Por, Ludmilla Paniago Nogueira

Maria Jane da Silva Siena

Vivemos numa sociedade, cuja capacidade de evoluir, de buscar está sempre em evidência. Já não conseguimos mais ficar presos a teorias ditas consagradas, nem a práticas infundadas. O que nos remete ao novo, ao risco, chama a atenção como a velocidade com que os fatos acontecem e, que muitas vezes, procuramos acompanhar, ainda que tenhamos dificuldades de nos separarmos de experiências enraizadas no nosso cotidiano que insistem em querer apenas se remodelar à atualidade.

No cenário educacional não é diferente. Constantemente nos deparamos com situações em que só teorias não alcançam o resultado esperado, bem como a prática sem sustentação teórico-filosófica não consegue cumprir o seu papel no que diz respeito ao aprendizado.

Sabemos que ao professor, por representar papel imprescindível na sociedade, são exigidas respostas cada vez mais aceleradas quanto à aprendizagem de seus alunos. A este respeito, Antonio Gramsci afirmava que o educador é um organizador de culturas e que, portanto, deve acompanhar toda espécie de evolução para inserir o aluno nesta sociedade de lutas.

Ainda que o tempo, a rápida informação, a vasta experiência sejam fatores comprometedores na área educacional, sabemos que o sujeito se constrói inserido numa sociedade de redes e de movimentos conforme salienta Gadotti, e que estar atualizado não basta. É preciso buscar sentido no que fazer, apresentar um projeto de vida.

Em seu artigo Larrosa destacou bem a perspectiva acerca da reflexão sobre a prática. É preciso que o educador busque sentido no que faz, reflita sobre sua prática. Schon descreve este tipo de ensino como conhecimento na ação, ou seja, é necessário que o professor seja curioso, atue como uma espécie de detetive, formule hipótese, preste atenção no seu aluno, use o recurso da individualização, e que mesmo numa sala de trinta alunos ou mais, ele conheça as dificuldades e o nível de aprendizagem de cada um. Mas para isso, é preciso dedicar tempo ao aluno e ao que nos parece, tempo é o termo que os educadores mais se referem para justificar muitas de suas condutas.

A experiência na área educacional muitas vezes é decorrente de formação contínua dos profissionais docentes. Os saberes na maioria das vezes são adquiridos na coletividade. Mas há escolas que como questiona Isabel Alarcão não conseguem garantir espaços de autonomia e cooperativismo porque ficam atreladas a experiências antigas que muito pouco contribuem para o sucesso de seus alunos, são os chamados pacotes cada vez mais numerosos, como salienta Larrosa em que o currículo segue apenas um ritual único e ultrapassado.

No campo da escola, para fazer valer as suas experiências não é necessário seguir tendências propagadas como certas, mas que, como considera Kenneth Zeichiner, é necessário que o professor busque na formação a capacidade de tomar decisões embasadas em objetivos estabelecidos por ele próprio, considerando as reais necessidades de aprendizagem de seus alunos.