A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM

       A função social da escola foi se alterando conforme as mudanças sociais foram acontecendo. Inicialmente ela era assistencialista e serviu durante muito tempo como depósito de crianças, ali elas permaneciam enquanto suas mães trabalhavam nas fábricas. Depois foi sendo necessário se adaptar as transformações e ela foi se transformando no modelo de escola que conhecemos hoje, com um modelo de ensino sistematizado. A educação assim como a escola também passou por essas transformações, pois durante muito tempo acreditou-se que essa função seria apenas da família.

     Atualmente escola e educação são indissociáveis. A escola não apenas ensina apenas os conteúdos como se acreditava, ela vai muito além disso, cabe a escola formar pessoas com senso crítico, reflexivo, autônomos, conscientes da sua realidade econômica, social e política. Embora, a família seja o primeiro contato com a educação que nós tivemos, a escola foi quem possibilitou abrir ainda mais a “janela” do conhecimento. Pois na escola existem inúmeras realidades diferentes, então existe a socialização e terá que aprender sobre elas e como respeita-las de modo intrínseco. A escola deve favorecer e oportunizar um ambiente com diversos aprendizados que as vezes esse estudante não teria oportunidade fora da escola.

            Conforme Libâneo (2005, p.117):

Devemos inferir, portanto, que a educação de qualidade é aquela mediante a qual a escola promove, para todos, o domínio dos conhecimentos e o desenvolvimento de capacidades cognitivas e afetivas indispensáveis ao atendimento de necessidades individuais e sociais dos alunos.

        Dessa forma, a educação deve ser ofertada com qualidade para que exerça sua função da melhor maneira. Claro que nem sempre acontece, pois dependem de políticas públicas, mas, é inegável o quanto a educação vem transformando a realidade de diversas pessoas. Além da mudança de função social da escola, os professores também foram se adaptando de acordo com a realidade social, antes os estudantes eram passivos do conhecimento, deveriam obedecer e nunca questionar os professores.

        Já essa nova geração de estudantes é questionadora, gostam de se expressar e impor suas opiniões e isso se deve ao fato também do avanço da tecnologia que atualmente a grande maioria tem acesso e em um curto espaço de tempo. Partindo desse pressuposto cabe a nós profissionais da educação se adaptar e buscar meios para que a escola seja um ambiente acolhedor, seguro e que os estudantes gostem de voltar. Sendo assim, as mudanças: escola, estudantes e professor – foram acontecendo de maneira gradual de acordo com as necessidades da época. E é função da escola além de ensinar os conteúdos formais preparar os alunos para a vida e que saibam defender seus direitos e deveres.

          Seguindo esse raciocínio Ligia Martins pontua que:

O produto do trabalho educativo deve ser a humanização dos indivíduos, que, por sua vez, para se efetivar, demanda a mediação da própria humanidade dos professores. O objetivo central da educação escolar reside na transformação das pessoas em direção a um ideal humano superior, na criação das forças vivas imprescindíveis à ação criadora, para que seja, de fato, transformadora, tanto dos próprios indivíduos quanto das condições objetivas que sustentam sua existência social (MARTINS, p.15).   

      A escola é um elemento que impacta diretamente na vida dos estudantes, ela também tem o poder de mudar realidades, e para que isso continue acontecendo é necessário que haja um investimento na educação, não apenas no espaço físico da escola, mas materias, formação de professores.

Afinal como argumenta Saviani:

Considerando-se que “toda relação de hegemonia é necessariamente uma relação pedagógica” (idem, p.31), cabe entender a educação como um instrumento de luta. Luta para estabelecer uma nova relação hegemônica que permita construir um novo bloco histórico sob a direção da classe fundamental dominada da sociedade capitalista – o proletário. Mas o proletário não pode erigir-se em força hegemônica sem a elevação do nível cultural das massas. Destaca-se aqui a importância fundamental da educação. A forma de inserção da educação na luta hegemônica configura dois momentos simultâneos e organicamente articulados entre si: um momento negativo que consiste na crítica da concepção dominante (a ideologia burguesa); e um momento positivo que significa: trabalhar o senso comum de modo que se extraia o seu núcleo válido (o bom senso) e lhe dê a expressão elaborada com vistas à formulação de uma concepção de mundo adequada aos interesses populares (SAVIANI, [1980] 2013, p. 3-4).

            Portanto educação/escola é um instrumento de luta, de resistência para transformação da sociedade, para quebra de paradigmas. A educação e o conhecimento nos liberta de muitas prisões. E às vezes a escola é tratada como se todos fossem iguais, mas se nem as pessoas são porque a escola seria?

*Andréia Paula de Oliveira, Arlete Moreira, Daiane Cristina da Silva, Fabiani Dias dos Santos, Lucicleide Maria, Vânia Souza e Maria Edleuza da Silva Almeida, docentes  da rede municipal de ensino de Rondonópolis.