nota-se atualmente que a mídia exalta uma democracia, uma espécie de cidadania, procurando acalentar anseios de cidadãos da classe baixa, dando a eles oportunidade de sonhar por uma vida melhor, todavia, será que realmente são estas as intenções governamentais?
Dentro desse aspecto paira sobre os profissionais da educação uma responsabilidade dobrada de educar para libertação e não para alienação. (FREIRE, 2005). E isto é um papel fundamental do gestor escolar almejando implantar um processo de planejamento e gestão coerentemente participativa. Coerente com um conjunto de valores enraizados para uma justa superação social e cultural, construindo nova uma historia de sociedade. Que tenha como solidificação escolar as livres iniciativas de pensamento, honestidade, atitudes justas e solidariedade.
Para concretizar por meio de um fator importante, que é a educação, a erradicação de pobreza, como pretende a Constituição Federal de 1988. Observa-se este comentário do autor BETINI (2005, p.10) "programar uma gestão nos moldes aqui preconizados, requer uma ruptura com o status quo, persistência e vontade de todos os atores envolvidos e principalmente com o compromisso político com a educação emancipadora".
Diante da dimensão política da tarefa do gestor que tenha como princípios fundamentais uma gestão negociada e participativa, cabe a ao processo pedagógico uma gerencia de ação-reflexão, sobre tudo avaliações contínuas de sua pratica, e das práticas da coletividade institucional como todo, o qual viabilize a interatividade ao passo mais largo para ele como um gestor flexível e para a comunidade como um todo.
Ser gestor, não se restringe a instituição e a sala de aula, mas a comunidade é aquele que visualiza todos por igual independentemente da classe social, buscando a verdade e aplicando a verdade, estimulando os futuros profissionais (professores e alunos) às oportunidades diversificadas que o universo oferece. Para que não haja decepções e não se crie um mundo utopista quanto à área escolhida.

Interatividade em diferentes espaços educativos

O conceito de interatividade significa uma "reinvenção da sala de aula e da escola, em conformidade com o novo espectador, valorizando a vida em busca de um futuro menos ameaçador" (SILVA, 2007, p. 23)
A interação e interatividade são expressões usadas de forma indiscriminada para qualificar ambientes, principalmente na área tecnológica. A disposição interativa permite ser ator e autor, fazendo da comunicação não apenas o trabalho da emissão, mas a criação da própria mensagem.
Parece claramente que o esquema clássico da informação que se baseava numa ligação unilateral: emissor ? mensagem ? receptor se acha mal colocado em situação de interatividade. Em outros termos, quando, dissimulados atrás do sistema, o emissor dá a vez ao receptor, a fim de que este intervenha no conteúdo da mensagem para deformá-lo, deslocá-lo, nós nos encontramos em uma situação de comunicação nova que os conceitos clássico não permitem mais descrever de maneira pertinente. (SILVA, 2003, p. 01)
A interatividade é um conceito de comunicação e não de informática. Pode ser empregado para significar a comunicação entre interlocutores humanos e máquinas e entre usuários e serviço. No entanto para que haja interatividade é preciso garantir duas disposições básicas: dialógica que associa emissão e recepção como pólos antagônicos e complementares na co-criação da comunicação e a intervenção do usuário ou receptor no conteúdo da mensagem ou do programa, abertos a manipulação e modificações.
As técnicas e processos interativos aplicados no campo educacional estão gerando diferenças de aprendizagem em relação aos métodos convencionais. Observam-se através da possibilidade de se obter instantaneidade nas respostas, a troca imediata de informações e a possibilidade de se virtualizar ? atualizar em um tempo mínimo. Ao entrar em contato com a diversidade de pessoas que debatem os mais variados temas, as chances de se expandir o conhecimento, a criação e imaginação é muito maior e pode acontecer em tempo real.

A comunicação interativa é, portanto, o que enfatizo como desafio para a educação centrada no paradigma da transmissão. Trata-se de um desafio que na verdade se desdobra em três. Ao mesmo tempo o professor precisa se dar conta do hipertexto como mudança paradigmática comunicacional que define a tendência contemporânea da esfera tecnológica; precisa fazê-lo potenciar sua ação pedagógica sem perder sua autoria diante dele; e finalmente precisa perceber ainda que "não se trata de invalidar o paradigma clássico" (SILVA, 2007, p. 69)

Com isso o professor terá que:

1. Dar conta do hipertexto;
2. Saber que em lugar de substituir, o hipertexto vem potenciar sua figura e seu ofício de mero transmissor do conhecimento (professor), a mega, ultra formulador de problemas, provocador de interrogações, coordenador de equipes de trabalho, sistematizador etc;
3. Saber que de fato há mudanças nos protocolos e processos de leituras, mas que o livro de papel em seu paradigma linear, seqüencial, não pode ser invalidado.

