A força da informação

 

Seculo VI a.c o grego Pitagoras propôs que o mundo era redondo. No seculo II A.c o grego Aristarco afirmou que a terra e todos os planetas gravitavam em torno do sol. Por volta de 150 d.c. Ptlomeu provou que o mundo era redondo durante um eclipse lunar e observando que quando um navio se aproxima do porto vindo do alto mar o seu mastro é visível antes do casco.

Já no talmud, os sábios judaicos escreveram que `` o mundo tem a forma de uma bola``(Avodah Zorah 3:1)

http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20080813043927AAXmiAb

 

Façamos então a conta – quatrocentos anos a.c mais 1492, estamos falando em um período de, aproximadamente, 1892 anos, transcorridos entre a teoria posta e a prova prática de navegação em volta da terra, como proposto por Cristovam Colombo, ou Cristovão.

É evidente que muita informação foi sendo acrescida a essa teoria, como fizeram Aristarco e Ptolomeu. Há de haver outros e outros a acrescentar uma visão aqui outra ali que redundaram em uma informação convincente, pelo menos para o intrépido genovês.

Entre a prova física e a teoria, transcorreu um tempo de cerca dois mil anos. Veja como as suas ideias, sua imaginação pode fazer sentido, observe como aquilo que um pensa, vai somando ao longo de um tempo, e muito superior ao tempo de vida do ser humano.

Se você olhar com cuidado à navegação de Colombo, requereu evolução das Caravelas, do Sextante – em fim, de todo aparato necessário ao empreendimento, inclusive, a ideia da possibilidade de inexistência de uma queda brusca. Todo empreendimento, convencimento dos financiadores e da tripulação – você pessoalmente estaria disposto a embarcar em uma das naus?, pois é Colombo teve que acreditar muito, para convencer Financiadores e tripulantes. Suicidas diríamos nós hoje.

O que o genovês fez de fantástico não foi só navegar do Porto de Palos até o Caribe, tem muito mais a ser aprendido com ele. Note que ele não foi a escola de – aqui presumo eu, de Sagres, para aprender a, simplesmente, navegar. Isso todos os seus colegas aprenderam.

O que ele aprendeu de verdade, foi a pesquisar e aprender com seu próprio espirito o que para si significavam em relação ao mundo em que vivia as suas leituras. Aprendeu a governar as embarcações, a se dirigir de ponto a outro e saber os limites extremos a que essas embarcações suportariam.

Aprendeu, primeiramente, a se convencer de verdades teóricas, postas nos livros, mas que ninguém ousará até então por à prova. Aprendeu transformar o “acho que é assim” no “como fazer”.

Aprendeu a governar o seu espírito e aprendeu a avaliar – sabemos nós hoje – corretamente o quanto de verdade e possibilidade existiam em cada um dos seus aprendizados.

Aprendeu a perseverar – diante de inúmeros nãos – recebidos. E apesar disso, não esmoreceu e não jogou seu sonho no saco dos “irrealizáveis”.

Poderia, perfeitamente, depois do terceira ou quarta negativa, que por certo vieram acompanhadas de inúmeras razões de impossibilidades práticas; deixar seu sonho de lado e procurar um emprego seguro na Cia das Ilhas Ocidentais – e aí fazer seu pé-de-meia, deixar um imóvel para família, e não viver o seu sonho. Ou seja, ser mais um...

Aprendeu mais que navegar, aprendeu mais que teorias do passado, construiu um espírito impregnado de verdades profundas, que permitiu fazer de si um homem determinado e, um homem determinado, tem uma habilidade superior: convencer os seus pares a lhe acompanhar.

Note o que ele advogava não era provado ainda, mas em seu discurso, em seu sonho, que hoje facilmente seria carimbado de loucura, estava embasado em uma crença formada em estudo e meditação.

É verdade sim, o sonho de riqueza estava claramente motivando Colombo e seu grupo, seria tolo negar, que os homens que faziam parte daquele grupo não almejam fortuna. Mas isso é próprio do ser humano, o  que não é próprio é estar disposto, como eles estavam, a correr os riscos que correram.

Ca entre nós você com sua ânsia de riqueza hoje, estaria disposto a embarcar em uma nau que sequer tinha GPS, Bomba Hidráulica, Motor a Dieesel, Grupo Gerador, Câmara Frigorifica, etc., para atravessar o mesmo Atlântico? Não? - Então meu caro não é só dinheiro, tem muito mais coisa envolvida nos seus processos de escolha dos seus caminhos.

O dinheiro, a fortuna, ou seja, as facilidades da vida que eles proporcionam estão diretamente ligados a duas coisas fundamentais: ambição e com ela a sua capacidade de correr riscos, sua capacidade de se entregar por inteiro na busca de realização desse sonho e; informação – sua capacidade de adquirir e gerenciar essas informações – seja, dominando como uma segunda natureza sua e pondo em prática aquilo que essas informações lhe propõe.

Cuidado, você pode perder sua vida por isso.

Se você não tiver a maturidade suficiente, para saber equilibrar sua vida orgânica – corpo físico, sua vida espiritual – sua mente e conhecimento; com trabalho e descanso - certamente, você não será merecedor desses sonhos e eles mesmos se encarregarão de o eliminar.

É a lei – o você os realiza e vive prazeirosamente o seu ideal, ou eles o escravizarão e o tornarão um arremedo de gente.

Você, sempre você: será o juiz e o réu ao mesmo tempo. Porque a escolha continua sendo somente sua.

 

Apolinario de Araujo Albuquerque                           Rio, 05 janeiro 2011.