Um dos mais belos textos de Shakespeare ainda escrito em séculos passados parece-nos recente, contemporâneo: A gente aprende. Entre linhas demonstram não um passado remoto, mas latente, agora, começando aqui, no presente explodindo em meu coração essa descoberta infinita que é o aprendizado.

 

            Aprendemos que “com o pássaro na mão, não poderemos aperta-lo por demais senão o afogamos, nem afrouxar a mão, senão ele voa e escapa entre os nossos dedos”.

 

            Shakespeare, autor é considerado um Profeta, aborda um assunto tão pertinente e emergente a todos indiscriminadamente não sendo um “educador”, todo ser humano onde esteja vive o caminhar do cair e levantar, do voltar e desviar pra não voltar. O percurso de sair e voltar no onde vai para onde ir se não souber onde quer chegar.

 

Cito: Aprende que não importa aonde já chegou, mas onde está indo, mas se você não sabe onde está indo, qualquer lugar serve”. Texto de “Agente aprende”. Shakespeare

 

Este momento de conflito de pensamento, de incerteza, de não saber o onde chegar – então, o caminho do aprendizado é sempre-eterno, não exclui nenhum da sociedade, ainda que tenha sido resguardado em seus pensamentos de zelo, somos acometidos por “aprender a aprender”. É nesse aprendizado que reaprendemos a aprender, deixar de lado o que está dando certo, mas acreditamos que aprender o novo é uma questão de permanência. E permanecer fixo em um mundo e inúmeras mutações só nos agarraremos em um sentimento de abrir mão do que aprendemos.

 

            A gente aprender que prender reflete rigidez, inflexibilidade, e na ação de excesso de zelo, esse proteger aos olhos de quem é protegido é uma ameaça, é cárcere privado, a simbologia não é o que pensamos mas como é interpretado por quem protegemos.  Assim os valores mudam, não porque cometemos equívocos, somos eternos aprendizes que temos que ter a sensibilidade de não cometer o erro de Hitler.

 

            No tempo em que eu nasci era errado, - sair com a filha do vizinho e voltar às 22hs da noite. Hoje é natural esse comportamento. No entanto, a sociedade tradicional interpreta essa ação como uma “falta de vergonha”. Entretanto, a nova geração não o julga para onde foi, ainda que, a tendência é a prática de libertinagem, porque correm o risco de que: eles somente saíram a passear no Shopping, e, porque não – ao cinema, sem existir atos libertinos e libidinagem que promovem o sexo explicito. Ai a gente aprende:

 

“Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa.” Shakespeare

 

Vivemos em um mundo que os valores se mudam e homem pode ser amigo de mulher, sem nenhum interesse de satisfação sexual ou atração íntima. Portanto cito:

 

Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute, quando você vai cair, é uma das poucas que a ajuda a levantar.”  Shakespeare

 

            Sim ele estava, absolutamente correto, em citar, por demais, os verbos “aprender e descobrir”, porque, somente da descoberta é que aprendemos, experimentamos para sentir. O que se materializa no exterior passa a refletir em nosso interior a partir de novas informações que ação estimula a reação do aprender.

 

             Por fim, fico a pensar – quando não mais citaremos estes  verbos de Shakespeare? Encontraremos o tesouro desconhecido ou o tesouro perdido? Acreditamos que ao encontrar o tesouro desconhecido – esses versos serão citados por longas gerações infinitamente, porém, se encontrarmos os tesouro perdido – resgataremos a nossa essência corrompida, e se está neste último estágio foi alterada, ainda restando a sua essência: somos deuses com a capacidade de criar e recriar o nosso mundo ?

 

Ângelo Almeida
Escritor, Teólogo e Psicanalista Clínico
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