A internet é um recurso que apresenta características em alto potencial de interatividade no campo educacional, o qual professor x alunos estão interconectados (seja presencial ou virtual). É uma ferramenta capaz de abrir novos caminhos onde o aluno aumenta suas conexões linguísticas, as geográficas e interpessoais. Nela o aluno pode desenvolver: a aprendizagem cooperativa, a pesquisa em grupo e/ou individual, bem como a troca de resultados. Busca ajudar a desenvolver a intuição, a flexibilidade mental, a adaptação a ritmos diferentes e a pesquisa em grupo em que se desenvolverá a aprendizagem colaborativa e coletiva.
E para reforça e confirmar quão interativo é o ciberespaço, SOARES (2002, p. 143-160) detectou três diferenças entre a leitura do texto impresso e o texto virtual.

O primeiro deriva do espaço onde cada uma se organiza: o texto impresso, no papel está exposto aos olhos e o texto do ciberespaço há que se procurar o que se esconde nas entrelinhas por detrás de certas palavras (links), num movimento de abre, fecha e reabre janelas, que dá uma dinâmica de interação entre o leitor e o texto bastante diferente da que se esteve acostumado até agora. O segundo refere-se a mecanismos de produção, reprodução e difusão da escrita: o texto impresso está definitivamente contido num suporte que não pode ser alterado e o texto no ciberespaço é dotado de grande agilidade, isto é, pode ser revisto e refeito continuamente. O terceiro e ultimo, a diferença reside na relação entre autor e leitor: o autor do texto impresso costuma ser inacessível aos leitos, pois nem sempre conseguimos aquela obra que tanto necessitamos, mas quando o autor esta no ciberespaço os autores tem maiores chances de ser acessados.


Vimos como faz diferença o uso das Novas Tecnologias de Comunicação e Informação-NTCT no ensino, os alunos nessa nova era vivem no mundo virtual e nada mais justo do que a educação em geral fazer parte desse mundo. O mundo virtual é uma forma de comunicação rápida que permite o transporte de grandes quantidades de informação, com completa liberdade quanto ao tipo e formato, como também permite que a comunicação possa ser feita simultaneamente nos dois sentidos, em modo "full duplex" (ambos interlocutores trocam mensagens simultaneamente, exemplo: videoconferências), permitindo uma completa interatividade entre os participantes.
Outro ponto importante no que tange aos projetos na internet confirma a riqueza de interações que surgem, os contatos virtuais, as amizades, as trocas constantes com outros colegas, tanto pelos professores como dos próprios alunos.
Piaget mostra que o verdadeiro diálogo instaura-se quando a criança dá-se conta da perspectiva do outro. A discussão é conduzida, então, pelo desejo de escutar e de compreender o interlocutor (MAURICE-NAVILLE, 1999, p. 121)
A interação bem sucedida aumenta a aprendizagem. Mas um fator importante a ser relatado é que os computadores por si só não possuem características interativas e transformadoras, que venham substituir o especialista, pois estes precisam de um mecanismo importante para a condução correta do aprendizado que é o educador (professor). A forma como são utilizados é que determina se sua função (os mecanismos virtuais) será de estímulo à criatividade, a transmissor de informações, de incentivador de novas formas de sociabilidade, de desenvolvedor de habilidades cognitivas e cooperativas, ou ainda, de um agente interativo capaz de provocar mudanças comportamentais.
Hoje é bem aceita a idéia de que tanto as atividades práticas quanto a interatividade sejam essenciais ao aprendizado, o que não determina, no entanto, a garantia de um aprendizado construtivo. O tipo de controle ou iniciativas apresentadas por um aprendiz, assim como a natureza do retorno obtido é que determinam a natureza de uma experiência de aprendizado. Em função disto, no momento da construção de um software interativo é preciso medir até quanto de conhecimento é necessário disponibilizar e até quanto é necessário deixar o usuário descobrir. Tudo tem seu peso e suas medidas nada poder ser livre por completo, pois no mundo virtual, ainda há muita maldade e temos que está atento a isso.
A interatividade é importante, hoje, no ensino. Não porque permite a manipulação direta dos objetos reais, mas porque adota a construção de modelo nos quais uma idéia (pensamento e ações) pode ser levada adiante ou simulada num mundo imaginário onde a realidade virtual apresenta-se como uma ferramenta interativa a mais de trabalho.
A educação, segmento que a interatividade facilita a aprendizagem. Neste setor, os diversos recursos tecnológicos como as interfaces, a multimídia, a web, tem sido utilizados de forma a facilitar cada vez mais as práticas interativas.
Outros recursos tecnológicos também permitem explorar a interatividade no que se refere aos aspectos educacionais. Por exemplo, a vídeo-aula apesar de ser atraente é um meio que permite menos interação com o professor, pois depois de pronta fica impossível alterá-la. A teleconferência possibilita a interação através do telefone, fax ou e-mail, a videoconferência é o recurso que mais se aproxima da sala de aula tradicional e que é utilizado em aulas de educação à distância, bem como em cursinho dentre outros.
Faz-se necessário observar que os processos interativos só apresentarão resultados positivos se estiverem integrados em um contexto estrutural de mudanças diante da vida, do mundo, dos indivíduos de forma aberta e participativa. Integra é a palavra chave para o sucesso profissional, pessoal e educacional, pois integra o humano, o tecnológico através de relacionamentos capazes de regular as trocas e re-configurar tanto o mundo interior quanto o exterior.
Portanto, professor, dizer que não possui recursos para uma boa aula, não existe mais, o que mais vemos são nossos alunos perguntando, professor o senhor tem e-mail, o senhor possui Orkut, Face book, o senhor tem IPOD (nova tecnologia já bastante procurada e usada) porque trabalha com a interatividade constante, o jornalismo, hoje, já estão nessa nova era, a era da tecnologia das informações. E para tanto, a educação deverá esta entrelaçada com essas mudanças.
E como diria Silva apud Vygotsky (2003) o professor é quem estimula, promove a interatividade em diferentes espaços educativos, bem como trocar informação, favorecendo a convivência social e a construção do conhecimento compartilhado. E sob essa perspectiva, o ciberespaço, junto a suas possibilidades de comunicação, apresenta-se como o meio favorável aos propósitos educativos na busca pela construção coletiva.
Considerações Finais

