A formação de professores no atual cenário pandêmico

Por Felipe Fontana | 14/02/2022 | Educação

Com as mudanças constantes nas formas de aprender e ensinar, se tornou de extrema relevância falar sobre a preparação dos profissionais no ambiente escolar visto que, na maioria das vezes, o professor é o primeiro contato da criança com o mundo externo. Portanto, o educador carrega uma das maiores responsabilidades em relação aos educandos, pois é a partir da escola que estes se desenvolvem e passam para adquirir e aprimorar diversas capacidades de âmbito cognitivo, motor, emocional e social. Ou seja, os professores são um dos principais influenciadores na formação de cidadãos de bem e comprometidos com o mundo à sua volta.

Para refletimos sobre a criança, a ludicidade, a formação do professor que atua na educação da infância é de suma importância diferenciar criança de infância. De fato, há vários aspectos comuns e outros muito diferentes e, pensar sobre infância, diz respeito à ter consciência da particularidade infantil, que distingue essencialmente a criança do adulto, e do jovem, tendo cada um a sua unicidade.

Antes de tudo, para se tornar um excelente profissional, antes de sua formação, é necessário ter consciência de que cada ser humano é único em sua totalidade, principalmente as crianças, qual tal tem sua complexidade. Por isso, o professor precisa identificar as necessidades de seus alunos, promover o crescimento e o acesso da criança ao seu próprio mundo.

O educador precisa estar aberto para o mundo à tudo, acompanhar os acontecimentos do dia a dia e compreender que há diferentes pessoas, com realidade distantes, culturas e formas de pensar. Essa abertura se dá de novo a partir da capacidade de perceber o mundo, a criança e a si mesmo, a capacidade de estudar e tomar consciência do seu próprio aperfeiçoamento, entender os contextos sociais e evoluir conforme as mudanças ocorrem no mundo.

O período da infância é muito importante, por isso, os professores necessitam de técnicas adequadas para intervir no processo ensino-aprendizagem, mantendo um equilíbrio entre as atividades cotidianas. Pensando no tempo em que as crianças permanecem na instituição, deve ser ofertada situações inovadoras e desafiadoras, que permitam diferentes oportunidades para que cada uma tenha a oportunidade de explorar adequadamente um novo meio ou situação – e isso significa tentar explorar as experiências com palavras, assim como por meio do brincar.

 

O professor da escola é dotado de características como:

  • Criatividade – capaz de planejar diversas atividades para a preferência dos alunos caso uma não seja do agrado de todos. Afinal, o professor reconhece que toda turma possui sua particularidade, em relação à aspectos pessoais de cada um.
  • Competência – ele está sempre atualizado e comprometido dentro e fora da sala de aula, e incentivando seus alunos a fazerem o mesmo.
  • Experiência – este profissional oferece oportunidades de aplicação/realização do material aprendido por seus alunos, pois considera que a elaboração da aprendizagem não faz uso apenas da memória, mas também da experiência.
  • Investigação – o professor está sempre preocupado em estimular em seus alunos a curiosidade e o prazer de descobrir.
  • Crítica – o mesmo entende que é crucial que o conteúdo passado seja repleto de referência e significado para a vida de cada aluno, sendo de importância extrema para sua passagem futura.
  • Humildade – reconhece também que o saber não tem dono, e se dispõe a entrar numa relação de troca, pois o mesmo professor que ensina os seus alunos também aprende com eles. Em oposição ao que Paulo Freire caracteriza como educação bancária, em que ao aluno caiba apenas a receber os conteúdos, e ao professor caiba apenas à "depositá-los" em suas cabeças. Portanto, o ensino-aprendizagem passa a ser mútua, porque construída, democratizada, sobre outra base: a da troca (MAZZOTTA, 1987, p.69).

Dessa forma, fica evidente que o professor é sujeito capaz de atender as especificidades e demandas de cada aluno, considerando suas características que o compõe como ser em formação. Em consonância com essas premissas, a Lei 9394/961 estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), dispõe que a educação básica tem por finalidade desenvolver e atender ao educando, assegurando-lhe a formação comum indispensável ao exercício da cidadania e meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores. 

Atualmente, os professores e demais profissionais que trabalham no âmbito escolar ressaltam entre outros fatores que dificultam o processo de ensino-aprendizagem a dura realidade das condições de trabalho e os limites da formação profissional, a superlotação de alunos por turma, a rede física inadequada, o despreparo para ensinar e manejar para com os alunos especiais, ou diferentes cujas necessidades específicas demandam recursos adequados à sua condição, equipamentos e níveis de especialização definidos de acordo com a limitação física, sensorial ou mental. Neste, mesmo patamar, trata-se, portanto, de implementar, propor ações e medidas reais e concretas que visem assegurar a sociedade os direitos conquistados, garantidas na constituição em vigor, proporcionado a melhoria da qualidade da educação, da formação dos educadores desde a graduação com a democratização no ensino implementando nas escolas os recursos humanos e físicos/materiais e tecnológicas com garantia da sua manutenção. Sob essa perspectiva, se potencializa um movimento de transformação da realidade para se conseguir reverter o percurso de exclusão tecnológica de criança, jovens e adultos numa escola sem deficiência no seu sistema educacional.

Artigo completo: