A FUTILIDADE DOS  ROLEZINHOS

Tem um parágrafo no livro de Mario Vargas Llosa que afirma:  “ É a civilização de um mundo onde  o primeiro lugar na tabela de valores vigente é ocupado pelo  entretenimento, onde divertir-se, escapar do tédio, é a paixão  universal.”  Resta saber, o que seria    diversão para  algumas pessoas.

 Os  chamados rolezinhos  vem ganhando destaque na mídia ultimamente,  envolvem jovens que têm em comum a disponibilidade de tempo para marcarem encontros através das redes sociais  nos shoppings das cidades e  predisposição para a formação de grupos estilo “Maria vai com as outras”. Alegam  simplesmente que estão à  procura de diversão, embora muitas conversas nas  redes  sociais  atestam discursos  não   tão divertidos (fumo, bebida) nos interiores dos shoppings, além das  imagens de furtos e depredação registrados no momento do tumulto.

Como  entender  o propósito   inepto de entrar em estabelecimentos comerciais e provocar tumulto? Qual a real intenção dos  rolezinhos? Um minuto de fama ou provocar algazarra? E a pergunta que não quer calar: Onde estão  os responsáveis por esses adolescentes que utilizam as redes sociais para praticar um desserviço a sociedade?

Ainda  que algumas autoridades e especialistas afirmem que o ato constitui um “fenômeno” legítimo e democrático, uma manifestação saudável de jovens em busca de  espaço e diversão, o mesmo não se justifica pela  pobreza da intenção. É possível reunir-se para diversão em locais mais apropriados como parques e praças das cidades ou  centros culturais  disponíveis.

Geralmente, são Jovens dinâmicos,  com inúmeras possibilidades de praticarem ações positivas ao invés de  se aglomerarem  dentro dos shoppings. Tempo  que poderia ser  ocupado com  ações construtivas; utilizar as redes sociais para  marcar encontros de arrecadação de alimentos e roupas para quem precisa, organizar abaixo assinado em prol de problemas do bairro ou mesmo  formação de grupos  de estudos para o ingresso em universidades públicas.

A ideia de  diversão como aglomeração de   grupos em locais incapacitados para   suportar a quantidade perde o sentido  quando  se observa  uma   multidão mal organizada, estorvando  o deslocamento daqueles que não estão envolvidos.

Rolezinho  é o retrato de uma juventude  egoísta e imediatista. É a ação de jovens    deslumbrados diante dos modismos. Tudo altamente superficial,  que  nada acrescenta para a sociedade, exceto o tumulto.