Vivemos na sociedade do conhecimento, conectados e interagindo através de tecnologias digitais. Estamos na era da interatidividade, e este termo resume de certa forma, tudo o que de diferente é atribuído às novas tecnologias da informação e da comunicação, no qual a informação é vista como algo com o qual e em torno do qual as pessoas interagem. Como exemplo, o conteúdo já não é somente publicado, apresentado de forma digital imutável, ele é publicado e disponibilizado na web. Cabe aos interessados pesquisá-lo, fazendo uso conforme sua necessidade.
Se observarmos, só a larga utilização da comunicação via telefone celular, transformou as atividades sociais e de negócios em interações em tempo real, com respostas rápidas, onde quer que as pessoas estejam, e essas mudanças tecnológicas, tanto no ambiente de trabalho quanto no ambiente social, tem trazido profundo impacto sobre a educação, uma vez que a aprendizagem só ocorre quando há motivação e interação. E visando isso temos que nos preocupar com a qualidade de ensino das nossas instituições, desde a Educação Infantil até o Ensino Superior. Se for uma preparação contínua e comprometida, quando o aluno chegar ao Nível Superior, ele não terá dificuldades em se adaptar, pois é nessa fase que se defrontará com o cenário real de preparação e responsabilidade para competir, a fim de alcançar sucesso numa economia globalizada e praticamente sem fronteiras.
Como podemos alcançar o sucesso com a metodologia que se usa atualmente nas escolas?
Adotando uma nova metodologia de aprendizagem, baseada em projetos e atividades, na qual as pessoas envolvidas no processo de ensino-aprendizagem utilizem um ambiente digital para criar, apresentar e compartilhar, interagindo com os demais. E numa gestão escolar (participativa), é de suma importância, que o gestor, os demais funcionários, alunos e comunidades, poderão ser colaboradores na mudança por um ensino de qualidade, pois quando trabalham em parcerias, sem medo do novo, aceitando novos desafios.
Ao que foi exposta, a gestão participativa frentes aos novos desafios da interatividade na educação, mostrou que o aperfeiçoamento e a construção de um novo modelo de ensino, interativo, abrirão um leque de possibilidades para a elaboração coletiva do saber com trocas instantâneas de comunicação.


REFERÊNCIAS

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SÍTIOS CONSULTADOS

ESSER, Regiane Cominetti. Gestão escolar com ênfase na direção, coordenação e supervisão escolar. Disponível em: http://www.ajes.edu.br/arquivos/20090211104553.pdf. Acesso em 26/12/2010.