A Filosofia Face A Pátria: Contra Discursos Que Apelam à Fornicação

Os africanos quando nos anos 60 começam a ganhar consciência da sua condição de escravos, pese embora, por conta das desavenças das grandes Nações civilizadas, ousaram incutir dentro de si, o espírito de pertença à uma pátria. Içaram suas bandeiras e compuseram seus hinos. Daí nacionalizaram os reinos africanos.

Surgiu África como continente, livre da opressão do jugo colonial. Aparentemente. Floresceram africanos com ideologias políticas, com a teleologia (finalidade) de edificar uma África que respeita profundamente não só as raízes africanas, como também, líderes que amam e fazem amar a sua Pátria.

Repare que, enquanto Nkrumah pensara na criação de uma organização dos Estados africanos inspirando-se na Constituição dos Estados Unidos de América, logo, uma libertação imediata da África, Senghor, almejava uma África liberta gradualmente. Eis o ponto de divergência.

Em todo o caso, a África precisava de líderes e não de chefes, dado que, os primeiros dirigem de forma horizontal e os segundos verticalmente.

Quando a direção é vertical as suas bases emagrecem e o seu topo engorda, aí porque a máquina administrativa fica cada vez mais pesada, facto que, confirma a veracidade das rezas de Marx Webber sobre a administração burocrática.

Assim, as reflexões que tenho feito ao longo do tempo, dão-me bases lógicas para dizer que, o Patriotismo, Unidade Nacional, Paz e outros valores que fazem parte da República I nas meditações de Ngoenha e seu correligionário Castiano, devem sim, ser não só cultivados como também preservados, bem como, os valores da Justiça Social e Cultural e liberdades económicas e tantos outros que fazem parte da República II ainda nas alucinações de Ngoenha e seu derivado Castiano, deviam ser não descartados. E, acima de tudo, reforçados.

Meu caro, se atento é, percebeu que, a República I analisada por Ngoenha é socialista e como deve ter sabido, o socialismo é contra as liberdades não só individuais como também económicas, acima de tudo, é contra a propriedade privada de John Locke e, esse é um dos sacrilégios da República I, pelo facto de deitar por terra às realizações individuais, pese embora, garanta o Patriotismo, Unidade Nacional e a Paz. 

Ora, a República II é capitalista e peca por valorizar demais a propriedade privada, a justiça social e as liberdades económicas deixando de fora todas as virtudes da República I. 

Portanto, a República III seria o helenismo das virtudes da República I com as virtudes da República II formando assim, uma República aceitável por todos nós moçambicanos. Uma grande utopia!

Grande utopia porque, a Pátria (Moçambique) está com uma integridade territorial hipotecada e com uma Constituição da República penhorada e acima de tudo, condenada a alterações para albergar vontades dos que estão no cimo da montanha governativa, porque, as nossas acções têm descaradamente em vista realizações pessoais (Abraham Maslow) e nunca da Pátria. Nada é feito em nome da comunhão aqui. 

Até há quem queira tirar Moçambique do Mapa da África Austral. O livro da 6 classe, Ciências Sociais que julgue o autor deste texto.

Nunca se consolida a Pátria quando o governo investe o erário público (o conjunto de contribuições do Povo) numa outra Pátria, como Dubai e tantas outras ilhas douradas.

Nunca se cultivará o amor à Pátria, quando se marginaliza os jovens com políticas excludentes, tudo em nome de um cartão do partido político.

Nunca! 

Ouviu? 

Eu disse nunca há patriotismo onde se defende um partido político e não o País, uma etnia e não uma Nação!

A Pátria só será levada a peito quando seus membros tiverem plena consciência da sua condição humana e quando tiverem capacidades de deliberação não sequestradas sobre seu destino. Ouviu?

Em seu livro intitulado, "Invenção da África", Mudimbe fala que, a África que temos é o fruto da invenção do Ocidente que acolhemos e que, a missão de todos nós hoje consiste em reinventar a África que queremos. Bravo Mudimbe!

Se o Ocidente baniu nossas fronteiras nos impondo novas fronteiras, nós podemos bani-lás impondo nossas. 

Como? Se não termos o amor a pátria? 

Como? Se os políticos africanos investem no Ocidente com o erário público?

Como? Se os políticos africanos nem hospitais humanos conseguem erguer em África?

Como? Se o corpo sem vida do José Eduardo dos Santos (ex-Presidente da República de Angola) estava pousando nas terras não africanas? 

Como? Se Guebuza (ex-Presidente da República de Moçambique) não consegue pisar com seus pés a um território vizinho enquanto não se resolva o caso do calote que denigriu a imagem de Moçambique desde que, tornou-se Pátria?

Como? Se embora seja a língua mais falada em Moçambique, não se tem vontade de elevar Macua ao estatuto de Língua Nacional só porque ela tem raízes do Norte de Moçambique? 

Como? Se os políticos africanos não têm coração de humanos para com aqueles que cultivando a terra fazem sobreviver os políticos e religiosos? 

Portanto, nós temos uma pátria fornicada por políticos que disseminam discursos baratos. Discursos falaciosos e que são aplaudidos por gentes que só contam com seus umbigos.

Como haverá patriotismo quando os dirigentes são a favor da corrupção nas suas acções e estão contra a corrupção nos seus discursos?

Patriotismo é não defender Partido Político, mas sim defender uma Pátria. À esta altura em Moçambique há ausência de indivíduos com espírito patriótico. Quê a constituição do governo em acto nos prove o contrário!

Em fim, cheguei ao fim.

No fundo, para um Povo tonto e Sonso.